Lados opostos de uma mesma moeda. escrita por PunkOfPiltover


Capítulo 2
Capítulo 2




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Infelizmente, já não era tão cedo quanto Anna gostaria que fosse. Suas amigas populares já estavam lá e já estavam cercando-a para perguntar sobre o treino que iria acontecer apenas no final do dia. Anna rolou os olhos impaciente e viu Rapunzel se afastando com o canto do olho, então deu alguma desculpa sobre estar com pressa e saiu correndo, deixando todas paradas no corredor, confusas. Finalmente alcançou Rapunzel e foi guiada pela morena até as escadas do terceiro andar, lá, dava-se apenas passarem para o telhado em seguida, Anna pensava que ninguém ia lá, mas ela estava muito errada. Chegando ao telhado, ela notou todos ali, Kristoff, Aladdin o tal Eugene, uma ruiva de cabelo selvagem que Anna não se lembrava de já ter visto e finalmente... Ela. E ela estava sem capuz novamente, o que fez um arrepio percorrer a espinha de Anna com a visão. Os demais estranhavam a presença da ruiva ali, mas Elsa pareceu que iria morrer ali mesmo e se aproximou de Rapunzel, exasperando em um sussurro que todos acabaram ouvindo.

– O que ela está fazendo aqui?!

Anna fez bico pela pergunta enquanto Rapunzel dava de ombros naturalmente.

– Ela insistiu para vir. E é minha prima. E estava louca para falar com você.

Por um instante, Anna jurou que havia visto Elsa corar, mas a loira desviou o olhar tão rápido que Anna não poderia ter certeza disso. Ainda sim, ela sussurrou em seguida.

– Eu não tenho nada para falar com gente popular.

Anna não conseguia aguentar mais isso. Por que Elsa detestava tanto as pessoas populares? Ela fechou a cara em fúria e disse, talvez um pouco mais alto do que pretendia.

– Qual a porra do seu problema, Elsa?! Se eu te incomodo só por ser popular, eu deixo de ser popular, agora se isso é uma desculpa para não falar mais comigo, fale agora e eu vou embora!

Um silêncio constrangedor seguiu e Anna pareceu se arrepender do que disse quando todo mundo olhou para ela com surpresa, com exceção de Elsa, que travou no lugar. Com medo, Anna só conseguiu pensar em sair correndo dali, seguida por Rapunzel que inutilmente tentou pará-la.

Enquanto isso, Elsa sentiu um cascudo em sua cabeça e olhou para o loiro corpulento que a encarava com uma expressão severa.

– Ow, que porra é essa?!

– Eu não quero nem saber o que está acontecendo. Você vai se desculpar com ela!

– Que diabos Kriss? Ela é dos populares!

– E daí? Ela é uma menina bonita, muito simpática, que está querendo fazer amizade com você. Você não terá outra chance assim nunca.

– Ei!

– Eu estou sendo sincero! Agora engole esse maldito orgulho e vai se desculpar com ela.

Elsa resmungou, mas ele estava certo. Ela podia ser dos populares, mas ela era boba demais pra parecer com alguém que estava tentando enganá-la e zoá-la novamente, então talvez ela pudesse dar uma chance. Ela realmente só não entendia o que Anna queria consigo, afinal, ela tinha todos os populares a disposição, se não eles, tinha também qualquer um outro de seu grupo que era bem mais social do que Elsa em si, que por anos fora chamada de Rainha Gelada por conta de sua frieza e temperamento não muito agradável.

Elsa passou um bom tempo resmungando e procurando pelo colégio, até o sinal tocar. Ela xingou alguns palavrões e foi repreendida por um professor que passava por perto. Puxando mais o capuz contra o rosto, como se isso fosse esconder toda sua frustração, vergonha e arrependimento, ela caminhou até sua aula.

Anna havia perdido o horário de aula e agora caminhava silenciosamente pelos corredores como se em cada canto tivesse alguém para dedurá-la. Ela quase gritou quando uma mão tocou seu ombro, mas outra enorme que tapou sua boca não a deixou, e ela olhou para trás com uma face assustada e com lágrimas nos olhos, confundindo o loiro enorme que estava parado ali.

Anna e Kristoff agora estavam do lado de fora, sentados em um banco, ambos olhando para o chão em completo silêncio. Haviam andado até ali, mas nenhum teve coragem de dizer nenhuma palavra até agora. Depois de quase 2 minutos, o loiro finalmente olhou para Anna e quebrou o silêncio.

– Você é Anna, certo? Perdoe a Elsa. Ela pode parecer muito desconfiada e meio rude... Mas ela realmente é uma boa pessoa.

Anna desviou o olhar e inflou as bochechas, não parecendo ter se convencido. Com tal atitude, Kristoff suspirou, como se soubesse que isso aconteceria.

– Sabe, depois que você saiu, ela saiu logo depois desesperada te procurando, parecia realmente arrependida.

Kristoff decidiu deixar de lado a informação que ele quem obrigou Elsa a ir. E ela não parecia realmente desesperada. Mas talvez no caminho realmente tivesse se arrependido. A informação distorcida pareceu iluminar os olhos de Anna, que voltou a olhá-lo. Ele abriu um sorriso meio bobo e coçou a nuca em seguida.

– Sabe... Eu acho que você é uma boa pessoa. E talvez coloque juízo na cabeça dela, então... Eu insisto que dê outra chance! Eu prometo que não vai se arrepender.

Ela torceu os lábios, pensativa, mas logo acabou cedendo.

– Certo, eu vou falar com ela.

O dia pareceu uma eternidade para passar. Elsa de repente estava ficando ansiosa, ela não conhecia Anna, e se Kristoff tivesse razão? E se Anna realmente queria sua amizade? E se fosse a única chance que teria na vida de conversar com uma garota legal e bonita que não estivesse ali totalmente apenas para ficar babando em um de seus amigos? Falando na garota em questão, esta quase dera um ataque cardíaco em Elsa ao tocar seu ombro do nada.

– Ei, nossa aula acabou. Tem alguma coisa te incomodando, Elsa?

Rapunzel tinha de falar baixinho, as paredes tinham ouvidos, e ela sabia o quanto Elsa odiava as pessoas sabendo demais sobre ela.

– Anna...

Ela resmungou em voz baixa o nome, e Rapunzel logo soltou uma risadinha.

– Não se preocupe com ela, conhecendo-a como eu conheço, eu sei que ela é difícil de desistir. Não sei se isso é algo bom ou ruim para você, mas você vai ter dificuldade para se livrar dela, eu garanto.

Com isso Elsa acabou relaxando, embora na verdade ela quisesse ficar irritada com Anna por saber que esta iria pegar no seu pé, afinal, Elsa não queria chateações, ela não conseguia se irritar. Talvez as palavras de Anna ou Kristoff tiveram algum impacto em sua mente afinal, mas Elsa só sabia que precisava falar com Anna novamente.

Poucas aulas depois era hora do intervalo, e Elsa, discretamente, avaliou todos os grupos populares que pôde encontrar, e não achou Anna, estranhando aquilo. Até o momento em que um par de braços a levantou do chão, e logo estava em um ombro enorme que conhecia muito bem.

– Você sabe que isso não era necessário, certo?

– Eu estou bravo com você, então foi realmente necessário.

Elsa bufou para evitar algum palavrão e Kristoff a carregou para... Algum lugar que ela não podia ver. Ela apenas via os olhares curiosos e se irritava, escondendo ainda mais o rosto com o capuz.

Quando fora colocada no chão, estava de cara com Anna. A ruiva parecia hesitante e estava encolhida como um gatinho assustado, Elsa não sabia bem como lidaria com aquilo.

– Meu trabalho aqui está feito, o resto é com vocês.

Então Kristoff saiu e deixou ambas sozinhas onde parecia as escadas que dão para o telhado, e ele mesmo se dirigia para o telhado. Ambas se entreolharam em silêncio, e Anna foi a primeira a quebrá-lo, se aproximando e colocando uma mão no capuz de Elsa, encorajada pela falta de reações a retirá-lo.

– Por que você se esconde de todos?

– Isso não é algo que eu precise responder.

A resposta de Elsa foi ríspida e brusca, assim como seu movimento para se afastar de Anna. Vendo que só tinha piorado as coisas ao olhar para a expressão ferida da ruiva, Elsa acabou suspirando. Seu lado arisco não iria ajudá-la de nada ali.

– Desculpe. Por tudo o que eu fiz. Eu não gosto de presenças estranhas. Minha vida me ensinou a desconfiar de tudo, e você definitivamente faz parte do grupo que devo desconfiar mais ainda. Mas... Eu pensei melhor. E vejo motivos para confiar em você, então... Não quebre minha confiança.

Elsa poderia ainda ser um tanto ríspida com as palavras, porém elas pareceram suficientes para Anna, que sem medir consequências abraçou a loira. O último abraço de alguma garota que recebera... Fora há muito tempo. Elsa se perdeu no cheiro doce de Anna, e nem percebeu quando a ruiva se afastou e abriu um sorriso brilhante.

– Desculpas aceita. Agora Kriss e os outros estão nos esperando. Vamos?

Elsa não sabia quando Anna começara a chamar Kristoff daquela maneira, ou quando mesmo havia socializado com seus amigos, mas ela não se importou. Apenas abriu um sorriso e concordou, segurando a mão que Anna havia estendido em sua direção e seguindo-a para o telhado.


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