Passaram-se dois dias.

– Jones. Temos que sair hoje e investigar o caso em outro ambiente.

– Certo m’lady. Quem vai dirigir?

– Pode ser você.

Ficamos um tempo dentro do carro enquanto Jefferson e Mary estavam dentro da casa conversando com duas vitimas.

– Dá para desligar o som, estamos em horário de serviço. Preciso ligar para Belle para ela pesquisar isso aqui nos livros.

– Ok, sorry madame.

Depois de conversar no telefone, comentei – Não vou dizer que fiquei com saudade das suas cantadas, mas notei, apenas notei que você ficou em silencio esses dias.

– Estupidez minha, não tava legal esses dias.

– Entendi, tem a ver com a Tinker?

– Ciúmes love? Quem diria que você iria se preocupar comigo assim.

– Deixa quieto e claro que não – me odiei novamente.

– Vi você conversando com o Graham.

– Hum? – engasguei.

No momento que ele comentou aquilo percebi que o Jeff me chamava para entrar e resolver o problema lá dentro.

Depois quando voltamos a delegacia e Killian entrou na minha sala eu chamei ele para se sentar e conversar sobre o que ele viu.

– Sobre o que você viu, acho melhor não espalhar para ninguém o que aconteceu.

– Não precisa se zangar, não sou assim.

– Tudo bem, obrigada.

– Bom, o que acha de irmos a academia amanhã depois do expediente.

– Okay – demorei responder pois pensei se não iria me odiar novamente por alguma estupidez.

Já na academia fiz questão de mostrar meu corpo a ele, ele estava com uma regata mas exibia seu corpo escultural.

– O clima aqui as vezes fica bem frio, nada melhor que fazer exercício e esquentar o corpo – comentou.

– Concordo – respondi.

– Sei que não quer falar o assunto, mas eu achei muito engraçado o Jefferson conversando com você, eu olhei para vocês e tentei imaginar o que ele dizia, algo como: “Baile real minha princesa, blábláblá”.

– E foi exatamente isso – rimos juntos.

Conversamos amigavelmente e numa boa até irmos aos nossos veículos. Quando ia sair percebi que o fusca não pegava, o motor tinha dado pau.

– Deixa o carro aí, amanha ligue para alguém vir busca-lo e dar um jeito no motor.

– É o jeito.

– Vem, te dou carona.

Quando chegamos na porta do apartamento agradeci e já ia subindo quando ele comentou algo.

– Achei que merecia algo em troca do favor, do presente, do trabalho, etc.. – disse apontando para sua boca.

– Por isso eu disse obrigada – e ele olhava fixamente para mim.

Não sei o que deu um mim, só sei que num piscar de olhos minhas mãos estavam agarrando o cabelo dele e meus lábios em sua boca carnuda.

– Isso foi... – ele dizia.

– Uma coisa de uma só vez.