Bellarke - The Wedding escrita por Commander
Octavia
— Dá pra acreditar? – Raven balançou a cabeça, encarando o chão com raiva.
Clarke já havia saído da casa das duas há quase uma hora e Raven ainda reclamava sobre aquilo. A verdade era que as duas ainda estavam com raiva da atitude da loira, porque aquele casamento era o principal assunto delas, as três não paravam de falar sobre aquilo desde que a Griffin chegara.
— Não dá mesmo. Por que eu não posso ir? Quem fez a merda foi você. – Octavia se sentou na cama, suspirando.
Ela não fazia a menor ideia de como contar para Lincoln que não iria mais no casamento, o qual eles combinaram de ir juntos. Aquilo não devia ser tão complicado, já que eles não eram realmente namorados, ou alguma coisa assim, mas eles tinham combinado desde que ele e a irmã chegaram à cidade.
— Que grande amiga você é, Blake. – Raven jogou uma almofada na morena, fazendo a outra se deitar na cama de ver.
— Que porra foi essa? – Bellamy entrou no quarto, com uma expressão de tédio. O moreno geralmente dormia grande parte do dia para trabalhar a tarde e fazer qualquer coisa que quisesse à noite, mas ficava difícil quando tudo que Octavia e Raven faziam era botar a casa abaixo. – Quem acabou de sair daqui?
Octavia desabafou:
— A Clarke. Ela expulsou a gente do casamento dela.
— Sério? O que a Raven fez agora? – ele arqueou as sobrancelhas, fazendo a Reyes, que se segurava para não ir atrás de Clarke, revirar os olhos.
— Bem, a nossa querida amiga Raven achou que seria uma ótima ideia dar um tapa na cara da noiva da Clarke.
Bellamy realmente tentou, mas não conseguiu segurar um sorriso. Ele estendeu o braço para Raven e os dois trocaram um soquinho, como se tudo estivesse na paz.
— Ah, cresçam, vocês dois! – Octavia resmungou, saindo do quarto.
(X)
Clarke
— Então, eu soube que a minha garota vai se casar. – Murphy falou, assim que Clarke abriu a porta de seu apartamento e deu de cara com o amigo. Os dois se abraçaram por um bom tempo, então ele entrou no apartamento. – Não podia deixar de conferir o cara primeiro. O futuro senhor Griffin.
— Olha, se você for me conferir... Já vou avisar que não sou seu tipo. – Lexa falou, entrando na sala, ainda usando seu avental de cozinha. Ela mantinha um sorriso no rosto. – Sou a futura senhora Griffin.
— Essa é a Lexa. – Clarke apresentou.
— Nossa, Clarke, que bom gosto. – Murphy sorriu, balançando a cabeça. – Lexa, se vocês terminarem um dia, eu te dou meu telefone.
Lexa riu, mas franziu a testa logo depois, como se tivesse uma dúvida:
— Espera, então você não é gay? Nossa, eu podia jurar que você e o Bellamy...
— Não. Quero dizer, ele pode até ser legal e realmente muito, muito atraente sem camisa, mas... Do que eu tava falando mesmo? – ele brincou e as duas sorriram. – Agora é sério. Eu tenho uma namorada, Emori.
Clarke admirou-se:
— Emori? Nunca tinha ouvido esse nome.
— Meu nome é Murphy, acho que não posso reclamar. – o moreno deu de ombros.
(X)
Depois que Clarke levou Murphy até a entrada do hotel e o mesmo foi embora com o seu carro, a loira começou a sentir um aperto no peito. Ela e Bellamy não se falavam desde o último encontro no elevador, e a loira não sabia como eles estavam.
Ela ia se arrepender muito daquilo, mas pegou seu celular e discou o número do Blake.
— Quem é? – Bellamy atendeu, depois de alguns toques.
— Sou eu. – ele ouviu a voz baixa de Clarke do outro lado da linha e franziu a testa. A loira passou uma mão na nuca, franzindo a testa. – Você... Apagou meu número?
— Fala rápido, Clarke. Eu estou meio ocupado agora. – ele falou e ela conseguiu ouvir barulho de música no fundo, como se ele estivesse em uma festa.
Ela limpou a garganta, sem graça:
— É que eu queria conversar com você. Queria perguntar se...
Ele ponderou, parecendo indiferente:
— Quer saber? Acho que você devia perguntar o que quer que seja para a sua noiva.
— Eu sei, só que...
— Clarke, eu não sou esse tipo de cara. Se quer desabafar e falar dos seus problemas... Não sou quem você deve procurar, ok? – ele falou, praticamente jogando um balde de água fria na loira.
— Wow, calma aí. Como você faz uma cena daquelas no elevador e depois age como se eu não fosse nada para você? Você não sentiu absolutamente nada depois daquilo?
— Não. – ele confessou, logo antes de desligar o celular, sem nem dar chance da garota dizer alguma coisa.
Clarke nem sequer desligou o telefone, apenas se deixou sentar na escada do prédio. Ela não podia imaginar o que levou Bellamy a falar daquele jeito, já que os dois falavam sobre absolutamente tudo desde que ela conseguia se lembrar.
— Levanta a cabeça, princesa, a coroa vai cair. – a voz de deboche de Anya se fez presente, enquanto a mesma vinha andando pela calçada até parar bem na frente de Clarke. Aquilo era estranho porque ela não via Anya desde o dia do jantar em que Lexa e ela assumiram o noivado e, agora, faltavam apenas três semanas para a cerimônia.
— Não estou com saco hoje, Anya. – Clarke confessou, bufando. – O que você quer?
Como sempre, Anya estava fumando. Suas roupas pareciam cada vez mais largas e desleixadas, seu cabelo continuava rebelde, mas, dessa vez, ela parecia um pouco... Tensa?
— De você, nada. – ela se sentou ao lado de Clarke na escada, como se as duas fossem muito próximas. Estava tensa, mas... Bem, ainda era Anya. – Cometeu um erro voltando a essa cidade, principalmente junto com a Lexa. Você tá cavando sua própria cova, loira.
— Você tá chapada. O que a Lexa tem a ver com isso?
Ela percorreu a língua pelos lábios, parecendo pensar no que dizer:
— Como você já percebeu... Lexa tem bastante problemas com nervoso e tudo o mais.
— Não, eu não percebi...
— Ela não te contou... – Anya sussurrou para si mesma, e então olhou diretamente nos olhos de Clarke. A Griffin podia jurar que estava dentro de uma cena de filme. – Lexa tem transtorno bipolar. Sempre foi uma coisa que ela sabia controlar, mas agora ela está fazendo coisas que eu nunca achei que faria. Tudo por sua culpa.
A loira arregalou os olhos:
— Minha culpa?! O que eu fiz? E por que está falando da Lexa como se ela fosse louca?
— Não é isso que eu estou dizendo. Estou dizendo que você não pode prever o que ela vai fazer. Lexa realmente te ama e amor demais é perigoso. - Anya avisou, como se já tivesse passado por aquilo antes. - Ela não foi assim sempre, sabe? Ela era... Era o meu anjo.
— Quem vê você falando dela desse jeito... Pensa que você é completamente apaixonada por ela. – Clarke reparou, desconfiada, o que fez Anya olhar para baixo. – É por isso que não gosta de mim... Porque... Você... Ah, meu Deus.
Anya mudou de assunto rapidamente, como se aquilo a incomodasse:
— Você e o Bellamy...Você e a Lexa...Isso não é um triângulo amoroso, Clarke. Você não vai escolher um dos dois e viver feliz para sempre... Não vai rolar, esquece. Está jogando um jogo sem volta.
Clarke achou que era mais uma das brincadeiras de Anya, mas o rosto da mulher estava tão sério que ela repensou isso. Era muita coisa para assimilar, de repente, ainda mais depois de sua "conversa" com Bellamy.
— Por que ela nunca me contou isso? – Clarke insistiu, na defensiva.
Anya deu de ombros:
— Lexa passou por muita coisa e... Sei lá, essas coisas mudaram seu jeito de pensar. Se eu fosse você, não subestimava a capacidade dela de fazer qualquer coisa por você.
Anya se levantou, ajeitando a mala que carregava no ombro, e Clarke franziu a testa:
— Está indo embora?
— Muita merda vai acontecer nessa cidade. E eu não quero estar aqui quando essa bomba explodir na sua mão. – ela andou alguns passos, antes de se virar e dizer por último. – Se cuida, Clarke.
Vendo Anya descer a rua, depois de ter descarregado tudo aquilo em sua mente, Clarke não sabia dizer o que aconteceu e como sua vida se transformou daquele jeito, em apenas um mês.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!