Looking For Angels escrita por LadyFullmoon


Capítulo 1
Capítulo 1- Um Anjo Perdido


Notas iniciais do capítulo

*História inspirada na musica Looking For Angels, Skillet
**Capa: imagem retirada na internet e editada por mim
***Espero que gostem^^



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“Going through this life looking for angels

People passing by looking for angels”

Passando por essa vida procurando por anjos

Pessoas passando pela procura de anjos

- Senhores... – Falou a jovem de longos cabelos azulados, cor exótica para a pessoa que era, e olhos de um negro raro e marcante. Ela estava sentada na ponta de uma mesa retangular de reuniões, ao seu redor encontravam-se representantes de diversos países europeus discutindo sobre a consolidação de um acordo internacional.

- SENHORES...- Pelas janelas da sala de reuniões o Rio Tâmisa, que banha a cidade de Londres, era o refúgio visual da empática reunião. Por muitas vezes, dentro das horas que passou ali, a geminiana distraia-se com aquela paisagem, o dia estava convidativo para uma bela corrida, uma volta de bicicleta ou simplesmente poderia ficar admirando, por dias, a movimentação que acontecia naquela metrópole, porém tinha uma missão e a cumpriria da melhor forma possível.

Cada um ali tentava tirar maior vantagem sobre os acordos comerciais que aconteciam, porém, a rivalidade de alguns países dificultava o trabalho de todos, principalmente da jovem diplomata inglesa, Katherine Bridge.
ela voltou a falar com um tom mais grave, e assim conseguindo a atenção de todos, deu uma tosse leve e começou a discursar.

- Vejo que começamos a nos exaltar, então, mais uma vez peço que mantenham a compostura – disse com pesar – temos grandes impasses em nossa mesa, principalmente em relação aos países do Leste Europeu. – ela levantou-se enquanto falava, e por mais uma vez naquele dia, admirava aquela paisagem- Avaliando o que já foi exposto por cada um de vocês, peço que analisem mais uma vez as propostas deste acordo e levem para os lideres de seus respectivos países, se todos concordarem, nós reuniremos na Conferência que ocorrerá em Nova Delhi e lá decidiremos finalmente os termos de nosso pacto. Tudo bem para os senhores? – ela inqueriu.

- Sim!- alguns disseram, outros acenaram com a cabeça positivamente.

- Ótimo! Nós encontraremos daqui a um mês e decidiremos tudo e, por favor, não esqueçam nosso principal objetivo. As vantagens econômicas são de extrema importância, porém abrir mais caminhos para os estudantes europeus é nossa finalidade. –ela completou sua fala, e com o consentimento de todos aquelas reunião foi encerrada.

Depois do termino na reunião, Katherine foi direto para o aeroporto, seu voo estava marcado para o início daquela tarde, depois de mais de 5 anos, voltaria a pisar em solo grego. Estava ansiosa, apreensiva, nervosa e em meio a tantos sentimentos negativos, incrivelmente feliz. Sempre fora conhecida por ser uma inconstância, seus sentimentos nunca foram explícitos e às vezes aparentavam certa anulação, todavia esse era o jeito da geminiana, fora a forma que ela encontrou para se proteger.

***

A inglesa estava em um taxi em sua cidade natal, Londres, nascerá a 26 anos, junto com sua irmã gêmea, Sarah, que se tornou uma grande bailarina e viaja o mundo com sua companhia, porém em suas épocas de descanso se estabelece na cidade de Atenas, na Grécia. As duas perderam os pais muito cedo, tinham apenas 12 anos, e graças a isso foram morar com seus tios paternos, John e Willian, eles eram os irmãos mais novos do pai das duas, assim que souberam da morte do irmão mais velho e que as sobrinhas teriam que morar com eles, quase enlouqueceram.
Foram momentos difíceis de adaptação, mas depois de certo tempo os quatro se acostumaram com todas as mudanças, principalmente as duas garotas, que tiveram que deixar a terra natal e irem morar no outro lado da Europa.

***


- Senhorita Brigde? - disse uma recepcionista assim que a jovem entregou a passagem e o passaporte. Ao reparar na composição da mulher, com longos cabelos azuis anil e olhos negros como a mais densa noite, a mulher fez uma cara reprovativa, como todos faziam sempre que a geminiana se apresentava.

- É estranho, eu sei, precisa ver o da minha irmã- disse risonha a recepcionista, que também riu. Tocaram poucas palavras e o Chek-in já estava feito. Kathe pegou sua bagagem e se dirigiu a sala de embarque, ainda teria 30 minutos antes de decolar.

“-Preocupada? Aflita? Ansiosa? Decidida? Ou Medrosa? - disse uma vozinha irritante na mente a geminiana.”

“Cale-se, você não passa de ser imaginário, que deveria ter desaparecido há anos” – disse a morena para a figura que serpenteava sua mente. Katherine a fantasiava como sendo um ser indeterminado, próximo ao gênero feminino, que não alcançava um metro de altura, que possuía uma voz fina de uma criancinha e vestia-se com um macacão rosa, para completar, ainda possuía cabelos ralos e esverdeados.”

“- Hahahahahah! Não vou embora porque você não me deixa, não cresce” – falou a personalidade na mente de Katherine.

“Era o que me faltava... Levar lição de moral da minha própria imaginação. Suma, já mandei seu projeto de Lupa-Lupa da Fantástica Fabrica de Chocolate” – Kathe retrucou.

“- Você não vive sem mim... Desconfiada como é, jamais conta seus segredos, você não desabafa (Só para mim, é claro) só que não sou real e é isso que você precisa, do REAL, de carne e osso... Precisa livrar-se dessa dor que ti correi, você só trabalha, viaja quase todos os dias, não tem um lugar certo para ficar, cai na balada como se não tivesse amanhã e quando volta fica se lamentando por coisas eu já deveriam ter sido superadas. “- a voz intermitente disparou.

- JÁ CHEGA- Katherine, dessa vez, falou e recebeu a atenção de algumas pessoas que se encontravam naquela sala de embarques. Corou com tal ato e a sua irracionalidade, era uma adulta que possuía um amigo imaginário que era seu porto seguro para todos os seus problemas o que era ridículo em seu próprio ponto de vista.

Resolveu deixar o que Lupa disse de lado e atentou-se para seu celular: Respondia mensagens, E-mails, fazia algumas ligações de pouca importância, mas que deveriam ser feitas, enquanto o tempo passava. Faltavam ainda 10 min para o embarque e ela já tinha feito o que podia no celular, tentava se distrair para que sua mente não voltasse a atormenta-la, sua impaciência aflorava e ela começava a balançar freneticamente o pé e bater a ponta das unhas no apoio do banco. Porém uma nova mensagem chegou.


“Gostaria de confirmar sua presença no Baile de Reencontro de Formandos...”.

Ao ler a mensagem à dúvida abateu-se sobre a geminiana, ela estava decidida a ir, por mais que seu subconsciente dissesse que não deveria. Seria a primeira chance que teria de reencontra-lo depois de tantos anos, depois de tudo. Não sabia o que diria, nem ao menos se falaria algo a ele, no mínimo queria vê-lo, se informar sobre o que havia acontecido em sua vida, mas agora, a vontade que tinha era de pegar a sua mala e ir para o seu apartamento. Queria desistir, para não sofrer novamente...

“Mas você precisa crescer...” – pronunciou apenas. E suas palavras ecoavam na cabeça da geminiana que ficou alguns segundos atônicas, mas foi despertada pela chamada de seu voo.


Voo 365 – Londres- Atenas- Voo 365 Londres- Atenas.

Os sentimentos que consomem Kathe foram nutridos em sua época de colegial. Aquele que possuiu seu coração encontrasse nesse período da história da jovem, seu nome era Asmita.

~flashback

- Turma, esse é nosso mais novo estudante de intercâmbio, seu nome é Asmita e ele veio da Índia. – disse uma professora que possuía uns 40 anos, cabelos castanhos e estatura mediana, usava óculos grandes e redondos e roupas que há deixavam 20 anos mais velhas.

Aquele era o 1º ano C do Liceu Ateniense, aquela turma possuía 25 alunos entre 14 e 16 anos. Todos estavam sentados em suas respectivas mesas com suas duplas, exceto por Katherine, que se encontrava só, na última mesa da sala, a cadeira ao lado estava entulhada de coisas da geminiana, de cadernos a peças de roupa. Naquele momento ela estava um pouco alheia ao que acontecia no local, o casal de passarinhos que estavam na arvore fora da escola era mais interessante para ela. Apenas ouviu da professora as palavras “Intercâmbio” e “Índia” e logo fez uma associação rápida.

- Vamos, cumprimentem o novo colega de vocês, quero que o ajudem a se adaptar – disse a professora. Com aquela frase, por um momento Kathe pensou que estava no jardim de infância.

- σας καλωσορίζω /sas kalo̱sorízo̱/ ( Bem vindo ) – Disseram todos os alunos em um único som, porém uma outra palavra foi ouvida do fundo da sala.
-
आप का स्वागत / Āpa kā svāgata/ ( Bem vindo) – Kathe, contra a turma, falou. Ela havia pensado que falará em um tom baixou, porém foi audível a todos.

- Não sabia que falava Hindi, Kathe – a professora falou.

- Seus ouvidos estão bons mesmo – a jovem ironizou, em nenhum momento, desde a entrada do garoto a menina o observou, estava fixada nas coisas que ocorriam fora de sua sala, na rua. Odiava o fato de esta presa entre quatro paredes daquela forma, não é que não gostasse de estudar, mas sim detestava aquela maneira de estudar, tudo tão artificial, longe do real.

- Obrigado- disse o jovem que até então estava calado e sua voz peculiar chamou a atenção da menina que ergueu sua cabeça para olha-lo. Ela ficou impressionada com o que via, ele possuía uma estatura elevada, e porte físico condizente, cabelos medianos loiros e pele clara, atípico para qualquer indiano. Usava uma calça jeans azul, camisa polo preta, tênis, usava uma mochila, porém apoiada apenas em um dos ombros, de uma cor próxima a da calça e óculos escuros Rayban.

Ela o encarou e ele fez o mesmo, queria muito descobri o que havia debaixo daqueles óculos, como eram seus olhos, seu rosto por completo e como se atendesse ao desejo silencioso da jovem ele retirou a armação negra revelando íris de um azul intenso e estonteantes.

- Namastê – ele disse por fim, fitando-a e fazendo uma breve reverência. Todos ficaram um pouco perdidos com o que ele fazia e se enrolaram ainda mais quando a garota fez o mesmo que o loiro. Juntou às mãos rente ao peito, como uma oração e inclinou a cabeça dizendo: - Namastê – ela deu um riso sarcástico para a turma e disse: -“o deus que habita em mim saúda o deus que habita em você”.

- Ótimo, já aprendemos muito hoje e pelo visto aprenderemos muito mais, não concordam? – a professora falou.

- Porque Kathe também é cultura – disse um aluno qualquer e todos riram.

A educadora aproximou-se do loiro e o orientou, ele começou a caminhar pela sala e ir em direção a geminiana que ficou sem reação, logo ao chegar ao fim da sala ele ficou de pé, a fitando, ao lado da mesa enquanto ela mantinha-se sem olha-lo.

- Esse é o único lugar vago... – ele falou sem jeito.

-Oh! Desculpa rapidinho – ela disse vermelha, suas coisas estavam espalhadas sobre a mesa e a cadeira ao seu lado. Sempre fora espaçosa e sentava-se naquele local não por ser excluída por todos, mas por pura comodidade em espalhar suas coisas sem se preocupar com quem estava ao seu lado. Ela jogou tudo dentro da bolsa e a colocou do seu lado da cadeira, tentou recolher-se a apenas a um lado da mesa para liberar o espaço.

- Obrigado e desculpa por lhe incomodar – ele falou.

- Não, não, relaxa. Eu sempre espalhei minhas coisas na mesa porque sempre sobrava uma cadeira, agora não mais. – ela disse sorrindo e recebeu em resposta um sorriso do loiro.


~flashback

Sentada na poltrona do avião, Kathe suspirou, sempre que lembrava aquele encontro sentia uma dor muito forte, mas não uma dor física e sim na alma. Machucava lembra o anjo de olhos azuis que a salvou da perdição, mas também a abandonou.

Uma lagrima teimosa ousou rolar pela bochecha da geminiana. Ela sentia-se uma idiota sempre que algo do tipo acontecia. Desde a morte dos pais, transformou-se em alguém forte, para poder ajudar a irmã a superar aquela fase tenebrosa da vida das duas. Tornou-se alguém determinada e quase sempre conseguiu o que quis como, por exemplo, o azul anil que domina seus longos cabelos.

Aos 16 anos, quando foi aprovada para ingressar na faculdade, descoloriu e pintou todo o cabelo com aquela cor exótica, seus tios quase enlouqueceram na época, foram denunciados para o conselho tutelar por não darem limites à menina e que ela estava se transformando em uma rebelde.
Mas Kathe foi firme em sua decisão. Aquele era o último pedido de seu amado antes de partir e por mais que ela o odiasse por tê-la deixado resolveu cumprir com seu desejo e também porque desejava lembrasse todos os dias de seu loiro de olhos azuis.

A jovem passou por períodos conturbados em sua vida e quase se perdeu pelos caminhos tortuosos, no final, aqueles cabelos era o símbolo de independência e segurança da mulher que sempre conquistava tudo, mas sabia da inverdade daquela colocação, pois perdeu sua maior disputa e como consequência seu maior e único amor. ​

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? adoraria saber as visões iniciais de vocês.



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