Nadie dijo que sería fácil escrita por Miss Addams


Capítulo 12
Doze




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Dulce

... El tiempo vuela y es el pasado el que regresa descubriendo las heridas del ayer. Y en sus rincones vienen visiones y promesas esa dulce imagen que solía ser

Me sentia desconfortável, de alguma forma muito estranha eu me sentia assim. E fechei os olhos para sentir melhor a música, não tinha método melhor que esse, escutar com olhos fechados e deixando a imaginação fluir e deixar as emoções e sentimentos te dominar.

E comecei a cantarolar baixo a música, completamente envolvida pela melodia e pelos meus pensamentos.

:- Escucha lo que dices pero el pasado lleva cicatrices que solo el tiempo me podrá curar – escutei a voz de Billy adentrar nos meus ouvidos - y escucha cuando digo que solo quiero amarte a ti, a ti. – e abri os olhos com o coração vibrando e sentindo que eu tinha que olhar em uma direção certeira.

E foi certo, meus olhos caíram direto nele e o olhar que eu sentia sobre mim. Era o dele, não estávamos assim tão longe, então era por isso que me sentia tão estranha?

Não talvez por que eu estava no show de comemoração de quase 20 anos da banda, Motel, onde o vocalista já foi além de só um amigo, Billy veio me cumprimentar antes do show começar feliz por me rever. Pouco tempo depois Pepe, vocalista da banda Panda, que faria uma participação no show de hoje também veio me cumprimentar, mas não tão feliz ele veio muito mais pela curiosidade de me rever.

E estando num mesmo lugar com três homens que já foram seus ex, fazia sentido eu me sentir estranha, sem saber como agir. Porém, me sentia justamente assim por senti o olhar de Poncho em mim. Ainda mais quando tocava uma música como essa.

Nenhum de nós dois desviava o olhar até parecia que várias pessoas do elenco, não estavam entre a gente.

:- Que quiero entenderte, soñarte y llevarte a simplemente hasta recordar el tiempo a la verdad – eu voltei a cantarolar, dessa vez olhando para ele, hipnotizada. - y quiero escucharte, mirarte y llenarte en cada instante y cada despertar…

:- Dulce?

Demorei para escutar quem estava me chamando, demorei ainda mais desviar o olhar para ver quem me chamava.

:- O que eu perdi, amiga?

Fiquei sem graça diante dela, de um momento para o outro.

:- Nada Iva, eles começaram a cantar A ti, só isso.

Quando soube que queriam reunir o elenco da novela para comemorar o sucesso que ela estava tendo, ainda mais fechariam um show com alguma banda, logo pensei em chamar Ivalu para vir junto. Assim finalmente sairíamos desde minha volta.

:- Então eu não perdi muito mesmo, vem vamos, Pedro conseguiu uma mesa para gente ficar, assim podemos beber um pouco enquanto curtimos o show?

Fiquei sem saber o que fazer, por mais que tivéssemos em pé, estávamos num bom lugar. E quando fiquei nessa indecisão voltei a olhar onde Poncho antes estava e não o vi lá, não protestei quando senti Iva me puxando pelo braço, me levanto para o lugar que deveria ser o nosso.

:- Já pedi nossas bebidas. – Pedro comentou feliz, mostrando as bebidas na mesa. Enquanto nós sentávamos.

:- Ah que maravilha. Estava sentindo minha boca seca. – Iva tomou um generoso gole da sua cerveja. – Então, fazia tempo que não vinha num show desses.

:- Eu também. – confessei rindo. – Muito tempo fora, muito tempo com Dominique.

:- Nem fale da pequena, Vicente e Mauro, só falam que querem ver ela de novo. – Pedro, comentou falando dos filhos gêmeos.

:- Podemos marcar algum final de semana, algum programa com todos eles. Algo bem light, como um parque, quero descansar um pouco e ao ar livre seria ótimo. – sugeri para eles, enquanto olhava o palco vendo o show.

:- Eu topo, também quero ficar deitada e vendo eles brincarem diante de nossos olhos. – Iva concordou comigo.

:- Resta saber quando é que você poderá, não é Dulce? Do jeito que as coisas andam, só podemos fazer algo assim quando a novela terminar. – Pedro riu.

:- Não fale assim, temos que pensar positivo. – sorri para eles.

E voltei a olhar o palco, vendo a próxima música começar, mas meus olhos voltaram a percorrer a plateia formada pelo elenco e produção da novela, até membros da imprensa selecionados cuidadosamente, eu não encontrava Poncho em lugar nenhum.

:- Dul, sabe quem perguntou de você? - Ivalu voltou a me chamar atenção.

:- Hm.

:- Nem quer adivinhar?

:- Ninguém vem a minha cabeça. – pensei olhando para cima, tentando me lembrar de alguém.

:- Rodrigo. – Pedro quem me revelou.

:- Rodrigo? - juntei a sobrancelha.

:- Não se lembra do próprio ex, Dulce. – Iva riu de mim.

:- Claro que lembro, só estranhei ele ter perguntado sobre mim. – dei os ombros.

:- Sim, ele perguntou como você está, sabe essas coisas. – Ivalu, também deu os ombros.

:- Mas, ele não está casado, com filhos e tudo mais? - perguntei confusa.

:- Está, e o que impede de ele querer saber de você? - Pedro ficou confuso.

:- Nada. Só achei estranho, mande lembranças a ele e a família. Talvez podemos marcar algo, não sei.

E agora os dois deram uma gargalhada juntos. Me deixando mais confusa.

:- Que passa?

:- Como faz amiga? - Ivalu deixou de rir para me olhar depois com os cotovelos apoiados sobre a mesa.

:- Fazer o que?

:- Ficar amiga de ex. Eu nunca consegui.

:- Ainda bem, por que foi ai que me dei bem, mas eu também me surpreendo Dulce, por que também nunca consegui ficar amigo das minhas ex-namoradas.

:- Amor, ainda tem mais, ela não só fica amiga como ainda deixa eles, hmm, como posso dizer, com saudades dela. Ai que orgulho ter uma amiga poderosa assim, mesmo quando não faz nada eles ainda ficam caídos por ela. – Iva riu junto com o marido me deixando sem graça.

Eu não sabia o que acontecia comigo, acho que tirando Memo que não tive nunca mais contato, e Poncho que tenho uma relação incerta, passamos de amigos e inimigos desconhecidos durante todo esse tempo. Sempre tive uma boa relação com meus ex-namorados, ou sempre procurei manter.

Talvez esse seja o meu primeiro passo para superar, perdoar todos os erros e fracassos que cometi, aprender com eles e seguir em frente. Entra também um pouco de admiração apesar de tudo, todos meus namorados eu admirava algo então quando terminávamos, sempre quis que eles fossem feliz.

Fora que eu sempre terminava e voltava, dando uma outra oportunidade.

Com Rodrigo também foi assim, terminamos e voltamos algumas vezes, porém o que nos separava era uma palavra, ou melhor, duas. Casamento e Carreira.

Como ele era mais velho, já era mais amadurecido que eu, e sempre quis se casar comigo, eu costumava pensar que ele talvez tivesse aparecido num momento errado, com as intenções certas. Eu queria me casar, mas não naquele instante, minha prioridade era viver meu sonho de cantora, minha carreira era tudo. E esse era o tema dos nossos desentendimentos, ele já tinha uma carreira feita, e eu não.

Quando terminamos definitivamente, eu tive o evento nos Estados Unidos quando também tive o que eu pensava a ser meu último momento com Poncho. Nunca mais nos vimos e nem tive notícias dele, até agora.

:- Gatita! – senti uma mão tocar meu olho falando comigo alto por causa da música. Nós três da mesa nos viramos para ver o casal.

:- Hei Maite. – sorri para ela. Assim que ela cumprimentou os dois e me deixou por último.

:- Viu Poncho por aqui? - ela me perguntou.

:- Não, faz um tempo que não o vejo.

:- Voy a decirte que la distancia termino, como es posible frente a mis ojos sucedió… - Mane que estava entretido vendo o show, apareceu na conversa, já cantando. – Vem amor, vamos dançar essa música. – ele puxou delicado a mão que estava entrelaçada com a dela.

:- Calma Mane, tenho que achar Poncho.

:- Ali ele está ali, dançando com Angelique. – Mane apontou para algum lugar na plateia. E não pude evitar olhar na mesma direção apontada. Ele, realmente estava dançando com ela, onde será que ele foi?

Ainda vi Mane arrastar Maite para a pista onde ela nem teve tempo de se despedir, quando chegaram começaram a dançar, até trocar os papeis, Maite puxou Poncho para dançar e conversar, e Angelique com Mane, dançando Somos aire que Motel estava cantando e tocando.

Sem querer comecei a me balançar conforme a música, tendo uma vontade de me levantar e dançar.

:- Você não tem jeito, não é Dulce? - desviei o olhar de Poncho e Maite conversando e dançando para ver Iva me olhando.

:- Por que, Iva?

:- Se você pudesse ver seus olhos agora, o quanto mudam e ficam concentrados nele. Dulce, está apaixonada de novo?

:- Que, do que está falando Iva, eu...

:- Dulce, eu reparei como se olhavam antes de te chamar para vir sentar, fora todas as desviadas de olhar, procurando por ele, enquanto estamos sentados. Ai amiga. – ela suspirou balançando a cabeça.

:- Iva, pare, está agindo como se eu e ele tivéssemos ficado e eu tivesse contado que estou arrependida ou que, eu tivesse contado que voltamos.

:- Dulce, você sabe não quero que você volte com ele. Sabe de uma coisa, eu tenho um cara legal para te apresentar. – ela sorriu. – Ele já aparece por aqui, é um amigo de Pedro e meu também.

:- Ivalu. – Ela me interrompeu antes que eu a reprendesse, parecia que estava voltando no tempo, quando ela me falava sobre Rodrigo.

:- Dulce, tem que conhecer pessoas novas, se apaixonar dar uma oportunidade. Quem sabe, você goste do cara e de uma chance a ele. – ela incentivou.

:- Mas, Iva eu nem sei se quero, tenho trabalhado tanto que não tenho tempo para nada e além do mais...

:- Tem o Poncho, sempre ele, sempre. – ela revirou olhos. – Dulce, pense e tudo o que passou com ele. Acha que essa altura depois de todo o que sofreu, ainda quer dar outra chance a ele?

Com as palavras de Iva me veio um medo. Eu olhei discretamente para onde Poncho estava, e a abaixei a cabeça negando. Meu coração dizia que devia levantar e ir dançar com ele, mas minha razão dizia para pensar no que Ivalu, me contava.

Ela estava certa, afinal de contas, por mais que quisesse que ela estivesse errada. O que eu passei não foi fácil, eu não devia está assim tão confusa. Afinal passou tanto tempo e devia ter superado. Estava com medo de apostar de novo, num jogo que já estava perdido.

:- Dul, não tenho nada contra Poncho. Sabe ele é um cara muito talentoso, uma grande pessoa. Gosto dele, mas não como seu namorado. Não te apoiaria se você voltasse com ele, por que eu sei o que você passou durante esse tempo, eu vi o quanto abalada ficou, o que sofreu, quer passar por isso novamente?

:- Não, não quero sofrer...mas.. – balancei a cabeça confusa e pegando minha bebida e sem saber o que fazer.

:- Então Dulce para. Às vezes o coração é mal conselheiro, ele não pensa no depois e é você que tem que lidar quando é descartada. Ele é masoquista, gosta de sofrer. O que te aconselho é se não quer sofrer, então se afaste de Poncho e conheça outro cara. – ela me olhava séria para me convencer. – Olha ele chegou vou lá buscá-lo, já volto.

Ela se levantou e para encontrar o tal cara, e eu fiquei sem saber como recusar conhece-lo. Eu estava com medo, medo de tentar algo com Poncho e fracassar de novo.

:- Dulce?

:- Sim, Pedro. – voltei minha cabeça para onde ele estava, como sempre quando Iva e eu falávamos de Poncho ele ficava escutando apenas.

:- Não escute Iva. – ele deixou de olhar seu copo de cerveja e me olhou.

Ficamos nos olhando, e fiquei sem entender, Pedro contrariando Iva num assunto como esse, aliás ele não se metia nisso a não ser que Iva pedisse.

:- O coração pode ser mal conselheiro, mas ele sabe o que é o melhor para nós. Sabe, não leve a mal Iva ela não quer você sofrendo, mas ela não sabe o que pode ser melhor para você. Apenas você sabe. Se ele é o cara que você ama, dê todas as oportunidades, nada é por acaso, se eu não tivesse insistido com Iva hoje não estaríamos casados. – ele sorriu fechado. – Você sabe o que é o melhor para você.

:- Exatamente, ela sabe. – Iva apareceu e piscou para mim. – Dulce esse é o Eduardo. Eduardo essa é Dulce.

:- Oi, Dulce é um prazer conhecê-la. – ele veio sorrindo, me cumprimentar.

:- Oi, Eduardo, também é um prazer conhecê-lo. – o cumprimentei - Senta com a gente.

Me decidi.

...


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