–-Você o que? –os dois disseram em coro.

–-É... Estou namorando.

Stiles estava perplexo demais para dizer alguma coisa.

–-Stiles?

–-Preciso ir embora.

Ele virou-se, e tentou descer pela janela.

–-Fica, por favor.

–-Lydia não dá. Eu finalmente entendi o que eu sinto por você! E merda, quando eu finalmente descubro você esta namorando. Namorando Lydia!

–-Eu não podia esperar você para sempre.

–-Ótimo. Posso sair ao menos pela porta da frente? Assim levo o resto da minha dignidade comigo.

Stiles, sempre tão dramático. Lydia o acompanhou até a porta e pensou se deveria ou não o abraçar.

–-Acho melhor ficarmos afastados por um tempo –foi tudo o que ele disse, antes de virar as costas e sumir na escuridão.

No dia seguinte, Stiles não acordou com o despertador. O que indicava ser algo bom. Fim de semana. Malia estava ao seu lado, mas ele não podia nem imaginar como ela havia chegado ali.

–-Bom dia? –aquilo soou mais como pergunta do que como saudação.

–-Bom dia amor...

Amor? Stiles não estava entendendo mais nada.

–-Fiquei tão feliz com a sua mensagem ontem, que decidi vir imediatamente na sua casa.

–-Mensagem?

–-Sim.

Ela pegou o celular, e o mostrou para Stiles.

“AiMOr, achoe que deverianod reartar!11!! Beijois –Stillees”

–-Percebi que escreveu um pouco errado, mas deu para entender tudo... Sabia que iriamos voltar.

Ela beijou o moreno, que se lembrou rapidamente da noite passada. Assim que saiu da casa de Lydia, Stiles foi até o bar e encheu a cara. Depois, provavelmente arrependido e com raiva, pediu para reatar com Malia. Mas que mal haveria? Lydia estava namorando, porque ele então não podia?

Um mês depois.

Lydia e Parrish estavam almoçando em família. Os pais dela adoravam o rapaz, então quase todo domingo ele almoçava na casa dos Martin.

–-Aceita mais uma dose de conhaque? –perguntou o pai de Lydia, que havia desmarcado algumas reuniões de trabalho apenas para almoçar com o namorado da filha.

–-Não senhor, obrigado.

–-Lydia fala muito bem de você...

–-E eu falo muito bem dela para a minha família, com toda certeza.

Stiles e Lydia não conversavam desde “a noite das revelações”. Eles ainda andavam com o mesmo grupo de amigos, mas não conversavam. Mas Lydia não saia mais com eles. Preferia sair com Parrish. Os pesadelos de Stiles estavam mais aterrorizantes. Eles apareciam de diversas formas e em diversos momentos.

Stiles e Malia ainda estavam juntos. E para ser sincero, o namoro estava indo bem.

–-Stiles? –gritava Lydia correndo atrás do melhor amigo.

–-Já estamos chegando Lydia! Corra.

Depois de correrem por mais dez minutos, Stiles parou sem aviso. Lydia parou também. Chegaram a uma arvore enorme, perto do bairro onde moravam.

–-Essa... Vai ser a nossa arvore.

–-O que? Uma arvore só nossa?

–-Sim! Mas para isso precisamos colocar nossas iniciais gravadas na arvore.

Stiles correu para subir a arvore, e Lydia vinha logo atrás.

–-Deixe-me o canivete que está em sua bolsa.

Obedecendo-o, Lydia pegou o canivete e o entregou.

“S e L. Melhores amigos para sempre”.

Lydia estava sentada de baixo de sua arvore com Stiles. Mesmo depois de tanto tempo, ela ainda sorria e sentia-se feliz por estar perto da arvore deles. Pensou em chorar, para suprir a saudade, mas não adiantaria. Também pensou em beber, mas logo passaria. Então ela retirou um caderno da mochila, e uma caneta. E deixou seu sentimento se transformar em palavras.

Ô para sempre. Quem dera que ele existisse até o fim dos dias. Você me jurou que iria permanecer comigo, para sempre. Disse que nunca iria me deixar, ou me magoar de novo. E que quando fizesse isso, viria correndo justificar o erro, e me abraçar sem vontade de soltar. Mas você mentiu. Do modo mais difícil, aprendi, que até o para sempre acaba. Você não vai estar sempre comigo. O nosso "para sempre", acabou. Que seja eterno enquanto dure. Nosso para sempre, eterno, ou infinito, acabou. Sinto sua falta, tanto como uma abelha sente falta do mel. Gostava de sentir você. De quando você me ligava de madrugada, dizendo me amar bem baixinho. Só pra eu saber, que era importante. Ou quando acordava cedo, e já aparecia um "bom dia" no visor do meu celular. Ah, como aquilo iluminava meu dia. Você me abraçava forte, e eu sentia que estava no lugar mais seguro do mundo! Que aquilo nunca teria fim. De quando você apertava a minha mão, pra só assim, eu entender que tudo aquilo era real. Que não era mais um sonho de um cochilo à tarde no sofá. Sinto sua falta. Mais do que gostaria de sentir. A vontade de correr até você, e contar tudo o que eu sinto, é enorme. Porém, já é gratificante ver você feliz. Mesmo que sua felicidade não inclua minha pessoa. Não estragaria isso por nada. Não faria nem uma pessoa, passar pela tortura que eu passei, de ser esquecida no passado.

Assim que terminou de escrever, Lydia sentiu-se melhor. Mas uma coisa martelava em sua cabeça. Será que seus sentimentos por Stiles não eram mais intensos? Quer dizer, mais íntimos?...

–-Stiles, o filme começa em dois minutos! –gritou Scott da cozinha.

–-Já estou indo, Malia está tentando colocar a lâmpada no lugar certo.

Malia, Allison, Scott e Stiles haviam combinado de assistir a um filme de terror. Porem, a namorada de Stiles quebrou a lâmpada do abajur de Allison, e estava tentando rosquear uma nova lâmpada, mas sem sucesso.

Depois de tantas tentativas, ela finalmente conseguiu, e então eles desceram correndo para assistir ao filme. Assim que se sentaram no sofá, e o filme deu-se inicio, Stiles agarrou Malia.

Já na metade do filme, quando as coisas começam a ficar assustadoras, Stiles sentia um medo incontrolável. Malia até achava engraçado. O protagonista estava correndo de um vulto, quando recebeu uma mensagem no celular, e quando foi verifico, o vulto tomou conta do seu corpo.

No mesmo momento, o celular dos quatro apitou.

–-Que merda! –exclamou Stiles assustado.

–-É apenas uma mensagem! Calma...

“Oi gente! Amanhã darei uma festa na minha casa de Campo. O endereço segue em anexo para vocês. Será as 8h da noite. Espero todos lá! Grande beijo –Lydia”.

–-Já estava na hora de uma festa!