O Caminho da Expressão escrita por GMarques


Capítulo 11
A Leitura É Perigosa


Notas iniciais do capítulo

Então, demorei para postar hoje porque estive o dia inteiro atualizando o meu computador para o Windows 10 e aqui estou.
Notícias:
Novos capítulos aos primeiros, terceiros e quintos sábados do mês de agosto. Hoje primeiro sábado, próximo dia 15.

BOA LEITURA!



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Nossas aulas foram suspensas, não terá muitos alunos agora que a maioria está morta. Fábio me disse que eu fosse direto para a sua casa assim que saísse do trabalho, mas prefiro buscar Helena em seu trabalho primeiro, é perto daqui. Ando um pouco e encontro-a saindo do pequeno prédio em que ela trabalha. Ela se aproxima.

—Marcos, o que veio fazer aqui? —Ela parece surpresa, chega mais perto e sussurra —Você conseguiu?

—Quase. —Respondo.

—Como assim quase? —Ela aumenta um pouco o tom mas ainda sussurra.

—Vamos para a casa de Fábio. —Começo a caminhar e ela faz o mesmo —Lá explico, aqui é muito inseguro.

—Está bem. —Responde.

Quando chegamos ao prédio 25 o porteiro está atrás do balcão e nós paramos de frente para a porta, ele nos observa de cima a baixo e pergunta:

—São Susane Tar e Marcos Merk?

—Somos. —Respondo e me aproximo do balcão.

—Prefiro ser chamada de Helena. —Ela se aproxima também.

O porteiro não dá muito atenção à ela e fala:

—Alice os espera. Subam até o 8° e repitam o que fizeram ontem.

—Como você sabe que... —Helena começa a perguntar mas é interrompida.

—O prédio está cheio de câmeras. —Ele responde.

—Obrigado... Vamos Helena. —Digo, o porteiro permanece atrás do balcão e digita algo no computador.

Como dito, repetimos o que fizemos, subimos até o oitavo e descemos as escadas até a porta com o sete vermelho escrito. Dessa vez Alice nos esperava no corredor de frente à porta aberta.

—Entrem. —Ela nos fala.

Nós dois obedecemos e entramos. O branco extremo na parede, nos móveis e em todo o lugar é muito enjoativo. Normalmente é nessa hora que Fábio sai de uma das portas da casa, mas isso não aconteceu, então não hesito em perguntar-lhe:

—Onde está seu pai?

—Estou aqui, —Ele sai de uma das portas, atrasado, mas sai —chegaram numa boa hora, venham comer algo.

—Só queremos falar com o senhor e vamos embora. —Helena fala, e é realmente isso que pretendo fazer, nada mais.

—Vamos, não façam desfeita. —Alice diz passando a mão em nossas costas e nos forçando gentilmente para a porta.

Atrás desta há uma cozinha simples mas bonita e planejada, aqui o branco divide espaço com detalhes pretos nos armários. Sentamo-nos à mesa com um convite de Fábio que nos oferece um pedaço de bolo, bolos não são muito baratos. Na mesa há algumas outras coisas, que considero muito em relação ao que Júlia e eu racionamos em casa.

—Fábio, eu... —Sou interrompido.

—Tome um pouco de café. —Diz Alice servindo-me e fazendo o mesmo com uma xícara ao lado de Helena.

—...Eu... —Melhor que eu troque por uma pergunta. —O que é a Concentração 006?

—É onde seu pai está. —Ele responde.

—Eu descobri isso hoje, mas como você já sabe se me mandou para descobrir isso? —Pergunto desconfiado, qual seria o propósito disso?

—Já sabemos disso há muito tempo. A Concentração 006 é uma das seis concentrações que existem pelas áreas restritas, para onde levam aqueles que não matam. —Ele responde terminando a fala com um pedaço de bolo na boca.

—Se já sabiam... —Sou interrompido novamente.

—Precisávamos descobrir se você era tão corajoso quanto o seu pai e descobrimos. —Ele me olha dando um pequeno sorriso forçado.

—Colocaram Marcos em risco para fazer um teste?! —Helena se levanta nervosa.

—Todos já estão risco, —Alice aparece atrás dela para acalmá-la —desde o momento em que vocês foram àquela reunião.

—Queríamos respostas. —Digo.

—E vocês vão tê-las. —Fábio mantém sua voz naturalmente rouca calma.

—Vamos precisar sacrificar alguém para isso? —Helena pergunta com um tom sarcástico, é claro que não terá sacrifícios, mas ela está brava.

—Não, sem sacrifícios. Querem a resposta sobre o mundo? —Ele espera respondermos mas nem eu nem Helena responde e então ele continua —Konets nem sempre foi Konets, o mundo nem sempre foi assim.

—Diga-nos algo que não sabemos. —Helena fala de um modo ainda irritado.

—Eu não lhes direi, —Ele estende a mão para a filha a fim de pedir algo e ela abre um dos armários pegando um pequeno pacote marrom atrás de alguns potes para lhe entregar —mas isso vai. —Ele estende o objeto para mim e não hesito em pegá-lo.

—O que é isso? —Helena e eu perguntamos ao mesmo tempo.

—É um livro de história. —Alice quem nos responde com um pequeno sorriso de canto.

—Temos vários no Centro Educacional. O que faz este especial? —Helena indaga.

—Todas as outras cópias foram queimadas, talvez existam algumas outras poucas por Konets ou esse é o último impresso. —Fábio conta —É um livro da história de Konets, mas não a história que vocês aprenderam na escola e sim a que realmente aconteceu.

—Devem tomar cuidado com este livro, é um crime tê-lo. —Alice nos adverte, seus lábios se destacam com a palidez de sua cara.

—Como saberemos que o que tem aqui escrito é verdade? —Pergunto.

—Vocês quem decidirão acreditar ou não. —Ele força a voz de um jeito que faz a parte rouca sumir por um instante.

—Está bem, vamos embora agora. —Me levanto e Helena que já está de pé vai até a porta que dá acesso à sala comigo —Obrigado pelo café.

—Volte quando terminar de ler, será muito interessante debatermos sobre o livro. —Alice nos fala.

Antes de ir tenho que fazer uma pergunta, tenho que tirar esta —dúvida:

—Fábio, o meu pai, se ele está na Concentração 006, ele está vivo?

—Eu não sei. As concentrações podem ser campos de trabalho, como disse, podem ser laboratórios de pesquisas, uma prisão ou... —Ele para.

—Ou o que? —Peço que continue.

—Ou um grande cemitério. —Ele ofega, de certo modo, para dizer.

Decido não responder, só saio com Helena para sala, acompanhados de Alice, e depois para o corredor do oitavo andar.

—Marcos, esconda bem este livro e não deixe que ninguém o veja. —Alice fala com um tom de preocupação em sua voz —O simples fato de saberem da existência desse livro os condenam à morte, a leitura é perigosa para eles pois amplia a mente e seus pensamentos.

~~~

Chegamos a casa. Passamos na casa de Helena para avisar os pais dela de que ela estaria aqui, minha irmã já estava em casa quando chegamos então lhe contamos tudo, menos a parte de que descobri sobre meu pai, quero ter certeza antes de dar-lhe esperança de que o nosso pai está vivo.

—Quando lermos isso vamos para o clubinho de leitura, Marcos? —Helena pergunta, ela está muito estressada desde um tempo para cá.

—Se necessário sim. —Respondo.

—Vamos abrir logo. —Júlia fala ansiosa.

Tiro a fita fina preta que segura o papel marrom de embrulho e desenvolvo-o do livro. O livro é cinza e fino, em sua capa está humildemente escrito em dourado: Resumo - A História de Nosso Próspero Novo Mundo. O autor é dito como Vitor Germano.

—É um título intrigante, não acham? —Júlia pergunta-nos.

Sem responder viro a primeira página que está amarelada e velha:

PRÓLOGO.

"Das embarcações que nos trouxeram ao novo mundo até hoje em que o novo mundo nos levará a um real novo mundo: à liberdade, à felicidade, às descobertas e a novos limites. Aprendemos com os erros e agora vamos mudar para que sejamos dignos da Terra."

–Projeto Konets.

—O que isso significa? —Helena pergunta.

—Vamos ler para descobrir.


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Notas finais do capítulo

Não pude fazer a revisão deste capítulo, desculpem-me. Comentem, acompanhem, favoritem, façam o que desejem. :)



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