Poison escrita por Ste


Capítulo 1
O Cientista, Insano




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Calleb percorria a passos largos pelo corredor, passando pelas portas separadas de maneira uniforme, insuportavelmente brancas, as paredes de um azul opaco - o papel, na verdade, ligeiramente debilitado pelo tempo e com algumas finas linhas que mais pareciam veias arroxeadas nas pernas das senhoras mais velhas, apesar de que nas paredes aquelas veias eram de uma cor azul um tanto mais escuro do que a que predominava no ambiente - eram demasiadamente familiares. O Analista precipitava o andar à medida que se aproximava do único quarto realçado, ouvindo os característicos barulhos das explosões ressoarem pelo estreito corredor. O loiro pôs a mão na maçaneta de metal frígida, girou-a e penetrou no dilatado cômodo violeta, o chão era de mogno e varias coisas das mais variáveis procedências se minavam por ele, Calleb até que achou uma seringa e franziu o cenho, comumente aquilo não era uma boa coisa. O teto era adornado minuciosamente por vários fios de barbantes com papéis cheios de algoritmos encrustados neles.

Aquele quem o Analista vigiava deparava-se acocorado sobre a mesa de mármore à direita com dois frascos em ambas as mãos, um chispava num incandescente verde e o outro num hermético rubro, o moreno juntou os dois, porém nada do que ele provavelmente ambicionava aconteceu, já que a nova reação química nada mais fez que tão-somente borbulhar. O cientista abaixou-a sobre a mesa, ao lado de outros quinze vidros iguais e pouco se demorou a perceber Calleb quieto pendido à parede fria.

O analista ressaltou com seus olhos azuis e frígidos enquanto Sailon, com seu corpo magro, trajes largas e sorriso louco, descia da mesa transtornada chutando frascos, documentos, compassos, lápis, esferográficas e o que estivesse em sua frente, apenas parando para atenciosamente pegar um vidro violeta individualizado, para logo correr para Calleb.

— Calleb! Calleb! Veja! - o sorriso alienado no semblante de Sailon não mudou em nada a expressão congelante do loiro - A minha mais nova obra!

O pardo parou a poucos metros do bisbilhoteiro e mostrou-lhe o que seu frasco prestímano podia fazer. Sailon despejou o liquido no ar, todavia, provocando a gravidade, a substância do vidro cristalino apenas flutuou no ar, serpenteou e voltou à zona de ascendência.

O homem da ciência tampou o vidro curvado e voltou a andar, abandonando o exame em um canto qualquer.

— Para que nos convém, ainda desconheço, mas parece-me formidável. - ele ia proferindo, ainda acalorado pela descoberta, o que dava para intuir pelo brilhantismo incendiário dos seus olhos heterocromados.

— Esse não explodiu. - o loiro restringiu-se a comentar tombando a cabeça para o lado.

Sailon enfim chegou ao seu destino, pôs as mãos nos ombros extensos de Calleb e inclinou-se para um afetuoso beijo, que não lhe foi restituído.

— Creio que posso criar em meu novo plano uma bomba que detone apenas em uma direção - o cientista dos olhos fanáticos prosseguia a raciocinar, mas dessa vez nas encurtadas interrupções despejava beijos nos lábios do analista

— Como apenas horizontalmente, ou verticalmente - outro beijo, mas apenas nos lábios inferiores - Quiçá inventar uma bomba controlada capaz de explodir uma cidade sem machucar um único civil - os beijos se desandaram mais lascivos à medida que Sailon utilizava a língua para afagar o lábio superior de Calleb, que agora conservava a boca semiaberta - Ou ao contrário, tanto faz, isso não me vale. - depressa o moreno podia experimentar os braços do amante envolta de seu quadril, comprimindo seu próprio no do outro. Sailon foi impelido brutalmente para a parede. Contudo tal ato já era ansiosamente aguardado - Já idealizou quantas extraordinárias coisas eu poderei explodir? – Sailon mostrou-lhe o mais psicopata dos sorrisos, porém prontamente se silenciou com as ofensivas de Calleb, o loiro o tocava do modo mais pecaminoso que mortais podiam imaginar, seus dedos desabotoavam o jaleco mal colocado do cientista, revelando uma camisa preta com fendas de recentes experiências. O analista passou os dedos sobre os pontos e abrochou o cenho, parecia não gostar da imagem.

— Doeu? - o loiro interrogou o amante com sua com sua voz baixa e rouca eriçando a espinha do louco. Isso esclarecia a seringa. O anestésico criado por Sailon era mais ligeiro e eficaz do que os que a ciência popular obtinha, contudo em implicação o tal alívio era triplamente mais viciante. E cada vez que consumia alma, como chamava o remédio, o cientista ficava mais insano.

— Doerá bem mais se você não continuar, Calleb. - ele pranteou frustrado pela parada abrupta do namorado.

O loiro contemplou o moreno ao ponderar por escassos segundos antes de tomar a boca do outro para si novamente, prontamente uma mão sua desceu para o quadril de Sailon enquanto a outra serpeava acelerada e grosseiramente sob a camisa surrada do pardo e maltratava seu mamilo já eriçado fazendo oscilações circulares e apertando a ponta, só para escutar do amante um rosnado erótico, Calleb pôs sua perna direita por entre as do outro, forçando-o a abri-las e o analista pôde experimentar a inquietação do mais novo. Sailon puxou o analista para mais perto, colando ainda mais seus corpos e também pôde sentir a animação do outro se fazendo extraordinariamente presente. Suas línguas se digladiavam numa guerra desarticulada por gozo.

Fazê-lo sensível.

Fazê-lo são.

— Você me deixa louco quando era para fazer precisamente o oposto. - Sailon atiçou sentindo as grandes mãos do analista se embutirem em suas nádegas, fazendo-o elevar-se pela parede e acomodar suas pernas ao redor do quadril másculo dele. Podia sentir a excitação do amante tocando seu centro. O analista murmurou qualquer coisa - provavelmente delatando o moreno pelo ato - tirando o cinto que prendia a calça do insano. Sailon gargalhou gostosamente puxando os alongados cabelos dourados de Calleb enquanto sua rude boca fazia uma destruição prazerosa em sua pele e pensamentos dementes lhe ascendiam à cabeça.


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