Pov Ally

–Bom dia aniversariante.- sussurrou minha mãe no meu ouvido.

–Ah mãe, obrigado.- me sentei na cama e lhe dei um abraço.

–É tão bom ter você de volta filha.- disse minha mãe do abraço.

–Por uma semana só mãe.

–Bom dia filha- entrou meu pai no quarto gritando.

–Bom dia pai.- gritei igual.

Ele tira das costas uma caixa e uma caixinha. Peguei as duas e abri primeiro a maior e lá encontrei um lindo tênis e na caixinha havia um colar com meu nome.

–Ah pai obrigado.

–Isso não chega nem perto do que você merece filha. - disse meu pai corado.

–Onw eu amo vocês

Ele vieram para mim e demos um abraço coletivo.

…

Olhei a hora no relógio pela decima vez, até que minha mãe percebe.

–Você vai tomar alguma coisa, Ally?

–Não porque?

–Não para de olhar para esse relógio.

–São duas e trinta.

–Sim, e...

–Em meia hora Austin será um homem casado.

–Ah filha, não faz isso com você. Não deixe ele se casar, você sabe que ele não será e nem vocês.

–Não sei o que eu faço.

–Mas eu sei.- diz minha mão e eu arqueio a sobrancelha- Você vai lá naquela igreja e não vai deixar ele se casar com a cobrinha lá.

–Não é fácil mãe.

–Como não? Vocês enfrentaram tanta coisa para ficarem junto e não é esse Abe que vai separar vocês. Pegue seu homem e suma com ele do pais. Não desista da sua felicidade filha.

Minha mãe tinha razão, enfrentei Piper, Brooke e Mike para ficar com o Austin, não será Abe que iria tirá-lo de mim.

–A senhora está certa, obrigado mãe.

–Estarei aqui sempre que precisar. Agora pega a chave do carro e vai até aquela igreja.

–Mas eu não tenho carteira.- disse confusa.

–Então vamos que eu vou te levar.

Minha mãe corre pegando a chave do carro e a bolsa.

Quando chegamos a igreja, não havia ninguém fora, a cerimonia já havia começado.

–Mãe, já começou- disse triste.

–Faça uma entrada triunfal de filme- disse rindo. - Ah minha Ally, não deixe o amor da sua vida casar com outra.

Dou um grande sorriso e saio do carro correndo, subo a escada com um pouco de dificuldade, quando chego no topo vejo Austin e Brooke olhando para o padre.

–Não, por favor, não. Austin, eu te amo.- começo a andar rápido em direção ao altar.

Austin demora um pouco para se virar, mas quando se vira estou praticamente ao seu lado. Sua atenção cai para minha barriga e vejo sua cara surpreso.

–Ally, você... Vo-você ainda está grávida?

–Sim, sim meu amor, eu não perdi nosso bebê.

–Mas a doutora...

–Shii... É uma história que tenho que te contar depois.

Olho para Brooke e ela tinha a mesma expressão no rosto.

–E-esse filho é seu, Austin?- pergunta Brooke gaguejando.

Austin olha para mim a procura da resposta. Eu apenas balanço a cabeça em um perfeito positivo.

–Sim.- responde sorrido.

–Cara, o que eu iria fazer?- disse Brooke.- Eu não posso fazer isso... Quer dizer, tem um bebê. Eu sei o que é perder uma mãe, ele não pode nascer sem um pai ao seu lado e da sua mãe. Desculpa Ally, eu não sabia.

Hã? Desculpa? Eu entendi direito? Brooke está me pedindo desculpa?

–Brooke eu... Nossa, ual, não sei o que falar.- disse ainda sem acreditar.

–Tudo bem, se não sair dessa igreja com o Austin em um minuto eu mudo de ideia.

Dei um sorriso e peguei na mão do Austin que sai me puxando igreja a fora. Quando chego do lado de fora vejo que minha mãe ainda me esperava, quando vê o Austin comigo dá um grande sorriso e dá partida no carro.

Austin me puxa até seu carro, entramos e vamos para praia. Era final de tarde, veríamos o por do sol.

Sentaríamos na areia, me sentei primeiro e observei o quanto Austin estava lindo com um paletó. Ele afrouxou a gravata e tirou o blazer ficando apenas com sua camisa de botão branca, suspendeu as mangas da camisa e colocou para fora da calça e enfim ele se sentou ao meu lado e me abraçou.

–Você realmente me ama, Ally?- perguntou quebrando o silencio.

–Você nem imagina o quanto.

–Então porque foi embora? Porque fingiu perde o bebê?

–É complicado.

–Eu estou aqui para ouvir.

Respirei fundo...

–Doutora, por favor, está doendo muito. Me ajude, ajude meu bebê.

–Ally, por favor, mantenha a calma.

Fiz um grande esforço e fiquei calma. A doutora começou a me examinar, depois de um tempo ela abre um sorriso.

–Seu bebê está bem, mas...

–Mas?

–Você não, isso está afetando sua gestação. O bebê não corre risco, não mais.

–Não sei se me perdoaria se perdesse meu bebê.

–Mas ele está aqui nessa barriga- ela passou a mão na minha barriga.- sobrevivendo.

–Obrigado.

–É o meu trabalho. Agora eu vou dar a noticia para o papai lá fora.

Ela foi caminhando para a porta.

–Doutora não, por favor. Eu quero que ele pense que eu perdi.

–Porque? Está tendo algum problema com vocês?

–Não exatamente com a gente, mas sim com uma pessoa que não gosta nem um pouco de mim. A história é longa, resumindo tudo, eu tenho que sair de perto do Austin. Vou fazer uma viagem e não quero que ele sofra, mas do que sofrerá com minha partida e ainda tendo o bebê será o fim para ele. Então prefiro que ele pense que perdi o bebê.

–Ally, você tem certeza? Ele tá bem aflito no lado de fora. Não acho que ele mereça.

–Por favor, doutora. Quero sua ajuda, eu juro que cuidarei bem do meu bebê. Um dia eu volto e ele conhecerá o filho, mas agora, não quero que ele sofra.

–Isso é muito errado, mas eu farei.

–Obrigado, de novo. Você não sabe o quanto irá me ajudar agora.

…

–Amor, eu não acredito. Você não poderia ter feito isso. Se estava com problema deveria ter me dito.

–Você não entende Austin. Foi Abe quem matou o George, ele ameaçou minha família, meu bebê e você.- disse com um nó na garganta. O que será que Abe faria agora que voltei?

–Esse homem é um doente.

–Pois é- concordei- Por falar em Abe, o que deu na Brooke?

–Eu realmente não sei. Estou mais surpreso que você.

–Sim, eu fui preparada para um barraco da Brooke.

–Acredite, quando você gritou na igreja, eu já estava imaginando você e Brooke rolando no chão.

–Que maldade, Austin.

–Ah querida, todas querem o Austin.

–O que? Que convencido.- dei um tapa em seu braço.

–É menino ou menina?

–Eu ainda não sei, não queria saber, ia esperar nascer para saber.

–Não mocinha, eu quero saber o sexo do meu bebê. Quero fazer um grande enxoval rosa ou azul.

–Faço seis meses de gestação amanhã. Poderíamos marcar com a doutora Rebeca para saber o sexo do bebê. O que acha?

–Mas é claro que eu quero, vou ligar lá para ela.

Austin ligou para Rebeca. Ela ficou bastante feliz em saber que ele voltou a saber sobre o bebê e disse que era uma bela ideia irmos lá amanhã a tarde.

–Desculpa por ter escondido?- pedi

–Claro amor.

–Eu não queria ter dito aquelas palavras para você, foi horrível dizer que não te amava, quando tudo o que eu queria dizer era ao contrário, até mais, eu te amo muito, Austin. Nunca achei que amaria uma pessoa assim.

Austin não responde, apenas me beija. Seu beijo era o mesmo cheio de amor e carinho, mas essa agora tinha uma pitada de saudade.

–Uii...- uma pontada na barriga me assustou, então se repetiu.

–O que foi?

–O bebê, ele... ele... ele mexeu.- disse sorrindo.

Austin imediatamente colocou sua mão na minha barriga e na mesa hora o bebê mexeu mais uma vez. Austin abriu um grande sorriso, o mais lindo que já vim, então começou a chorar.

–Ah amor não chora, não gosto de te ver chorar.

–Não é de tristeza. É de felicidade, esse bebê é minha felicidade... Você Ally é a minha felicidade. Eu te amo muito, pra caralho até.

–Austin, não diga palavrão perto do bebê- disse brincando.

Austin gargalhou e eu sorri muito mais. Ele se abaixou e beijou minha barriga, tomou um susto logo em seguida quando o bebê mexeu. Depois de muito brincar com minha barriga ele voltou a atenção para minha boca e me deu vários dos seus perfeito beijos.