Dublê de pai! escrita por AneQueen


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

wow é esse kkkkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628134/chapter/14

Enquanto perpassava as camadas e desenterrava aquela emoção, escutou o mesmo sentimento em seu coração. Levantou-se, apanhando a tigela, mesmo que ainda estivesse pela metade, e foi até o fogão. Ocupar-se pegando mais pão de milho e enchendo a tigela de chili evitava a conexão com Regina.

Evitava deixá-la ver o reflexo daquelas emoções, em seus olhos.

— Esse chili está ótimo.

Ela sorriu.

— Você já disse isso. Está evitando a conversa, Robin Hood? — Apoiou o bebê no ombro e começou a dar tapinhas nas costas.

— Claro que não. Só tinha que dizer como a comida está boa, já que me servi de novo. Na verdade, duas vezes melhor.

— Hum-hum. — Sabrina arrotou. — Aparentemente, a mamadeira também estava muito boa. — Ela fitou a filha, e um sorriso suave, reservado somente para o bebê, apareceu lentamente naquele rosto.

Ele sentiu o peito apertado. Parou de comer e só observou Regina, cativado, como se estivesse colado na cadeira. Ela se inclinou, beijou suavemente a testa quase careca de Sabrina, levantou-se e colocou-a no cercadinho portátil.

— Espere — sussurrou ele.

Regina girou-se.

— Por quê?

— Talvez devêssemos instalar isso aí no quarto sobressalente. Ela vai dormir melhor lá. Menos distrações. Sabe, enquanto lavamos a louça e tudo mais.

Ela sorriu.

— Você lava louça? — perguntou Regina, também sussurrando.

Ele foi até ela, ainda cativado pela suavidade daquele rosto, por aquele sorriso que parecia iluminar cada traço, abrilhantar o castanho daqueles olhos. O coração de Robin martelou no peito, a respiração ficou presa na garganta.

— Sou habilidoso com assuntos caseiros — disse baixo, tão perto que poderia tê-la beijado sem esforço algum.

— É... Bom saber — sussurrou ela, virando o rosto para o dele, deixando aqueles lábios logo abaixo dos seus, a um centímetro de um beijo. Regina prendeu a respiração, o peito pesado.

O olhar de Robin fixou-se na veia tiquetaqueando naquele pescoço, o calor emanando entre eles. Então a segurou, a mão perdida naquela cintura, demorando-se por um longo segundo. O desejo pulsava continuamente em suas veias. Como queria puxá-la para perto, saciar sua sede.

— Você queria saber algo ontem à noite — disse ele.

— Queria?

— Como eu me sinto. — Assistiu àquela boca se abrir, lábios ligeiramente separados, só o bastante para provocá-lo e tentá-lo. — É assim que me sinto, Regina, toda vez que olho para você. — Com um gemido, inclinou-se e beijou-a, sentindo aquele perfume doce e floral.

Ela se derreteu em seus braços, como se também tivesse perdido a batalha contra a tentação. Os dedos de Robin se enrolaram naquele cabelo, desejando-a mais perto, querendo que ela preenchesse os buracos dentro dele, tão profundos e escuros que não podia enxergar o fundo.

Regina tinha o gosto que sempre imaginara que a bondade teria. Doce, quase como biscoito caseiro. Tão maravilhosa suave e perfeita. O desejo o varria rapidamente, fazendo-o ansiar por dar o próximo passo, levar isso além da cozinha e do beijo. Então o bebê se moveu, trazendo Robin de volta à realidade, para longe dela.

— Devíamos arrumar aquilo para o bebê dormir.

— Hum... É. — Regina virou-se e apanhou o bebê. Pegou o cercado. Enquanto arrumava, sentiu o perfume dela demorando-se no ar da casa dele, como se tivesse marcado cada parede.

Um ou dois dias atrás, estaria incomodado. Mas hoje, não se chateava com esse pensamento.

O problema?

Só o fato de que estava se acostumando com a ideia de uma mulher em sua casa, e um bebê, era um sinal de que estava se envolvendo demais. Precisava se lembrar de suas prioridades. Lembrar-se de que não era o tipo de cara que queria se acomodar e formar uma família.

Se alguém estava procurando um pai para completar a imagem da família perfeita, essa era Regina Mills.

Assim que Sabrina adormeceu, Regina voltou para a cozinha, certa de que Robin teria saído. Esperava que ele se escondesse novamente no escritório, mesmo tendo prometido lavar a louça.

Mas não, ele estava esperando. Tinha guardado o chili e estava embrulhando o pão em um plástico. A tensão sexual de antes se dissipara. Disse a si mesma que estava feliz, mas uma parte dela desejava que pudessem voltar no tempo e terminar o que começaram com aquele beijo, assim poderia finalmente acalmar o anseio constante.

— Já era tempo — disse Robin, sorrindo. — Pensei que tinha me abandonado.

— Demorou em Sabrina se acalmar. Ela acordou quando a deitei, então tive que acariciar as costas dela até que dormisse novamente. Não ia deixá-la perder a soneca da tarde. — Tirou a louça da mesa e colocou-a na pia.

— Pode se sentar. Eu arrumo tudo. Entre o trabalho e a criança, parece que seu dia está difícil o bastante. E você fez a comida. — Apontou para a máquina embaixo do balcão. — Sem mencionar que tenho uma, lava-louças que fará o trabalho.

— Não me incomodo em lavar a louça. É relaxante.

— Tem alguma coisa errada nessa frase. Especialmente quando a tecnologia ajuda a reduzir o fardo.

Sorriu.

— Mas achei que você tinha dito que lavava a louça.

— Eu lavo. — Ele abriu á lava-louças. — Aqui.

— Fracote. Um homem de verdade lavaria a louça, comigo.

— Um homem de verdade, hein? Isso é um desafio?

— Você está aceitando?

Ele colocou o chili e o pão na geladeira, fechou a porta e voltou-se para ela. Robin considerou, sorrindo, com os olhos brilhando. O desejo acordou novamente dentro dela.

Droga, a quem estava tentando enganar, nunca tinha adormecido desde aquele beijo.

— Uma mulher bonita me desafiando a lavar louça — disse ele, juntando-se a ela na frente da pia. — Que homem, em sã, consciência não aceitaria?

Entregou-lhe o pano de prato, imaginando se realmente queria ajudá-lo com a louça ou se só queria ficar com ele.

— Não um que queira outra refeição, certamente.

Ele riu.

— Tenho que fazer valer o jantar, é isso?

— Certamente vai ajudar a me fazer simpatizar com você. Especialmente com o jantar daqui a só algumas horas.

— E o que teremos para o jantar?

— Depende da qualidade de seu trabalho.

— Ah, vou trabalhar bem, Regina. Acredite. — Tentação e ansiedade fervilhavam dentro dela enquanto Robin escorregava para sua esquerda. Estava brincando com fogo, e correndo o risco de provocar um incêndio. No que estava pensando?

Encheu a pia de água e sabão enquanto Robin se apoiava na bancada, parecendo projetar apelo sexual. Tinha que se lembrar de respirar. Focar-se no trabalho para não quebrar um copo ou uma tigela. Passou a esponja pela borda de uma tigela e enxaguou-a, antes de dá-la a Robin.

— Faça-se útil — provocou ela.

— Sim, senhora. — Ele secou a tigela e passou por trás dela, tão perto que quase se tocaram. — Com licença, mas isso vai aqui nesse armário. Bem aqui.

O fogo tentador saiu de controle. E não iria fazer nada para dominá-lo. Continuou lavando a louça e passando para ele, aproveitando cada segundo desse jogo.

Como seria se morassem juntos? Se fizessem isso toda noite? Se ele...

Se a tocasse? Se a pegasse nos braços e fizesse mais do que só beijá-la? Se, depois disso tudo, a levasse para cima e fizesse amor com ela?

Ela ficara sozinha por tanto tempo, e agora isso parecia muito com estar casada. A tensão que crescia entre eles era insuportável, mas doce ao mesmo tempo. Tinha começado naquele primeiro dia e se quadruplicado toda vez que estavam sozinhos.

Ele secou um copo e guardou no armário à direita, com o mesmo movimento, fazendo suas terminações nervosas zunirem.

— Talvez devêssemos sujar mais louça.

— Que tal um jantar de sete pratos?

— Esperava oito.

Regina riu. Nossa, era muito bom rir. Flertar com um homem que flertasse com ela também. Entregou outra tigela, outro copo. O calor se acumulava entre eles, aumentando a cada minuto.

Logo depois, estendeu-lhe o último pote e fechou a torneira.

— Acabou.

Virou-se, apoiando-se no balcão. Robin moveu-se para frente dela, colocando as mãos em sua cintura. Inspirou e segurou a respiração, perdendo-se na luz daqueles olhos.

— O que estamos fazendo?

— Posso dizer o que não estamos fazendo. Lavando a louça.

— Sabe o que quero dizer, Robin. — Como queria esquecer suas responsabilidades. Sua vida. Mas era mãe solteira e poderia fingir por um minuto ou dois que não havia um bebê dormindo no andar de cima...

Mas era o máximo de tempo que poderia fingir. Um minuto. Porque Sabrina estava lá, esperando que a mãe fosse responsável, a cada minuto de cada dia.

E ser responsável significava não se envolver com um homem que não tinha intenções de tomar nenhum daqueles beijos permanentes.

— Não posso brincar de relacionamento. Tenho que pensar em Sabrina.

— Você quer tudo.

— Tenho uma filha, Robin. Somos um pacote. — Sorriu, sabendo que sua vida mudara de muitas maneiras depois que Sabrina nasceu.

— Se está procurando um homem que possa ser um namorado para você e pai para Sabrina, sinto muito, não sou eu. Apesar do que estivemos fazendo aqui pelos últimos dias, não sou bom para ser pai. — Ele se afastou, impondo uma distância que se tornou fria, como ventos árticos. — E acho que nunca serei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Robin é um ..... !!!! Pode xingar queridas :)

Inté amanhã!!!

Boa semana pra gente ;)