Terceirão escrita por Rick


Capítulo 4
Fudeu !


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Este é o quarto capítulo dessa história que está apenas no começo. Aos poucos as muitas faces dessa turma do terceirão serão expostas e tenho certeza que você vai rir, chorar, torcer, xingar... Espero que curtam! Ah, comenta aí... É de graça e ajuda pra kct.



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– Vocês estão Suspensos!

– Mas espera aí diretor, isso nem aconteceu aqui dentro da escola. E porque só a gente?! – Felipe protestou.

– Não aconteceu aqui, mas envolve o nome da nossa escola, vocês são alunos dessa instituição e devem ser punidos. E vocês são os únicos que estavam na festa.

– Se alguém deve ser punido, essa pessoa é a Maria Clara! – Eu manifestei. – Ela que teve a ideia e deu a festa. – Ela me olhou com olhos arregalados. Dei de ombros.

– Sua traíra! Pra sua informação, meus pais estão sendo processados. Acho que isso já é punição o suficiente.

– Chega! Eu não quero saber! Estão suspensos pelo resto da semana. A partir do momento que concordaram em ir nessa festa com menores de idade envolvendo, drogas, sexo e sei lá mais o que se tornaram cúmplices. Quero os pais de vocês aqui para assinar a suspensão. É só!

Saímos da escola sem nem mesmo olhar para os lados.

Lá fora sentei em um degrau da escada que tinha em frente ao colégio. Felipe me acompanhou e Molly ficou em pé falando ao celular.

– Isso. Peça para o meu motorista vir me buscar. Não aconteceu nada de mais, apenas levei uma suspensão. Rápido! – Ela desligou o telefone com violência.

– Meu pai vai me matar! Já basta o fato de eu ter detonado o carro preferido dele. Estou fudido. – Felipe começou a se lamentar.

Isso me fez lembrar de que o meu castigo ainda estava por vir.

– Ele já viu o fusca? – Perguntei curiosa.

– Não, quando saí de casa ele não tinha chegado ainda, mas a uma altura dessas deve estar soltando fogo pelas ventas.

– No fundo é bom saber que não sou a única que vai se ferrar quando chegar em casa. – disse.

– Ai, como vocês são dramáticos. Cheios de mimimi. – Molly disse em tom sarcástico.

– Maria Clara, por um acaso, você já levou uma bronca dos seus pais nessa vida? – Ela soltou uma gargalhada sonora em resposta.

– Querida, eu mal vejo os meus pais. Eles são executivos muito importantes. Pessoas de negócio... Não espero que vocês entendam, é coisa da Classe A... – Ela desviou o olhar.

Um silêncio reinou entre nós por alguns segundos.

Quando dei por mim estava pensando em onde estaria Camila e qual seria o estado de saúde do Aldo.

– Será que a Camila está morta? – indagou Felipe quebrando o silencio.

– Não diga uma coisa dessas. – rebati.

– É serio isso? Vocês realmente estão preocupados com aquela chatinha?

– Maria Clara...

– É Molly! – exclamou irrita.

– Tanto faz! – continuei – Ela desapareceu. Estava muito bêbada e...

– Me poupe! – a vadia me interrompeu – Vou dizer o que aconteceu: Ela estava chapada, pegando qualquer um que via na frente... –nessa hora ela lançou um olhar de deboche para o Felipe – ...é óbvio que passou a noite com um cara, de preferência algum mais velho. Talvez um daqueles estranhos que eu não faço ideia de quem era e nem de como entraram na festa. Não me admiraria se ela aparecesse aqui agora, com aquela cara de sonsa e voz irritante perguntando: “O que aconteceu?” – ela imitou.

Foi incrível a naturalidade com que ela esboçou sua teoria. Porém, no fundo até que poderia fazer algum sentido.

– Você é muito sem noção. – Felipe respondeu.

– Quem é você mesmo? É novo nessa escola? – Molly debochou.

– Escuta, está faltando alguém aqui com a gente. – disse a primeira coisa que veio em minha cabeça para evitar que uma discussão começasse.

– De quem você está falando? – Felipe questionou.

– Do Dener. – completei.

– O que? Ele estava na festa? – Molly deixou transparecer que o procurou a noite toda. Também pudera, é o seu novo alvo.

Mal sabe ela...

– Sim. Eu o vi.

– Eu também não vi ele, mas a verdade é que o diretor deve ter ignorado o fato de ele ter ido a festa... Sabe como é... Jogador principal do time da escola... Campeonato Interescolar se aproximando... Suspende-lo seria um prejuízo.

Compartilhava da mesma opinião do Felipe.

Sinceramente não faço questão de ver o Dener tão cedo.

– Posso dizer uma coisa do fundo do meu coração? – Molly disse em tom meigo. Algo não muito usual. Eu olhei para o Felipe assustada e ficamos esperando.

– Diga. – Ele incentivou.

– Vocês são um verdadeiro saco! – Ela nos olhou por cima e riu na nossa cara. Logo percebi que o seu motorista tinha chegado e a esperava.

– Tchau vadia! – Gritei antes que ela entrasse no carro.

– Essa mina é pirada.

– Você esperava o que Felipe? O dinheiro enlouquece as pessoas! – Nós dois começamos a rir feito idiotas.

Meu celular vibrou. Era uma mensagem.

Numero desconhecido.

“Preciso falar com você. Me espere até a hora do intervalo. Salva meu número. Dener”.

Como a vida é zuada. Eu sempre quis que aquele desgraçado me passasse seu número, nunca fui notada por ele em todos esses anos que estudamos juntos, e agora não sei como ele conseguiu meu numero, pediu para eu salvar o dele e quer tentar me explicar sua homossexualidade.

– Você faz tanta questão de ir pra casa agora? – perguntei para o Fê depois de ler a mensagem.

– É claro que não! Por quê?

– Preciso falar com alguém no intervalo.

– Blz, vamos ficar aqui de boa.

Ficamos jogando conversa fora, até que ouvimos o sinal do intervalo tocar.

Menos de cinco minutos depois o portão abriu e Dener veio em nossa direção.

– Precisamos conversar Ana. – Ele voltou o olhar para Felipe como quem pedi privacidade.

– Certo já entendi. Vou ver se compro algo pra comer. – saiu.

– Escuta Dener, você não precisa me explicar nada. Eu estava bêbada, mas sei muito bem o que eu vi. Está tudo bem. Foda-se se você é gay. Não tenho nada a ver com sua vida. Pode ficar tranquilo que não vou sair por aí falando pra escola toda. – Ele me encarou.

– Eu preciso mesmo que guarde esse segredo. E, bem... Nem sei se sou mesmo...

Cara, você estava beijando outro cara freneticamente, que também tinha um pênis, em um quarto, com uma cama lá! Tem noção do que isso quer dizer?! Você é gay! Tive vontade de dizer... Mas, boca fechada não entra mosca.

– Certo eu entendo. – foi o que acabou saindo.

– Valeu mesmo Ana. Te devo uma.

– Espera Dener! Não acha melhor acabar de uma vez com isso e dizer quem você é de verdade?

– É mais complicado do parece. Isso tornaria a minha vida mais difícil.

– Covarde! – Quando percebi já tinha falado.

– Escuta, agradeço e espero mesmo que você fique de boca fechada. A nossa conversa acaba aqui. – disse em tom ríspido e depois deu as costas pra mim e voltou para sua vidinha no armário.

Felipe veio correndo em minha direção, com um lanche natural na mão.

Meio ofegante começou a despejar as novas informações.

– A... Camila... Apareceu...

– Serio?

– Sim, ela passou a noite com uns caras... A polícia a encontrou por causa disso...

Ele tirou o celular do bolso e me mostrou uma foto que foi postada no Facebook.

Camila estava seminua no meio de três caras só de cueca. A legenda dizia: Uma gatinha para três leões famintos.

– Que bosta de legenda! – Exclamei.

– Você pirou? Olha bem pra foto!

– Caramba, ela participou de uma orgia e daí?

– Estão levantando a hipótese de estupro coletivo. Ela é menor de idade e estava chapada. – só então fui entender o porquê da indignação do Felipe.

– Fudeu!

– Literalmente... – Felipe completou.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que amanhã tem mais Terceirão! Fique atento. Acompanhe a história para ficar por dentro do que vai rolar... Vem muitas coisas por aí!!!