Terceirão escrita por Rick


Capítulo 10
Amigos?


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Caraca, estou curtindo muito escrever essa fic. De verdade, não esperava gostar tanto assim, até estou me apegando aos personagens. Eu gostaria muito de conhecer a Ana pessoalmente hahaha.
Espero que vocês curtam este capítulo.
Deixe um comentário se quiser me incentivar, deixar uma opinião, etc...
Abração!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/628029/chapter/10

Naquele momento a Camila conseguiu tirar o título de maior vadia da história que antes pertencia a Molly.

Existe algum cara que estava presente naquela festa que ela não tenha transado?

Que puta.

Eu sei que ela pode dar pra quem quiser, não tenho nada a ver com isso, mas agora ela transou com meu melhor amigo.

Um misto de sentimentos começou a fervilhar na minha mente. Uma mistura de ciúmes, incredulidade, desapontamento...

– Ana? Você não vai dizer nada?

Vou sim, você está ferrado, seu nome está na lista de prováveis pais do filho dela.

– Vocês usaram camisinha? – soltei.

Ele riu na minha cara.

– Claro que não, por mais otimista que eu seja não esperava transar naquela noite.

– E como foi? – me esqueci que estava conversando com um garoto.

– Porra. Foi normal. Gostoso. – Eu esperava que ele respondesse o que?

Para um cara, perder a virgindade não significa tanto quanto para uma garota.

Sempre me falaram isso e agora eu sabia que era verdade.

– Sendo assim parabéns. Não está mais no time dos virgens. – foi à primeira coisa que veio em minha mente.

– Acho que teria sido mais gostoso se ela não estivesse com a cabeça enfiada no vaso sanitário vomitando até as tripas enquanto acontecia...

– Que escroto... – fiz cara de nojo.

– Qual é Ana?! Foi tudo muito rápido e eu também não estava sóbrio. Quando eu vi já estava penetrando...

– Tá Beleza! – interrompi. – Não estou a fim de ouvir mais detalhes sobre isso.

Conto ou não conto?

Digo que ela está grávida? Sim ou não?

– Vou nessa, a gente se fala amanhã na aula.

– Espera...

Ele ficou em pé me encarando. Esperando que eu dissesse algo.

– E aí? – ele disse me incentivando.

Eu não vou contar, se alguém for fazer isso esse alguém precisa ser a Camila.

– A gente se vê amanhã. – finalmente disse.

– Se é muito louca! – Ele saiu me deixando sozinha novamente.

Claro que fiquei o resto da noite pensando no que fazer.

******

Assim que cheguei em frente a escola percebi que havia algo de diferente. A maioria das pessoas estava vendo alguma coisa no celular. Aquelas que não tinham um na mão estavam em volta de alguém que tivesse.

Observei que havia diversos tipos de reações ao que elas olhavam. Alguns davam risada, outros ficavam parados olhando sem reação enquanto outros faziam cara de nojo. Principalmente as meninas.

– Deve ser algum desses vídeos virais do YouTube. – pensei comigo mesma.

Não vi ninguém da minha turma no pátio ou nos corredores.

Nem mesmo o Felipe.

Então fui direto para sala de aula, mesmo faltando alguns minutos para soar o sinal.

Quanto estava quase chegando à sala Aldo passou correndo por mim.

– Está tudo bem? – eu perguntei antes que ele se afastasse.

Ele freou e olhou pra mim. Percebi que os seus olhos estavam marejados.

Aldo não disse nenhuma palavra, apenas deu as costas e continuou correndo.

– Sinto muito, mas eu é que não vou atrás dele. Já tenho problemas demais e nenhum é meu. – Novamente disse pra mim mesma.

Quando entrei na sala me deparei com a mesma situação que vi do lado de fora e nos corredores. Todos viam algo no celular.

Inclusive o Felipe.

– O que ta acontecendo? – perguntei pra ele.

– Você ainda não viu o vídeo que está rolando no whats?

– Não entrei hoje ainda. Sai meio correndo de casa.

– Da só uma olhada. – Felipe me passou seu celular.

Foi difícil acreditar no que meus olhos estavam vendo.

– Alguém criou um Skype com o nome de uma garota adicionou ele e o convenceu a fazer isso. Só que filmaram tudo e jogaram no Whats.

Certo, o vídeo começou o Aldo fazendo uma espécie de striptise. Ela estava todo desengonçado e tirando a roupa como se estivesse em uma casa de show. Depois só de cueca ele iniciou algo que seria uma dança fazendo poses e posições estranhas, mas isso não foi o pior...

– Puta merda Felipe?! - exclamei ao ver a continuação do vídeo.

Ele tirou a cueca e começou a se masturbar.

– Que tipo de doente mental faz isso?! – disse em um pensamento alto.

– Opa, só porque ele está se masturbando não quer dizer que tenha algum problema mental... Se bem que ele está fazendo isso...

– Estava me referindo à pessoa que gravou isso. Como se não bastasse o nível de idiotice ainda jogou no whats. – devolvi o celular pra ele.

– Coitado do Aldo... Sempre foi o nerdão, depois virou o beberrão e agora vai ser chamado de punheteiro ou talvez taradão...

– Cala boca Felipe! Ele passou por mim. Estava arrasado.

– Acho que dessa vez ele não pisa mais nesta escola.

– Isso não pode ficar assim.

– Você quer fazer o que? Não foi você que gravou o vídeo, melhor nem se envolver neste lance.

– Felipe, caso não tenha reparado ainda, ele é um ser humano. Já passou pela sua cabeça que ele pode estar sofrendo neste momento?!

– Não é culpa minha.

A professora chegou, colocou a classe em ordem e começou a dar a aula.

******

Durante o intervalo uma ideia passou pela minha cabeça.

Aldo não tinha nenhum amigo, pelo menos nunca tinha visto ele andando com alguém, então decidi chamar o pessoal do grupo de sete, eram os mais próximos dele no momento.

Tinha esperança que pelo menos um aceitasse ir à casa do Aldo comigo depois da aula.

A primeira que eu encurralei nos corredores foi a Camila.

Pedi licença para um grupinho de hippies que ela andava e a puxei em um canto.

– Porque não me disse que você transou com o Felipe? – fui curta e direta.

– O que? – ela disse com um sorriso falso.

– Você transou com o Felipe naquela festa, o que faz dele um dos possíveis pais do seu filho.

– Ahhhh. Nossa foi tão rápido que eu tinha me esquecido. Pera aí, vocês tão juntos? Olha amor me desculpa se...

– Não! – interrompi. – Não estamos juntos ele é meu amigo. Só estou preocupada com essa possível paternidade. Você precisa conversar com ele.

– Calma amiga. – ele sorriu irritantemente – Ele não pode ser o pai.

– Como assim? – não estava entendendo.

– Foi rápido demais e eu não senti nem se quer uma cosquinha. Acho que a ferramenta ó... – Ela mostrou o dedo mindinho.

– Não fala assim dele sua vaca! – perdi o controle.

– Agora me ofendeu.

– Quer saber, você vai conversar com ele sobre isso ou eu jogo na roda tudo que eu sei sobre essa história de estupro.

– Aninha. Pensa comigo, se você quer mesmo ajudar seu amigo é melhor que ele nem saiba sobre isso. Já disse que não vou ter esse filho. Chega de stress ok.

Taquei o dedo do meio na cara dela e dei as costas.

Pior de tudo é que eu não tinha parado para pensar desta forma. Talvez fosse melhor o Felipe nem saber.

Por fim, nem disse nada para ela sobre a visita a casa do Aldo. Ainda bem, pois sua companhia seria desagradável.

******

– Não da Ana vou treinar depois da aula. – Foi à resposta que obtive do Dener.

– O que? Você não pode estar falando sério? É claro que eu não vou à casa daquele esquisito, tenho mais o que fazer querida. – Molly jogou na minha cara esta resposta.

– Você sabe que eu não quero ir e nem vou. Disse pra você deixar isso quieto. – Felipe permaneceu com a ideia de não ir até o fim.

A minha ultima tentativa seria chamar o Roger.

– Hum, ta me chamando pra sair gata. Porque não diz logo que quer meu corpinho nu.

– Para de graça Roger. Você vai comigo sim ou não?

– Eu te devo uma não é? Eu pago minhas dívidas.

– Certo. Mas, por favor, cuidado com o que você vai fala pra ele. Não fica fazendo suas piadas de mau gosto ou contando coisas sem sentido. A intenção é dar um apoio moral.

– Tá. Tem mais alguma exigência doutora?

– Acho que é só. Nos encontramos na saída.

– E onde ele mora? – fiz cara de paisagem, pois não tinha pensado neste detalhe – Não sabe onde ele mora?!

– Podemos perguntar para alguém.

– Claro, muitas pessoas nesta escola devem ter ido na casa dele, afinal ele possuía muitos amigos é por isso que estamos indo lá não é? – O tom irônico quase me tirou do sério.

– Você pode dar um jeito de descobrir? – pedi com certa gentileza.

– Olha quem diria heim, nunca pensei que fosse pedir. Deixa comigo!

*******

Depois de pegar dois ônibus e andar três quarteirões finalmente encontramos a casa do Aldo.

Apertei a campainha.

Esperamos algum tempo.

– Será que tem alguém? – Roger perguntou.

– Não sei.

Apertei novamente.

Esperamos.

Então ouvi um barulho de chave no portão.

Uma mulher deu as caras, nos olhou dos pés a cabeça e fechou o portão com violência em nossa cara.

Roger e eu nos entreolhamos surpresos com atitude grosseira.

– Espere senhora! Nós queremos falar com o Aldo.

– Ele não quer ver ninguém. – ela disse do outro lado do portão. – Meu filho está muito mal. O que vocês fizeram foi desumano. Eu vou processar esta escola.

A mulher também parecia abatida.

– Por favor, nos deixe falar com ele. Nós não temos nada a ver com isso.

– É melhor vocês irem embora! Deixem meu filho em paz! – ela parecia irritada.

– Ele precisa de amigos em um momento desses...

– Ana, não insista... Vamos embora. – Roger me puxava pelo braço.

Relutei esperando por alguma resposta.

Nada.

Quando estávamos nos afastando à mulher saiu.

– Você disse amigos?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Posso adiantar que o próximo capítulo terá uma boa dose de drama a partir das revelações da mãe de Aldo e do próprio. Acredito que será uma conversa comovente.
Até o próximo capítulo...