E lá estavam, o grupo de sete pessoas estavam reunidas em torno de uma mesa, discutindo todos os planos de cada um para a máquina, numa reunião organizada por Cheren, o líder do grupo.

– Muito bem, meus camaradas, muito bem-vindos à primeira reunião da equipa intemporal. – Cheren disse apoiando os braços na mesa na sua frente.

Todos estavam presentes a tentar discutir um jeito de colocar o projeto em prática, uma máquina do tempo não era algo tão simples quanto isso, Cheren estava de pé, com uma caneta na mão, do lado de um quadro branco, esperando ideias, ao redor da mesa estavam Platinum, Pearl, Bianca, Blue, Green e Red, como também três novos seres que haviam chegado entretanto, Silver, especialista em pesquisas no ramo de física quântica, um rapaz com uma face neutra e sem expressão, o seu cabelo era ruivo e comprido, um pouco mais a baixo que os seus ombros, vestia um casaco azul com umas bordas vermelhas e umas jeans bem casuais, acho que ninguém diria que por trás daquela carcaça estaria um rapaz génio, tinham também uma garota de cabelos azuis, uma bata branca, uma camisa vermelha com gola alta e umas bermudas amarelas com as bordas pretas, o seu cabelo estava preso com dois elásticos, um de cada lado da cabeça, os seus olhos frios Crystal tinham um olhar imponente e decidido, ela fazia dupla no instituto com Silver no instituto de Johto, eles eram dois jovens muito bem colocados a nível mundial, e por fim, Gold, um rapaz que parecia estar meio deslocado do espaço, tinha um chapéu de pala virada para trás, era preto e amarelo, tinha uma espécie de óculos de mina dourados na sua testa, usava um blusão vermelho com um bolso branco e umas bermudas amarelas com os bordos pretos, como Crystal, mas as deste eram bem mais largas, os seus olhos dourados não eram visíveis, pois os seus olhos estavam fechados, ele parecia estar demasiado relaxado e à vontade, tinha as pernas cruzadas em cima da mesa e balançava nas pernas de trás da cadeira.

– Desculpe, podia pôr os pés para baixo? – Platinum, que estava do lado do último, pediu empurrando os pés do outro para o lado.

– Oh, desculpe, princesa, não volta a acontecer. – Gold abriu um olho e colocou os pés para baixo cruzando os braços atrás da cabeça antes de o voltar a fechar.

– Uhh… Cheren, este garoto irrita-me! Porque nós temos de o ter aqui?! – Platinum indagou furiosa, ela era uma pessoa muito séria.

– Ora, essa, Platinum, ele veio com seus amigos, deve de haver uma razão para eles o trazerem, não é? – Cheren olhou para Crystal como quem perguntava algo.

–Gold é nosso assistente. – Crystal respondeu batendo com o seu bloco de notas na mesa endireitando as folhas.

– Hum, e que habilidade tem ele? – Platinum questionou se ele era minimamente intendido no assunto.

– Servir cafés. – Silver respondeu direto como quem diz “nada em especial”.

– O quê?! – Platinum tentou disfarçar a sua indignação com uma pergunta.

­- Gold é apenas um estagiário lá, está coletando informação para seu curso, nós estamos encarregues de o monitorizar, então o trouxemos, mas ele não tem grande experiência na matéria. – Crystal explicou melhor a situação.

– Então seu assistente não tem estudos?! – Platinum estava prestes a ter um ataque de indignação.

– Estudos especializados? Não. – Crystal foi direta, sem rodeios, não parecia algo assim tão grave para a dupla de Johto.

– Como assim!? Sabe, eu exijo que meus assistentes tenham alguma especialidade! Todos têm de ter um alto grau de estudos e, obrigatoriamente, têm de saber falar de viagens no tempo! Olhe o Pearl, ele é um ótimo assistente! – Platinum apontou para o loiro que estava do lado de Bianca.

– O seu nome é Platinum, não é? Ouvi falar de você. Olhe, eu não escolhi monitorizar Gold, apenas faz parte de meu trabalho, e ele não atrapalha tanto assim. – Crystal respondeu num tom meio rude, mas direto.

Platinum ia para responder, mas nesse momento tocaram na campainha.

– Oh, agora que elas se iam pegar numa briga. – Gold disse revirando os olhos um pouco frustrado.

– Bianca, vai abrir, por favor, estou tentando manter uma reunião agora. – Cheren pediu.

– O-ok… - Bianca disse se dirigindo à porta.

Bianca caminhou para fora da sala onde os grandes génios se reunião e entrou num pequeno corredor que levava a uma porta, a mesma que abriu e do outro lado esperavam três jovens, dois garotos e uma garota.

– Olá, é aqui que está a senhora Platinum? – Um rapaz alto e simpático, com o cabelo negro e os olhos Ruby, com uma toca branca na cabeça, perguntou.

– É sim. – Bianca respondeu um pouco intimidada com a estranha simpatia do rapaz.

– Eu sou Ruby e estes são Wally e Sapphire, os três somos especialistas em mecânica, do instituto de física-quântica de Hoenn. – O rapaz apresentou-se apontando para um garoto pálido de olhos cinzentos e cabelos verdes que termia e para uma garota de cabelos marron com olhos com de safira e com uma bandana vermelha na cabeça.

– Oh, estou a ver! Cheren e os outros estavam esperando vocês. Entrem. – Bianca os convidou a entrar.

Os três novos seres a seguiram, até chegarem na sala.

– Oh, Bianca! Quem era? E quem são esses três? – Cheren interrogou vendo os três corpos novos.

– São aqueles mecânicos de Hoenn que você chamou! – Bianca disse entusiasmada.

– Oh! Estou vendo! Chegaram bem na hora. Acabámos de decidir como iremos fazer a máquina. – Cheren anunciou tapando a caneta.

– É mesmo? Foi rápido! – Bianca se surpreendeu.

– Pequena, você vai ficar sabendo que grandes génios pensam depressa, não é como você, que não tem estudos. – Platinum disse com algum desprezo.

Bianca logo se recolheu, tinha ficado assustada com o comentário da azulada… A loira sabia que ela própria não era um génio e sabia muito bem que podia atrapalhar aquele grupo… Ela não se deveria entusiasmar muito com o que se falava ali, para os outros era apenas mais um dia de trabalho, só uma pessoa sem estudos complexos como ela não entenderia isso. Cheren viu que o comentário de Platinum fora agressivo e desnecessário, e ao ver a amiga triste, esteve para chamar Platinum à atenção, mas mais ninguém na sala tinha ligado para o comentário, então Ruby interrompeu.

– Oh, que bom que já se decidiram. Como é que isso funciona? O que vai ser necessário para construir?

Cheren sorriu um pouco atrapalhado com a simpatia de Ruby, ele queria chamar a atenção de Platinum, mas a interação de Ruby parecia não poder ser interrompida.

– Bem… Nós estivemos conversando e achámos que um portal seria uma boa opção. – Cheren disse tentando recompor-se do ligeiro embaraço.

– Portal? Mas para isso não seria necessário haver um portal do outro lado também? – Sapphire perguntou, podia não ter grandes bases de física quântica, mas de plataformas percebia ela.

– Isso é verdade, mas não estamos falando de um portal qualquer. – Pearl, mesmo não sendo um grande intendido no assunto, averiguou.

– Então é o quê? Mais concretamente? – Wally estava curioso.

– Um buraco de minhoca. – Green disse piscando um olho.

– Oh, estou vendo… - Ruby sorriu de lado, parecia entender do que aqueles sobredotados estavam falando.

– Aí está? É que eu não! Alguém me faria o favor de explicar como é que vamos viajar no tempo entrando dentro da terra?! – Gold estava indignado por ninguém lhe explicar nada.

– Não é nada disso, seu ignorante! – Platinum quase teve um ataque – Um buraco de minhoca é como um portal para outra dimensão.

Gold fez uma cara de quem disse “Como assim?”.

– Bem, para aqueles que chegaram agora, acho melhor a gente explicar como chegámos a esta conclusão, de um modo muito simples. – Cheren aconselhou.

– Tudo bem então. Tudo começou quando discutimos que a melhor maneira de viajar no tempo é ficando parado, esperando o tempo passar, essa é a base de tudo, pois o tempo virá ter connosco. – Crystal iniciou.

– Mas, como todos sabem, isso é algo “primitivo” e o nosso projeto é poder avançar para o futuro bem mais à frente, quando nós quisermos. – Silver continuou a o fio de Sapphire.

– E é aí que entram as chamadas “viagens no tempo”, pois segundo a teoria da relatividade de Einstein, o tempo e o espaço estão relacionados, o que prova sim, as viagens no tempo são possíveis. – Cheren disse desenhando a fórmula no quadro branco.

– E, segundo várias teorias, ao alcançarmos uma velocidade próxima a velocidade da luz, podemos viajar para o futuro, mas isso causa algo que nenhum viajante no tempo quer: Podemos ir para o futuro, mas não para o passado ou mesmo regressar. – Blue disse o “se não” daquilo tudo.

– Exato, Blue, então, após Blue nos ter lembrado dessa impossibilidade, ela mesma sugeriu a teoria dos buracos de minhoca, que são nada mais que uma espécie de portais que existem desde o início dos tempos e que, apreendendo a controlar, podemos criar um e ir parar noutro lado do universo, no passado, ou no futuro. – Cheren explicou.

– Oh… Isso é curioso, mas como vamos fazer algo assim? – Bianca, apesar de desentendida, estava interessada no projeto e não resistiu em perguntar.

– Essa é a parte emocionante! Blue apresentou os seus próprios planos de como fazer um buraco de minhoca! E, segundo as fórmulas que eu estudei, pode dar certo! – Green disse pegando nas folhas que Blue tinha.

– Hum, estou vendo… Posso dar uma olhada? – Ruby perguntou apontando para as folhas de Blue.

– Claro. – Ela sorriu de volta.

Ruby pegou e leu tudo, parecendo ficar impressionado.

– Mas… Mas isto faz sentido! Está tudo batendo certo! É mesmo capaz de resultar! – Ruby agarrou o seu gorro tentando conter a emoção nada profissional.

– É mesmo, isso faz lembrar aquilo em que eu entrei… Se eu viajei no tempo, entrei em algo como isso! – Red fez a sua acusação, algo que todos ignoraram, ninguém ali queria ouvir os “desinformados”.

– Parece que você conseguiu entender um pouquinho, né, Bianca? - Cheren estava a prestar atenção no ar entusiasmado e curioso que a garota tinha ao olhar para os estudantes.

– Eu?! Bem, ah... Mais ou menos. - Bianca sorriu atrapalhada.

– É mesmo?! É que eu não entendi nem o que raio é isso daqui! - Gold apontou para um rabisco na fi«olha de Crystal.

– Gold, isso é uma lista de compras. - Crystal disse indiferente à atitude do outro tirando aquilo das suas mãos.

– Oh... E o que isso está fazendo aqui?! - Gold estava meio revoltado, mas como eu á disse, ninguém ligava para os "desinformados".

– Ótimo! Então vamos coletar as coisas e começamos a fazer isto já, já! – Platinum sentiu-se decidida e meio empolgada, fazendo um enorme esforço para ignorar a "falta de saber" de Gold.

– É de boa, pessoal, estão todos dispensados por agora, amanhã construiremos a máquina e, se houver tempo, faremos experimentos! – Cheren disse quase não cabendo em si de entusiasmo.

E assim acabou mais um dia naquele apartamento onde algo que nunca deveria ser descoberto estava prestes a ser encontrado, Blue era a que sorria mais, mas parecia algo muito forçado… Estaria ela escondendo algo do resto do grupo?