Lendas Renascidas escrita por 2Dobbys


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o tal capítulo em que vemos o 'dark side' do Draco... e com certa razão.

Boas leituras!



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VIII

 

Pouco tempo depois de Crabbe e Goyle se terem ido embora, a conversa animada que Hermione e Draco tinham recomeçado foi interrompida pela abertura repentina da porta da enfermaria.

Por segundos, pareceu-lhes que eram Harry e Ron de novo, mas qual não foi a cara de espanto de Draco ao ver uma Pansy e um Blaise com ar furioso a dirigirem-se à cama dele.

- O QUE DEU NELES DRACO? EU SEI QUE ELES VIERAM TER CONTIGO ANTES DE ANDAREM COM AQUELAS LAMBISGÓIAS PELOS CANTOS! – gritou Pansy exasperada.

Draco manteve a calma e voltou ao tom cínico – É bom ver-te também Pansy! Ah, que saudades da inesgotável capacidade das tuas cordas vocais não romperem de tantas vezes que já gritaste furiosa… - fingiu uma certa nostalgia que faria Hermione rir se não estivesse preocupada com toda aquela situação – Estou muito melhor, obrigado por perguntares.

Ela nem pestanejou – Não te faças de sonso! Que raio é que lhes disseste para eles estarem com aquelas duas ranhosas, estúpidas e idiotas chapadas dos Gryffindor? – e finalmente reparando que Hermione se encontrava ali acrescentou – E o que é que esta coisa nojenta está a fazer aqui na cama ao lado da tua? Nem sei como conseguiste sobreviver todo este tempo ao lado de tanto lixo…

Draco deixou de lado as brincadeiras e irritou-se profundamente – Pansy, não fales do que não sabes! Voltas a abrir a boca…

Ela olhou chocada para ele, mas foi Zabini quem encontrou voz e que o interrompeu – Estás a DEFENDÊ-LA?

Draco estava tão irritado com aqueles dois panhonhas que lhes deitou um olhar que os gelou por dentro, impedindo-os de dizerem o que quer que fosse. A eles, parecera-lhes que Draco tinha ficado o dobro do tamanho, tal o medo que sentiam. A própria atmosfera da enfermaria adquirira um ar pesado, parecendo que estava carregado de uma estranha electricidade.

Hermione estava também em estado de choque. Sim, ela sabia o que era um olhar irado de um Malfoy, mas isto ultrapassava tudo o que ela já assistira. A irritação foi-se transformando em ódio puro, emanando como ondas em todo o espaço. Um tipo de magia diferente encheu o espaço. Ficou ainda pior quando uma voz cortante como gelo que parecia não lhe pertencer, lhe saiu dos lábios.

- Parkinson, Zabini, voltam a insultá-la e/ou a maltratá-la seja de que maneira for e garanto-vos que nunca mais abrem os olhos. Abro-vos caminho para um local sem portas nem janelas, onde jamais terão companhia nem vislumbrarão réstia de luz.

Os três ouvintes ficaram pálidos e em estado de choque, incluindo Hermione. Aquelas palavras haviam sido pronunciadas que nem adagas, tal como o olhar que lhes lançava. Nem quando Draco se confrontava com Harry havia reagido assim. Ele estava a utilizar uma 'bela' metáfora para os ameaçar de morte. E não parecia estar a brincar. Isso era o que os preocupava.

- Draco… - começou Hermione com a voz a falhar – Tu não queres dizer isso… eu sei que não queres…

Ele olhou para ela. Estava com a expressão mais suavizada, mas continuava gelada – Granger, eu não vou deixar que te toquem! Nem nunca mais vou deixar que te insultem por não seres filha de feiticeiros! Eu cometi os meus erros no passado, mas arrependi-me. Tu fizeste mais por mim em poucas semanas do que estas duas 'coisas' em anos de convivência! Não há desculpa nem perdão para isso… tu enfrentaste os teus melhores amigos para me defenderes! Não achas que te devo reconhecer por isso?

Ela estava sem palavras. Os seus olhos rapidamente se estavam a inundar de cálidas lágrimas de gratidão.

Pansy, após o breve 'intervalo do sermão', conseguiu recuperar a voz um pouco a medo – Draco, o que é que se passou contigo nestas semanas? Estás diferente, mesmo fisicamente… só espero é que ela não te tenha envenenado o cérebro… não te esqueças que os Slytherins têm lealdade apenas consigo mesmos, entre eles, entre nós! Estás a quebrar essa lealdade por ELA ter fingido que se importava contigo? O mais provável é estar a tentar apanhar a tua fortuna…!

Draco estava demasiado exasperado para deixar passar tal comentário. Por Morgana, como é que não vi antes a estupidez personificada que és?

- Atreve-te a dizer isso mais uma vez! – gritou Draco – Eu sou leal apenas a quem eu bem entendo! Sou leal às pessoas que verdadeiramente me querem bem a mim, não às que querem o bem do meu dinheiro! Chegaste aqui a barafustar por causa do Crabbe e do Goyle terem encontrado a felicidade ao lado de duas raparigas de outra casa que não Slytherin? Eles vieram aqui preocupados comigo! COMIGO, PARKINSON!

Ela fechou os olhos ao ver o descontrolo em que ele estava a entrar. De certeza que ainda iria parar a St. Mungus se continuasse a encarar aquela magia que ela não conhecia e que transparecia que nem flechas pelos olhos cinza que encaravam os dela, num ódio cego.

Agora era ele que encarava aqueles dois com desapontamento. Com uma certa mágoa… afinal, os seus amigos sempre tinham sido os dois capangas que ele nem pensava serem totalmente humanos pela falta de emoções que eles demonstravam e que a ele antes agradara para parecer mais feroz aos olhos dos outros. O que é que ele tinha feito para merecer tal amizade? Sempre os desprezara mas, de algum modo que nem ele conseguia explicar, sempre tinham sido eles a se manterem fiéis à amizade que ele nunca pensara ter.

Hermione nem reparava que chorava grossas lágrimas, deixando duas linhas brilhantes de cada lado da face pálida.

- Neste momento não há pessoa em que confie tanto… não falem do que não sabem e não querem saber. Apenas sou leal a ela… mais ninguém.

Não pôde continuar. Tanto ele como Hermione recomeçaram a arquejar com falta de ar. As dores eram cada vez piores. Mais uma vez a sensação de poder, mais uma vez a sua dissipação e mais uma vez que chegavam as dores nas costas que pareciam não querer abandoná-los tão cedo.

Acabara de ocorrer a 4ª transformação de uma nova etapa que os unia e que jamais seria quebrada: LEALDADE.

Pansy e Blaise, chocados com aquelas reacções de ambos os enfermos e com receio de serem acusados de alguma coisa, fugiram da enfermaria. Felizmente, Mme. Pomfrey tinha posto um feitiço neles para saber quando ocorriam as crises e assim os ir ajudar mais depressa. Era cada vez mais difícil obrigá-los a beber da poção, e estava a ver que brevemente teria de aumentar o tamanho das camas onde eles se encontravam… continuam a crescer… só espero que estas duas criaturas teimosas me ouçam agora e desistam das visitas. Será que ninguém notou? Foi doloroso para eles, mas foi assim que quiseram. Não podia fazer nada, e Albus apenas insistiu comigo para ver qual seria a reacção neles… ai, infelizmente foi a esperada… quando é que isto vai acabar? Não sofreram já o suficiente?


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Notas finais do capítulo

Reviews!!!!