Lendas Renascidas escrita por 2Dobbys


Capítulo 16
Capítulo 16




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XVI

O homem de bata afastara-se, com as mãos em sentido de rendição – Wooou, tem lá calma! Acalma-te, vá lá, acalma-te, nós não te vamos fazer mal nenhum…

- MENTIROSOS! – gritava Draco, enquanto se contorcia.

Estava fortemente preso, mas aquela magia provocada já começava a ceder perante a sua magia inata. Era uma questão de tempo até se conseguir libertar.

Voltou o seu olhar para Hermione de novo.

As suas asas continuavam negras, mas a sua pele estava esquisita: estava a tornar-se ligeiramente translúcida, mas para deixar notar uma luminosidade de uma brancura profunda. O que era aquilo? A pele de todos os outros parecia morta comparada àquela… comparada à dele…

Ao olhar melhor, com o seu sentido mais desenvolvido, notou que a pele normal dela estava a gretar, deixando escorrer finas linhas de sangue, muito pequeninas.

Oh Merlin, o que se passava com ela? Ele tinha de a proteger!

Lentamente, Draco começa a conseguir ouvi-la a gritar, sem ser na sua mente… Mas como…? Até que nota as pequenas fissuras do vidro que os separava… o vidro estava a ceder perante a potência do grito da morena. Ao desviar rapidamente o olhar, notou que algo escuro saía dos ouvidos das pessoas de bata que estavam na mesma sala com ela e lhes manchava a vestimenta… com o seu novo sentido de olfacto, notou que era sangue. Aquelas pessoas já deveriam estar irreversivelmente surdas… não que nada disso lhe importasse.

Subitamente, estilhaços de vidro voam pela sala onde ele se encontrava. Os pedaços de vidro que se lhe dirigiam transformavam-se em pó quando se aproximavam.

Que estranho… e notou que também ele tinha as mesmas fissuras na pele. Aquilo não lhe doía nada, apenas lhe dava um ligeiro formigueiro. Ao tocar em si próprio, viu com horror que a pele lhe estava a cair. Saía aos bocados, deixando intacto um novo tipo de tecido epidérmico, meio esbranquiçado, mas ligeiramente avermelhado devido ao sangue dos pequeníssimos capilares que pertenciam à antiga camada.

Apercebeu-se de que Mac se aproximava por detrás dele, com um objecto qualquer cortante. Com toda a raiva que sentia, o seu nível de magia descontrolado fez com que o que quer que o estivesse a prender se desfizesse, libertando-o.

- M-Mas c-como é poss…? – não teve tempo de terminar a frase, pois Draco atirara-o contra a parede com uma força tremenda. Com o seu ouvido apurado, o loiro conseguiu ouvir alguma coisa a partir… algo parecido com ossos. Talvez tivesse matado o homem, mas naquele momento só conseguia pensar em Hermione.

Deixou fluir a magia pelo seu corpo, reunindo-a num único ponto, tornando-a perigosamente potente. O outro ocupante da sala foi também atirado com esta nova radiação de energia desconhecida ao próprio Draco, mas desta vez contra o vidro rachado. A potência daquela energia foi tanta que o vidro partiu.

Hermione estava a asfixiar uma das pessoas que estava da sala com ela. A outra já estava estendida no chão. A morena estava com um ar selvagem e extremamente perigoso. Os olhos estavam fluorescentes, os dentes perfeitos pareciam ligeiramente mais afiados do que o normal. Será que ele também estava naquele estado?

Hermione, quando o viu, correu para os seus braços, de semblante preocupado, já com a sua cara normal. Beijou-o com urgência, como se a sua vida dependesse disso. Draco correspondeu com igual intensidade. Quase que se fundiam.

- Por Merlin, Draco! Estás assustador! O que se passou? A tua pele…!

- Já olhaste bem para ti? Tu é que estás assustadora! – suspirou - O que se passa connosco? Parece que nos estamos a desfazer…

- Não faço ideia… mas temos problemas piores do que nos estarmos a desfazer…

Draco virou-se para trás, seguindo o olhar dela e vendo a horda de gente vestida de maneira estranha, equipados com montes de coisas ainda mais estranhas, enfrentando-os. Certamente que pensavam que os poderiam parar como se fossem criaturas mágicas normais…

Que Merlin nos ajude a ter paciência…

oOo

- Hum… porque é que estamos escondidos, meu querido? – perguntou um Lockhard se semblante confuso.

Harry bufou. Já estava a começar a ficar farto daquilo – Pára de me chamar 'querido'!

- Oh, pois, sim, ninguém deve saber… desculpa…

Mais uma vez, o moreno suspirou de impaciência – Temos de nos organizar para os tirarmos dali; não sei se já reparaste mas eles estão encurralados… - acrescentou ele com um toque de sarcasmo. Dirigiu-se aos outros - Ron, Neville, vocês vão por ali… Ginny, Lock… huh, Gilderoy, vocês vêm comigo! L… Gilderoy, não te esqueças de lhes fazer a todos o teu poderosíssimo Obliviate, ok? E tenta, por favor, não acertar nenhum dos 'nossos', ok?

- E aqueles grandalhões ali? – perguntou o outro apontando para as duas figuras altas que não conhecia.

Desta vez, foi Ginny quem respondeu – Esses são aqueles que temos de salvar!

- Mas eles metem-me um pouco de medo… não me inspiram confiança… são estranhos…

Realmente, Harry e Ginny concordavam com a primeira coisa e com a última que o mais velho dissera: os seus amigos estavam muito diferentes… mais selvagens, de certa maneira… mas quem iria adivinhar o que lhes tinham feito? Parecia que estavam a mudar a pele… e os seus olhos pareciam labaredas. Realmente… metiam respeito.

Já Ron e Neville estavam nos seus postos quando Harry apenas movia os lábios – Então aos três… - e começou a contagem – Um… d…

E ninguém conseguiu reagir quando Lockhard se levantou a gritar que uma maneira que fez lembrar a Harry um filme muggle chamado "George, O Rei da Selva"… a personagem principal gritava exactamente assim!

Por momentos, todos ficaram embasbacados com ar de estúpidos a olhar para o mais velho, que atirava feitiços anti-memória para todas as direcções, acertando em muitos deles, pois tinham sido apanhados de surpresa. Quando os outros começaram a retaliar é que acordaram do choque, juntando-se à confusão.

Embora no início todos tenham tentado concentrar-se apenas nos feitiços anti-memória, rapidamente tentavam apenas proteger-se e/ou deixá-los desacordados, deixando os feitiços anti-memória para mais tarde.

Harry andava sempre a ver onde os outros dois se encontravam, mas nunca o conseguia fazer. Mas onde é que eles estão? A sua resposta veio com uma libertação tão grande de magia que se sentiu queimar. Quando olhou para a sua fonte, viu um loiro e uma morena de mãos dadas, com ar assassino – ele ficou chocado quando se apercebeu que ela estava mais assustadora que o outro -, prontos para se protegerem mutuamente de quem se atrevesse a enfrentá-los. Ficou fascinado com aquela imagem.

Subitamente, o loiro de olhos fluorescentes vira-se para ele, avançando, e trazendo consigo a… como é que a haveria de chamar agora? Hermione? Amiga? Hum, naquele momento não… talvez… Criatura fantástica? Não importava: ele estava petrificado ao ver aquelas duas criaturas a virem na sua direcção, olhando para ele com ar mortífero. Só queria correr, mas as pernas não lhe obedeciam. Queria gritar, dizer-lhes que estava ali para os ajudar a fugir, mas nenhuma voz saiu da sua garganta. Será que naquele estado eles não conseguiam distinguir amigos de inimigos? Pareciam tão selvagens… era aterrador. Mais valia outra dose de Voldemort…

Quando os viu levantar as mãos livres a concentrar magia num único ponto prestes a ser libertada na sua direcção, Harry fechou os olhos, não acreditando na situação em que se encontrava… pensou em Ginny.

Subitamente, sentiu-se ser invadido por uma rajada de vento cortante, quente, mas que lhe fazia… cócegas? Teve uma enorme vontade de rir. Se morrer era aquilo, até que nem era mau.

- Potter, acorda, isto ainda não acabou! – dizia uma voz forte e grave.

- Harry o que é que te deu? Porque é que ficaste embasbacado a olhar para nós? Podias ter morrido, havia alguns do ministério atrás de ti e tu nem te mexeste! – ouviu uma familiar voz feminina e preocupada perto de si.

Abriu os olhos. Estava bem vivo; estava de pé por causa das mãos fortes dum loiro enorme que o agarrava pelos ombros. Hermione estava mesmo ao lado dele, olhando-o reprovadoramente. Sim, ainda era ela… a Hermione-sempre-preocupada-com-os-amigos-que-nem-mãe-galinha que ele conhecia. Não conseguiu evitar uma lágrima no canto do olho.

Dando uma olhada em volta, percebeu que os outros ainda combatiam, estando a sair-se muito bem, embora tivessem todos alguns arranhões, alguns a sangrar. Ginny ficava extremamente sexy quando a roupa se lhe colava ao corpo, com o suor do esforço… o brilho daquele olhar que até há momentos estava certo que iria perder…

Nova explosão de energia. O moreno teve de fechar os olhos perante tanta magia concentrada. Quando os abriu, Draco olhava-o extenuado – Podias parar de prestar atenção ao corpo da tua ruivinha para te concentrares no que se passa à tua volta? – ralhou ele.

- O que foi aquilo? – foi a única coisa que conseguiu perguntar. Já não havia inimigos de pé, e Lockhard, Neville, Ron e Ginny estavam a tratar dos feitiços anti-memória aos que estavam desacordados mas ainda vivos.

- O nosso poder – respondeu Draco – Estamos estranhos… pensei que a Transição já estivesse completa…

- E está… - ponderou o moreno, confuso – Já têm asas, já está completa…

Draco largou-o, mostrando-lhe a pele que lhe saía aos bocados – Então o que achas que é isto?

Harry sentiu-se nauseado – Mas pensei que…

- Também nós! – quase gritou Hermione – E esta porção de pele que está a sair parece cada vez mais pesada… cada vez que o coração bate fica com um peso maior… não pára… - e começou a hiperventilar. Draco colocou as mãos de cada lado das suas fontes, juntando as testas, murmurando algo que era incompreensível para o simples mortal. Era estranho ver Malfoy, antigo inimigo do trio d'ouro, consolar Hermione, quando era sempre ele a fazer isso… mas agora essa faculdade tinha sido desfeita. Draco era quem a tinha, agora.

Harry sentiu um clique nas engrenagens do seu cérebro. Pegou num dos instrumentos afiados que pertenciam aos outros, voltando-se para os encarar. Houve medo no olhar de ambos.

- Harry… - começou Hermione, com os olhos brilhantes – Sinto-me a sufocar… o que é que estás a fazer?

Draco olhou perigosamente para ele – Potter, pousa isso…tu não vais querer fazer isso…

Harry sentia as suas respirações pesadas. Aquela pele com que tinham sempre vivido estava a matá-los aos poucos. Tinha de sair.

- Vou tentar tirar-vos isso! Não vim até aqui para vos ver a sufocar, mas sim para vos ajudar a sair daqui! Mesmo que saiam, com essa pele não irão viver muito tempo… temos de a tirar.

- NÃÃÃOOOOOOOOO! – gritaram os dois, protegendo-se mutuamente, com as asas a enrolarem à sua volta, formando uma capa intransponível de protecção.

Oh, boa… pensou Harry, suspirando – Vá lá, essa pele tem de sair…

- Hermione, Malfoy! – chamou Neville que se encontrava agora ao lado de Harry – Ouçam-me! Olhem para mim, ninguém aqui vos vai fazer mal algum…

O moreno olhou o amigo com incredulidade. Desde quando Neville se tornara tão pragmático? Tão… seguro? Tão… confiante? Antes com Lockhard, agora com Draco e Hermione.

O espanto aumentou quando os outros dois aquiesceram ao pedido. Nunca pareceram tão belos e perigosos.

Neville falava com segurança na voz – Talvez seja melhor ficarem os dois sozinhos numa divisão qualquer enquanto nós acabamos de fazer os Obliviates necessários… acho que precisam de discutir a vossa situação a sós…

- … já que vocês devem ter conhecimento acerca de vocês mesmos que necessite ser discutido em voz alta… - continuou Harry percebendo o que Neville queria dizer, e Ginny continuou.

- …e não convém ficarmos a ter informação acerca de vocês que pode ser recolhida por alguém posteriormente… e ser mal utilizada.

- Mas vocês precisam de… - começou Draco sendo cortado pela ruiva.

- Tratas dos nossos ferimentos depois; agora precisas de saber como não sufocar… depois falamos.

Eles anuíram depois de se olharem – Obrigado. – e dirigiram-se para um canto bem afastado, enquanto os outros continuavam a empregar feitiços anti-memória. Começaram a sentir um tipo de magia familiar, único, que já tinham sentido uma vez… antes da sua transformação completa: a magia de uma certa e determinada criaturinha fofa e estranha (até demasiado, para o loiro) que lhes tinha falado do que eles eram – Kiwi.

Viram a pequena silhueta aparecer diante de si, com aqueles olhos e cabelos negros brilhantes e desgrenhados, respectivamente.

- Aviso-vos já que nenhum deles – disse enquanto apontava para os restantes feiticeiros – me consegue ver, ouvir ou sentir. Também não vão ouvir nada que falem agora, enquanto eu aqui estiver.

- Kiwi! Ainda bem que apareceste! O que é que se passa connosco? A pele está a sair, mas está mais grossa e pesada, não percebemos…

- Está a sufocar-nos aos poucos! Por favor, diz-nos o que se passa…

- Calma, calma, deixem-me pensar… vocês já terminaram a transição, já têm as asas cá fora… mas nunca aconteceu um caso como o vosso, como já vos disse… no entanto… - e começou a hesitar, estando atento à expressão dos outros dois - Creio que… já sei qual é o vosso problema…

Draco disparou – E então? Qual é?

Kiwi olhava-os como uma criança pequenina, só faltava esfregar a ponta do pé no chão e chuchar no dedo… era uma imagem amorosa e ao mesmo tempo emanava sabedoria. Estranha combinação.

- Vocês estão há muito tempo entre 'eles'… vocês já não pertencem aqui.

- O que queres di…? – começou Hermione, sendo impedida pelo loiro, sério, que olhava para a pequena criatura como se lhe estivesse a tentar ler os pensamentos. Ficaram assim durante um tempo, numa comunicação muda.

Draco decidiu-se a falar – Temos… de… os… deixar…?

Hermione finalmente percebeu. Olhou ansiosamente para Kiwi, que lhe confirmou as suas suspeitas. Não… eles vão ficar desolados…!

- Não têm grande escolha… - continuou Kiwi – Ou ficam entre eles e acabam por desaparecer (mesmo que se consigam livrar dessa pele imatura) ou saem daqui o mais rapidamente possível, vagueando pelo mundo, em busca das correntes de luz e escuridão que vos irão guiar até às pessoas que necessitem da vossa ajuda… eu sei que é isso que querem. Vejo nos vossos olhos a mesma vontade que nos outros YinYang, vocês sentem essa necessidade. Mesmo que quisessem, não iriam conseguir ficar aqui 'presos' pelas pessoas com quem conviveram… haveria de chegar a altura em que se sentiriam demasiado diferentes, demasiado à margem, demasiado cansados de irem contra a vossa natureza… mesmo em vocês, a racionalidade pode esvair-se. No final, o que sobra é o lado selvagem, primitivo. Jamais seriam felizes aqui 'presos', por melhor que fossem as vontades que vos rodeariam.

Vendo que os outros dois tinham uma expressão totalmente neutra, continuou – A vossa verdadeira pele não é essa que até agora vos revestiu… essa é a vossa pele humana, que vos vai pesando por já não vos pertencer, e é ela que vos impede de recolher as asas. Precisam de se livrar dela… só não sei como! – acrescentou com um suspiro desolado. Tinha-se começado a dar tão bem com estes dois… olhavam para ele de maneira diferente dos outros, de maneira… simpática, que o fazia sentir bem. Queria mesmo ajudá-los…

Draco e Hermione perceberam isso, tal como tudo o resto. Kiwi tinha razão, eles já não pertenciam ali... Sorriram, baixaram-se à sua altura, e juntos abraçaram-no. O pequeno ser estava com o olhar esbugalhado, já que nunca ninguém o tinha tocado. Era… bom! Como é que poderia fazer algo por eles, para lhes agradecer? Porque é que… nunca ninguém lhe tinha feito aquilo antes? Porque é que nunca tinha visto ninguém como ele? Alguém que se desse bem com ele como aqueles dois se davam? Porque é que…?

Tantas perguntas que agora lhe surgiam, e nenhuma resposta. Sentiu os olhos a arder, e começou a soluçar. Os outros afastaram-se, mas apenas para poderem olhar para ele. Continuavam da mesma altura que Kiwi.

- O que tens, Kiwi? – perguntou Draco.

- E-Eu n-não sei! – disse o outro desolado e confuso – Nunca me aconteceu isto! O que é que me está a acontecer…? – estava totalmente desorientado.

Hermione olhou-o com piedade – Nunca te abraçaram, Kiwi?

O pequeno olho para ela sem entender – Abraçar? Não, nunca… e não sei porquê, é tão bom! – esta última constatação fez os outros dois sorrirem levemente. O sorriso desapareceu quando a pequena criatura começou a chorar.

- O que é isto? – perguntou o pequeno, alarmado – Arde… dói.

- São lágrimas, Kiwi… - respondeu Hermione. Embora nunca tenha visto lágrimas prateadas… – Não é nada de mal. Nunca tinhas chorado na vida?

- Chorar?... não, nunca… - e sobressaltando-se um pouco quando ela lhe começou a limpar as lágrimas da cara, acalmando-se logo de seguida.

Ela tem as mãos tão quentinhas…

Ele tem a face tão gelada…

- Hermione, olha! – exclamou Draco apontando para as mãos dela.

Ela olhou. No sítio onde deveriam de estar molhadas devido às lágrimas, a antiga pele tinha sido desfeita, destruída, dando lugar à sua nova pele esbranquiçada, levemente luminosa.

- É isso! – dizia ele com um brilho no olhar – Kiwi, conseguias levar-nos até à realidade paralela onde vives?

- Não faço ideia… porquê?

Foi Hermione quem respondeu – Talvez aí haja um local onde haja desse líquido ou seelhante, onde nós…

- Sim, sim! – exclamou Kiwi contente – Há um lago que tem uma substância dessa cor, é o lago… - e ponderou seriamente.

- O que foi?

- Não consigo dizer o nome dele como deve de ser… talvez… Kolob… o seu nome é por sons, mas adaptado à vossa linguagem creio que é assim que se diz…

Hermione arquejou, imediatamente seguida por Draco. Precisavam de, pelo menos, tirar aquela pele da garganta.

Kiwi recomeçou a chorar. Agora que sabia como se fazia – e embora não gostasse de o fazer -, iria fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para os ajudar.

Draco molhou as suas mãos nas lágrimas do pequeno, esfregando a sua garganta e a de Hermione, que quase nem se conseguia mexer por se sentir sufocada.

Ambos deram um suspiro profundo quando sentiram a pele humana a desfazer-se.

Kiwi limpou as lágrimas – Bem, agora que estão melhor, vou apenas preparar a vossa ida ao meu universo… daqui a pouco já volto para vos levar até lá…

- Adeus e muito obrigada, Kiwi – agradeceu o casal sinceramente.

O casal voltou a abraçar aquele ser estranho cada vez mais íntimo – Até já!

Kiwi, desta vez, abraçou-os de volta com os seus pequenos braços. Acenou-lhes com um gesto de cabeça, sorriu-lhes docemente e desapareceu.

oOo

O casal dirigiu-se finalmente ao resto do grupo, que não ficou indiferente à mudança de cor nas suas gargantas.

- O que…? – começaram todos.

Draco respondeu sem demora – Temos pouco tempo, portanto cheguem-se aqui para tratar de vocês!

Em poucos minutos e apenas com alguns simples toques nas feridas, Draco pô-los como novos.

- Vamos ter de nos ausentar por um tempo, mas depois voltamos… – anunciou a morena, pensando no resto da frase: Para nos despedirmos de vocês…

Harry e Ron ficaram de semblante tristonho – Têm mesmo de ir? Já sabem o que fazer para tirarem essa pele?

- Sim, sabemos. Mas depois haveremos de voltar; é pouco tempo. Achamos nós…

Gilderoy, que se encontrava mudo e calado até ali, decidiu intervir – M-Mas… vocês voltam mesmo, certo? É que tenho um mau pressentimento…

Ron revirou os olhos – Não te esqueças que perdeste a memória, pá! Sabes lá o que é ter verdadeiros pressentimentos… por acaso és adivinho ou descendente de um? – e desatou-se a rir ao imaginar Lockhard como parente da professora Trelawney.

Harry, Ginny e Neville também se riram da piada. Hermione e Draco olharam um para o outro. Que piada mais estúpida…!

- Até depois! – avisaram eles, e desapareceram como Kiwi fazia, mal os outros levantaram as mãos para se despedirem, ainda a rir.

Ninguém notou que uma das pessoas de bata não estava inconsciente, nem que buscou a sua varinha lentamente, pronunciando um feitiço não-verbal na direcção de Harry.

Foi Ginny que viu o movimento subtil, fazendo com que o seu sorriso desaparecesse instantaneamente.

- HARRY, CUIDADO! AFASTA-TE!

Só teve tempo de empurrar o moreno, levando ela com o feitiço negro.

Harry viu Ginny suster a respiração, ficar pálida e começar a cambalear. Os olhos estavam desfocados.

- Ginny…?

Não teve resposta. A namorada fechou os olhos e ia a cair para a frente se ele não a agarrasse. Porra, é sempre a ela que lhe calham destas! Que m****!

A ira tomou conta dele, do seu sentido racional; puxou da varinha e fez um feitiço que tinha o mesmo efeito de uma pistola muggle na direcção da testa do sujeito, que ficou com o crânio furado, respingando sangue, perdendo a consciência imediatamente, para não mais acordar.

Toda a cena durou apenas alguns segundos, embora tivesse parecido muito mais tempo. Os outros três estavam demasiado chocados para reagirem imediatamente.

- Ginny? Por favor, não me deixes, sim…? Merda, logo agora que os outros dois se foram tratar… Merlin, espero que eles cheguem a tempo…


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Notas finais do capítulo

Nota: *A autora está escondida em sítio desconhecido com medo do que lhe podem atirar (nomeadamente cascas de algo orgânico com um aroma muito pouco agradável) por ter demorado TANTO tempo a actualizar o PENÚLTIMO CAPÍTULO desta fic, pedindo-me para que vos transmitisse a sua palavra... ela apenas manda dizer que vos adora a todos(as) (cof, cof, eu não me fiava muito nisso, mas enfim...), mesmo as pessoas que a querem matar... ah, manda dizer também que teve muuuuuuito trabalho, andou sempreeeee ocupada e que por isso não teve muito tempo para escrever... algo como só poder ir à net às aas-feiras de manhã... (balelas... -.-'). Pede também para que sejam bonzinhos e que lhe digam como está o capítulo (sejam duros com ela, se acharem necessário...)... ah, sim, eu sou alguém... que adora a autora, está bem claro... -.-'

Citação da autora: "Bjooooooooo, adoro-vos a todos!"

Ass.: Lord do Supremo Mal, Lord Voldemort (é, ela não tinha nada de me matar... muito antes do final!)