Eternal escrita por Rausch


Capítulo 13
Capítulo 12 - They are the hunters, we are the foxes


Notas iniciais do capítulo

"Grandes poderes vem com grande responsabilidades." - Homem - Aranha



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Nem mesmo em seus maiores devaneios poderia acreditar que aquilo aconteceria de maneira tão imprevisível. Estava mesmo em Londres, aquela cidade que sempre teve como uma das mais bonitas do mundo inteiro. Além daquilo, também não podia acreditar que estava segurando a mão de Robbie Marks, ali, bem junta da sua. Julian cruzou uma das ruas centrais de Londres, e o clima já começava a se mostrar bem diferente do México. Estava frio, o que necessitou daqueles casacos extras. Os pais vinham atrás e pareciam também analisar a cidade, juntamente com Nomi e Neets. Julian apertou a mão de Robbie quando viram o grande parlamento do outro lado da ponte da torre.

– É o melhor de todos os sonhos, não acha, cacinhos? – Perguntou Robbie.

– É a melhor de todas as realidades. – Lhe beijou o ombro.

Os pais, principalmente Lito, ainda não havia acostumado com a ideia daquele namoro, mais pelo fato de querer proteger o filho a todo custo. A velha superproteção. Estava sempre observando ao máximo os passos dos dois juntos, e a julgar pela maneira comportada como agiam, não tinha problema algum. Era engraçada a cara de Needs quando repreendia o homem, se bem que a mesma tivera uma conversa com Robbie na noite passada, e foi tão série quanto todas as que nunca teve pelo rapaz ser responsável. Ameaçou o próprio filho se ele magoasse Julian Rodriguez. Não somente ele via a inocência e doçura do menino, como também, teve certeza de que os outros também podiam ver.

Robbie levava uma câmera em sua mão e filmava parte da caminhada. Dirigiu a câmera para trás e disse:

– Mandem olá.

Neets puxou Nomi para perto de si, que puxou Hernando, que puxou Lito. Estavam os 4, mais assemelhavam-se ao elenco de Friends. Terminaram rindo daquilo. Tendo capturado o momento dos outros, Robbie puxou Julian pela cintura e virou a câmera para os dois:

– E este é o meu namorado, podem ter inveja. – Estalou um beijo forte na bochecha do menor.

– Garoto! – A voz grave de Lito ouviu-se de trás.

– Pai, deixa disso. – Julian reclamou e soltou do namorado.

O menino deu um passo à frente.

– Quer algo bom para recordar, filme isso.

Julian deu alguns passos acelerados, tal qual uma corrida. O menino pulou e nos lábios surgiram sorrisos espontâneos e gostosos de se ver. Cachinhos passou a cantar um trecho de uma das músicas de Lady GaGa, The Edge Of Glory, enquanto que sua encenação divertida conquistava todos.

– Eu estou em Londres, eu não acreditoooo! – Julian deu um giro e foi até a beira da ponte. Subiu um lance e abriu os braços. Era como um vulto eterno, algo que ficaria ali para sempre. A imagem de um ser livre, feliz.

Toda a vida, Robbie sonhou com o dia que poderia ver Julian sorrir daquela forma, viver daquele jeito. Viver sem medo da violência, sorrir pelo momento em que estariam juntos. E ele conseguiu. Manteve a câmera capturando tudo, até Hernando puxar o menino do que ele considerava como “Lugar acidental”.

– Vem cá, gente. – Julian puxou o Iphone do casaco e o ergueu ao alto, permitiu que capturasse os pais e as suas “mães”, bem como, Robbie. Em meio a antas poses diferentes, o rapaz printou deles uma selfie.

“Casa é onde eu estou com vocês.” – Colocou a legenda na foto e a aplicou ao instagram.

– Estamos bem perto. Só vamos virar naquela rua e encontramos o prédio da Riley. – Falou Nomi.

– Então chegamos. – Comentou Lito.

Eles chegaram ao prédio de Riley com uma diferença pouca de minutos. As malas tinham sido levadas para lá pelo táxi do aeroporto, enquanto que eles caminhariam por Londres. Foi Robbie quem tocou a campainha do apartamento. Uma moça de pele negra e um vestido floral abriu a casa, fazendo com que os olhos de Julian parassem nela. Zanna.

– Zanna?

– Julian?

– Eu mesmo.

– Eu mesma. – A garota pulou e foi até ele. Ela abraçou o rapaz. Queria ter feito aquilo quando o viu chorar, mas o fez naquele específico momento.

– Não acredito. Por Dios. – Julian abraçou ela.

– Ficarei com ciúmes, Cachinhos. Cuidado aí. – Robbie comentou.

– Já não gostei dele, tenho horror a possessividade. Vem!– Zanna fez beicinho e acabou gargalhado. A menina puxou Julian para dentro do apartamento, e o que não faltava ali eram pessoas.

Um homem sentado com expressão cabisbaixa, uma mulher de feições indianas que olhava algo no computador com uma réplica de si mesma ao lado. E sobre expressões sérias, Julian nunca havia visto uma igual a da mulher asiática encostada a parede. Um deles o lembrou de Zanna, deveria ser seu pai. Por fim, uma loira de cabelos longos e uma mexa azul apareceu do corredor central, exalava um perfume gostoso:

– Mais de nós.

– Essa é a DJ. Tenho certeza. – Amanita comentou com Nomi. A loira assentiu.

– Eu sou Robbie Marks. Prazer. – Disse o filho de Nomi ao dirigir-se a Riley.

– Prazer, Robbie.

– Eu sou Julian Rodriguez. – O menino se apresentou em seguida.

– Que garoto bonito. – A DJ os cumprimentou e foi na direção dos pais. Saudou a todos eles.

Mal houve tempo para outras apresentações, a campainha tocou outra vez. Desta vez a própria Riley abriu. O vulto loiro e impecavelmente bem vestido que surgiu diante de todos, arrebataria dali qualquer um que tivesse boa visão. O homem forte estava junto com ela, se aprecia bastante. Viola Bogdanow puxou sua mala para dentro e seu olhar cruzou, antes de mais anda, com os de Zanna.

– Você! – Apontou para ela.

– É, eu quebrei o carro dele mesmo. Bem vinda, Viola.– Zanna confirmou.

A chegada de Viola mexeu com alguém ali mais do que aos outros, a começar pela forma com a qual encarava a menina. Kala Dandekar parou de digitar o que fazia e em seu rosto havia um misto tão forte de expressões faciais, que era impossível decifrar qual a que mais se encaixava com aquilo. Wolf tentou desviar o olhar, no entanto, terminou cumprimentando a mulher indiana. Algumas saudações ocorreram, e Malika foi até Viola a dando um abraço, com aquele afeto que distribuía gratuitamente.

– Prazer, pode chamar de Lika.

– Vio, Violeta, escolhe um. – Disse a loira.

– Não acham que faltam alguém. – Robbie contou os aparentes outros 8.

– A soldadinha de chumbo. – Julian pigarreou. Havia dado aquele apelido para Melanie Gorski após o salvamento, e pelas roupas que a mesma usava e o remetiam a um dos ballets mais lindos que já vira.

– Minha filha. – Disse o homem que estava sentado com o rosto cabisbaixo.

– E o que houve com ela? – Perguntou Viola.

– Perdemos a mãe dela na viagem. Melanie tomou alguns remédios calmantes mais cedo. – Will disse com dor na voz. O olhar dele vagueou até Riley Blue, que em apenas um gesto o entregou seu apoio.

Alguns pareciam saber, e aos que descobriam naquele momento, parte do coração foi tocada tristemente ao fundo. Até mesmo John Blue emitiu uma ação desoladora com a cabeça. Dentro daquele quarto, acordada, há pouco relembrando os episódios anteriores, Melanie sentia as quentes lágrimas que caiam por seu rosto. Foram tantos anos naquele preparo para uma corporação, que no momento mais importante de todos, nada foi feito por parte dela. Ela não salvou sua mãe. Respirou fundo entre as lágrimas. Parte da dor de perder alguém, é a criação prévia de um mundo no qual já não se pode viver sem a outra, ela sentia isso.

Perdeu Rachel, perdeu sua inspiração, e pensava no que mais ainda seria capaz de perder. Tentava chegar a conclusão da lição que a vida queria lhe passar, mas somente a crueldade humana prevalecia acima de todas as outras. Barulhos vinham da sala, deveriam ser os outros que haviam chegado. Na verdade, aquela reunião nunca teve um lado bom mesmo. Levantou da cama e com dificuldade foi até a porta, contemplando-se o vulto no espelho na parede oposta. O rosto jamais havia ficado naquele estado, principalmente os olhos com contornos arroxeados.

E então a porta se abriu:

– Me desculpe! – Julian se retraiu.

Melanie Gorski virou para a figura que acabara de invadir seu espaço e os olhos escancararam-se. O garoto do atentado. Aquele por quem ela deferiu o tiro no homem de terno preto.

– O rapaz da perseguição. – Disse Mel com a voz fraca.

– A soldadinha de chumbo que me salvou. – Comentou Juli.

– Hã? – A garota não entendeu a referência, porém, a achou interessante.

– Você sabe, aquela roupa de militar e a arma, o fato de me defender – Não era hora para aquilo – Antes de qualquer coisa, receba meus sentimentos pela sua mãe. Eu não te conheço bem, mas posso ter noção do que seria perder alguém assim.

– Obrigada. Estão todos ai, não é? – Melanie mexeu nos cabelos, prendendo-os num rabo de cavalo.

– Sim. Sentimos a falta de um, então o seu pai nos contou. – Julian disse.

Melanie queria chorar, porém, outra parte dela gostaria de ser forte. Estavam indo ali por uma razão, e a mãe sabia de todos aqueles riscos. A mão morrera tentando defende-la, salvar sua vida. Melanie não a retribuiu, no entanto, queria tanto conseguir ser capaz de dar passos que a levassem à justiça, sem que toda aquela dor interna não espremesse ainda mais tudo que ela tinha internamente. E junto as duas partes, estava aquela que ansiava por um abraço de Rachel Owens. Perdeu o celular durante a perseguição, assim como, boa parte das coisas:

– Olha, me desculpa te pedir isso, mas poderia me emprestar seu telefone? – Melanie perguntou.

– Claro que sim, nem passa perto da dívida que tenho. Alguém especial? – Julian sacou o Iphone de dentro do bolso do jeans e o entregou a menina.

– Minha namorada. É, eu tenho uma. – O menino ficou surpreso com a resposta dela, mas decidiu deixa-la sozinha. Deixou o quarto.

Melanie discou o código numérico dos EUA e logo em seguida o de Rachel:

– Alô?! – Aquela voz soou do outro lado.

– Rachel? É a Melanie. – Disse com a voz calma.

– Mel, ai meu Deus, os noticiários só falam disso. Estão falando de um atentado no aeroporto, que mataram uma mulher, e fiquei chocada ao ver... – Ela parou bruscamente.

– Que era a minha mãe. – Com a facada no coração, Melanie completou prendendo o choro.

– Ai meu Deus, Melanie. Eu sinto tanto, eu queria você aqui. Queria te abraçar e te fazer sentir segura. – Rachel falou com a voz preocupada.

– Eu queria isso, Rachel. Meu pai está abalado por dentro, eu não sei o que estou fazendo. Eu perdi meu celular e consegui este emprestado, pois precisava muito te dizer uma coisa. – A voz embargada de Melanie cortou o coração da amada.

– Como assim, Mel?

– Sim. – Melanie se encostou numa parede com lágrimas que lhe queimaram novamente a face, mas não deixava o choro transparecer na voz.

– Não entendi.

– Eu liguei para te dizer sim. Eu não quero que um segundo mais passe sem que eu tenha a certeza de algo. E posso não voltar para casa, mas quero ser sua namorada. Quero apenas pertencer a algo.

– Oh, Mel. Você não merece nada disso. Eu quero te ajudar a melhorar. – E Rachel começou a chorar do outro lado, o que mexeu com Melanie.

– Me sinto vazia agora. Por favor, fica comigo?

– Eu vou ficar. Eu estou no mesmo velho lugar, estou te esperando voltar.

– Eu tenho de ir agora, preciso devolver o telefone. Vou tentar te ligar amanhã, tá? – A garota entristecida limpou os olhos.

– Eu vou te esperar, somente lembre-se disso. Eu te amo, Mel, amo o encantamento que me causou. – Rachel tinha a voz ainda embargada.

– Eu te amo, Rachel Owens. Talvez por ser a única pessoa que me fará voar e continuar vivendo. – E Melanie desligou o telefone em meio a um soluço encostada na parede.

(...)

A mulher de sari se aproximou da moça loira que ajeitava os cabelos dourados na frente do espelho da sala. Viola contornou os lábios com mais um pouco do gloss damasco e notou a presença que a observava. Muitas pessoas a observavam, estava acostumada com aquele tipo de tratamento. Virou-se e cumprimentou a mulher:

– Oi?

– Olá. Já disseram que seu cabelo é muito bonito? Você é muito bonita, na verdade. – O sotaque daquela mulher fez Viola querer rir, mas não por deboche, por ser diferente e fofo.

–Ah, muito obrigada. A última pessoa que me disse isso me traiu. – Ela falou abertamente rindo de si mesma. Viola fazia bem aquele papel.

– Que absurdo. Não devia desperdiçar tanto com alguém que não vale a pena. – Kala exclamou.

– Quando se apaixona por alguém da forma como eu estava por Hans, acho que valer a pena se torna relativo num dado momento. Aliás, não sei seu nome. Sou a Viola. – Esticou os lábios num sorriso.

– Kala. – A mulher retribuiu o cumprimento. Seu coração estava batendo tão forte, ela gostaria de entende-lo. No fundo entendia, em suma.

– O seu cabelo também é lindo, mas talvez se tirasse parte destes enfeites, ficaria bem melhor. – A loira tocou o cabelo da mulher e o passou entre os dedos.

– Parte disto é de Mumbai. A cultura que nos convencionamos desde crianças remete a isto. – Kala explicou a Viola.

Wolfgang voltou com a água da cozinha e ao virar na sala, eis que observou o vulto da filha de frente para Kala. A mulher indiana tinha seus cabelos acariciados pela sua garota. O que estariam conversando? Ele havia advertido Vio sobre confiar em pessoas estranhas. Bateu o copo no móvel da sala e foi na direção das duas:

– Viola, preciso conversar com você. Agora! – O pai foi bem claro. Ele terminou assustando tanto Kala quanto a filha com sua chegada intempestiva.

– O que foi, papai?

– Venha. – Ordenou e se dirigiu para for ado apartamento.

– Volto logo, Kala. – Sorriu para a bela indiana, que pareceu incomodada com algo. Achou até que ela protestaria contra o pai, mas não.

A loira seguiu o homem porta a fora, trancando a mesma atrás de si.

– O que está acontecendo, papai? – Repousou as mãos na cintura.

– Eu te falei sobre não conversar com estranhos. Você não a conhece. – Wolfie encarava a filha.

– Ninguém deixaria uma criminosa ou algo do gênero entrar aqui. Alguém que fosse fazer mal. E a Kala é muito simpática. – Viola argumentou.

– Eu sabia que era péssima ideia sair de Berlim. – O loiro estava realmente aborrecido.

– Ela é realmente um doce, deveria tentar fazer amigos, ou melhor, estreitar os que tem. Essa vida limitada a dois tem de acabar num momento. Se a Kala for solteira, serei a cupido dos dois. Um bruto e a doçura, vão combinar. – Loirinha bateu palmas e Wolfgang segurou em seus braços.

– Não repete mais isso, Viola. Está perdendo a noção de respeito.

Viola olhou assustada para seu pai, principalmente pela combinação do grito com o puxão forte nos braços. Nunca o havia visto daquela maneira, ainda mais por algo tão pouco, quase nulo.

– Foi só um comentário aleatório, pai. – Disse com a voz trêmula.

– Não repita mais.

– Me desculpe por isso – Viola se soltou das amarras causadas pelas mãos do seu pai e se afastou dele – Não está nada bem. O senhor precisa de ajuda, está descontrolado – A menina acariciou a parte do braço anteriormente apertada pelo pai.

– GENTE! Vem ver isso. – A voz com sotaque coreano foi ouvida.

Viola adentrou correndo o apartamento e ao achegar-se com os demais na sala, a menina foi capaz de ver as imagens de destruição que ocuparam a tela da televisão. Berlim havia sido vítima de um ataque. Uma das principais praças fora escolhida e pessoas foram dizimadas da mesma maneira como fizeram os nazistas, motivo pelo qual os alemães não gostavam de serem lembrados. Pessoas davam entrevistas, enquanto outras eram socorridas ao fundo. A imagem mudou rapidamente e foi para um ângulo que Julian Rodriguez conhecia muito bem. O mesmo ato se repetira em frente aos correios, onde sua perseguição se iniciara. Pessoas jaziam inertes ao chão.

– Os ataques em série chocaram pessoas ao redor do mundo esta manhã. As autoridades acreditam lidarem com terroristas, porém, nada foi confirmado. A destruição também atingiu lugares em San Francisco e Chicago, nos Estados Unidos, bem como, Nairobi, Seul.

Todos se entreolharam. Suas terras natais haviam sido atacadas, no entanto, algo chamou a atenção de todos os presentes, Londres foi uma exceção. A terra de John Blue fora poupada.

– Quem seria capaz de tal monstruosidade? – Perguntou a mãe de Zanna, tinha a filha entre suas pernas, sentada ao chão.

– Eles seriam capazes. – Comentou Sun.

– É um jogo, será? – Questionou-se Nomi.

Amanita apertou Robbie em seus braços, enquanto encostou a cabeça na do filho. E então um vulto caminhou pelo corredor, quem a visse acharia aterradora. Melanie Gorski invadiu a sala lentamente:

– É um jogo, e há vidas em jogo. Eu quero acabar com cada um deles com minhas próprias mãos. – Disse a garota com ressentimento na voz.

– Filha! – Will levantou do sofá correndo e foi até a menina.

– Eu não preciso de carinho, papai, preciso de vingança. – A voz vaga foi ouvida por todos, e em meio ao abraço na menina, Will viu a primeira parte de sua transição.

De repente, todos os presentes, os mais velhos, sentiram os bolsos vibrarem. Eram seus celulares. Lito foi o primeiro a sacar o seu:

“Olá, sou Alma Arcan, muito prazer. Eu gostaria de saudá-los alegremente. Vejo que acompanharam o meu ato de abertura hoje, e que abertura. Isto me lembra do garoto versado em artes que vocês têm, eu sei que possuem um. Cachinhos, não é? É, também sei que o construtor de robôs o denomina assim. Sou a líder da Organização de Pesquisas Biológicas, a atual. Acho que não preciso apresentar o motivo deste informe, ou devo? Pois bem, isso é tudo culpa de vocês, raça disforme, e precisamos sempre elevar os nossos conhecimentos. Com base nisso, estou solicitando que me enviem as duas crianças imediatamente. Ah, não posso deixar de apresentar-lhes uma matéria prima deixada em sua porta...”

Lito leu em voz alta e os presentes pararam no mesmo momento. Ao mencionar a porta, eis que Will sacou sua arma e a deixou em posição para a necessidade de um ataque. Wolfgang, misteriosamente, também puxou uma arma. O pai largou Melanie e passou a caminhar até a porta, foi habilidoso em abri-la. Ninguém. A visão dele percorreu todo o perímetro, parando um pouco abaixo, lugar no qual uma pequena caixa de metal estava. Will abaixou e pegou nas mãos o que fora deixado, não retirando os olhos das escadas e do elevador. O policial fechou a porta, e tendo trancado-a, abriu a caixa. Dentro dela estava um frasco de pequeno porte, abrigava um líquido de coloração azul turquesa. O levantou diante dos olhos, numa altura que todos ali pudessem ver.

“ Este é o Inibidor, uma mistura a qual trabalhei por muito tempo com o meu pai, e que conclui em minhas pesquisas há pouco. Este soro tem propriedades que inibem as atividades cerebrais estabelecidas por aquela substância conhecida de vocês, Piscelium. Então, se viram o que aconteceu hoje, foi apenas um aviso do que o mundo inteiro pode sofrer se continuarem tentando montar uma armada contra nós. Sabemos todos os seus passos. Possuem dois dias para me entregarem as duas crianças especiais, ou então, será como se Hiroshima nunca tivesse existido, pois oito lugares irão ser explodidos por bombas nucleares com efeito até pior que as citadas anteriormente. Serão capazes de ver inocentes dizimados por puro egoísmo? Raciocinem, meu caros. A criança deve tomar o inibidor e se entregar no grande Hospital Cassie Rowland, localizado Próximo à estação de King’s Cross. O mundo conta com vocês, sensates.”

Quando Lito terminou de ler a frase, o olhar do homem recaiu sobre seus outros 7.

– Duas crianças? Isso é alguma pegadinha, só pode. Não diz nada com nada.

– Mas e o soro? – Will perguntou ainda admirado pela cor do líquido.

– Isso deve ser algum tipo de corante para fazer medo. – Comentou Wolfgang, adiantando-se e tomando da mão do policial. Ele destampou e teria virado na boca, caso Sun Bak não tivesse puxado o frasco de sua mão.

– Isso não é brincadeira. Esse líquido tem de ser mantido longe dos nossos filhos, não sabemos o que ele pode causar. – Ela disse.

– Dois dias até bombas nucleares atingirem várias capitais? – Hernando falou com profunda angústia.

Enquanto aquilo atingia os pais, o menino coreano via os resultados de sua pesquisa ao computador. Havia jogado Alma Arcan, dentre todos os resultados, sempre ressaltavam a grande cientista que ela era. Alma configurava-se como uma mulher de feições intimidadores, com seus cabelos negros e olhos claros. Em todas as fotos trajava cores escuras, abusando de um preto. Lee Bak passou a ler tudo:

– Gente, essa mulher é um gênio.

– Hein? – Perguntou Sun.

– Procurei quando leram o bilhete. Alma Arcan é uma cientista muito premiada por pesquisas relacionadas ao cérebro humano. – O menino completou.

Todos os outros 7 jovens correram até o computador. O coreano descia as páginas, até chegar ao menu de ligações importantes da mulher. Kirsten Tunsdall, Ulisses Green, Richard Ernshaw. O último aparecia identificado como o fiel companheiro de pesquisas da mulher:

– Clica no Ernshaw. – A ideia foi de Malika.

Lee tocou duas vezes no nome do homem. O rosto de uma pessoa de por volta dos 38 anos apareceu na tela. Com os cabelos negros e a barba por fazer, os ternos do homem pareciam bem elegantes. Richard Ernshaw possuía uma longa ficha, mas ali, dentre todas as informações, os meninos passaram a ler e algumas coisas foram chamado vossa atenção.

– Richard Ernshaw é assumidamente homossexual, por muito tempo tendo um relacionamento com Grant Furllan. O casamento chegou ao fim com o escândalo dos possíveis aliciamentos infantis que o homem cometera, e crime pelo qual fora indiciado há 7 anos. – Julian leu.

– Que horror! – Viola interferiu.

– Uma louca, um aliciador, o que mais falta aparecer? – Capheus estava próximo dos menores.

– Eu não sei, mas não há nada de bom nisso. – Riley foi até ele.

– Não estão pensando o mesmo que eu? – Lee perguntou – Se este homem é o braço direito da cientista que nos enviou a mensagem, ele deve saber de tudo. Não podemos ir diretamente nesta mulher, iria ser óbvio, pois ela mesmo disse que nossos passos são observados. Mas e se chegássemos no aliciador?

– E como faríamos isso? Devo informar que deixei meu mapa do maroto em casa. – Zanna disse com um toque de ironia.

– Aqui diz que ele é sempre visto visitando um Night Club, o Kerkovian. Ele fica a umas duas quadras daqui, pelo menos o endereço mostra – John observou a tela – Se chegarmos ao Night club, chegamos no tal homem.

– Até que ele serve para alguma coisa. – Zanna disse impetuosa.

– Foda-se!

– Foda-se você! – A garota respondeu no mesmo tom de voz. Soando tão ofensiva quanto.

– Okay, vamos acalmar estes nervos, pois ninguém vai sair daqui. –Nomi se interpôs.

– Não está entendendo, mamãe. Se chegarmos nele, quem sabe a tática da bomba possa morrer? – Robbie foi até a loira.

– Precisaríamos de uma isca no plano. – Lee deixou no ar.

– Eu posso ir. Vejam bem, sou loira, bonita, atraente. – Viola foi imediatamente fuzilada por Wolfgang.

– Garota, das duas uma, ou está tentando corroborar com a teoria de que toda loira é burra, ou apresenta um sério caso de autismo. Não entendeu? O cara é gay. – Zanna colocou a mão na testa diante da afirmação de Viola.

– Está com inveja, simples.

– Vai se danar, ingrata. Nunca mais quebro um carro por você. – Zanna apontou o dedo para a loira.

E em meio aquela discussão pertinente, ele levantou-se do braço da cadeira e ficou visível para todos. Julian Rodriguez estava no foco:

– Eu serei a vadia – as bocas se abriram em choque, talvez pela palavra que ele usara – Eu posso melhor do que qualquer um aqui entreter alguém, talvez, exceto o papai estrela. Mas o Ernshaw alicia menores, então sou a vantagem. Eu serei a vadia, eu vou descobrir algo.


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Notas finais do capítulo

3 Capítulos. 3 CAPÍTULOS para a season finale. Espero ouvir o que estão achando, e se estão ansiosos para descobrir o final da season 1. Até logo.

Próximo Capítulo (Episódio):

Capítulo 13 - Bitch better have my money