–Sarah?! - ela ouve a voz de sua mãe no andar de baixo - Cheguei, querida!

Sarah logo desceu as escadas.

Sua mãe a recebeu de braços abertos.

–Como foi o dia, querida? - a mãe pergunta, envolvendo-a em um abraço.

O padrasto de Sarah, com os braços cruzados, a manda um olhar duro, Se você abrir a boca...., Sarah estremeceu.

–Como sempre. - Não era uma total mentira, o dia se seguira como sempre seguiu. Sarah saíra de casa, fora para a escola e voltara, dirigindo-se para o seu quarto antes que o padrasto a visse.

–Arrumou a mala? - A mãe questionou, que imaginava que a filha iria para um acampamento, Sarah não gostava de mentir para ela, mas ela tinha medo de algo acontecer com a mãe.

–Sim - se por mala você quer dizer uma mochila velha...

Ela ouviu uma buzina do lado de fora e franziu as sobrancelhas. Eles não iriam vir apenas no dia seguinte?

–Quem será? - A mãe pergunta, e o padrasto olha pela a janela.

–É um carro. - Não diga, gênio.

Sarah olhou para fora também.

–É- é o carro do...acampamento. - Ela fala, nervosa.

–Nossa, ele não viria só amanhã? E por que é um carro e não um ônibus? - a mãe a enchia de perguntas.

–Por...porque é um carro que vai nos levar para o ponto de ônibus - Sarah mentiu, vendo o olhar preocupado da mãe - Não se preocupe.

A mãe assentiu e Sarah foi buscar a mochila em seu quarto.

Ela desceu novamente e recebeu um longo abraço.

–Vou sentir saudade - Sarah sorriu para sua mãe.

–Eu também.

Ela saiu da casa onde morava e entrou rapidamente no carro, logo ouvindo as portas serem trancadas.

–Sarah Lopes, Está sendo recrutada para o quartel do exército russo, deve manter-se calada e pacífica, qualquer ação contra o recrutamento resultará em punição. Está ciente de que está operação é completamente secreta e deve ser mantida em sigilo? - disse um soldado.

Ela assentiu.

§

Ricky lia o caderno de anotações enquanto os soldados pilotavam o pequeno avião.

Na verdade, o avião não era pequeno, mas era dividido em 24 cabines separadas. Ricky constatou que ele não era o único a ser recrutado.

Olhou pela janela e viu que já era noite, não haviam estrelas.

Ele se levantou de seu lugar e se dirigiu até a porta, tentando abri-la, porém ela estava trancada.

Ricky suspirou e se sentou de novo, inclinando a cadeira.

Ele decidiu descansar um pouco, muita coisa estava vindo na sua cabeça.

Ficou encarando a janela até adormecer.

–

–Ei! Acorda! - ele ouviu uma voz - Acorda!

Ricky abriu os olhos de repente.

Era uma mulher, vestida em um uniforme branco e cabelos negros em um coque firme.

–O-o quê? - Ricky levantou-se de repente.

–Chegamos. - ela disse, já na porta. - Levante-se

Ele se levantou e pegou sua mochila.

A mulher o encarava profundamente.

–Hã...Posso saber o seu nome? - ele perguntou.

–Soldado Popov, devo recrutá-lo para o quartel. - ela quase não tinha sotaque.

Ricky riu. Popov.

–Alguma graça? - ela perguntou.

–Não, não... - ele prendeu o riso.

–Siga-me.

Ricky a seguiu pelo corredor do avião, que estava vazio.

–Não teriam mais pessoas aqui? - ele questionou.

–Os inquilinos devem apenas se encontrar no quartel.

Eles andaram pela pista de pouso em silêncio e rapidamente entraram em uma construção enorme, de cimento e pucas janelas com grades, por dentro, havia um corredor que terminava em uma porta de ferro.

A Soldado Popov colocou seu dedo em um vidro e a porta se abriu para um enorme salão, Lá estavam algumas pessoas, acompanhadas por soldados assim como ele.

Popov o levou para um lugar de distância simétrica às outras pessoas.

Ela se aproximou do ouvido dele e falou, sussurrando:

–Bem vindo à base especial do exército russo.