O assento no carro dos soldados almofadinhas era muito desconfortável.

Macy estava com a coluna torta e de mal-humor. O que diabos o exército russo queria com ela?

Havia uma janela que a impedia de falar qualquer coisa com os soldados, que estavam no banco da frente. Mas ela podia ver que estavam discutindo.

Macy pegou o caderno em sua mochila e começou a escrever, entediada.

Sr. e Sra. Grayson, um casal polêmico aos olhos da sociedade, um homem rico e uma mulher controladora, que brigavam constantemente sobre assuntos fúteis e...

–Não - resmungou Macy, ao arrancar o papel de seu caderno e amassá-lo.

Tentou começar novamente.

Sr. e Sra. Grayson, Um humano e uma Dames Blanche, discutiam sobre o uso dos poderes maldosos da mulher, ele, um mero mortal, parecia estar ganhando a briga. As pessoas ao seu redor, apreensivas e assustadas com o que Sra. Grayson poderia fazer...

A folha é rasgada novamente, e Macy solta um suspiro frustrado.

Ela amassa o papel e joga na janela que a separa dos oficiais.

O soldado que está no banco do passageiro olha para trás, e Macy desvia o olhar para a janela.

O vidro abaixa um pouco.

–É bom você se comportar. Temos ordens de levá-la pacificamente, mas se nos irritar, podemos tomar medidas violentas - disse um dos soldados, com um fraco sotaque russo.

Macy levantou os braços em rendição:

–Está bem!

O vidro voltou a se fechar.

Dez minutos depois, logo quando Macy desistira de escrever sobre os Graysons, o carro parou.

A porta se abriu e um soldado a puxou e segurou seu braço com força.

Eles estavam em uma pista, lotada de aviões e plataformas.

§

–Seja educada - disse a mãe adotiva de Reyna quando a garota colocou a mochila pequena nas costas. Rey havia dito a ela que iria passar um tempo com o avô biológico, pois estava com saudades, mas, na realidade, ela nunca tivera um avô, e se tinha, nunca chegara a falar com ele.

–Vou ser - ela respondeu, emburrada.

O carro parado na frente da mansão era preto e discreto, e dois homens de terno estavam parados na frente da porta do banco de trás.

–Conhece esses homens? - O pai adotivo perguntou, aos sussurros.

–S-sim, são os seguranças do meu avô - Reyna mentiu, aqueles eram soldados do exército russo e estavam ali para levá-la ao quartel.

–Cuide-se, tenha modos, postura e sorria - Advertiu a mãe.

Rey assentiu.

–Vamos sentir sua falta - Mel, a irmã adotiva, se intrometeu, com um sorriso malicioso.

–Eu também - Reyna respondeu, porém encarou a irmã com um olhar de Vou te matar.

Rey desceu os degraus e foi em direção ao carro, um dos homens abriu a porta para ela, que entrou rapidamente.

Encostou a cabeça na janela e viu a família acenar com sorrisos no rosto, ela deu um aceno rápido e voltou para o seu lugar, Até que enfim, pensou.

–Devemos te passar o regulamento antes de sairmos. - disse um dos soldados, ao entrar no carro.

–Podemos sair da propriedade primeiro? - ela perguntou.

O homem assentiu e o motorista deu a partida no carro.

–Será recrutada para o quartel do exército russo, deve manter-se calada e pacífica, qualquer ação contra o recrutamento resultará em punição. Reyna Sophia Aguilar, está ciente de que está operação é completamente secreta e deve ser mantida em sigilo? - O soldado falou assim que entraram na avenida principal da cidade,

–Sim - Reyna respondeu, suspirando.

–Ótimo - então, o homem fechou a passagem entre o banco de trás e o da frente.

Desconhecido, aí vou eu.