Assassin's creed Union - Livro I - Chegada escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 5
A História de Duas Irmãs - Parte 2: O Lamento do Garou


Notas iniciais do capítulo

Segundo capitulo do dia! Como prometido! Aqui temos o desfecho do embate no lago e tristes revelações. Sem mais delongas, vamos ao capitulo!



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Ele estava ferido e com raiva, foi pego de surpresa por aquele homem e por seu animal. Mas não aconteceria de novo, não mesmo. Ele iria retribuir em dobro a dor que ele sofrera!

– Agora meninas venham vou levar vocês até seus pais... – O homem se cala de súbito e num piscar de olhos saca uma faca de caça que estava na fivela de sua rena e apara uma grande pata cheia de unhas afiadas que tentavam estraçalha-lo. O homem encarava agora a fera a sua frente, a mesma besta que machucara Anna e tentara matá-la e levar sua irmã como prisioneira. O Lobisomem!

– AHHHHHH!!!! – Grita Elsa ao ver o mostro de volta.

– Achou que eu estava morto caçador? Pois adivinhe... NÃO ESTOU!!! – Brada a besta desferindo um chute nas costelas do homem, porém num rápido movimento o homem empurra a pata da besta pra longe e pula pra trás evitando ser atingido por seu chute. O homem de manto mantinha sua faca perto do rosto em posição encarando o Lobisomem que fazia o mesmo.

Elsa abraça sua irmã para protegê-la e fica próximo da rena que a salvou e diz:

– Não acredito! Ele esta vivo! Pensei que o senhor tivesse acabado com ele senhor rena? – Diz Elsa perguntando a rena que bufa com ódio batendo os cascos e rosnando. Parecia querer avançar qualquer instante contra a besta a sua frente.

– Mana quem é ele? Porque tá atacando o tio? – Pergunta Anna assustada. Elsa olha para a irmã e vê que ela não se lembra do monstro.

“Deve ter sido a queda” – Pensa a princesa.

O homem de manto e o lobisomem se olhavam em guarda. O lobisomem bufava. Sua respiração saia acelerada pelo focinho, já o do homem estava em ritmo normal ele estava muito calmo, como se aquela cena fosse normal pra ele e isso incomodava a besta.

– Engraçado, outros já estariam se urinando de medo só de me verem. Outros começariam a correr em pânico. Eu os caçava com deleite principalmente quando ouvia seus corações acelerados batendo e melhor ainda quando eu os devorava! – Elsa coloca a mão na boca ficando enojada com o que ouvia da besta. Ela agora estava abraçada a uma das pernas da rena junto com sua irmã e a besta continuou falando. – Mas você é diferente, não mostra medo, não corre, não se urina... Mas o pior de tudo é.... ESSE SEU CORAÇÃO QUE BATE NORMAL MESMO ESTANDO DEANTE DE MIm!!!! QUEM É VOCÊ?!!!! – Brada a criatura furiosa que avança com seus dois braços abertos pronto pra trucidar...

Nada...

O homem simplesmente sumiu de sua vista... Não havia nenhum vestígio dele, nem do cheiro nem nada. Só o que a besta via na sua frente era a rena e as duas princesas. Então do mais alto dos céus se ouve um som, um som que gelou a alma do lobisomem que ele mal percebeu que uma sombra o encobria. Ele então olha de relance para o céu e só tem tempo de dizer:

– Merda! – E como uma águia que caça sua presa o homem de manto cai do céu cravando na besta duas laminas que saíram de suas braçadeiras!

A da esquerda perfurou a criatura na junção do pescoço e do ombro, próximo da carótida; já a direita cravou no ante braçodireitoda besta. A criatura sentira a dor! Uma dor lacerante como ele nunca sentiu e a dor só piorou quando o homem pois os pés sobre suas costas dando um impulso se soltando da fera deslizando alguns centímetros de seu alvo. O homem se levanta imponente enquanto suas duas lâminas brilhavam e o sangue da besta pingava delas e assim como elas surgiram num piscar de olhos,elas desapareceram no mesmo instante.Dois rios de sangue jorravam do corpo da besta que caia ao chão em agonia que ia ao chão!

– MALDITO!!!MALDITO SEJAS!!!! QUEM É VOCÊ???!!! – Grita a besta e agonia.

– Meu nome não é importante... – Diz o homem de manto se aproximando. – A pergunta certa é, quem é você meu caro?

– HUM?

– Como pode um membro da raça dos Garous se prestar a uma humilhação dessas. Atacar duas meninas indefesas ao ponto de quase matar uma delas! Seus antepassados devem estar envergonhados com tal atitude! Você é uma mancha nefasta de sua raça! – Brada o homem de manto olhando com ódio a criatura que estava inerte no chão.

– Só pra você saber Oliver Lobisomens tem o poder de regenerar seus ferimentos.

– Nossa não sabia disso, ou melhor até ouvir essa historia nem sabia que eles existiam!

– Existem, e são muito honrados! Alguns são loucos por brigas e disputas... Mas sempre honrados. – Explica Serge.

– Só que esse ai não tá fazendo nada honrado ele é muito MAU! – Exclama Oliver fazendo careta. – Ele atacou a Anna e quase raptou a Elsa. Não tem honra nenhuma nisso! Ele merece morrer mesmo! – Completa Oliver.

Serge ouve Oliver... Ao olhar para o menino ele se viu anos atrás dizendo as mesmas palavras para seu mestre. Ele se recorda de ter ficado irritado e com pena das princesas assim como seu amiguinho. O jovem Assassino então sorri e coloca a mão no ombro do menino e diz:

– Sabe... Oliver o bom dessa história é que ela sempre nos surpreende.

– Ah?

– O que vou contar agora quero que você ouça sem me interromper ok... É a parte mais importante desta historia.

– Tá bom. – Diz Oliver um tanto quanto confuso.

A Besta jazia no chão sem conseguir se mexer. Podia sentir suas feridas doerem. Com certeza as lâminas do seu adversário eram feitas de prata, só assim para sua regeneração não estar funcionando. Ele se sentia acuado, mas não iria se amedrontar agora, não na frente daquele homem.

– Huf! Vai ficar me criticando... Ou vai me matar logo? Se seu objetivo... É saber quem me contratou... Pode esquecer! Eu nunca direi nada! Então! – O lobisomem grita em agonia. Sua respiração estava ofegante ele sentia o sangue escorrer pelas feridas e não estavam parando, queria mostra força e superioridade, mas estava muito difícil. – Se quiser me matar faça logo!

– Se diz isso então você não me deixa escolha... Spencer! – Brada o homem de manto para sua rena que se separa das meninas e pega o estranho ferro que ele carregava e com os chifres o joga em direção a seu mestre que o pega com uma só mão. – Chamamos isso de espingarda antimatéria. – Diz o homem falando enquanto examinava a arma. – É uma arma que eu mesmo criei usando meus conhecimentos da irmandade, ele aproveita vestígios de matérias que foram destruídas e as transforma em potentes projeteis de destruição. – Explica o homem a besta que ouvia aquilo incrédulo.

– Como...? – Diz a besta em pânico.

– Como eu criei algo assim? Bom não é da sua conta... – Ele segura arma apoiando em seu ombro esquerdo e mirando na cabeça da criatura. – Para alguém que abandonou sua honra, sua tribo e seus costumes não merece estar mais nesse mundo. – Ele engatilha a arma pronto pra atirar!

– Foi quando... – Diz Serge.

A besta fechou seus olhos e aceitou seu destino, foi quando ele ouviu uma voz... Uma voz bem fraca e de longe. Sua vista estava turva e não conseguia ver quem era, sua audição estava falhando e ele não conseguia saber quem era, mais seu cheiro, era como a neve;doce, frio e acolhedor.

– Pare por favor! – Diz a voz.

Ele sentia um vulto a sua frente.

– Por favor não mate ele, senhor!

Ele conhecia aquela voz.

– Princesa saia da frente! – Diz o homem de manto.

– Não vou sair até o senhor abaixar sua arma.

“Princesa” – Pensa ele.

– Mana, sai dai!

– UHHUUUUU!!!

Ouvia agora uma outra voz mais fraca e o um urro de um animal.

– Princesa ele tentou seqüestrá-la e quase matou sua irmã... Por que me impede de despachar essa criatura profana para o inferno que ela merece?! – Exclama seu algoz.

– Eu... Eu sei que ele fez coisas ruins...

Ele conhecia aquela voz.

– Eu sei que ele machucou minha irmã... E não mostrou piedade...

Ele sabia quem era.

– Então porque se põe em minha frente princesa? Se sabe que ele fez tudo isso porque me impede de matá-lo?

Impedir de matá-lo, alguém o estava defendendo?

– Por que... – Diz a voz conhecida em meio ao pranto.

“Quem era?”

– Eu não quero...

– Essa voz... – Diz o Lobisomem abrindo os olhos com dificuldade e a vendo di ante de sí.

– Eu não quero que ninguém morra por minha causa ou de minha irmã!

– Elsa... – Diz o Lobisomem baixo.

Elsa se colocava em frente ao homem de manto impedindo que ele atirasse.

“Por quê?” – Pensa ele.

– Princesa você não sabe o que está dizendo, ainda é muita nova... Esse ser traiu sua raça e se vendeu por dinheiro!

“Sim eu fiz isso”.

– Mas o senhor sabe por que ele fez isso?

“Porque eu fiz isso?”

– Ele deve ter tido as razões dele.

“Eu tive”.

– E quais seriam, princesa? Por acaso você saberia me dizer? – Diz o homem de manto ainda com sua arma em mãos.

“Ela nunca saberia”

– Eu não sei, não teria como dizer. Eu só sei... Que se o senhor o matá-lo... Agora...

“Elsa”.

– Estará matando o pouco de honra que ainda, mesmo que fugaz, ainda exista nele.

Seus olhos se arregalam, ele ouviu isso mesmo... Honra! Aquela menina viu isso nele... Mas como?

– Você diz que esse animal ainda tem honra! Como pode ser tão ingênua princesa!

– Sim eu sou ingênua... – Ela se aproxima. – Imatura... – Ela toca sua mão no cano da arma. Mas serei a rainha de Arendelle um dia e por isso... Como ordem de sua futura rainha eu ordeno que não o mate!!!

E com sua voz uma brisa de vento percorre todo o lago. Pequenos cristais de neve começavam a cair do céu sobre eles. A lua começa a aparecer no céu. A noite havia chegado e a fugaz, mas pequena luz da lua a iluminou. E mesmo sendo pequena em tamanho sua presença era como a de um gigante. Seu pranto havia cessado ela não estava mais com medo, o brilho dos seus olhos demonstravam determinação. Um brilho que fez o homem a obedecer e abaixar sua arma. E ele se agacha e curva sua cabeça dizendo:

– Como queira majestade. – Se levantando logo em seguida.

Elsa agora se vira e encara o Lobisomem no chão. Ela não o olhava com ódio, mas com pena dele. Ela leu em livros, quanto perigosos poderiam ser os licantrapos. Mais leu também que os Lobisomens tinham um código de honra próprio. Um código que prevalecia como uma lei em suas matilhas ou tribos como eles a chamavam.

– De início eu fiquei com medo do senhor... E Depois com raiva... Mas quando ouvi este senhor falar de honra, me lembrei do que eu ouvi e estudei sobre vocês. – O Lobisomem ouvia calado. – Eu poderia querer vingança contra o que você fez com minha irmã... Mas... – Ela começa a chorar novamente.

– Porque princesinha? Porque me poupas... Se ainda sente raiva de min. Como ele disse... Eu já não possuo mais tribo ou matilha para aonde voltar... Sou um desgarrado, um paira... Que tive que fazer de tudo para sobreviver, até mesmo matar. Eu sou o que este homem disse... Uma besta! Eu já não... – Diz ele tentando se levantar, mas seus braços não lhe obedeciam, então com muito esforço ele se senta e encara a princesa e completa a frase. – ...Sou mais digno de ser chamado de Garou...

– Garou? – Pergunta Elsa.

– É o como os Lobisomens se chamam Princesa. Quer dizer... “Filhos da mãe terra” na língua deles. – Explica o homem de manto.

– Nomezinho grande. – Diz Anna surpreendendo o homem de capa ao se aproxima com junto com Spencer.

– Sim, mas também um nome que pesa... E que eles têm orgulho de carregar. Porém... – O homem faz uma pausa. – Esse ai se desviou do caminho.

– Sim, é verdade... – Todos se voltam para o Lobisomem. - A muito perdi meu valor, sempre perdi... Na vida na luta, minha própria história foi uma sucessão de derrotas! – Porque ele estava falando aquilo pra eles?

– Não consegui prosperar em minha própria tribo, desonrei meu pai e minha família... E fui expulso de minha tribo; f ui caçado por meu pecado... – Porque ele estava contando seu passado.

– Seu pecado... – Elsa se aproxima. – Qual foi? Por favor nos diga. – Pede Elsa agora de frente para o Lobisomem.

Ele a encarava... Não havia medo em seus olhos, apenas compaixão... Então era por isso que ele estava se abrindo... Pois nunca pode fazer isso. Todos fugiam dele, todos o temiam e todos o feriam... Ele sofreu isso tudo apenas.

– Amar... Esse foi meu pecado... – Diz o Lobisomem baixando a cabeça.

– Amor? Você foi condenado apenas por que amou? Mas por quê? – Pergunta Elsa incrédula.

– O amor geralmente não é algo bom. – Diz Anna coçando a cabeça.

– Entre eles isso é algo, um pouco complicado. – Diz o homem de manto.

– Como assim? – Pergunta Elsa.

– Ela era a filha do chefe de nossa tribo... – Continua o Lobisomem. – Eu me apaixonei por ela e ela por mim. Porém como eu era de uma família comum da tribo, não podia desposá-la sem antes provar meu valor. – Dizia ele.

– Você teve que provar! Isso é injusto, se você e ela se amavam, não podiam impor empecilhos. – Diz Elsa indignada.

– Nós temos tradições princesinha. Se eu a queria tinha que provar... Por isso me imporão três testes. Um mediria minha coragem, outro minha resistência e o ultimo minha força. Com muita dificuldade passei nos dois primeiros, faltava só o último... O de força. – Sua voz ficara grave nesta ultima parte.

– Continue, por favor. – Diz Elsa com as mãos juntas.

“Ela queria mesmo ouvir sobre sua vergonha. Pois bem ela iria ouvir”. Diz ele em pensamento.

– Eu estava acabado, pois no teste de coragem tive que entrar em uma caverna completamente no escuro sem luz nenhuma. E tive que ficar lá por uma semana, eu fiquei. No de residência tive que sobreviver durante uma semana em uma região infestada de ursos recém saídos da hibernação. Quase morri... – Diz ele.

– Nossa, que crueldade. – Diz Elsa colocando as mãos em sua boca.

– Tadinho... – Diz Anna.

– Eu sabia que os teste na tribo dos Garous eram pesados. Mas a esse ponto. – Diz o homem de manto surpreso.

– Vocês são idiotas, não conseguem entender? – Todos se surpreendem com a mudança de voz do Lobisomem. – O líder da tribo não me queria como genro, não me queria como marido de sua filha... Por isso impôs em mim os mais terríveis testes possíveis, para que eu desistisse ou morresse neles. Mas eu não morri! E agora só faltava o último. O de força. Se ele não acabasse comigo nesse teste ele seria forçado a me suceder como novo líder da tribo. Coisa que eu não queria, eu só queria ela e nada mais! E Então ele decidiu, qual seria o teste e ainda posso lembrar de sua voz de sua ordem...

Nesse momento ele olha para o céu que começava a ficar estrelado. E diz:

“Seu último teste será um duelo. Você medira forças com um número determinado de adversários. Para só ai poder desposar minha filha. Você concorda?”

– E eu ingenuamente concordei. E tive que enfrentar os dez mais fortes Garous da minha tribo, acostumados com lutas e batalhas a mais tempo do que eu. Porém para alguém que sobreviveu a escuridão e a ursos famintos, eu não iria fugir. Eu os enfrentei um a um e os venci...

Elsa e os demais estavam surpresos com o que ouviam. E ele continuo agora mais triste.

– Estava exausto, ferido... Podia ouvir meu pai idoso gritando meu nome, podia ouvir os outros Garous clamando meu nome. Eu venci os desafios que me foram impostos. Bom, era o que eu pensava até eu o vê-lo descer de seu trono e retirar seu manto de líder e subir a arena. Eu ainda não tinha vencido, faltava o verdadeiro inimigo. Aquele que me propôs os testes que eu derrotei. Eu era ingênuo não tinha ideia de malicia ou truque sujo, mais fiquei sabendo disso após aquele dia da pior maneira possível. Meu ultimo adversário era o líder da tribo. Anarc o grande.

– O QUE?! – Exclama o homem de capa incrédulo.

As meninas se assustam ao ouvir o grito do homem de manto, até mesmo sua rena se assusta. Ele apertava seu punho com força e trincava os dentes.

– Você foi forçado a lutar contra ele? Como pode ser tão tolo! Você sabia da capacidade e força dele?

– E mesmo assim eu fui! – Entenda caçador, eu estava cego pelo amor... Tão cego e tão debilitado que nem me dei conta que ele seria meu próximo oponente. Só quando ouvi sua voz que me dei conta.

“Você passou por todos os testes que te impus e sobreviveu... Então já que você é tão teimoso em não saber seu próprio lugar... Eu mesmo dou cabo de você, FILHOTE PREPOTENTE!!!”

– Eu gelei. Nunca tinha pensado que ele faria isso. Que se daria o trabalho de sujar suas garras comigo, tudo para que ele mesmo escolhesse seu sucessor. E ela e me pai me viram... Sendo destruído...

Todos silenciam... Não conseguiam dizer uma só palavra. Anna estava tentando assimilar aquilo, mas com sua cabecinha de cinco anos, ela só conseguia entender menos da metade. Apenas entendeu que o tio lobo apanhou e muito.

– Então... Essas marcas no seu corpo? Foi o lobo mau quem te causou? – Diz ela com voz fraca.

O Lobisomem ouve Anna dizer aquilo, e da um sorriso forçado e diz:

– Para vocês verem... Nem minha regeneração deu conta.

– Kairindo. Não foi? – Pergunta o homem de manto.

– Sim... A arte marcial milenar que só os escolhidos pela própria mãe terra apreendem. Dizem que só aqueles destinados a serem lideres tem capacidade para apreendê-la. Foi assustador... Eu não conseguia vê-lo só sentia os golpes, não conseguia me curar... Eu só apanhava e apanhava... Até que eu fui ao chão e por curiosidade da mesma forma que eu fui ao chão hoje pelas suas laminas caçador. Ela me viu e ficou paralisada. Ela não se mexia e nem dizia nada, só me olhava aterrorizada. Ele estava pronto para desferir seu golpe final, disse olhando para sua filha.

“Veja o que acontece com aqueles que se embebedam com o amor!”

– Ela cobriu os olhos ao ver que ele ia me empalar com suas garras e eu não vi mais nada... – Trevas e frio me consumiram, eu estava morto.

– Senhor Lobo... – Diz Elsa aos prantos. Anna soluçava, a rena Spencer urrou em tristeza. Até o homem de manto abaixo sua cabeça. Porem ele mesmo rompeu o silencio e perguntou:

– Como você sobreviveu então?

– Meu pai... Meu pai me salvou...

– O papai lobo salvou você? – Pergunta Anna.

– Sim pequenina, ele me salvou, dando a vida dele... Para mim.

– Como? – Pergunta Elsa.

– Através de um ritual antigo de nossa tribo chamado de “Ritual de Resgate da Alma”. – Diz o Garou.

– O ritual de resgate da alma... Nunca tinha visto alguém que tenha passado por ele. – Diz o homem de manto surpreso.

– O que é isso? – Pergunta Elsa.

– Quando eu achei que não acordaria mais, quando pensei que e mãe terra estava me chamando... Eu ouvi a voz dele me chamando,primeiro bem baixo e depois mais alto e mais alto até...

“Meu filho!”

“Pai?”

“Filho sou eu, a Mãe Terra lhe trousse de volta... Graças!”

“Pai o que aconteceu? Onde estamos?” – Eu perguntei a ele ainda deitado

“Na campina de Lacer, nosso campo espiritual. Você se lembra de que eu sempre lhe trazia aqui quando filhote?”

“Sim eu lembro... Mas porque me trouxe aqui? Arg!!!” – Meu corpo inteiro doía.

– A campina de Lacer é um lugar sagrado para nos Garous. Ela como dizem é a porta para o mundo espiritual. Fica identificada pelo conjunto de totens que a circulavam, foi lá que meu pai me salvou... E foi lá o lugar de nossa despedida.

“Para te salvar, foi à única maneira que encontrei... Você estava partindo e eu não sabia o que fazer... por isso te trousse até aqui... E os espíritos dos nossos ancestrais te tiraram do vale da morte e o trouxeram de volta.”

– Eu não conseguia entender o que ele dizia eu era novo demais pra saber o que ele tinha feito para me salvar... Nem o preço que ele teve que pagar para isso.

“E a tribo o que aconteceu?” – Perguntei a ele me sentando.

“Isso não vem ao caso agora, venha você precisa partir o quanto antes!” – Diz meu pai me levantando.

“Por quê? Pai o que ouve?” – Perguntava freneticamente para meu pai o que acontecera. Mas ele não dizia uma só palavra. Apenas pegou em meu braço e me puxou me levando-o até a decida da campina foi ai que minha vida como Garou terminou.

“Pai você precisa me dizer o que está acontecendo, eu preciso saber, e Chesha? Como ela esta? Pai me responda... Pai!?” – Ele para diante a um dos totens, e me fez o encarar... Ele estava chorando...

“Meu filho, meu amado filho... Não importa o que lhe contem ou o que lhe digam, você é e sempre será um Garou, não vá para o caminho das trevas, siga apenas a luz meu filho e seja livre.”

– Eu não conseguia entender.

“Pai o que houve?”

– Nem sequer podia ter imaginado

“Pai me diz oque...”

– Foi ai que eu olhei para o peito dele. Estava coberto por bandagens estancando um sangue já seco. Como se algo tivesse sido arrancado de dentro dele.

“Pai...”

“...”

– Ele nada diz apenas toca em meu peito onde noto uma cicatriz. E ele falou assim:

“A partir de hoje você e eu estaremos juntos para sempre, pois agora você carrega o meu legado”.

“Pai... Seu peito!”

“Enquanto você viver eu viverei.”

“Pai não me diga que você me deu...”.

“Aquele monstro arrancou de você sua essência de vida... Eu não tive outra escolha!” – Dizia ele entre lagrimas e soluçando.

“Pai... Você me deu?”

“Arrancou de você sem do nem piedade... Ele manchou a dignidade do Kairindo e de todos os Garous que existem!”

“Ele arrancou meu...” – Pus a mão em meu peito e disse sem acreditar.

“Ele arrancou meu coração!?”

“...Sim meu filho ele fez isso diante de toda a tribo e ficou rindo se vangloriando, mas de guarda aberta... Aberta o suficiente para eu agir... De fazer mesmo que por alguns minutos, causa-lhe uma dor que ele nunca irá esquecer.”

– Ele segurou bem forte minhas mãos e me olhando disse.

“Você é meu orgulho, é forte e honrado... Não importa aonde você vá eu irei... Quando pensar que está sozinho, você não estará, pois estarei com você bem aqui...”

– Meu pai me disse isso apontando para meu peito... Acho que você entendem o que ele fez não é?

Todos permaneciam em silêncio e com medo de perguntar.

– Ele me deu o coração dele! Para que eu vivesse... Vocês entendem? Um derrotado como eu... Um banido, caçado, ele me deu a vida que eu havia perdido!!!!

“Agora você deve ir, os Garous da tribo viram atrás de nós... Você precisa ir AGORA!!!!”

– Podíamos ouvir ou uivos dos outros que estavam atrás de nós... Os traidores. Quando eles chegaram à campina nos cercaram rapidamente e logo junto deles vinha Arnac furioso, mais o que mais me surpreendeu foi ver um pano ensopado de sangue envolver seu olho esquerdo. Ele não olhava para mim e sim para meu pai com seu olho bom ardendo em chamas.

“Você ira me pagar ancião, por este olho e depois vou trucidar seu filho diante de você!”

“Você não irá... Meu filho vá eu ficarei.”

– Não podia estar acreditando naquilo.

“Não, o senhor não pode lutar é suicídio!”

“Meu filho... Esta é a única coisa que eu posso fazer agora. Enquanto eu estiver na campina poderei lutar. Mas preciso que você vá agora!!!” – Grita me empurrando para fora da área da campina”

– E eu como o bom covarde que eu era... Eu fugi, corri como um louco até que um estrondo vindo de longe lá da campina me fez parar, e logo em seguida senti uma luz iluminar os céus e o uivo de meu pai ecoando por toda a região. Coloquei a mão no meu peito e disse pra mim mesmo.

“Não se preocupe pai... Eu viverei por nós dois!”

– E partir, com esse pensamento em minha mente... Viveria por nós dois. Que sobreviveria a tudo e a todos... Não importavam as consequências. E vocês agora viram aonde isso me levou. A um sequestrador de crianças, vamos lá podem rir é engraçado! – Seu riso ecoava alto pelo lago, mais podia sentir que não era um riso de alegria ou de felicidade, mais um riso de dor e de amargura, que só sessou quando ele a sentiu. Seu riso sessou na hora. E então ele abaixa a cabeça e vê a princesa Elsa o abraçando. Um abraço caloroso e acolhedor que há anos ele não sentia.

– Dói não é?

– O que?

– Ai dentro. Dentro de você esta gritando por dentro seu pai esta triste... Foi ele quem eu ouvi... Foi ele quem me pediu para te salvar!!! – Diz Elsa chorando enquanto abraçava o Garou.

– O QUE VOCÊ DISSE?!

– Foi ele sim! Eu sei, você estava perdido, por isso não conseguia ouvi-lo, mas saiba que ele te ama... Ele nunca deixou de te amar... NUNCA!!!

O Garou silenciou, seus olhos estavam turvos e sem foco, com o que ele acabou de ouvir, ele tenta mexer seus braços que começam a reagir. Aos poucos suas duas mãos se aproximam do pescoço de Elsa. O homem de manto já avança pronto para matar a besta vendo o que ele ia fazer.

“Ele vai mata-la!” – Diz ele em pensamento. Mas logo em seguida ele para e se surpreende com o que ele presencia.

O Garou que havia perdido sua honra, sua tribo e sua amada, estava abraçando a criança que apouco era seu alvo e ele chorava... Anos sem derramar nenhuma lágrima, os anos de amargura, as aflições e provações que passou. Haviam chegado ao fim nos braços daquela princesa.

– Obrigado... Obrigado princesa... – Ele não conseguia falar, somente lágrimas enropiam de seus olhos.

– Pode chorar senhor lobo. Todos nós precisamos de vez em quando. – Então ela se aproxima da orelha dele e diz baixinho. – Em meu nome e o de minha irmã, eu te perdoou.

– Você me perdoa... Eu não sei o que dizer, eu, eu...

– Sorria!

– Ah?

– Sorria tio lobo. O sorriso é a melhor coisa pra alegrar a vida então sorria muito!. – Diz Anna rindo.

E ele sorriu como nunca havia feito antes... Para as duas irmãs que salvaram sua existência!

Uma hora depois:

Som de cascos eram ouvidos durante a noite estrelada. Spencer cruzava a mata com rapidez e destreza, e em suas costas carregava seu mestre e as duas pequenas princesas.

– Acha que ele vai ficar bem senhor? – Pergunta Elsa ao homem de manto.

– Ele ficou lá sozinho agente não deveria ter trazido ele? – Pergunta Anna.

O homem de manto não responde.

– O senhor esta bravo?

– ... – Ele nada diz.

– Mana ele é muito serio! – Diz Anna.

– Anna que isso se comporte. Ele ainda esta nos dando uma carona para casa, desculpe senhor ela é meio tagarela.

– Sou nada! – Diz Anna estufando as bochechas.

– É incrível....

As meninas se silenciam ao ouvirem a voz do homem.

– Senhor? – Pergunta Elsa

– Tá vivo! – Exclama Anna.

– ANNA! Desculpe, senhor o que é incrível?

– O que aconteceu hoje... – Ele faz uma pausa e continua. – Eu já vi e presenciei muitas coisas... Mas nada como o que aconteceu hoje princesa... Sabia que muitos não teriam feito oque você fez hoje, muitos teriam preferido matá-lo, mas você não. Você consegui ver além dele, como fez isso? – Pergunta o homem de manto.

Elsa fica em silêncio, como ela poderia explicar o que houve lá...

– Sabe senhor, eu ainda estou tentando entender o que houve lá no lago. – Diz ela. – Primeiro foi o gelo caindo e o ar ficando mais frio como se me obedecesse, depois foi o senhor lobo. Quando ouvi que o senhor ia matá-lo, eu ouvi uma voz ecoando por minha cabeça.

– Uma voz? – Pergunta ele?

– Sim, uma voz clamando por socorro... Eu não sei de onde vinha, mas lembro perfeitamente, fluía por minha cabeça como água.

O homem de manto ouvia tudo atento.

– Senhor, acha que eu tenho poderes? Tipo, eu ser uma maga?

– Mana? – Diz Anna confusa.

– Por que eu nunca sinto frio, sempre gostei do gelo, do inverno, da chuva, isso sempre me encantou.

– Isso já havia acontecido antes? – Pergunta o homem.

– Uma vez, quando eu fiz sete anos, foi há dois meses.

– Ah! Eu lembro você foi assoprar as velas do bolo e uma forte lufada de vento arrombou a janela e vou bolo com glace na cara de todo mundo... Foi muito engraçado! – Diz Anna rindo, até Spencer relinchou achando graça.

– É foi engraçado mesmo! Mas nossos pais, digo o rei e a rainha ficaram preocupados. Acharam que eu estava gripada ou algo assim. Por isso desde então sai pouco do castelo. Foi um custo pra eles nos permitirem sair pra brincar só concordaram ao mandar uma escolta de guardas para nos vigiar...

– Que por sinal fizeram “piripimpi” e sumiram né, puxa que coisa. – Dizia Anna emburrada.

– O senhor acha que o senhor lobo os...

– Não, ele não os matou se é isso que esta pensando.

– Mas as garras dele estavam com sangue, era de que então?

– De um cervo.

– Um cervo?

– Sim. Spencer e eu estávamos procurando mantimentos para o inverno quando vimos à carcaça na floresta. Pelo estado deu pra perceber que não tinha sido feito por um animal qualquer.

– Então, ele não matou os guardas!

– Puxa que bom mana!

– Sim, ele não é um assassino sem coração. – Diz Elsa com alivio.

– Sim princesa! Percebo que preciso melhorar meus sentidos e minha percepção sobre os outros. Apreendi algo muito valioso hoje com vocês. – Diz o homem de manto, seguido por um urro de Spencer em aprovação. – Agora vamos mais rápido Spencer para Arendelle!

Spencer urra com toda a as força e avança com toda a velocidade rumo a Arendelle!

– Então Oliver o que achou? – Pergunta Serge.

– ......... – Oliver não respondia apenas ficava de boca aberta incrédulo.

– Ei fecha essa boca, se não vai entrar mosca!

– I-N-C-R-Í-V-E-L!!! – Foi só o que ele conseguia dizer.

– Sério? Só isso?

– Não, não, não eu to pasmo! Eu achei que o lobisomem ia morrer, mas a Elsa o salvou! Isso foi surpreendente! Nunca ia pensar numa coisa dessas!

– Sim eu também fiquei pasmo quando ouvi pela primeira vez, enchi tanto a paciência dele contando essa historia até que decorei.

– Nossa Serge... Isso tudo aconteceu mesmo? Tipo, não é um faz de conta né? – Pergunta Oliver.

– Não Oliver, aconteceu mesmo! Posso te garantir.

– Serio! Como?

– Eu conheci um dos personagens desta história pessoalmente. – Diz Serge com um sorriso.

– Como é que é? – Oliver quase caiu pra trás ao ouvir isso. Ele até mete os dedos nos ouvidos pra ver se não ouviu errado.

– Sim, eu conheci e foi ele mesmo que me contou o restante da história. – Diz Serge.

– OI! TEM MAIS?! – Exclama o garroto se levantando incrédulo.

– Claro Oliver, lembra que te falei. Essa historia mostra como o poder mal empregado pode causar desgraças lembra.

– Ah sim. Espera a pessoa com poderes nessa historia seria e Elsa né?

– Sim. – Diz Serge confirmando. – Você percebeu que o frio não a incomodava nem um pouco né?

– Percebi.

– Então a Elsa é o que podemos chamar de pessoa extraordinária. Pois não precisava de matérias para usar magia... Ela nasceu com eles. Com dons que só ela possui.

Essa última frase fez Oliver ficar mudo. Ele não sabia nada sobre o mundo fora de sua cidade. E em poucas horas estava sentado com seu novo amigo apreendendo mais do que poderia apreender em um ano ou mais. Sentia se feliz, pois poucos podiam ter essa dádiva. A dádiva do conhecimento. E isso fez com que ele quisesse saber mais sobre Elsa e Anna, mas também temeu, pois parecia que algo ruim estava para vir.

– Serge, aconteceu alguma coisa com elas, com a Elsa e com Anna? – Pergunta Oliver em tom sério e temeroso.

O jovem Assassino observa que o menino havia ficado preocupado. Assim como ele ficara quando ouviu o restante da historia, mas Serge o tranquiliza dizendo.

– Aconteceu Oliver, mas fique sabendo, não importa o que digam ou façam. Nada, mas nada separaria aquelas irmãs! Nem mesmo elas mesmo!

– Nossa!

– Vamos Oliver, hora de contar mais uma parte desta história, de desespero e amor. E isso foi me contado por um deles, que participou e viu tudo...

– QUEM SERGE, QUEM!?

– Você vai saber no final, vai ver.

Desculpa Oliver, mas não vou poder te contar alguns detalhes dessa história. Pois estaria revelando feitos e ações da irmandade. Talvez um dia eu te conte.” – Diz o jovem Assassino em sua mente, pois ele temia em revelar ao menino que o homem que salvara as princesas era membro de sua Irmandade... Era um Assassino como ele... Krauser Bjorgman. Considerado uma lenda em sua Irmandade a qual Serge respeitava e admirava muito.

E assim, Serge se preparava para continuar mais um arco desta história!


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Notas finais do capítulo

Assim terminamos a maratona de dois capítulos! Não se preocupem pois teremos mais! Por enquanto por hoje é só pessoal, desde já um bom final de semana!



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