Assassin's creed Union - Livro I - Chegada escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 16
Legado


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amigos, estamos de volta com mais um capitulo. Desejo a todos um aboa leitura e um ótimo final de semana! Desde já uma boa tarde.



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O chão sumiu a seus pés, sua respiração ficou acelerada, seus olhos azuis se arregalaram com a noticia, a mais cruel e pior possível.

– Não pode ser... – Murmurava o jovem assassino.

– Sei como se sente Serge, eu também fiquei desolado quando recebi a noticia da morte de meu irmão. Senti parte de min sendo arrancada pra fora! – Exclama Frei Thomas se sentando em um banco. – Anos lutando e defendendo Valência juntos! Como se fossemos um só. – A voz do frei agora era carregada de tristeza e emoção. – Cuidávamos um do outro dês de pequenos... Meu Deus... – E ele se desaba a chorar.

Esmeralda que estava calada se aproxima do velho frei e o abraça, era seu mentor e para ela um pai adotivo, seu sofrimento era o dela também. A jovem cigana acariciava sua face tentando acalma-lo. Oliver também se aproxima do frei e coloca sua mão sobre o ombro do frei.

– Tio frei... – Diz o menino. Seus irmãos mais novos se aproximam e perguntam:

– Mano, porque o tio tá chorando? – O discípulo de Serge encara seus irmãos, segura a mão dos dois e os leva para um canto onde estavam seus brinquedos, se sentam e mais velho fala:

– O tio frei esta chorando, porque uma pessoa muito querida para ele foi embora.

– Embora pra onde? – Pergunta Oto.

Seu irmão faz um afago em sua cabeça e diz:

– Para um lugar melhor Oto, calmo, tranquilo e sem guerras, né mãe?

– Isso mesmo querido. – Helen se aproxima e se senta ao chão colocando Elaine sem seu colo. – O irmão do frei foi pra junto de Papai do Céu e lá olha por todos nós.

– Nossa deve ser uma boa vista né? – Pergunta Oto inocentemente fazendo sua família sorrir.

– Com certeza uma vista melhor do que essa aqui. – Diz Oliver rindo e dando uma espiada para Esmeralda, seus olhos se cruzam e percebe que a cigana deu uma piscadela pra ele, como se agradece para em seguida retornar sua atenção para Frei Thomas.

– Vamos pai eu te levo pro seu quarto, você precisa descansar.

– Eu ajudo. – Diz Serge dando um passo há frente e segurando o braço direito do frei o ajudando a levantar-se, Esmeralda vai na frente e abre a porta da torre.

– Vem! Eu sei onde é o quarto dele, lá ele vai poder descansar. – Ordena à cigana.

O Assassino meneia a cabeça em silencio e com muito cuidado ajudava o velho frei a andar. Saíram da torre e andaram pelo pátio central do mosteiro, alguns monges que andavam pelo local se assustaram ao ver o frei naquele estado e correram para socorre-lo, mas foram impedidos por Esmeralda que disse que o frei só estava indisposto, mas que preparassem o quarto dele e um pouco de água também. Para surpresa de Serge os monges fizeram o que ela pediu, parecia que a conheciam isso era bom, pois evitava dar explicações desnecessárias aos outros.

O jovem Assassino estava se sentindo péssimo, não sabia que mestre Gerik havia morrido e por isso acabou fazendo seu irmão sofrer... Novamente.

Seu mestre lhe contou uma vez, que a morte de um irmão da irmandade é algo terrível, um irmão de sangue então? Nem conseguia pensar. Uma sensação de vazio e impotência se apodera de nós e não podemos fazer nada contra isso, apenas seguir em frente com nossas vidas e lutar com todas as nossas forças seguindo rumo a um novo amanha, não é fácil OBVIO, mas tem que ser feito. Ezio Auditore fez isso, viu a morte de seu pai e irmãos bem diante de seus olhos, mas mesmo assim não esmoreceu, pois tinha sua irmã e mãe ainda vivas que precisavam dele, isso lhe deu forças para continuar e nisso ele consegui obter coragem, sabedoria e justiça contra os executores de sua família. Seguindo um código de que todos somos iguais e devemos ser livres e nós unir contra a tirania que tenta nos prender a todo o custo... UNIÃO era a palavra e o credo que Ezio deixou como legado, algo que muitos de seus irmãos e irmãs esqueceram.

– Perdão. – Diz como um sussurro ao ouvidos do frei que para sua caminhada. – Eu não sabia do que ouve com seu irmão, sinto muito por ele e por telo feito sofrer com isso, Frei Thomas.

Aquelas palavras tocaram o coração e a alma do velho Assassino que aperta fortemente a mão de Serge, que se surpreende ao ver o velho levantar seu rosto e mostrar um semblante diferente, lagrimas ainda corriam por seus olhos, mas agora sua feição não era mais de um velho fraco, ele se vira e encara o jovem Assassino de frete. Esmeralda que ia na frente olha para trás para ver se os dois a acompanhavam e percebeu que os ambos param no meio do caminho e se surpreende ao ver seu mentor abraçar seu irmão.

O jovem é surpreendido por um abraço caloroso do frei o deixando estático. Sentiu suas vestes sendo molhadas pelas lagrimas do ancião e o pingente de Anna esquentar seu peito fazendo com que o jovem entendesse bem o recado e retribui com o mesmo sentimento e força o abraço do frei e por alguns minutos eles ficaram ali a velha e nova geração se encontrando entre laços que nem o tempo ou a morte podiam separar.

Despois dos longos minutos eles se separam e o velho frei enxuga o restante de suas lagrimas e olha bem para o jovem e diz:

– Meu irmão estava certo em ter lhe chamado, você é idêntico a Aster, tanto em caráter, quanto no coração. Ambos verdadeiros herdeiros do credo de Ezio! Assim como meu irmão e eu fomos.

– Ainda é frei!

– Hum?

– O mestre Gerik pode não estar mais aqui conosco em corpo, mas seus ensinamentos, suas crenças e o credo que ele passou, permaneceram aqui neste lugar! Sua Aura ainda esta entre nós! – Exclama o lobo branco olhando fixamente para o frei que tem seus olhos arregalados ouvindo as palavras do jovem e por alguns segundo pensou ter visto seu irmão de ante dele.

E isso o fez lembrar-se de uma antiga promessa quando ele e seu irmão se viram pela ultima vez.

Cinco meses atrás, no alto do campanário do Mosteiro de São José...

Gerik, tem certeza que quer fazer isso? Já não somos mais tão jovens e fortes como éramos há vinte anos, não seria melhor escolher um novo mestre e se aposentar? – Pergunta Thomas a seu irmão.

A sua frente um velho Assassino de 60 anos se vira, trajava um manto negro com detalhes em dourado, sobre o manto vestia uma imponente armadura dourada e negra que lhe cobria todo o corpo, armadura essa que dizem que foi usada por Ezio na retomada de Constantinopla a Armadura de Ishak Pasha. Gerik e Thomas a encontram quando foram chamados para uma missão em Constantinopla em uma antiga catacumba.

Os dois irmãos fugiam de soldados Janízaros, a tropa de elite do sultão otomano. Exímios guerreiros e mestres em assassinatos, sua força e pericia rivalizavam com o dos Assassinos, o que causou muitas baixas para a irmandade naquela época, por isso os irmãos foram enviados para lá como reforços, porém ao chegarem lá há coisa estava “literalmente” feia!

Os Janízaros haviam massacrado mais da metade dos Assassinos da cidade e também haviam tomado boa parte do território que eles controlavam. O sultão daquela época era muito jovem e facilmente manipulável. Pessoas assim são perfeitas para servir de marionetes nas mãos dos Templários. Seu conselheiro Armu Azarak era o Grã-mestre Templário, após uma imensa trilha de mortes e conspirações ele chegou ao lugar mais poderoso que um homem poderia chegar sendo chamado de “a mão direita do rei”.

Armu caçou implacavelmente os Assassinos até quase todos serem exterminados, porém ele não contava com dois jovens e teimosos Assassinos que deram a volta por cima.

Em fuga os dois irmãos acabaram caindo em uma antiga catacumba subterrânea, foi lá que eles encontraram o grande tesouro. Uma armadura toda feita em aço de damasco negro, detalhes dourados em alto relevo davam um ar de poder e proteção a aquela incrível armadura, um manto dourado que cobria a ombreira esquerda e um rolo de pergaminho repousava sobre em uma das mãos da armadura. Thomas pegou o pergaminho que dizia:

“Para aqueles que estão em dificuldades e com medo, eu deixo este valioso tesouro para vocês.”

“Esta que foi me concebida pelo antigo Ishak Pasha, como trunfo para minha vitória contra os Templários, agora deixou a para vocês jovens para que a esperança reacenda em seus corações e o clamor da coragem e da união incinerem as trevas deste mundo.”

“Para sempre seu irmão e mentor Ezio Auditore da Firenza”.

Ambos não podiam acreditar no que seus olhos viam, Ezio havia deixado tal tesouro para trás para que pudesse ajudar os novos Assassinos em sua luta. Mesmo depois de morto ele continuava ajudando a irmandade que ele criou e a fez prosperar até o final de sua vida. Aquilo era um legado deveras pesado para qualquer um carregar, mas precisava ser feito, se não os Templários usariam o poder do sultão e marchariam em direção às terras da Europa e fatalmente chegariam a Valência sua terra natal e isso ambos não permitiriam.

Gerik disse que como sendo o irmão mais velho Thomas deveria usar a armadura, mas para sua surpresa ele rejeitou a ideia e mandou seu irmão mais novo vesti-la, pois sempre admirou as lendas e historias sobre Ezio, nada mais justo que fosse ele a trajar a armadura. E com orgulho e honrar ele o fez!

Gerik vestiu a armadura que era incrivelmente leve, pois sobre seu rosto uma mascara que acompanhava a armadura e ambos voltaram há luta. A armadura em si não tinha poderes especiais nem nada, porém ela tinha uma presença, algo que assustava os inimigos, como se um antigo guerreiro havia retornado do mundo dos mortos para se vingar. Sim a armadura estava impregnada da aura dos seus antigos donos, Ishak Pasha e de Ezio Auditore, isso garantiu a Gerik força e coragem que ele mesmo desconhecia ter, sabia que não vinha da armadura, aquela força estava vindo dele, do mais profundo abismos de sua alma, uma grande e imponente luz que irrompeu de seu ser e com essa luz ele e seu irmão junto com os Assassinos restante derrotaram os Janízaros e mataram Armu Azarak o decapitando. Após isso o sultão se sentiu um tolo por ter acreditado em Armu e jurou restaurar a ordem de seu reino e pediu a ajuda dos Assassinos para isso.

Os irmãos atenderam a vontade do jovem sultão e depois partiram não sem antes receberem duas e poderosas alcunhas:

“O Leão de Jalar”, para Gerik e “O Paladino de Jalar”, para Thomas.

20 anos se passaram depois disso, Gerik se tornou mestre da irmandade em Valência e Thomas sentindo o peso da idade se aposentou tornando-se frei.

Ambos seguiram caminhos diferentes, mas ao mesmo tempo tão próximos, pois ambos seguiam o mesmo legado... Proteger os inocentes. Um protegia com sua lamina e outro com suas palavras de fé e agora sua cidade natal precisava novamente de suas forças.

­– Thomas. ­– Gerik se aproxima colocando as mãos sobre o ombro do irmão. – Por min eu deixaria esta vida de Assassino há muito tempo, mas a situação me impede de tal privilegio. Os Assassinos daqui de Valência são muito novos e inexperientes, eles podem acabar comprometendo a Irmandade e com isso muitas vidas podem ser perdidas! Eles precisam de alguém com experiência para guia-los e esse alguém sou eu!

Thomas conhecia o gênio de seu irmão, sabia que quando ele tomava uma decisão não voltava atrás, era muito teimoso... Igual a ele.

– Então permita ajudar de alguma forma?

– Você já me ajuda. ­– Responde Gerik.

– Ah?

Só de saber que você estará aqui me esperando voltar, já me incentiva a continuar em frente meu irmão.

– Gerik?! – Então os irmãos se abraçam fortemente. Não importava a idade que tinham, eles sempre seriam melhores amigos, confidentes, irmãos de armas e de credo!

O Credo dos Assassinos!

­O mestre da irmandade se separa de seu irmão e anda em direção há borda do campanário pronto para dar seu salto da fé, mas antes ele diz sem se virar.

Quando as coisas se acalmarem e acredito fielmente nisso vamos jogar xadrez novamente, como fazíamos na nossa juventude? O que acha?

O velho frei se emociona e sorri dizendo:

Sim... Como nos velhos tempos irmão.

Então o mestre recoloca seu gorro e mascara de sua armadura e salta em direção a carroça de feno mais próxima, rapidamente ele sai de dentro dela e some na escuridão da cidade, foi a ultima vez que ele viu seu irmão...

Dois dias depois ele recebeu a informação de um Assassino que mestre Gerik havia morrido em ação, defendendo com todas as forças seus discípulos e o povo, mas mesmo ele não pode contra tantos adversários ao mesmo tempo, que usavam além de armas, magias graças às matérias. Seu corpo nunca foi encontrado, as testemunhas disseram que o mestre foi engolido por uma imensa explosão que o levou pra junto de seus antepassados em um único instante, só restando sua espada cravada no chão como símbolo daquele que lutou e morreu pelo credo. Espada essa que foi recolhida e entregue Thomas a mesma espada que seu irmão usou por toda a sua vida. Ele não pode cumprir a promessa que lhe fez... Ou será que não?

O velho frei encara Serge e um lampejo surge em sua mente, sem perguntar ele segura o braço do jovem o forçando a segui-lo.

– Frei Thomas! O que esta fazendo?

– Nada, apenas venha comigo! – Responde o velho puxando o jovem Assassino.

­– Frei para aonde o senhor vai? Seu quarto não fica nessa direção! – Brada Esmeralda correndo atrás dos dois.

Serge não conseguia entender o que estava acontecendo, de repente o frei abatido e triste, estava revigorado e com um estranho brilho de determinação em seus olhos, sua discípula gritava para que os dois parrassem.

– Vocês querem parar de correr!

– Mas é ele que tá correndo, não eu! – Gritava Serge sendo puxado pelo frei que o conduzia para outra parte do Mosteiro que por sinal estava deserta.

Era um pátio a céu aberto, com varias colunas brancas e um grande circulo no centro feito em mármore branco, o velho frei então finalmente larga o braço de Serge que quase caiu no chão desequilibrado. O jovem Assassino coloca as mãos sobre o joelho recuperando o folego e quando ia dizer alguma coisa foi empurrado por uma cigana esbaforida e preocupada, o baque foi tão forte que fez o jovem rolar para o centro do circulo.

– EI! – Brada o jovem de cabeça pra baixo.

– O que o senhor tem na cabeça frei? – Pergunta à cigana nervosa sem sequer ouvir Serge.

O frei nada reponde, apenas fitava o local a sua frente.

– O senhor esta me ouvido? Estou preocupa da com o senhor, sei que como se sente ao falar de seu irmão, mas não pode agir assim sua saúde...

Nessa hora o frei se vira e a encara fazendo um sinal de silencio com o indicador esquerdo.

– Shhhiii.

– Frei?

Então ele desce até o circulo central onde esta Serge que já se encontra de pé.

– Olha aqui frei sei que o senhor não bate bem das ideias, mas caramba! Avisa quando o senhor for resolver fazer corrida livre?

– Já faz cinco meses que ele se foi.

– Hum?

– Cinco meses que passaram como se fossem anos e até décadas. – Diz Thomas andando envolta do jovem Assassino. – Eu me amaldiçoei por não estar lá com ele em seu ultimo e derradeiro momento, sua morte me causou dor, sofrimento e indignação, cheguei até a culpa Deus por isso... Céus como fui TOLO!

– Frei? O que o senhor esta dizendo? – O Assassino estava ficando preocupado.

– Como eu não pude perceber algo tão simples! – Brada o frei e sua discípula se aproxima.

– Já chega! O senhor tem que descansar, por favor, vamos para o quarto? – A jovem cigana vai de encontro a seu mestre, quando de repente ela para. – O que? – Perguntou a si mesma.

Uma aura de paz e conforto preencheu o lugar, não vinha dela ou de Serge, mas sim de seu mentor e pai adotivo, Frei Thomas.

Serge estava mudo, há tempos não sentia uma aura tão grande e imponente, mas surpreso ficou ao ver que essa imensa aura vinha do velho frei. Então recordou de mais um dos sábios ensinamentos de seu mestre:

Nosso corpo pode envelhecer. Nossas habilidades definharem e nossa saúde fraquejar, mas nossa aura nunca fraquejara! Pois ela é o resultado de anos e anos de vida e aprendizado, lembre-se meu filho a Aura é eterna e nosso legado sobre este mundo!

Seu mestre não podia estra mais certo, a aura que sentia vindo do frei era todo seu conhecimento, suas aventuras, sua perdas, suas vitorias e seus sacrifícios, toda sua trajetória de vida emanava dele e quando o lobo branco nada mais parecia que iria surpreender algo espantoso acontece.

Sentiu o chão a seus pés tremer e seguindo seus extintos salta para trás e pode ver o círculo de pedra em que ele estava se abrir.

– Mas o que?!

Antes de se quer pensar em dizer alguma coisa ouvi um som de algo que pareciam ser engrenagens girando, olhou em volta e viu que as pilastras também começaram a girar em sentido horário como se estivesse puxando algo e em poucos segundos descobriu o que era e seus olhos azuis contemplaram algo que ele jamais pensou em ver!

Do circulo que se abriu surge uma linda espada toda feita em prata, seu cabo era de cor cinza com uma correte de prata na ponta com a insígnia dos Assassinos. Seu punho se assemelhava a uma fera com sua crista erguida como se protegesse seu usuário e sua lamina era longa de pelo menos 1 metro e toda feita em prata, lamina essa de apenas um gume que se assemelhavam as espadas katanas que os samurais do Japão usavam. Tal magnifica arma estava cravada em uma pedra feira de mármore branco que se assemelhava a um pedestal.

O lobo branco olhava para aquela espada encantado, podia ver seu reflexo nela de tão polida que ela era. Nunca em seus anos de Assassino viu tamanha mastreia em uma arma. O jovem anda em círculos ao redor da arma a olhando, sentia algo emanar dela como se ela estivesse...

– Viva. – Foi o que ele conseguiu dizer.

– Sim meu caro, viva. ­– Respondeu o frei ao seu lado.

– Como?

– Esta espada foi há única coisa que restou do meu irmão, sua arma pessoal e melhor amiga feita da união de três espadas em uma só!

– TRÊS!!!! – Serge não conseguiu esconder sua surpresa, já tinha ouvido falar em espadas quebradas sendo aproveitadas para fazer outras.

– Sim! Sua ponta era da espada de nosso pai Darios, o restante da lamina foi forjada pelos restos das nossas primeiras espadas Agni e Glacier. Seu cabo foi feito com metal de pedras do monte Etna e a corrente de prata com o símbolo de nossa ordem foi de minha falecida cunhada Nalia. Gerik derreteu todas as joias de prata e suas alianças e forjou a corrente que esta na ponta do cabo, ele dizia que era uma forma de sua amada estar sempre com ele.

– Incrível!

– Essa espada levou dez anos para ficar pronta.

– Dez anos!!!!

– Sim. Todas as noites quando tínhamos tempo livre de nossas missões trabalhávamos nela, pode ser que na época era um sonho meio bobo que nós tínhamos de construir a espada mais forte e afiada que alguém da ordem podia imaginar, rivalizando até mesmo com a lendária espada de Altair.

– Nossa! – Serge parecia uma criança encarando a espada.

– Foi durante a criação dessa espada que Gerik conheceu Naila, ela trabalhava em uma estalagem aqui da cidade e ganhava a vida como dançarina. – O velho frei olhava agora para Serge e continuou. – Num dia como qualquer outro meu irmão e eu estávamos passeando por Valência, foi quando ouvimos o som de musica vindo de uma estalagem, paramos para ver e vimos pessoas festejando e bebendo, mas o que mais chamou a atenção de meu irmão foi ela. Uma linda moça de pele morena de vestido vermelho como rubi, tinha uma grande flor da mesma cor de seu vestido que enfeitava seus cabelos negros, ela dançava com graça e precisão, exalando uma beleza exótica e inebriante. Quando olhei para o lado para comentar com meu irmão sobre a moça ele havia desaparecido, olhei para os lados até que resolvi olhar para cima e adivinhe a minha surpresa ao ver meu irmão no alto de um telhado vermelho como um pimentão e todo encabulado.

– Não me diga que ele estava com vergonha de falar com a moça?

– Estava! Meu jovem ele tinha vinte anos na época e estava na flor da idade. Então como bom irmão mais velho que sou dei um belo conselho para ele, ou melhor, empurrão!

– Empurrão?

– Exatamente! Ficamos lá no telhado por algumas horas, estava tentando convencê-lo a descer para falar com a moça, quando a vimos saindo da taberna. Então como bom irmão que sou empurrei ele do alto do telhado que caiu bem em cima da moça.

– Você empurrou seu próprio irmão de um telhado? – Serge estava boquiaberto com tal revelação, sabia que Frei Thomas era excêntrico, mas não a esse ponto.

– Bom era aquilo ou nada! E você devia ter visto os dois se olhando foi amor há primeira vista. Logo depois começaram a namorar e alguns anos depois se casaram.

– Puxa que legal!

– Sim foram anos felizes, até que?

– Até que? – O jovem já ficou preocupado ao ouvir essas palavras, sentiu que vinha coisa ruim por ai.

– Ela foi morta. – Disse Esmeralda atrás deles surpreendendo o Assassino.

O jovem se vira a encarando.

– O que?

– É verdade. – Diz Frei Thomas olhando a espada e se aproximando da mesma. – Os Templários descobriram que ela era esposa de Gerik e a mataram. Meu irmão ficou arrasado, foi como se tivessem tirado uma parte de seu ser, ele se isolou de tudo e de todos em uma cabana na floresta. Tentei por varias vezes traze-lo de volta para casa, mas ele nem se mexia ou me ouvia, apenas ficava sozinho, foi quando um dia eu fui tentar chama-lo e ouvi o barulho de algo sendo martelado, segui o barulho e vi Gerik trabalhando na espada. Tínhamos dado um tempo na fabricação dela, pois ambos havíamos constituído família e ela tinha ficado em segundo plano. Porém ao ver meu irmão batendo no metal, fundindo as espadas, não consegui ficar parado, encarei meu irmão que com um sorriso me ofereceu um martelo e ambos martelamos o aço dias-após-dia, semana-após-semana até que três anos se passaram e ela finamente estava pronta. Era perfeita! E como toque final Gerik derreteu todas as joias de prata de sua amada e forjou a corrente como havia dito antes. Esta espada Serge representa a união entre quatro pessoas, nosso pai, Naila, meu irmão e eu.

Serge ouvia cada palavra da historia do frei e pensava o quanto de lendas essa espada presenciou, para muitos poderia ser um simples pedaço de metal, mas para eles era um símbolo de poder e união. Então se sentido instigado o Lobo Branco pergunta:

– Frei, qual é o nome dela?

– Achei que nunca fosse perguntar meu jovem? – Exclama o frei rindo, para logo em seguida olhar para a espada novamente e dizer. – Seu nome jovem é... Crissaegrim.

– Crissaegrim?! – Repete Serge para si mesmo.

– Que quer dizer “Morada das Águias”, em nossa língua natal. – Explica o frei.

O nome era perfeito, pois representava bem o significado, pois abrigava e representava as águias que a forjaram.

– O nome é perfeito frei, mas posso pergunta uma coisa?

– Claro meu filho.

– Porque me mostrou Crissaegrim? Se ela é uma lembrança de seu irmão devia ficar bem guardada, não acha?

O velho frei sorri encarando o jovem coloca sua mão sobre o ombro do rapaz e com sua uma voz carregada de emoção diz:

– Meu jovem... Esta espada é um bem muito preciso para min, se eu ainda fosse jovem com certeza a utilizaria em batalha, mas... – Ele suspira. – Estou muito velho e acho que é hora de passar nosso legado para a geração futura, assim como Ezio fez com sua armadura para nós há décadas, chegou a hora de eu fazer o mesmo.

– Frei? – Serge não estava entendo aonde o velho frei queria chegar.

– Serge Strider! – Brada Thomas com imponência e aponta para a espada. – Em nome de meu irmão e do meu, quero que aceite nosso legado!

– F-Frei o senhor não esta querendo dizer?

Thomas agora segura ambas as mãos de Serge e diz olhando em seus olhos.

– Sim, meu filho! Quero que leve Crissaegrim com você! Aceite como presente para que ela possa mudar o destino de muitos assim como ela fez comigo e com meu irmão. A espada é sua!

E o destino fazia mais um movimento, levando a Serge para mais uma escolha e seu nome era Crissaegrim!


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Notas finais do capítulo

E agora? Será que Serge aceitara o presente, e Allen o que aconteceu com ele? Não percam o próximo capitulo de Assassins Creed Union!

Você Já sentiu a sua Aura?!



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