Coração feito de Noz escrita por Miss Addams


Capítulo 3
Ciudad de México, México




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Dulce, 08h02 min pm, Ciudad de México, México.

Olhei para a janela, tentando ver lá fora, afastando mais a cortina não estava tão diferente desde a última vez em que eu olhei. Sem nenhum sinal de ninguém chegando.

:- Dulce, ela já avisou que está chegando, não precisa ficar tão ansiosa. – escutei a voz de papai e me virei para ver ele sentando no sofá com uma caneca de café.

:- É tia. – Clara, que estava na sala brincando com sua boneca, concordou com o papai. E eu ri dela.

:- Só estou um pouco ansiosa para conhecer meu sobrinho. – sai de perto da janela.

Mamãe e Claudia estavam na cozinha terminando o jantar enquanto Papai eu e Clara estamos na sala esperando, Blanca que chegaria com o pequeno Pablo para o seu primeiro jantar em família e finalmente eu poderia conhecê-lo por que quando ele nasceu estava gravando uma minissérie, em Miami, só agora consegui voltar para casa e por fim vou conhecer Pablo.

:- Algum sinal de Blanca? – mamãe chegou na sala curiosa.

:- Não, faz meia hora que ligou dizendo que estava chegando. – Papai respondeu.

Ele estava certo, além de se atrasar Blanca ainda estava demorando. Mas, parece que mamãe tem um sexto sentido muito sábio, por que assim que ela chegou na sala e nos perguntou, ao fim da resposta de papai escutamos uma buzina.

:- É ela. – Mãe sorriu concluindo.

:- Ebaaaa! Tia Blanca. – Clara deixou a boneca de lado e foi até a porta recepciona-los.

Não demorou muito para minha irmã entrar em casa com Pablo no colo e Diego seu marido ao lado. Logo Clara já estava em seu pé quase pulando para tentar ver o pequeno bebê.

:- Deixa eu ver ele tia. Deixa! – ela ficou na ponta do pé olhando para cima.

:- Deixo Clara, olha só. – Blanca sorriu e se abaixou um pouco e mostrou Pablo para Clara ver, ele estava todo enroladinho numa manta, abriu os olhos e olhou direto para Clara, talvez estranhando toda a luz ambiente.

:- Onw! Olha tia Dulce, vem ver ele. – Clarinha, com o dedinho foi passando na testa de Pablo num carinho.

:- Oi , Diego. – Eu cumprimentei a ele, com um beijo no rosto. – Blanca, como está? – A cumprimentei abraçando ela de lado, mas já de olho no meu sobrinho. – Hei, bebê. – Chamei a atenção dele que logo virou e me olhou estranhando aquela voz nova.

Meu coração se encheu de alegria ao ver que ele me olhou e piscou lentamente pelo carinho que Clara ainda fazia e por ficar me olhando, que pequenino ele era. Fiz um bico automático.

:- Oi tia até que enfim eu te conheci. – Blanca se passou por Pablo fazendo voz de bebê e eu me derreti de orgulho.

:- Posso pega-lo? – eu já tinha meus braços estendidos.

:- Claro. – ela me entregou ele.

Então ela e Diego cumprimentavam papai e também Clarinha eu babava mais que o meu sobrinho no meu colo. Ele era tão pequeno e estava atento a tudo o que eu fazia, me encarando.

:- Oi Pablo, sou sua tia Dulce. – sorri para ele o ninando, como resposta ele pegou o dedo que eu mostrei para ele segurando forte.

Logo mamãe chegou na sala nos chamando para jantar, todos na mesa e reunidos, com muito custo eu entreguei Pablo a Blanca, não queria desgrudar dele, estava apaixonada por aquele pequeno curioso, todo barulho que ele escutava olhava na direção.

:- Eu estou bem, Mãe. Me recuperando rápido quase não tenho mais dor, quer dizer, só quando ele mama, ainda estou me acostumando. – Blanca respondeu a mamãe.

:- No começo é assim, porém depois se torna tão natural que você tem pena de quebrar esse laço. – Claudia comentou e depois olhou para Clara. – Ela largou tão rápido que fiquei algum tempo ainda fabricando leite.

:- Também com tanta comida gostosa italiana para que ficar mamando, hein Clara. – Diego cutucou Clarinha ao seu lado com o cotovelo sorrindo para ela que retribuiu por que a pequena comia muito bem e adorava a culinária italiana.

:- Sim, tudo é gostoso, mas eu prefiro a macarronada! – ela deixou o garfo de lado e molhou os lábios com a língua passando a mão na barriga, indicando seu prato favorito fazendo todos da mesa rirem dela.

:- Agora tenho um menino para poder jogar bola. – Papai sorriu comentando pura implicância com as mulheres o que cercavam desde sempre.

:- Mas, vovô eu jogo bola com você. – Clara reclamou por não entender a brincadeira de papai.

:- Eu sei pequena, mas eu queria ver um homem nessa família.

:- Ele fala assim, mas ama cada mulher que está a cerca dele. – Mamãe, disse rindo. – Até por que ainda pode ganhar mais netos.

Foi nessa hora que Claudia e Blanca se entre olharam como se acusasse uma a outra para tentar descobrir quem daria o próximo neto a papai e mamãe, só que se lembraram da minha existência e juntas sorriram. E notei que meu pé seria puxado agora, elas implicariam comigo.

:- Bom se eu e Claudia já temos um casal de netos para vocês, papai e mamãe, está na hora da caçula cumprir o seu papel. – Blanca riu com Claudia, arrumando Pablo que se revirava em seu colo.

:- É tia Dulce, quando você vai me dar um primo ou prima para eu brincar? – Clara me perguntou.

E todos riram do quão sem graça eu fiquei com aquela pergunta, eu não pensava em filhos agora estava curtinho o meu casamento e minha carreira só que senti acuada com todos me encarando e pior se divertindo com a minha vergonha.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa a campainha tocou e soou pela casa inteira.

:- Salva pela campainha. – Diego riu.

:- Mamãe será que é o papai? – Clara deu um pulo na cadeira animada com a possibilidade.

:- Não filha, seu pai só chega amanhã hoje ele ainda trabalha. – Claudia negou com a cabeça, estranhando. – Quem será? Eu vou lá atender. – ela se levantou e foi atender.

Todos ficamos esperando para saber quem era, pensei em Poncho, mas logo neguei com a cabeça assim como Claudia um tempo atrás, ele não poderia ser também. Estava viajando por conta da associação em nome da paz, da qual ele era padrinho há algum tempo. Estava no Uruguai ontem na última vez em que nos falamos.

Só que eu estava enganada.

Por que foi ele que entrou tímido na cozinha cumprimentando a todos.

:- Boa noite, Poncho! – Clarinha cumprimentou menos animada, por querer ter aqui o pai em vez do tio.

:- Estávamos falando do rabo, o macaco aparece. – Diego riu comentando, se lembrando da conversa de dar um neto para papai.

:- O que? – Poncho perguntou antes de cumprimentar papai.

:- Nada esquece Diego não sabe o que fala. – eu disse desconversando e todos que entenderam riram de mim.

:- Você não deveria está no Uruguai? – Perguntei realmente surpresa.

:- Mas, algumas horas atrás ele estava no aeroporto da Jamaica falando como pessoal no Twitter. – Mamãe me contou enquanto se virava para abraçar Poncho.

:- E como você soube disso? – papai perguntou.

:- Ainda pergunta papai, ela estava lá também conversando com as pessoas. – Claudia riu.

Depois de cumprimentar Clara, Poncho veio me dar um selinho e sorriu. Se eu soubesse que ele viria tinha ido buscá-lo no aeroporto.

:- Assim que o evento terminou eu tomei um avião e adiantei a viagem, amanhã você não vai está aqui, né Blanca? – ele se virou para ela e olhou sorrindo para Pablo que o encarava. – Hei cara eu vim aqui te conhecer. – ele se aproximou dele rindo.

Assim como eu Poncho também não conhecia Pablo pessoalmente, só tinha visto as fotos que eu mostrei e aconteceu algo que surpreendeu todos, Pablo que desde que chegou não soltou um sorriso, assim que Poncho se aproximou fazendo careta ele não só sorriu, como soltou uma gargalhada leve, levantando a mãozinha.

E fez todos ficarem encantados com a cena.

Poncho sorrindo estendendo os braços para pegar um Pablo sorridente banguela. Assim que acomodou em seu colo, Pablo colocou a mãozinha em sua barba e sorriu de novo.

:- Ele gosta de barba, quando Diego tinha ele fazia a mesma coisa. – Blanca disse rindo e aproveitou para jantar melhor.

:- Hei cara, quando crescer vai ter a sua também - Poncho balançou o rosto para a barba arranhar a mãozinha de Pablo que só sorria para ele e babava.

:- Vou deixar minha barba crescer novamente, fiquei com ciúmes. – Diego comentou.

Papai encontrou uma cadeira e colocou para Poncho sentar e descansar.

:- Quer jantar Poncho? – mamãe ofereceu.

:- Depois, obrigada vou brincar com esse carinha aqui primeiro. – e ele começou a fazer besouro com os lábios para chamar a atenção de Pablo.

E quando todos já tinham acabado de jantar Blanca ajudava papai lavar e secar a louça e enquanto Diego e Claudia conversavam, mamãe brincava com Clara. Eu estava conversando também, mas desisti ao ver Poncho agora ninando Pablo. Ele sempre foi babão com crianças, porém com bebê ele ficava ainda mais.

Eu não tinha pensado seriamente em ter filhos, quer dizer, quando eu era mais nova sim. Mas, o tempo foi passando e dei outras prioridades a minha vida tanto que esse sonho de ser mãe foi adiando, mesmo depois de casada com Poncho conversávamos vez ou outra sobre o assunto, mas nunca se tornou uma necessidade.

Tanto eu quanto ele temos uma vida com horários malucos e uma rotina intensa por conta dos nossos trabalhos, para nos vermos fazemos viagens loucas e nos desdobramos para isso. Algo que tinha tudo para dar errado e estranhamente estava dando certo. Como pensar em ter um bebê, com essa vida que levamos?

:- O que foi? – ele me viu pensativa e me perguntou. Eu voltei do mundo de questionamentos onde eu estava, quando acordei desse sonho de olhos abertos, Pablo dormia muito bem acomodado nos braços de um Poncho todo cuidadoso. Todo pai.

:- Estou aqui lembrando do que falamos no jantar e te imaginando.

Ele tombou a cabeça do lado confuso esperando que eu esclarecesse. Me aproximei mais no sofá, eu comecei uma carícia singela em Pablo o admirando.

:- Papai comentou que Pablo é o primeiro homem com quem pode jogar bola, todos começaram a implicar e mamãe comentou que ele pode ter outros netos para brincar. Claro que como umas das filhas fui cobrada a ter um bebê pelas minhas irmãs.

:- Foi por isso que quando eu cheguei, falaram aquilo que eu não entendi nada. – ele concluiu.

:- Isso.

:- E quando você pegou o Pablo, não sei, como trata bebês no geral. Você age diferente Poncho, todo cuidadoso, carinhoso... – olhei para ele com Pablo. – Eu fiquei pensando agora, como você seria como pai.

Ele abriu os olhos juntos em par se surpreendendo com o que eu falei, por mais carinhoso com crianças ele também não se cobra um filho e o mais importante, não me cobra.

:- Nossa. Não esperava por essa. – ele riu sem graça.

:- Você não acha que está na hora de pensar em ter filhos?

:- Eu não sei, Dulce. – ele deu os ombros, incerto. – Estamos curtindo o casamento, temos muito trabalho, uma rotina muito intensa, para ser sincero eu não consigo imaginar um filho agora. – ele abaixou os olhos. E eu entendia, aquela é nossa realidade clara. – mas, se você, quiser ter, eu não sei. – começou a se enrolar ao falar.

:- Calma Poncho. Foi apenas uma pergunta. – eu ri. – Eu só pensei nisso agora, para falar a verdade, eu também concordo com você. Mas, não sei temos alguns anos casados temos uma base forte, talvez agora seja hora de começar a pensar. – Mordi o lábio sugerindo.

Antes que ele pudesse falar algo Clara nos interrompeu.

:- Tio Poncho, você quer brincar comigo? – ela veio com uns olhinhos pidões, mas se apoiando no meu joelho.

:- Você não está brincando com sua vó?

:- Sim, mas ela cansa rápido.

Eu e Poncho nos entreolhamos como resistir a um pedido como esse? E para tudo ficar ao favor da pidona Clarinha. Blanca chegou na sala querendo o filho.

:- Ele dormiu. – Poncho entregou para ela.

:- Nossa, Poncho, você tem jeito mesmo, ele sempre demora para dormir até mesmo comigo. Assim que é bom pelo menos você treina para quando for pai. – Sorriu e piscou para mim.

:- Agora você pode ir comigo. – Clara agora sorriu com os dentes apertadinhos e tortos, e deitou no meu colo, me fazendo mexer no seu cabelo.

:- Tudo bem vamos lá. – ele bateu nas pernas e foi se levantando e ela saltou do meu colo toda feliz, assim como todas as vezes que Poncho brincava com ela.

Ele antes de ir realmente, beijou meus lábios e o que me surpreendeu foi Clarinha que assim que Poncho se afastou me beijou bochecha me fazendo rir. E lá foram os dois de mãos dadas brincar de alguma coisa que Clara inventasse na hora e Poncho desse corda para ela.

Antes de me aproximar da conversa dos adultos sobre seja lá o que fosse, fiquei vendo Poncho brincar com Clara, com um sorriso nos lábios, automaticamente imaginando ele como pai, com o tempo ele notou que eu o admirava a distância e sorriu para mim. Aquela era a resposta para uma pergunta que eu sequer fiz.

Vamos deixar o tempo continuar rolando, se eu engravidar ou não, esse bebê será bem vindo.


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