A Prometida escrita por Temperana


Capítulo 2
Warriors


Notas iniciais do capítulo

Bom, respondendo à pergunta da SrtAstrid, o próximo saí agora! E agradeço a ela e à Bella por terem favoritado a fanfic.
Sobre o nome dos capítulos. Eu coloquei em cada um dos capítulos uma música tema (embora esteja em conflito com alguns capítulos). Talvez vocês não vejam a relação, mas ela está lá. Na maioria dos capítulos, Imagine Dragons domina tudo. Minha banda favorita, me justificando.
E nesse caso: Warriors! Deixo o link lá embaixo para quem quiser escutar. Então, até as notas finais anjinhos...



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Cinco anos depois...

Todos os Hoffersons eram considerados fortes. Guerreiros natos. E todos os adjetivos vikings poderiam ser aplicados para elogiá-los. E eu, como você sabe, era uma Hofferson também.

Não que todos os Strondus fossem menos que os Hofferson. Eles eram os líderes da Tribo Hooligan há séculos. E todos eram fortes ao seu modo.

Eles eram os mais indicados para representar o nosso povo. E com certeza não era apenas pelo bom uso das palavras. O tamanho ajudava também.

Mas havia uma pequena criança ruiva que fugia dos padrões dos Strondus. Soluço era muito menor do que qualquer outro viking aos cinco anos de idade. Não que eu também não fosse. Mas eu já conseguia segurar um machado.

Meu pai começou a desistir da ideia de nos juntar. E fugir do acordo. Não era algo que Stoico aprovou.

Um pequeno conflito instalou-se entre eles. Mas nada tão alarmante. Porém, mesmo assim, o destino quis que nos conhecêssemos. Sem interferências.

Era uma noite de Snoggeltog. As festas normalmente rompiam a madrugada. E enquanto procurava um lugar para me sentar, havia um vago, em frente a Soluço, numa mesa qualquer do Grande Salão.

Ele encarava os meus olhos seriamente, como se vasculhasse a minha alma. Eu também encarei os seus olhos seriamente. Na verdade vi aquilo como um jogo que queria vencer.

E de repente começamos a rir. Sem motivo algum. Apenas éramos duas crianças que se conheciam. Se viam pela primeira vez.

Tínhamos cinco anos. Nenhuma noção de vida ainda. Apenas aquela inocência boa das crianças que todos já tiveram um dia.

–Eu sou Soluço Spansitocus Strondus III – ele diz e me ofereceu a sua mão direita. Eu a seguro.

–Eu sou Astrid Hofferson.

Essas palavras eu guardei em minha memória. Eu guardei a voz dele em minha mente. O Soluço não era uma criança qualquer. Em seus olhos eu via segurança. Eu via cuidado.

Eu sabia que se ele fosse o meu amigo, ele estaria disposto a se sacrificar por mim. E eu não era assim também? Das diferenças nasce algo verdadeiro.

E como em todo o Snoggeltog, eu ansiosamente aguardava as lendas serem contadas. E quando os adultos anunciavam eu sorri e me levantei imediatamente.

–Vamos lá? – eu perguntei a Soluço animada.

–Eu não gosto das lendas. Elas me assustam um pouco – ele baixa o olhar envergonhado. A sua definição de pouco foi quase inaudível.

–Eu estarei lá com você – eu pego em sua mão. Um gesto inocente para duas crianças. – São apenas lendas. Não é real.

–Está bem – ele concorda e sorri timidamente para mim.

Eu puxo ele e corremos até o centro do grande Salão. Nós nos sentamos um ao lado do outro na roda da história. E escutamos atentamente as palavras do Contador.

Infelizmente não me lembro da lenda. Porque infelizmente não a escutamos até o fim. Os dragões atacaram Berk naquela noite. Ou pelo menos foi isso o que nos contaram. Já que quem atirou primeiro fomos nós.

Soluço e eu corremos para fora tão rápido como podíamos. Eu era muito esperta, de modo que peguei um machado (mesmo pequeno) no meio do caminho.

Um caos instalou-se na Vila. Havia fogo, neve e armas para todos os lados. Era matar ou morrer. Você não tinha escolha. E nós éramos os guerreiros.

Embora a maioria das vezes assistisse de longe, éramos os guerreiros do futuro. Que lutaríamos até o fim por um pouco de paz.

Eu via dragões caírem e vikings também. Eu observava distraída tudo aquilo que acontecia. Só reparei o Pesadelo Monstruoso quando já estava em minha frente. Pronto para o ataque.

Eu andei instintivamente para trás, com o machado em mãos. Ele atiraria em mim. Não haveria tempo para que eu fugisse. Nada dava tempo para que eu corresse. Para que eu fizesse algo.

Eu sinto um corpo contra o meu e eu caio no chão. Alguém me protege com o seu próprio corpo e eu mantenho os meus olhos fechados.

Sinto o calor do ataque do Pesadelo acima de nós. E também escuto o barulho de uma luta e a pessoa que estava em cima de mim se levanta.

–Você está bem Astrid? – eu abro os olhos.

Reconheci a voz dele. Era Soluço. Foi Soluço que me salvou. Ele fez o que pensei que ele faria por mim. Ele estaria disposto a morrer por mim.

Ele me ajudou a levantar. Vi Stoico atrás dele. Ele deveria ter expulsado o dragão. Soluço encara os meus olhos com preocupação. Eu já sentia que ele era o meu melhor amigo. Em quem eu podia confiar.

–Muito obrigada Soluço – eu lhe dou um abraço bem apertado. Eu vejo sua surpresa e o seu sorriso.

–Filha! – escuto a voz da minha mãe. Eu viro-me para ela. – Você está bem?

–Estou ótima mãe – ela me dá um abraço estilo viking. Muito apertado. – O Soluço me salvou.

–Muito bem filho – Stoico tentou sussurrar para Soluço (o que não deu certo, já que ele falava muito alto), com as mãos em seus ombros.

–Essa amizade começou muito agitada – meu pai falou.

–Eu concordo Arthur – Stoico disse com um sorriso mínimo.

Stoico, meu pai e minha mãe conversam um pouco a distância. Eu vou até Soluço e lhe dou outro abraço. Dessa vez ele correspondeu.

–Eu te vejo amanhã certo? – eu pergunto, encarando os seus olhos.

–É claro – ele sorri. – Obrigado Astrid – encarei os seus olhos com uma expressão de dúvida.

–Por que está me agradecendo Soluço? Eu quem devo a minha vida a você.

–Pela primeira vez ele me elogiou – ele apontou para o seu pai. Eu sorri.

–Ele ainda vai te elogiar muito. Não importa como, você será um grande viking.

–Vamos Astrid? – minha mãe me chamou.

–Até amanhã Soluço – eu lhe dei um beijo na bochecha e corri para dar a mão a minha mãe.

Não havia timidez quando se tem apenas cinco anos, embora fossemos vikings. Virei para trás uma única vez. E ele ainda me observava da porta do Grande Salão.

Eu sorri. Eu sentia que aquela amizade duraria muitos anos.

Ora. Aquela pequena Astrid só não sabia que por muitas coisas ela passaria e por diversos momentos de sua vida essa amizade seria testada.

Ora. Aquela pequena Astrid não tinha ideia do mundo que a rodeava. Dos perigos. Das magoas. Dos sentimentos contraditórios. Da maldade.

Ora. Aquela menina inocente de anos atrás não sabia que um grande sentimento nascia de pequenos momentos. Como o começo da primeira e grande amizade.

Eu não sabia que construíamos a nossa história desde pequenos. Mas eu sabia de uma coisa. E eu cumpri o que eu sabia...

Eu nunca viraria as costas para Soluço. Nunca.

“Here we are, don't turn away now

We are the warriors that built this town

Here we are, don't turn away now

We are the warriors that built this town from dust

Aqui estamos nós, não vire as costas agora

Nós somos os guerreiros que construíram esta cidade

Aqui estamos nós, não vire as costas agora

Nós somos os guerreiros que construíram esta cidade do pó”


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Notas finais do capítulo

Gente, relembrem a foto de capa. Imagine esses dois no capítulo agora. Sim, acho uma fofura sem tamanho!
Eu achei muito fofo essa fase deles. A passagem de tempo é de cinco anos, porque no prólogo eles tinham acabado de nascer. Eles têm cinco anos nesse capítulo.
Adiantando um pouquinho, a próxima passagem é de 2 anos
Obrigada por tudo amores. Vou responder os comentários o mais rápido que eu puder. Link da música aqui: https://www.youtube.com/watch?v=VP9I8ZUwKpc&spfreload=10
Beijos e até o próximo capítulo!
Temp