Eu estava com saudade da minha namorada, ela tinha praticamente me abandonado quando recebeu a ligação da sua melhor amiga alguns dias atrás. Admito que no começo do nosso relacionamento que já não foi muito normal eu não compreendia a amizade das duas, a união e defesa que elas possuem uma com a outra.

Para vocês compreenderem melhor o que quero dizer, tenho que contar a vocês como começou o meu namoro com a Camilinha, se vocês estão pensando que foi tudo muito fofo e cheio de romantismo estão enganados! Eu era definitivamente o cara que vocês denominam galinha, pegador.... mas eu não era cafajeste, todas as garotas que me envolvi sabiam que eu só queria uma coisa sexo! Nunca prometi relacionamento ou nada a elas, vamos apenas dizer que uma vez que compreendi que o status de ser filho do dono de uma grande rede de joias fazia as garotas serem ‘amigáveis’ demais comigo eu apenas aproveitei, e aproveitei muito.

Eis então que em uma viagem com uns colegas para curti as férias em Ibiza eu vejo Camilinha na piscina do hotel, na verdade Megan e ela, admito admirei as duas não sou cego, Megan é gostosa, mas Camilinha é mais! Tinha algo nela que chamou a minha atenção instantaneamente e eu sei que a atração tinha sido mutua uma vez que nossos olhares se encontraram. Ela foi uma garota difícil de conquistar por assim dizer, eu também ficava sem saber como agir com ela, mas insisti eu simplesmente tinha que tê-la.

Não, eu não percebi que estava apaixonado e todas essas coisas! Eu apenas a desejava muito! Entretanto eu não a levei diretamente para a cama, acho que eu não queria que aquilo acabasse logo, apesar de saber que ambos queríamos aquilo. Nós dois ficamos nos flerte pó um tempo até que eu não pude adiar mais o julgamento final, vocês não estavam pensando que eu deixaria o sexo de fora né?

Essa porra é importante! Não acreditem em que lhes dizer o contrario e antes que vocês comecem com o mimimi dizendo que eu sou um chauvinista, minha namorada concorda comigo! Do que adianta você ser compatível com o seu então namorado e ser sexual frustrada? Você também merece conhecer o prazer! Então não se contente com pouco, fica a dica e ela é de graça.

Então Camilinha superou toda e qualquer outra mulher que tinha passado pela minha vida, ela tinha conseguido algo que nenhuma outra tinha ela era extremamente interessante e conseguiu me satisfazer plenamente.

Então a gente começou um relacionamento do nosso jeito, nós não entendíamos muito sobre essa coisa de romantismo e coisas melosas mais conseguimos encontrar o nosso ponto e desde então estamos construindo a nossa relação.

Então depois que nossas férias acabaram meio que nosso relacionamento ficou na ponte aérea Califórnia/São Paulo, até que a convenci vir morar no Brasil e trabalhar comigo na agencia que eu estaria abrindo. Megan quando soube da decisão da amiga veio conversar comigo na melhor pose de Poderoso Chefão, não vou negar a garota sabe intimidar, alegando que era bom eu fazer a amiga dela feliz, caso contrario eu iria me arrepender profundamente.

Quem via de fora realmente não conseguia compreender a amizade dessas duas. Elas eram polos opostos. Enquanto minha namorada é barulhenta, um pouco egocêntrica e festeira, Megan é humilde apesar da sua origem – elas me revelaram quem era os pais dela depois que eu e Camilinha estávamos firmes, é mais reservada também. Camilinha me contou a historia da amizade delas que surgiu quando ambas estavam no fundamental. Então percebi que elas se cuidavam e protegiam porque uma era a única família que a outra possuía.

Por isso quando se tornou oficial a vinda de Camilinha para o Brasil, elas decidiram que pela ao menos uma vez ao ano elas viajariam juntas, fora as ligações e conversa por Skype, mas com o tempo ficou mais fácil compreender a amizade das duas e lidar com elas, no final das contas acabei ganhando uma cunhada!

Mais cedo quando eu liguei para confirmar o horário do meu voo com ela e saber como estava tudo por lá, foi impossível não sorri quando ela me contou que a amiga finalmente admitiu estar realmente apaixonada.

E por isso quando Camilinha chegou pra mim dizendo que estava indo para o Rio de Janeiro para cuidar e ficar de olho na amiga eu não me surpreende, apenas questionei o que estava acontecendo com Megan. Depois do que ela me contou eu tinha que concordar com ela, Megan estava apaixonada, pois a garota que chegou a me intimidar para fazer sua amiga feliz, teria acabado com qualquer cara que ousasse fazer o pedido que Davi fez.

Então teve o casamento de Matias e Danusa e eu fui convidado a comparecer, admito fiquei admirado com a família do Davi! Eles basicamente me acolheram como se fosse da família deles também. Minha mãe faleceu quando eu tinha 10 anos, e minha relação com meu ‘pai’ não é das melhores e as suas varias namoradas, então ver uma família real assim interagir era no mínimo admirável e incrível saber que ainda tinha pessoas assim.

Por falar em pais de merda, Camilinha estava chateada para dizer o mínimo sobre o que aconteceu no dia seguinte ao casamento de Matias e Danusa, ela não conseguia acreditar na postura dos pais da melhor amiga, honestamente? Nem eu, eu sabia vagamente sobre a relação de Megan com os pais, entretanto nunca tinha presenciado a dinâmica entre eles, o que Camilinha tinha me contado eles simplesmente extrapolaram.

Contudo, admito! Fiquei feliz por Megan finalmente encontrar alguém que conseguisse ultrapassar a barreira que ela impôs para se proteger. O quê? Surpresos? Tudo bem que eu não sou romântico, mas eu tenho coração! E se tem uma pessoa que eu conheço que merece ser feliz era Megan, a garota já passou por uns maus bocados com os pais que ela tem.

Meu voo já estava aterrissando e Camilinha viria me buscar.

[...]

– Mais forte! – ela gritou.

– Porra, sim! – grunhi aumentando a velocidade.

– Ah... ah... – ela já estava ofegante o que era ainda mais estimulante.

– Camila... – choraminguei apertando seus quadris. – Porra! – disse antes dar um tapa na bunda dela.

– Porra! – ela gritou arqueando as costas quando atingiu seu orgasmo..

– Merda! – gritei a seguindo, ainda investindo algumas vezes aproveitando daquela sensação.

O corpo dela caiu sobre a cama. A ideia inicial era ela me buscar no aeroporto e depois que eu trocasse de roupa voltaríamos para a festa, mas honestamente quando eu a vi naquele vestido que realçava cada uma das suas curvas ela estava além de gostosa nele, eu comecei a ter uma ereção só com a visão, ela sabia me torturar. Eu simplesmente que tê-la. Minha namorada era a melhor! Não chegamos nem perto de voltar para a festa. Porra... mal deu tempo de chegarmos ao quarto.

Foi foda demais!

– Estava com saudade. – ela disse com um sorriso safado.

– Também estava. – sorri, a puxando para mais perto ainda recuperando o fôlego. – Cada vez fica mais incrível. – sexo com ela, nunca realmente nunca era monótono.

– Verdade. – disse depositando um beijo no meu peito.

– Quer beber algo? – questionei fazendo um leve carinho nas suas costas. O imprestável do meu pai me ensinou a fazer bebidas quando eu estava na quarta série, segundo ele isso impressionava as garotas.

– Agora não. – disse olhando pra mim. – Por que estamos na casa do seu pai? – ela questionou um pouco confusa.

Ela sabia que eu odiava vim aqui nessa casa, na verdade só estávamos aqui porque o coroa está viajando com a mais nova namorada dele. Era por isso que tínhamos o nosso próprio apartamento aqui, quando precisávamos ficar muito tempo a trabalho era lá que ficávamos.

– Então.. – fiz um leve suspense. – lembra quando ti contei que estudei na mesma escola que o Davi?

– Sim. – disse me olhando interessada.

– Então, voltando aquele assunto. Como você sabe meu pai teve que vim morar aqui por causa da empresa dele e me forçou a vim junto, estava no segundo ano do ensino médio e como era esperado eu entrei em uma das melhores escolas, - disse revirando os olhos, meu pai é do tipo classista. - eu não cheguei a ficar amigo de nenhum do Reis, o Matias já estava formado, Davi era de outra sala... – balancei a cabeça. – Pobre garoto, até onde eu me lembro ele sempre foi tímido e na dele o completo aposto de Manuela, aquela garota fodia qualquer coisa que oferecesse atrito pra ela, mesmo na época que eles namoravam!

– Cretina! – Camilinha disse se erguendo e com cara de poucos amigos, sorri, essa é a minha namorada. – Davi não merecia alguém sendo tão cruel com ele..

– Davi era praticamente uma massinha de modelar nas mãos dela. – disse, isso porque eu não tinha acompanhado o relacionamento deles de perto. – Eu honestamente não faço ideia do que os levou a romper. – Camilinha soltou um longo suspiro e eu a olhei.

– Acredito que ela o tenha colocado na reserva. – disse balançando negativamente.

– Hã?

– Reserva.. você sabe. – ela insistiu. – Ela sabia que o Davi estava completamente envolvido com ela, e acreditou que ele nunca olharia para outra pessoa assim. Por isso, ela se sentiu segura em abandona-lo, pensando que quando ela cansasse de curti a vida dela, e o Davi voltasse do intercambio ele iria querer ela de volta.

– Hum.. – assenti compreendendo o que ela queria dizer. – Isso é muito baixo de se fazer! – ela concordou com a cabeça.

– Isso ta parecendo enredo de novela.

– Como assim? – questionei confuso.

– Ele ia pedir ela em casamento na noite que ela o abandonou.

– O quê? – questionei surpreso. – Uau... ele realmente deu sorte então.

– E tem mais...

– Mais o que?

– Na festa, eu estava conversando com a Dorothy, e ela me revelou algumas coisas...

– E o que seria essas coisas? – ela adorava fazer suspense.

– Bem, parece que a Glaucia sempre teve um tombo pelo Plínio, e as duas chegaram a brigar por causa disso. – a olhei sem acreditar, ela riu antes de continuar com o relato. – Só que o Plínio nunca ligou pra ela, e então ela apresentou a Rita para ele na faculdade, segundo ela foi amor a primeira vista entre eles dois, Glaucia não ficou nada feliz com isso, parece que na cabeça dela, os dois iam casar um dia. – disse revirando os olhos. – Só na cabeça dela mesmo. Ai logo depois da faculdade eles ficaram noivo. Dorothy me contou que Gláucia só começou a sair com o Fred para tentar fazer ciúmes no Plínio que não deu a mínima importância.

– Nossa... – tinha que concordar com ela, isso tava parecendo enredo de novela.

– Honestamente, sabendo disso tudo! Pra mim parece que ela queria mais o nome do Plínio, tanto que acredito que ela jogou a Manuela pra cima do Davi. Tipo de um jeito ou de outro ela ainda séria uma Reis.

– Se isso for verdade, é meio que doentio. – disse. Davi realmente não sabe o bem que Manuela tinha feito ao terminar tudo com ele.

– Sim! – ela concordou. - Mas isso não respondeu, do porque estávamos na casa do seu pai.

– Oh! – tinha até me esquecido. – A casa ao lado. – disse apontando para a janela. – É da família da Manuela. Isso se eles não mudaram de condômino, faz anos que não venho aqui. – ela olhou pra mim animada, antes de levantar da cama.

– Não acredito que você... – disse e comecei a rir, quando ela afastou a cortina e começou a espiar.

– Pois pode acreditar... – ela disse e completou depois de um tempo. – Não consigo ver nada.

– Você está fazendo isso errado. – disse, saindo da cama e abrindo meu closet para procurar um binóculo que eu tinha, quando o achei voltei para onde ela estava e o entreguei a ela.

– Oh! Assim é melhor. – disse, sorrindo e depois me enxotando de trás dela. Revirei meus olhos voltando pra cama e fiquei admirando o corpo dela, eu disse que ainda estávamos nus? – Parece que eles ainda moram lá, porque estou os vendo chegando da festa. – ela diz, ainda olhando pela janela. – Espere um momento... parece que Gláucia esta brigando com Manuela, e ela está bem irritada.

– O que está acontecendo? – questionei me aproximando dela de novo.

– Gláucia esta gritando com Manuela e apontando ao mesmo tempo para a barriga dela. Gláucia pegou uma pasta com papeis e jogou em Manuela.

– Sério? – questionei, pegando os binóculos dela. – Wow, Manuela está chorando, Gláucia a está sacudindo.

– Shit! – ela disse olhando em volta. – Tem nada aqui que posso nós dar o áudio não? Isso com certeza é alguma coisa. – disse apontando pela janela.

Um sorriso começou a dominar o meu rosto.

– O quão fundo você esta disposta a ir? – questionei, arqueando uma sobrancelha.

– Tão fundo quanto possível. – ela disse sorrindo. – Você sabe que meu senso não conhece limites.

– Então coloque isso. – disse abrindo uma gaveta e lhe entrando uma blusa e um short pra ela. Enquanto ela se vestia, peguei uma blusa preta de mangas e um moletom pra mim.

Quando estávamos devidamente vestidos peguei a mão dela e a guiei para os fundos. Seguimos através do quintal pelos arbustos que dividiam nossas propriedades.

– Tem certeza disso? – questionei, quando chegamos perto da casa deles. – É um ponto sem volta.

– Absoluta. – ela sorriu, revirando os olhos.

Está certo que não era necessariamente invasão, caramba tecnicamente eu sou vizinho deles. Ok, talvez fosse um pouco. No entanto, essa historia era interessante.

E não pude deixar de pensar mais uma vez o quão incrível é minha namorada.

Sexo fenomenal.

Uma amiga fiel e leal.

Pode ser um pouco consumista, mas é totalmente divertida.

E ela gosta de espionagem.

Nós dois sempre temos bons momentos juntos.

Seguimos na direção da janela que tínhamos visto eles agachados para nos manter fora de vista e começamos a ouvir o que estava acontecendo.

– Merda Manuela! – Gláucia gritava. – Eu ainda não consigo acreditar na sua estupidez.

– Sinto muito, mãe. – ela respondeu irônica ou tentando. – Quantas fodidas vezes preciso dizer que sinto muito?

– Elas não vão reverter o que você fez! Você simplesmente o tinha em suas mãos, mas você tinha que foder com tudo! – ela praticamente gritou. – Quantas vezes eu disse pra você ir atrás dele? Visita-lo... se fazer presente na vida dele? Mas não... o que você fez? Você jogo tudo fora!

– Como eu poderia saber que ele iria querer permanecer depois do intercambio. – disse frustrada. – Como diabos eu iria imaginar que ele iria aparecer no casamento com a filha de Jonas Marra e Pâmela Parker? O garoto não tinha... nenhum jeito quando saiu daqui.

– Vadia! – Camilinha sussurrou, e eu tive que concordar com ela.

– Ele ia te pedir em casamento. – Gláucia ferveu. – Eu sabia. Eu sabia, porra! Eu sabia no meu coração que ele ia te pedir em casamento na festa de despedida dele. – ela começou. – Se você tivesse apenas esperado... agora você teria um anel em seu dedo. Provavelmente vocês já estariam casados... você teria o nome dele em suas costas, e nós não estaríamos nessa bagunça! – ela gritou.

– Bagunça? – sussurrei questionando. Camilinha apenas deu de ombros, e indicou o ouvido, como sinal para gente prestar atenção.

– Desculpa se eu queria aproveitar um pouco a minha vida! Agora de que diabos de bagunça você está falando?

– Pensar nunca foi seu forte. Ainda me surpreendo que você tenha conseguido formar na faculdade.

Eu apertei meus lábios para não rir. Vi o rosto de Camilinha ficando vermelho também, sinal de que ela estava prendendo a risada.

– Você não sabe de nada. – ela continuou. – Você sabe o que acontece quando você supostamente pensa? Você dorme com um babaca sem dinheiro algum e para piorar fica grávida!

Estendi minha mão no mesmo estante para cobrir a boca dela. Ela estava certa, esse bate boca era alguma coisa.

– De todas as pessoas que você poderia ter começado a foder, você tem que ir em um Zé ninguém como Vander Soares? – ela praticamente cuspiu. – Tem certeza que é mesmo dele?

– É claro que eu tenho certeza. Além disso, Vander não é tão ruim. – Manuela defendeu.

– Não é tão ruim? – Gláucia, questionou rindo. – Ele sequer terminou a escola! Ele não trabalha e a família dele não é rica. – desgosto tomava conta da voz dela. – Você é melhor do que isso... pelo menos eu pensei que você fosse.

– Mãe, acabou. – Manuela suspirou. – Ela não vai me deixar chegar perto dele. E quando ela não está lá, ele não chega perto de mim. E tem aquela amiga dela também que parece estar sempre por perto. – ela disse parecendo frustrada e eu vi o sorriso sacana no rosto de Camilinha, minha namorada é a melhor. – Aceite mãe, acabou.

– ISSO NÃO PODE TER ACABADO! – Gláucia gritou.

– Mãe. – Manuela resmungou. – Só porque você não pode ter Plínio...

– ESTAMOS PARA DECRETAR FALENCIA! – ela gritou interrompendo a filha.

– O QUÊ? Quando isso aconteceu?

– O idiota do seu pai, gastos com mulheres rápidas e péssimos investimentos voltaram para nos morder na bunda.

– Quer dizer que estamos pobres? – Manuela perguntou, positivamente horrorizada.

– Ainda não. – Fred suspirou. – Mas nós vamos ficar. Nós estamos com um orçamento apertado.

– Meu cartão foi recusado hoje. – Gláucia admitiu.

– Estamos mantendo as aparências desde o ano passado. Pagar o condomínio, IPTU, as outras contas... deixaram o nosso orçamento apertado, só vamos durar mais um ano assim.

Oh eu poderia imaginar, só condomínio aqui é quase oito mil por mês.

– Vocês não podem pegar um empréstimo?

– Eu já consegui tudo o que podia. – Fred respondeu. – Há um limite de ajuda que eles podem dar. Mas isso sempre resume a créditos e débitos.

– Merda!

– Isso significa que... eu vou ter que trabalhar?

– Não, você não vai. – Gláucia prometeu. – Você vai dizer ao Davi que você o ama.

– Mãe...

– Diga a ele que se arrependeu do que fez. Diga que você pensou muitas vezes em ir atrás dele, mas que sentia medo que ele não a recebesse bem... Diga que você o ama e nunca o esqueceu... Diga que vê-lo com Megan faz com que você se arrependa de tudo. Diga que você sente muito falta dele. Ele sempre foi apaixonado por você.

Eu balancei minha cabeça incrédulo, como poderia alguém querer brincar com a vida de outras pessoas assim? Essa mulher deveria estar internada.

– Ele ama a Megan, mãe. – Manuela suspirou.

– Não, ele ainda te ama! – ela disse apressadamente, essa mulher estava em um delírio profundo! – Vocês ficaram juntos por cinco anos. Um amor desses não desaparece assim não. – ela vociferou. – Manuela, você tem que fazer o que puder para ter Davi de volta. Diga-lhe que o bebê é dele. Você não está grávida de muito tempo. Você pode apenas dizer que o bebê é prematuro quando ele nascer.

Sério? Até eu sei que a garota está enorme! Ouvimos alguém rindo.

– Ela parece que está a um passo de três meses com essa barriga que ela conseguiu apenas comendo besteiras.

– Cale-se! – Manuela gritou, para a irmã. – Eu não teria nem descoberto que estava grávida, se não tivesse tido aqueles enjoos.

– Isso não muda o fato de que você parece grávida.. porque você parece, uma vez que você ficou tão gorda. – Ludmila afirmou.

Fiz sinal para Camilinha em direção a casa do meu pai, já tínhamos escutado demais.

– Caralho! – disse um tanto incrédulo, assim que estávamos seguros em casa. – Eu não posso acreditar no que acabamos de ouvir. – disse seguindo na direção do meu quarto.

– Pois eu posso. – Camilinha disse. – Essa vadia está se mostrando implacável.

Ok, eu tive um pai de merda. Mas eu ainda não conseguia acreditar que alguém iria prostituir seus filhos assim.

Vi quando ela pegou o celular, provavelmente para ligar para Megan. Pelo visto a amiga não respondeu, porque eu a vi digitando uma mensagem.

Dei mais um tempo pra ela tentar entrar em contato com a amiga afinal era muita informação para se processar. Davi não tem noção da sorte que teve por não acabar com a Manuela. Pelo visto o garoto ainda era um tanto ingênuo como na escola. Depois de vinte minutos e uma mensagem de voz, consegui convencer ela a voltar a ficar nuca e voltar pra cama.

– Então.. –comecei. – O que você acha que o Davi irá fazer?

– Colocar Manuela na porra do lugar dela. – disse confiante. – Ele está completamente apaixonado pela Megan, chega a ser insano. – afirmou. – Não ira me surpreender se em breve esses dois marcassem o casamento. Manuela não tem a menor chance. – disse rindo e se aconchegando a mim.

– Eu sinceramente espero que você esteja certa. – disse, desligando a lâmpada.

– Caio? – sorri.

– Sim?

– Toda essa adrenalina de espionagem me deixou realmente excitada. – ela disse mordiscando a minha orelha.

– Se é assim... – disse acendendo a luz novamente e rolando pra cima dela.

Acordei com a luz ofuscante do dia no meu rosto.

Porra!

Eu ainda estava um pouco cansado, trabalhei o dia anterior todo, depois peguei o voo, teve a nossa pequena expedição de espionagem tarde da noite já e claro as rodas de sexo. Rolei um pouco na cama e peguei meu celular, vi que passava das duas da tarde.

Bom, depois de batizarmos alguns cômodos da casa do meu pai, eu tinha liberado os empregados pelo dia ficando com a casa livre pra nós dois.

Eventualmente Camilinha recebeu uma mensagem acho que da Luene avisando o horário da festa de hoje e mandando ela não se atrasar. Ela tinha tendo falar com Megan, mas aparentemente ela estava muito entretida com Davi para poder falar, nós tínhamos combinado que ela falaria primeiro com Megan, depois elas decidiriam o que fazer com toda a informação que conseguimos.

A gente foi começar a se arrumar realmente era pouco mais das cinco da tarde, na verdade seguimos para o nosso apartamento onde tomamos um banho e Camilinha poderia trocar de roupa, ela se recusava fazer a caminhada da vergonha.

– Qual a cor da gravata? – questionei, mostrando a ela uma gravata verde claro e outra preta.

– Blazer azul escuro.... camisa azul clara... sem gravata... abotoaduras pratas... sapatos Armani preto e meias. – disse, escolhendo os itens.

– Quer aproveitar e escolher a minha cueca? – questionei arqueando a sobrancelha.

– Ok. – ela disse rindo passando por mim e abrindo a minha gaveta de cueca, pegando uma boxer azul-escuro.

Depois ela foi se arrumar, enquanto eu me vestia. A roupa que ela usaria mesmo estava na casa dos Reis.

– Aí estão vocês! – Luene praticamente rosnou assim que atravessamos a porta. – Já passou das seis e meia! Onde vocês estavam?

– Tendo várias rodadas de sexo quente. – ei, nem olhem pra mim, essa resposta foi da minha namorada! Já disse que amo a honestidade dela.

– Suba e se troque. – Luene praticamente ordenou pra Camilinha.

– Estou indo, capitã. – ela disse fazendo continência e subindo.

– Você. – ela apontou pra mim. – Vá lá fora e verifique o florista. Os arranjos precisam ter as cores coordenadas para os lugares.

– Como é que eu vou saber?

– Confie em mim. – ela respondeu atrevida. – Você vai saber.

Suspirei e segui para onde ela mandou, a sorte dela é que como fotografo eu sei montar cenários e saber se as coisas destoam. E tive que dar o braço a torcer a decoração estava show, tinha algumas fotos de Plínio e Rita espalhadas pelo ambiente desde a época da faculdade ao tempo atual. A mesa estava devidamente decorada sem exageros. Pela ao menos para mim estava tudo em ordem.

Já tinha chegado algumas pessoas, eu já estava sentado na minha cadeira quando Camilinha entrou e se sentou ao meu lado onde tinha o cartão com seu nome. Megan apareceu pouco tempo depois e praticamente se deixou cair na cadeira ao lado de Camilinha.

– Megan? – ouvi ela chamando a amiga e a cutucando. – Megan....

Ela não obteve resposta.

– Megan, o que você...?

O som de um tilintar de copo silenciou a todos. E Plínio se levantou para começar a fazer seu discurso.

– Vinte e sete anos atrás, eu me tornei completo. – disse mostrando sua aliança e olhando para Rita com orgulho. – Eu tinha apenas 19 anos de idade.. era apenas uma criança quando nos conhecemos. – ele sorriu para a esposa. – Mas Rita, a primeira vez que eu olhei em seus olhos, eu sabia que era você... Você é meu tudo. Você me deu um lar. Você me deu filhos. Você faz a vida valer a pena de ser vivida. Você me deu um propósito. Eu te amei desde o primeiro momento, e não pretendo parar tão cedo. – ele disse se inclinando para beijá-la. – Eu te amo, de todo coração. – ele sorriu contra seus lábios.

Eu não sou fã dessas coisas melosas... mas isso tinha sido comovente.

Eu não pude evitar. Comecei a bater palmas lentamente.

Olhei para o lado e vi Megan tomando um grande gole de sua taça ao mesmo tempo em que Matias levantava para começar a falar, mas antes que ele falasse algo o som de uma cadeira raspando contra o chão seguindo de um baque forte chamou a atenção de todos.

– Eu sinto mundo. – Megan disse. – Eu simplesmente não posso fazer isso. – disse jogando o guardanapo na mesa saltando por cima da cadeira.

– Megan? – Davi perguntou confuso. – O que...?

Ele foi interrompido pelo som de um tapa estrondoso em sua bochecha.

Porra!

Ele não fez....

Eu olhava, congelado da minha cadeira e honestamente rezando para que o que eu temia não tivesse acontecido.

– FODA-SE DAVI! – ela gritou. – Eu não posso acreditar que eu confiei em você... que eu confiei em alguém! – ela gritou, correndo para fora de casa.

Ele demorou um pouco para acordar e correr atrás dela.

– Megan. – ele gritou indo atrás dela. – Megan, me deixa explicar... – Camilinha se levantou e eu prontamente os segui, não antes de ver que todos estavam atordoados em silencio imóvel na mesa.

Era tarde demais, quando alcançamos a porta, deu pra ver um carro saindo pelo portão.

Megan é uma garota incrível, ela não merecia ser traída. Apesar de tudo que essa garota passou, ela ainda conseguiu se sair muito bem.

– O que aconteceu?

– Davi, o que você fez?

– Que diabos?

A família dele estava gritando perguntas para ele. Foda-se ele. Aparentemente, ele tinha sido idiota e fez o impensável.

Vi Camilinha pegando o celular, provavelmente para ligar para a amiga. Nós já seguíamos em direção do nosso carro.

– Megan? – parecia que ela tinha atendido, ela escutou alguma coisa antes de dizer. - Megan, por favor, encoste o carro. – ela estava praticamente gritando. – Eu vou ti encontrar amiga. Encoste esse carro pelo amor de Deus. – ela disse, e do banco do motorista eu consegui ouvir o barulho que veio através do celular. - Megan. – nada. – MEGAN! MEGAN! – ela gritou alto, enquanto eu acelerava ainda mais o carro.