[...] - Não me deixe! Por favor! –Ele disse, pedindo-me algo inegável. O mesmo pedido que eu tinha feito a minha mãe, o mesmo desejo o qual eu tinha desejado, mas também tinha a prometido não cumprir.

[...] - Jade... você vai ter que escolher; ou eu saio de vez da sua vida!

[...] Promete pra mim filha, que vai se cuidar, fazer a coisa certa. Promete que vai largar aquele marginal, Jade...

–Não mãe, mãe. Cobra eu não posso!- Gritou

–Jade... Jade!-Fala Cobra balançando a garota pelos ombros, de maneira bruta com os olhos avermelhados.

–Vagabundo!-A garota o abraça com força desejando que aquele sonho ruim se dissipasse de sua mente, ela não podia escolher entre sua mãe e ele.

–hei Calma eu tô aqui. Eu vou te proteger... de tudo. –falou nervoso percebendo que a garota acabara de ter um pesadelo. .

–Você não pode o que Jade? Fala.

–Cobra eu... Eu tô apaixonada por você. –Disse em um repente

Pov. on Cobra

Aquilo simplesmente não poderia ser verdade. “Sentimento demais só atrapalha” Eu nunca esqueci as palavras do meu irmão. A Jade apaixonada por mim? Aquilo com certeza era coisa de momento.

Pov. Off

–Você não pode!

–Posso sim!

–Droga tá tudo errado! –Falou socando uma parede!

–Por quê? –Ela fala com a voz um pouco embargada

–Eu não sou quem você pensa Jade... Eu sou só um vagabundo e...

–Eu sei! E...

–Isso entre a gente ta virando outra parada, ou já virou, sei lá, mas se for isso não vai dar certo... Isso é coisa de momento. -Disse tentando encontrar uma solução.

–Então você pedir para eu ficar, também foi coisa de momento?

–Não!-Falou um pouco cabisbaixo

–Não?!

–O que você quer que eu fale? Que eu não consigo parar de pensar em você? Que você me faz bem? E. e que mesmo eu pedindo pra que você fique, você vai me deixar. -Falou em alto e bom tom. –por que no final é isso o que todo mundo faz. “Foi assim, vai ser assim com você também.”

O Cobra falou tudo aquilo enquanto a garota ouvia atentamente cada palavra. E até mesmo se perguntava o “por que” daquilo. A única vontade que se passara pela sua cabeça era de pega-lo em seu colo (como uma criança achada) e apertar-lhe em seus braços: Eu estou aqui e também vou te proteger de tudo!

–Isso é apenas uma troca de favores Jade... e nada mais.

***

DIAS DEPOIS

Sábado 8h da manhã Aeroporto

–Ultima Chamada...

–É o meu...

–Mãe, por favor, me deixa ir com você? Eu... Eu prometo que vou me comportar cuidar de você.

–Lucrécia, a Jade ta certa. Ela vai com você e...

–Não eu já disse que não! Você vai ficar. Você tem um grande trabalho pela frente filha. -Falou se referindo a tal seleção; Que com tantos acontecimentos, falta de tempo e corações partidos seria um milagre a Jade ter cabeça pra pensar. –A seleção tá ai e eu prometo... -Disse com a voz embargada apertando o rosto da filha com a palma de suas mãos. Que onde quer que eu esteja eu vou estar te vendo.

–Mas!

–Sem mais nem meio mais. Eu te amo filha!

–Eu também te amo mamãe.

–E Eu amo também, as duas. -Completou Ed derretido com a cena de amor entre mãe e filha.

***

Ligação on

–Alô?- disse uma mulher do outro lado da linha

–É... Oi?

–Oi Ricardo. Tá tudo bem com você?-perguntou com a voz embargada

–Sim. - se deteve o rapaz.

– Com saudades de você meu menino. O que aconteceu?

–É estranho... sabe quando o coração ta apertado e você não sabe o que fazer?

O Ricardo tinha uma relação baseada em cumplicidade com a mãe, jamais mentira para ela, mas depois da morte de seu pai esses laços foram sendo desfeitos por acaso ou pelo cansaço da rotina. Então ele simplesmente falou...

–Sim, eu sei filho! –Disse sentindo-se especial por o filho ter se aberto para ela.

–Eu não sei o que fazer.

–Simplesmente ouça o seu coração. Você é um bom menino só não viu isso ainda.

–Humm, com se eu tivesse um...

–Acredita filho, “eu acredito em você”. –Falou referindo-se aos maus bocados do passado.

–Por que a senhora me ligou?

–Ah pra agradecer o dinheiro que você depositou na minha conta; não precisava. Eu tenho que ir agora filho a Sr.ª Mercedes, a dona da casa que eu tô trabalhando está me chamando... “Eu te amo” ouviu?

–Também... -disse dando fim a ligação.

Ligação off

Era difícil para o rapaz ver sua família naquela situação. Apos a morte de seu pai todos em sua casa tiveram que trabalhar para o próprio sustento. Dinheiro era o que eles precisavam, iria “resolver” todos os seus problemas.

***

Flashback

– Cobra? –perguntou um senhor bem apanhado adentrando na loja

–Sim! –Falou enquanto o senhor colocara um envelope em cima do balcão.

–Da onde saiu isso ai tem muito mais.

–Quem é você?

–Isso não importa. Aceita. E em troca eu só quero uma coisa... Que você deixe a família Gardel em paz. –O garoto fitou o “velho” por um momento perguntando-se quem ele era para dizer o que ele devia fazer. –Aceita garoto. Eu sei que você precisa.

–Você vai pegar esse dinheiro e vai enfiar...

–Olha os modos rapaz. -Disse enquanto Cobra bufava de raiva dando um tapa forte no balcão o que fez com que o dinheiro caísse e o “Velho” se assustasse tentando recolhe-lo

–Vaza daqui antes que eu acabe com você. -Falou enquanto o velho sai do Q.g indo em direção em um carro preto e luxuoso na qual a placa carregara o sobrenome “COUTO”.

–Você vai se arrepender rapaz!

***

“Um, dois, Um, dois” Sussurrava Jade incessantemente na sala de ensaios de sua casa enquanto ensaiava para a sua apresentação. Desde o acontecido com o Cobra sua rotina era: Ensaio, Ribalta ensaio casa cama ensaio. Nem mesmo Joaquina e Lírio estavam conseguindo tira-la desta rotina. Que era seguida da mesma forma pelo Cobra alternada entre Lutas e Q.G.

–Ei?-Disse Ed entrando na sala baixando o som. -Você não acha que tá na hora de dar uma paradinha, descansar?-Falou a entregando um copo de suco de laranja.

–Só mais um pouco Ed!

–Você quem sabe. Eu tô indo tá?-disse lhe dando um beijinho na testa.

A garota estava mesmo se dedicando, queria dar orgulho a sua mãe de todo o jeito, mesmo se não passando na Seleção. Tal vez fosse isso, ou simplesmente queria esquecer os acontecidos que havia a machucado.

–Droga, Sapatilha maldita. -Falou com os pés doidos devido à exaustão em que a dança lhe causavam indo em direção ao seu quarto depois de um longo banho já pronta para dormir.

–Você não respondeu!-Uma voz rouca e aveludada ecoou do escuro de seu quarto, porém a garota não temeu ela sabia muito bem de quem se tratava.

–Eu não respondi o que?-Falou procurando então a “matéria” do rapaz que se escondia entre a escuridão. Quando ela então sente a sua presença por trás, em suas costas. Aquela respiração pesada, porém calma.

[...] Eu não respondi o que?

–Se me deixaria ou não?

Pov. on Cobra

Já haviam se passado alguns dias e nada da Jade. Aquele papo de tudo acabado era sério, mas eu queria ouvi mais uma vez de sua boca, eu queria olhar em seus olhos, entender o “por que”.

Então fui até a sua casa Entrei em seu quarto, estava escuro só um abajur o iluminava, mas tinha o seu cheiro o seu jeito.

[...] Se me deixaria ou não?

Um sim ou um não bastariam para mim. Se os seus lábios dissessem Sim eu iria aceitar numa boa, mesmo não acreditando em suas palavras, sairia de sua vida sem deixar rastros ou enigmas sobre o que poderia ter acontecido, se fosse um Sim. Mas se um Não fosse à palavra ouvida... pela primeira vez em minha vida não saberia o que fazer, apenas tê-la para mim e protege-la seria uma honra e de bom tamanho.

Pov. off Cobra

Bom, o Cobra não era sincero com o que estava sentindo, por que simplesmente não havia jamais sentido antes o que sentira não se achava digno de tal sentimento, ele nunca, jamais se deixou levar pela emoção do momento, mas ninguém manda nos sentimentos, por mais simples que eles sejam... Ele apenas seguiu o seu coração.

Pov. on Jade

–Você não respondeu!

–Eu não respondi o que?

–Se me deixaria ou não?

–Cobra eu tô cansada, por favor, vai embora. –falei enquanto o Cobra passava as suas mãos em meus braços deixando-me puramente arrepiada “excitada” com seu toque. Enterrando o seu nariz em meu cabelo. Ainda com Sua respiração calma em meu ouvido ele vira-me para si.

–Eu não saio daqui enquanto você não me responder Dama. Sim ou não? -Eu posso sentir o quão quente ele é, agora olho no olho. Ele então rosa os nossos lábios fazendo com que eu peça passagem para minha língua, porém ele se afasta. “Aquilo realmente estava ficando sério”

–Só se você pedi!– Ele diz com um sorriso malicioso nos lábios.

–Então me beije, por favor. –Eu digo rendendo-me

–Eu quero, eu quero você. -ele sussurra em meu ouvido; Levando-me a cama...

Agora estou na cama, porém sentada, as suas mãos leves me acariciam os braços e o rosto. O seu tom é suave: Sim ou não Jade? –ele pergunta-me.

–Não! – eu digo fechando os olhos enquanto o mesmo segura em meus cabelos puxando-me levemente para traz.

Pov. on cobra

–Sim ou não Jade? –pergunto enquanto a mesma fecha aqueles lindos olhos, ela está nua (e eu da mesma forma) e a única coisa que nos importava era aquela frase negativa com um poder magico.

–Não! Eu não quero te deixar, eu não posso, eu não vou. -Ela disse com um lindo sorriso nos lábios o que me fez sorrir.

Pov. on Jade

– Não! Eu não quero te deixar, eu não posso, eu não vou. –Apenas falei a verdade eu não queria deixa-lo era bom estar com ele, era bom!

Ele então me beija a boca; um beijo quente e cheio de desejo tendo-me mais uma vez...

–Eu nunca vou me cansar de você. -Ele geme com sua voz rouca em meu ouvido enquanto atingíamos o clímax juntos.

Agora estou deitada em seu peitoral: largo e suado. Porém reconfortante para mim. –Eu gosto disso!-Ele fala enquanto alisa o meu cabelo desgrenhado.

–sexo?!-Eu pergunto inocentemente.

–Bom isso também é uma das coisas que eu adoro fazer com você.

(risos)

–Mas... Eu também gosto de... de ter você...

–Éh?

–Hurum!

–Fala mais.

–Ah você sabe!

–Não eu não sei!

(risos)

–Eu acho que eu posso gostar de você...eu tô amarradão na tua minha Dama.

–Eu também “Tô amarradona na tua meu Vagabundo”.

Pov’s off