–Cala essa boca garota, eu vou te colocar no seu lugar! -Gritou apertando os pulsos, com tanta força que certamente deixariam marcas ali.

–Eu não tenho medo de você vai me bater? Bate, bate covarde! Eu vou ter maior prazer de acabar com a tua vida. – Disse tentando se desprende.

–Garota você não brinca comigo. –Falou descansando os braços de Jade sobre o seu peitoral trazendo-a mais para si.

–Tá com medinho cobrinha?-perguntou enquanto olhara fixo em seus olhos. A sua respiração era pesada e a dele descompassada, porém o garoto se deteu, deu de costas a deixando só.

***

Ligação on

–Alô, Ed?

–Ah resolveu ligar pra mim. Ficou com saudades?

–A minha cirurgia de sucção vai ser no Domingo eu viajo no Sábado pra São Paulo e... E eu preciso da sua ajuda. -falou Lucrécia dispensando as brincadeiras.

–Claro Lucrécia! O que eu puder fazer por você...

–Obrigado Ed! - Murmurou do outro lado da linha. -É... Eu preciso que você cuide da Jade pra mim, caso eu... Não volte.

–Êi, você vai voltar! E eu ainda vou te aperrear muito. -Brincou. -Vai dar tudo certo. Tô chegando aí!

Ligação off

Pov. On Jade

Eu o odeio, eu o odeio! Eram as únicas palavras que se passaram em minha cabeça. Eu não sei o que me deu, vê o cobra com a Karina me deixou Cega, eu sei que prometi a Jô dar um gelo no Cobra, mas ele me tira da linha.

–Tá tudo bem aí moça?-perguntou o taxista olhando pelo retrovisor.

–Sim, está!-falei com a voz um pouco embargada. –Pra laranjeiras, por favor.

–Talvez seja a hora de parar. É Jade Gardel! Foi bom enquanto durou. Chega de coisa vagabunda na minha vida. Chega!

Cheguei em casa e as únicas coisas que desejei foi um bom banho, cama e não dar de cara com a minha mãe. Todavia ela estava no sofá, cochilando. Tão frágil tão linda. “Um dia eu quis ser igual”. Cheguei um pouco mais perto e depositei um beijo em sua testa.

–Oi, filha você ta aí?

–É oi mãe, te acordei. Vem me deixa ajudar à senhora!- falei a puxando pelas mãos para cama.

–Não filha, o Ed vem aí. Jade o que é isso? – perguntou ela enquanto olhara as minhas mãos. Meu Deus, do que ela estava falando? Das minhas ronchas? Das de ódio ou as de prazer? O que eu iria lhe dizer?

–O que é isso o que mãe?-Perguntei enquanto a mesma passava a mão em meus cabelos. Por um breve momento recordei; no caminho, em atos involuntários os meus cabelos clamavam pelas minhas mãos. Numa falha tentativa de substituir a dor que sentira. Eu não estava preparada para aquela conversa com a dona Lucrécia, não mesmo. As lágrimas simplesmente começaram a cair.

–Não faz isso filha! Por favor! Você tem um cabelo tão lindo Jade. –disse ela com os olhos marejados.

–Mãe... Eu!

–Promete pra mim?-falou apertando os meus pulsos.

–Ai!

–Promete?

–Eu... prometo!-Disse enquanto a mesma me abraçava confessando me amar.

Bom eu não sabia se a promessa seria cumprida, mas eu estava disposta. Essa não foi a primeira vez que a minha mãe me viu assim, eu sempre desconversava colocando uma conversa pelo meio ou simplesmente fingia não a ouvir. Não sabia ela que por muitas vezes foi a causadora de tudo isso.

–Eu também te amo mamãe!

Pov. Off Jade

Na khan...

–Fala cobreloa?- disse lobão.

–Oh mestre, vim o mais rápido que pude. Qual é a boa?

–segurem ele!

–O que é isso? O que...O que tá acontecendo?

–O que tá acontecendo?-disse Lobão o socando na altura do queixo. -Ah Cobra, você vai aprender a não desobedecer o seu mestre. –falou mais uma vez o socando desta, na altura do tórax. –Tá gostando tá, de fazer uma luvinha com seu mestre? –dando-lhe um tapa na cara.

–Três contra um; isso é injusto.

–Injusto? Eu vou te mostrar o que é Injusto. –tentou dando-lhe um chute certeiro em seu abdômen, o socando mais uma vez e outra. Enquanto o mesmo desfalecia no chão. –Soltem ele, isso é pra você aprender a não brincar com o Lobo mal aqui. E olha só, fala pra aquela sua bailarina ficar longe se não vai sobrar pra ela também.

***

–Sorvete Jade? A não me dá isso aqui.

–Ah não mãe, por favor, só hoje?

–Lucrécia deixa a menina ser “feliz”.

–Não, não me dá isso agora!- falou puxando o pote das mãos da filha.

–Do jeito que eu tô, nem sorvete me trás mais felicidade.

–Hei o que foi? Se for aquele Marginal pode dizer, eu acabo com ele. -Tentou com ar brincalhão. -Eu vi vocês hoje mais cedo.

–Ed!-falou o abraçando. –Eu o odeio!

–Meu bem, eu poderia até ser hipócrita e ignorar o que está a minha frente, mas eu não sou! E não é isso o que os seus lindos olhos dizem. Eles falam: Estou apaixonada, estou apaixonada!-Tentou Ed animar a garota.

(risos)

–Jade, que um conselho?-assentiu com a cabeça. -É melhor você se afastar desse rapaz meu amor, em quanto ha tempo e a sua mãe não descobre. -disse sorrindo.

–Ed... Eu

–Vem cá. Você já pensou ou cogitou a possibilidade de ser selecionada?

–Todos os dias.

–É? E o que você, vai dizer pra esse sentimento: Adeus estou indo embora? –A garota engoliu seco. –cinco letras não vão mudar o seu destino, meu bem!

–Não, não vão.- ela sussurra!

Horas mais cedo

De: cobra

Dama preciso falar com você.

Para: Jade

De: Jade

Não estou disposta Cobra. Acabou!!!

Para: Cobra

De: Cobra

Jade eu posso explicar. Você tá brava comigo?

Para: Jade

–Ai eu não acredito, depois de tudo que aquele vagabundo me disse ele ainda tem coragem de perguntar se eu tô bem, se eu tô com raiva? Ah vai se fu...

De: Jade

Isso não te interessa. Eu estou num jantarzinho maravilhoso com um amigo. E não tenho tempo pra você. Me esquece, por que eu nem lembro mais de você.

Para: Cobra

***

Pov. On Jade

–Pensei que você não viesse. –Falou Cobrar ao notar a minha presença ainda de costas para mim sentado na cama.

–Eu tava num jantar, com um amigo e eu...

–O que você tá fazendo aqui, que não no jantar “maravilhoso” com seu amigo.

–E eu só pude vir agora. O que você quer?

–Já veio então pode ir. –falou virando-se, deixando-me chocada. O cobra estava todo machucado e sangrando.

–Cobra o que fizeram com você?-perguntei me aproximando

–Vai embora! – falou tentando me empurrar.

–Não, eu quero cuidar de você! –não sei por que disse aquilo, mas me compadeci do estado do Cobra. Peguei então o que precisava para fazer os curativos e comecei a limpa-lo. Era estranho cuidar de alguém que um dia atrás me fez sorrir e hoje a horas atrás me fez chorar. Sinceramente... Nem eu sabia o que sentia por ele.

–E o jantar?- Ele pergunta como quem não quer nada. Bom o jantar na verdade tinha sido com o Ed e a minha mãe. O Ed é como um pai pra mim, mas perder a oportunidade de fazer ciúmes no Cobra isso jamais.

–A foi maravilhoso sabe!- falei enquanto limpava um ferimento em sua boca. Ele me entende, me anima sabe!?

–“Hum”!- Um som único sai de sua boca em uma linha reta.

–Toma!-Estendi a mão dando-lhe um remédio, vai te ajudar a dormir.

–Eu não quero dormir!- Ele diz segurando em meus braços, acariciando as marcas que ficaram alí.

–Mas você precisa! –Digo olhando em seus olhos. Encarando o olhar mais doce que ele podia ter. Uma de suas mãos tracejava delicadamente cada detalhe do meu rosto, enquanto a outra descansada em minha nuca me levava mais para perto de si. Eu podia sentir a sua respiração e ele aminha. Tinha uma tal sinceridade nos seus atos. –Cobra eu...