Por Dimitri Belikov.

Pai.
Essa era uma palavra que infelizmente para mim não tinha significado algum muito tempo atrás, afinal o meu destruiu a família até não restar quase nada e no fim eu o mandei embora ao modo 'Dimitri sutil de ser' - o que significa que foi a base do soco e honestamente não me arrependo do que fiz pela minhas irmãs e mãe na época, mas agora a situação era totalmente diferente. Começando pelo fato de que indo contra todas as coisas malucas do meu mundo Rose estava grávida mesmo eu sendo um Dhampir, eu seria pai dentro de alguns meses e embora eu não admitisse em voz alta isso me assustava muito.
– Tendo um dia difícil no trabalho Guardião Belikov? -Perguntou uma voz feminina que logo reconheci.
– Não. Eu estou bem Guardiã, obrigado por perguntar. -Menti saindo dos meus devaneios e encarando Alberta.
– Você mente realmente muito mal Belikov. Além disso trabalho administrativo é a morte para Guardiões bons de briga como você. Porque está aqui preenchendo papéis ao invés de estar chutando a cara de alguém? -Alberta cruzou os braços me olhando desconfiada. - O que você aprontou?
– Dessa vez nada que seja contra as regras, mas o Hans pediu a Rainha uma força por aqui já que a maioria está fazendo segurança daquele evento beneficente e eu não tive como dizer não pra o pedido da Rainha, então aqui estou -Respondi olhando subjetivamente para a pilha de relatórios que eu já havia separado e classificado.
Alberta revirou os olhos indo para trás de minha cadeira, puxando a mesma para longe da mesa, olhei para ela sem entender nada.
– O que está fazendo Guardiã Alberta? -Perguntei com a testa franzida.
– Impedindo que o meu melhor Guardião morra com o tédio do escritório. É sexta feira Belikov, vai treinar um pouco. Eu termino os relatórios pra você. -Disse ela com um sorriso amigável.
Guardiã Alberta Zeklos. Durante algum tempo me perguntei porque alguém com um talento tão impecável como os que ela possuía não fora imediatamente designada para a proteção de algum Moroi. A resposta veio alguns meses depois, quando descobrir que ela era tia de Jesse Zeklos, um Moroi rico que não levava nada a sério e vivia no meio das pernas de qualquer garota, mas no fundo tirando as más companhias ele era um bom garoto, tinha um coração puro, era gentil e havia se casado com uma aluna que iria protegê-lo.
Peguei meu sobretudo, meu celular, minha estaca, o sobretudo e segui para o ginásio exclusivo dos Guardiões. Tirei o ssobretudo, coloquei uma regata, calças de ginástica, peguei alguns bonecos, coloquei pesos médios nos pés e pulsos, coloquei fones de ouvido e parti para a minha sessão de treino habitual.
Estava tão concentrado na sessão de socos que só percebi que não estava mais sozinho no ginásio quando meu novo oponente me levou ao chão, travou meus braços acima de minha cabeça e se encaixou em minha cintura. Eu conhecia aquele método, só havia uma pessoa que fazia aquilo, em especial daquele jeito.
– Se eu fosse uma Strigoi de verdade isso teria sido bem menos sutil e você provavelmente estaria morto agora Guardião Belikov, estava com a Guarda baixa, é fácil ser atingido pelas costas assim. Aprendi isso com você. -Disse a voz mais perfeita do meu mundo. - Está fazendo o que aqui, Camarada? Pensei que estivesse se divertindo na administração com o Hans.
– Estou treinando Roza e têm razão, eu me distrai e poderia ser um erro fatal em outras circunstâncias, estou orgulhoso que tenha aprendido algo comigo na St. Vladimir. Um dia você ainda será melhor do que qualquer Guardião, isso incluindo a mim. Porque não está em casa descansando como combinamos? -Perguntei puxando-a para os meus braços.
Percebi que havia algo errado quando ela me eempurrou, se encolheu e fez uma expressão de dor segurando o braço direito. Como ela estava de regata consegui ver parte do que parecia ser uma marca roxa.
– Quem foi o desgraçado fez isso com o seu braço meu amor? - Questionei apontando o roxo um palmo acima do cotovelo dela. -Rose, eu fiz uma pergunta. Quem te machucou?
– Se eu contar promete que não vai surtar? -Perguntou ela evidentemente sendo cuidadosa com as palavras.
– Não. -Respondi fechando as mãos em punho.
– Tinha medo que disesse isso Camarada. -Respondeu ela mordendo o lábio inferior, coisa que ela só fazia quando estava preocupada ou com medo.
– Se não me contar, vou acabar descobrindo do meu jeito e aí será pior. Quem fez isso? -Falei tirando os pesos dos meus tornozelos e pulsos.
– Foi o Samuel... Drosdov. Seu pai é de uma das famílias Reais e estava no evento da Lissa, de algum jeito ele sabia quem eu era e o que temos e acabamos tendo uma conversa não muito agradável. - Disse ela me olhando com medo nos olhos e certamente com razão pra isso. - Olha, podemos dizer que foi um acidente, ele tentou chamar minha atenção quando me resusei a ouvir o que tinha a dizer e segurou meu braço com força demais quando tentei said andando. Está tudo bem, esquece isso.
O que me restava de controle foi para o ralo com as palavras dela. Meu pai havia machucado a minha namorada e agora iria pagar o preço.
– Dimitri Fala alguma coisa. -Pediu ela tocando meu rosto. - Samuel acabou de ganhar uma dança com o diabo. Agora a conversa e de homem pra homem.
– Ninguém machuca a minha família e sobrevive. Ninguém. -Falei fechando as mãos em punho ao sair correndo para fora do ginásio sob os protestos de Rose.