Segunda-feira, 8:40.

A aula fluía normalmente quando Johnny se levantou bruscamente de sua cadeira. Os colegas não estranhavam sua atitude, afinal, ele era conhecido por realizar atos bizarros em momentos inoportunos. O professor ignorou-o, como sempre fazia, e continuou a sua lição sobre Revolução Francesa.

As histórias de Johnny circulavam além dos limites da escola. Dentre elas, algumas , como ter aparecido de modo repentino numa festa exclusivamente feminina e ter ficado, não se sabe como, preso num banheiro interditado. Todavia, elas tornaram-se cada vez mais raras nas últimas semanas. Logo, a oportunidade de presenciar mais uma das peripécias do querido Johnny era muito mais interessante que qualquer lição revolucionária pronunciada pelo professor.

Os olhos dos alunos, alguns discretos, alguns nem tanto, seguiam os passos do menino que, supostamente, levava alguns papéis para a lixeira. Ele, ciente da atenção sobre si, deu uma risadinha e pensou: "É hora do show". E, com isso, sacou a Magnum .44 que tinha escondida em sua calça.

Johnny tinha uma arma.