Eu não tinha forças pra continuar,essa era minha frase diária,desde que meus pais morreram de um acidente de avião me vi aprisionada em uma cadeia na qual ninguém podia ver só meu coração podia sentir.

Na televisão,inúmeros casos de suicídio de adolescentes,ninguém conhece aquelas pessoas,não sabem de onde elas vêm nem pra onde elas vão mas sabem que elas morreram porque quem sabe alguém em algum lugar se importava com elas.

-Helena sai desse computador! -Disse minha madrasta furiosa comigo.

-Não sou obrigada! -Disse batendo na mesa.

-Enquanto você estiver nessa casa vai fazer o quê eu quero me entendeu garota!?

-Tá querida! Como se você se importa-se se eu estou aqui ou não!

-Ótimo,faz um favor então e vai embora daqui! E me deixa ter paz!

Saí pela porta e desci as escadas e fui até a rua,andando sem rumo,sem caminho só com minhas lágrimas no rosto o que eu já estava acostumada a ter sempre.

Na rua da minha casa,havia um parquinho onde eu ia quando era criança,isso é,quando a chata da Sandra,minha madrasta,deixava eu ir lá, na verdade não ia lá para brincar com as outras crianças,como faziam as crianças normais,eu só ia para falar com as árvores,pois,mesmo que elas não pudessem falar me entendiam melhor do quê qualquer criança daquela.

-Boa noite! -Vi um garoto parado na minha frente mas como estava escuro não pude olhar bem sua feição mas parecia ser alguém muito bonito.

-Só se for pra você -Respondi.

-Calma aí nervosinha! -Disse rindo.

-Eu tenho nome sabia!

-Jura?! Sabe não sou vidente. -Disse ele debochando.

-Helena.

-Lucas.

-Então Helena...o que você faz aqui sozinha? -Disse sentando ao meu lado no banco.

-Nada que seja da sua conta.

-Bem,você é uma garota difícil de se lidar ein!

-Vai desistir playboy?

-Eu nunca desisto.

-Ha ha ha -Disse ironicamente

-Você não me conhece Helena,mas eu estou bem interessado em conhecer você.

Quis olhar em seus olhos para ver sua reação enquanto dizia isso mas ele falou tão sério que fiquei assustada.

-Você não tem o que conhecer aqui,vou te fazer um favor,vou pegar minha bolsa e vou embora e você pode paquerar qualquer garota que passar,só me deixa em paz!

-Helena,estou tentando ser amistoso,ainda vamos nos ver muito por aí e é por isso que estou sendo legal com você.

O que dizer do tal Lucas?! Ele era um príncipe por fora, cabelos pretos,pele branca e olhos verdes,não era qualquer garoto como os da minha cidade,tinha um ar misterioso mas não podia ser legal com ele,esse tipo de garoto sempre procura algo mais e eu não sou como essas patricinhas oferecidas que se vendem por um par de braços musculosos.

-Não,não vamos nos ver. Boa noite. -Peguei minhas coisas e fui embora sem olhar pra trás,será que julguei ele sem saber?

Não...ele era bonito,jamais olharia para uma garota como eu e ainda por cima ligar para meus sentimentos,no máximo ia me levar pra cama e me esqueceria. É Helena,melhor não se iludir com o impossível.

Cheguei em casa e minha madrasta,Sandra,estava chorando ao me ver entrar em casa se levantou e me abraçou.

-O que foi Sandra?

-Estava preocupada com você Helena! Eu errei me desculpe. -Disse chorando.

-Não se preocupe com isso,eu também errei.

-Eu recebi uma ligação e acho que você precisa saber disso.

-Ok,diga logo.

-Acho que teremos de mudar de cidade.

-Quê?! -Disse surpresa.

Não sei o que pode me esperar uma nova vida em outro lugar,mas e...Lucas?...Aliás por que me importo com ele? Era só o que faltava.