– Me leva para o hospital agora. – Disse Selina apertando a porta da nave com toda a força.

Clark olhou para Bruce chocado e, recuperando-se, disse:

– Pode demorar até chegar ao hospital, leve ela para a enfermaria.

Batman assentiu.

– O que?! – Disse Selina. – Não, não, não, não, eu quero o meu médico, o meu hospital. Não encoste em mim.

Ela deu um tapa na mão de Batman. Ele afagou seus ombros com paciência e disse:

– Olha, Sissy, é melhor ter o bebê aqui. E se acontecer alguma coisa? Nós temos a melhor tecnologia do mundo. Confie em mim.

Selina pensou por um tempo e quando sentiu que outra contração estava a caminho, assentiu rapidamente, apoiando-se nos braços fortes de Batman. Ele a pegou no colo e levou-a para a ala médica. No caminho, eles encontraram Diana e Sam.

–O que está acontecendo? – Perguntou Diana.

– A Helena está nascendo. – Disse Jason, animado.

– Ah, que bonitinho. – Disse Sam, irônica.

Diana deixou os três jovens discutindo e seguiu Batman e Selina. Batman colocou Selina em uma maca e alguns enfermeiros que estavam ali começaram a empurrá-la para a sala de parto. Vendo que Bruce ficava para trás com Diana, Selina entrou em pânico e estendeu a mão para ele. Bruce correu e pegou-a firmemente.

– Não se preocupe. Eu não vou deixá-la, vai ficar tudo bem. – Dizia Bruce.

Diana soube esconder muito bem o ciúme que sentia da atenção que Bruce dava para aquela mulher. Olhando-a daquela maneira para ela, pensou Diana, ela nem era tão bonita, o que Bruce havia visto nela?

Eles entraram na sala de parto e Diana os perdeu de vista.

Lá dentro, Selina gritava, esperneava e suava, em determinado momento alguém lhe deu um pano para morder. O médico conversava com ela, mas Selina não escutava. Ela fitou os olhos azuis de Bruce, que segurava a sua mão.

– Cala a boca, doutor! – Ela respirou fundo algumas vezes e disse para Bruce. – Tire a máscara, por favor, tire essa droga de máscara.

– Sissy...

– Por favor, tira logo essa droga de máscara! – E depois, mais calma. – Por favor, Bruce.

Bruce suspirou e retirou a máscara lentamente. Selina sorriu.

– Obrigada.

***-***-***

Claire e Shayera adentraram o pequeno apartamento. Claire olhou tudo com cuidado e por fim, declarou:

– É aqui que você mora?

Shayera suspirou.

– Se você quiser, tem um banco na praça.

Claire se assustou um pouco com o que a mãe disse, ela era sempre tão carinhosa com ela e com Rex, e agora ela se deparava com esse andróide.

– Não, eu não estou reclamando. É só que... É bem diferente da nossa casa no futuro.

– Tá.

Shayera foi para a cozinha e Claire ficou na sala, quando percebeu que estava sozinha, seguiu-a.

– E onde eu vou dormir? – Ela perguntou.

Shayera terminou de beber sua água e deixou o copo em cima da pia impacientemente.

– Eu sei lá, menina, no sofá.

Claire olhou para o sofá e disse tristemente:

– Meu nome é Claire. Você nunca me deixou dormir no sofá.

– Tá bom, então dorme na minha cama e eu durmo no sofá, ok?

Claire assentiu. Um brilho passou pelos seus olhos e ela se animou.

– Eu preciso de roupas também...

– Ah.

Shayera foi para o banheiro e se trancou lá.

–***-***-***-

Diana observou atentamente Samantha durante todo o caminho para casa, o pai dela deveria ser loiro, quem ele seria?

Em uma parte do trajeto, Samantha viu um restaurante com um grande letreiro escrito em letras belíssimas: Holking’s Place. Era o restaurante do avô dela.

Elas chegaram em casa e tudo o que Sam falou desde que ficou a sós com Diana foi:

– Onde eu vou dormir?

– Segunda porta e esquerda.

– Falou.

Deixando Diana para trás, ela se dirigiu ao seu quarto e trancou a porta.

– Eu sinto muito mesmo pelo o que minha irmã fez.

– Pela décima vez, Rex, está tudo bem. – Disse John. - Por que se importa tanto com o que ela faz?

Rex deu de ombros.

– Ela é minha irmã mais nova, eu sempre fiz isso. A Vixen está mesmo bem? Eu deveria ter impedido, quero dizer, ela ficava dizendo o tempo todo:”Eu vou bater nela, Rexie, eu juro que vou bater nela”, não era algo que eu não esperasse...

– Tudo bem, Rex.

– Ok. Podemos assistir ao jornal?

John assentiu e deu o controle da televisão para ele.

–***-***-***-

Jack assistia televisão e comia arduamente todos os pacotes de bolachas que encontrava pela casa. Wally saiu com Fogo e deixou ele sozinho em casa.

Clark levou Jason para a fazenda onde morava e o deixou bem acomodado em um quarto de hóspedes. Jason não era muito de falar com Clark, isso havia ficado para Julia.

Clark até que tentou conversar com ele, mas Jason não sabia bem como responder. Os dois se limitaram a assistir televisão e depois foram dormir. Jay ainda demorou um pouco para pegar no sono. Ficou pensando em Claire. Em como ela havia o beijado na festa.

Ela sempre havia sido a irmãzinha de Rex, mas de uns tempos para cá, ele a via com outros olhos. E ela não ajudava nada, se insinuava e depois, simplesmente, o ignorava. Jason só sabia de uma coisa, aquele joguinho estava dando certo. Jason Kent estava completamente apaixonado por Claire Stewart.

–***-***-***-

Selina observava a menina em seus braços. Ela era pequena e amassada, enrolada em uma manta branca. Para Selina, era melhor do que na primeira vez que a tinha visto, com três meses de gravidez, parecia um cavalo marinho.

Bruce segurava a mãozinha do bebê com o indicador e balançava levemente. O bebê agora mantinha os olhos azuis e abertos em Selina.

– Ela vai se chamar Helena. – Disse Selina, de repente.

Bruce sorriu e acabou por lembrar-se da Helena do futuro que estava lá fora, esperando por ele.

Ele beijou a bochecha de Selina, ela sorriu e beijou os lábios de Bruce.

– Pode ir. – Ela disse. – Sei que você tem que fazer algo.

Bruce deu de ombros.

– Não quero deixar vocês sozinhas.

– Estamos bem. Temos um monte de gente aqui. Pode ir.

Bruce beijou mais uma vez os cabelos negros de Sissy e balançou o dedo indicador, que a Helena bebê segurava firmemente. Ele soltou o dedo e saiu da sala.

Lá fora, em uma cadeira, estava a Helena do futuro, dormindo com os braços cruzados sobre o peito. Bruce se aproximou dela cauteloso e mexeu em seu braço.

– Helena. – Ele disse, mas a jovem não acordou. Ele puxou mais uma vez. – Helena.

Helena abriu os olhos azuis, o que a fez parecer muito com o bebê nos braços de Selina.

– Hum? – Disse ela, ajeitando-se na cadeira e esfregando os olhos.

– Vamos para casa.

Helena levantou e seguiu Bruce até sua nave. Eles seguiram para a mansão Wayne, onde Helena morava no futuro, eles adentraram pela batcaverna. Bruce a guiou até o elevador e depois até o pé da enorme escada. Então ela o viu, fazia tanto tempo que ela não o via. Seu corpo alto e esguio, a careca no centro da cabeça e ao redor os cabelos brancos, a face amiga. Contendo o choro, Helena disse:

– Alfred.

E num impulso, Helena desceu os três degraus que havia subido e correu para abraçar o mordomo, que quase caiu para trás.

Alfred a olhou surpreso.

– Desculpe, senhorita, mas acho que não nos conhecemos.

Bruce puxou Helena e depois empurrou um pouco, para que ela subisse a escada de uma vez. Ela não tirou os olhos de Alfred.

– É uma longa história, Alfred. Boa noite.

– Boa noite, patrão.