POV VIOLETTA

Estava na cama com o Leon, tínhamos acabado de acordar, o Leon estava só de short e eu de camisola. Estava deitada com a cabeça em seu peito e ele abraçado a mim me aconchegando em seus braços.

–Nossa vida está voltando aos eixos. –Falei sorrindo.

–Já está nos eixos. –O Leon me corrigiu.

–Não, falta uma coisa. –Falei. –A Daniela.

Suspirei.

–O que você descobriu? –Perguntou curioso.

–O bastante. –Respondi. –Só preciso de uma confirmação.

–Que confirmação?

–Do Paulo, mas isso resolvo depois.

–Então vamos levantar que temos que acordar as crianças. –O Leon falou afagando meu braço.

Nós levantamos, o Leon colocou uma camisa e um coloquei um roupão por cima da camisola.

–O Daniel vai ficar muito feliz. –Falei amarrando o roupão.

–Vai mesmo, finalmente a irmã dele está de volta.

–Você acorda a Dani e eu pego o Pedro e o Daniel?

–Pode ser. –Ele assentiu.

Fui para o quarto do Pedro, logo que entrei o encontrei de pé no berço se segurando nas grades para se manter de pé. Ele não estava com o aparelho auditivo então não ria muito nem sorria. Ele apenas me observava atento. O Pedro aprendeu a ser um ótimo observados quando não está ouvindo.

–Oi, amor. –Falei pegando-o.

Peguei seu aparelho e coloquei em seu ouvido.

–Agora, vamos acordar seu irmão.

O quarto do Daniel é bem perto do quarto do Pedro então em poucos passos cheguei na porta azul do quarto do Daniel.

–Hora de acordar, Daniel. –Falei enquanto abria a janela do quarto.

–Mais cinco minutinhos... –Ele gemeu.

–Nem mais um. –Ri. –Vem. –Tirei seu cobertor.

–Tudo bem. -Ele bocejou cocando os olhos. –Bom dia, mamma.

–Bom, dia querido. Agora levante que tem uma pessoa te esperando lá na sala.

–Quem é, mamma?

–Vai lá ver. –Falei.

Ele correu e eu o segui. Ele desceu a escada correndo e quando chegou na sala logo um sorriso apareceu em seus lábios.

–DANI!!! –Os dois gritaram juntos.

Eles correrem e se abraçaram.

–Por quê você foi em bora? –O Daniel perguntou separando o abraço.

–Por que a mamma e o papá só vão fica com o Pedro e não comigo.

–Isso é mentira, a mamma e o papá fica com o Pedro e comigo, e agora com você também. –O Daniel descordou.

–Seu irmão está certo. –O Leon falou se abaixando na altura deles. –Nós sempre vamos ficar com todos vocês e não só com o Pedro.

–Nunca. –Concordei. –Nós amamos todos vocês.

–Agora eu sei. –A Dani abraçou o Leon. –Eu te amo, papá.

–Eu também te amo, filha...

...

POV FRANCESCA

–JULIA!!!

E lá estava eu atrás da Julia. Essa menina e o poder dela de desaparecer. Chamei-a para tomar banho e ela desapareceu, agora estou a caça dela pela casa.

Estava procurando-a quando vi uma coisinha de cabelos negros passar correndo pelo jardim. Corri atrás dela e peguei-a no colo enquanto ela tentava fugir de mim.

–Ganhei. –Falei.

Ela dava gargalhadas.

–Não, eu ganhei! –Ela falou ainda rindo.

–Ok, mas agora você tem que tomar banho. –Falei.

Fui com ela no colo até a sala onde o Diego me parou.

–Telefone para você, é a Violetta. –Ele falou.

–Tá, você pode dar banho na Julia para mim. –Pedi.

–Claro. –Ele me deu um selinho. –Vamos Julia.

Ele a pegou do meu colo e subiu as escadas.

–Oi, Vilu, sim, estou bem... Estou... sim... posso claro. As sete? Tá, até mais tarde. –Desliguei telefone.

A Vilu me convidou para ir jantar na casa dela, ela disse que é para comemorar algo, só não me contou o que é.

Após desligar o celular deixei-o na mesa e olhei em volta, estava tudo em seu lugar. Suspirei. Fui até a escada e comecei a subir.

Procurei o Diego e a Julia no banheiro, mas não estavam lá. Resolvi ir ao quarto da Julia, talvez ele estivesse trocando-a.

Cheguei ao quarto da Julia, a porta estava fechada. Abri-a e quando olhei para entro do quarto, vi a Julia com um vestido branco e nele estava escrito “Casa comigo?”, ela estava com as mãos juntas e nelas uma caixinha vermelha e dentro uma aliança.

–E então, mamãe? –A Julia perguntou sorrindo.

Eu estava sem ar.

–E então... –O Diego apareceu atrás dela.

–É... É claro! –Sorri.

Corri até ele e o abracei.

–Eu te amo. –Dei um selinho nele.

A Julia puxou minha roupa me fazendo olhar para baixo. Abaixei e peguei-a no colo.

–Amo vocês dois. –Nos abraçamos.

–Também amo vocês, mamãe e papai. –A Julia nos olhou.

O Diego me olhou, a Julia nunca o tinha chamado de pai.

–Nós também te amamos, filha. –O Diego beijou a bochecha dela.

...

Estávamos nos arrumando para ir à casa da Vilu, eu já estava trocada, o Diego estava se trocando e eu estava trocando a Julia. Ela estava radiante, muito feliz por ter uma família.

–Julia, pare quieta se não, não consigo te trocar. –Falei tentando colocar seu vestido.

–Eu tô feliz! –Ela comemorou feliz.

–Eu sei, querida. Mas temos que ir logo se não vamos nos atrasar. –Falei.

Finalmente terminei de vestir a Julia e o Diego também já tinha terminado então seguimos para a casa da Vilu.

O caminho foi tranquilo, sem transito nem nada (raridade).

Chegamos na casa da Vilu, a Julia dormia no colo do Diego e eu carregava minha bolsa. Toquei a campainha e logo fui atendida pelo Leon.

–Oi Leon! –Cumprimentei-o.

–Oi Fran, a Vilu está na cozinha. –Ele me informou.

–Obrigada. –Agradeci.

Fui na direção da cozinha e logo que entrei dei de cara com a Vilu cozinhando.

–Que cheiro bom! –Dei um susto nela.

–Ai Francesca! –Ela se virou rápido com a mão sobre o peito.

–Oi, amiga. –Falei rindo.

–Oi Fran. –Ela me abraçou.

Separei o abraço e me sentei em um banco da cozinha logo ela me acompanhou se sentando em minha frente!

–E então, o que é a surpresa que você me falou pelo telefone. –Perguntei.

–É uma surpresa muito boa. –Ela sorriu.

–Não me diga que está grávida de novo.

–Não... –Ela riu. –Não é isso. Você vai saber, só temos que esperar meu pai chegar.

–Tudo be...

–Oi tia Fran! –O Daniel apareceu e me abraçou.

–Oi, lindo. Como você está? –Perguntei colocando-o em meu colo.

–Tô bem! A mamma te falou da surpresa? –Ele perguntou sorridente.

–Sim, mas não me falou o que é. –Falei. –Você me conta? –Fiz bico.

–É que... –Ele ia falar mas foi interrompido.

–Daniel! –A Vilu interferiu. –Vai brincar querido. –Ela falou tirando-o de meu colo e colocando no chão.

Ele assentiu e saiu correndo.

–Estraga prazeres!

Ela me mostrou a língua.

–Isso foi infantil! –Ri.

–Fran, eu tenho filhos, tenho que ser infantil em alguns momentos.

–Concordo. –Ela riu. –Hm, falando de filhos, a Julia chamou o Diego de pai.

Contei.

–Sério?! –Ela sorriu. –Ai amiga, que bom que a Julia está superando isso.

–Concordo. Ela o chamou de pai depois que ele me pediu em casamento...

–Parabéns, Fran! –Ela veio me abraçar. –Estou muito feliz por você.

–Obrigada. –Sorri.

Ouvimos a campainha tocar e logo em seguida o Leon gritar “Eu atendo!?”

POV NARRADOR

Pouco tempo após a campainha tocar as amigas viram Angie entrar pela porta da cozinha. Elas se cumprimentaram, contaram as novidades, sem Violetta contar a surpresa claro. Mas Violetta não estava mais aquentando de ansiedade para contar que finalmente sua filha estava com ela novamente.

Daniel, Julia e Julietta estavam brincando no jardim, Daniele estava dormindo em seu quarto, Pedro estava andando e explorando a casa e os adultos estavam todos na sala conversando.

–Acho que já podemos contar a surpresa, não é querido? –Perguntou Violetta à Leon.

–Sim, acho que sim. –Leon concordou.

–Finalmente, estou louca para saber. –Francesca disse e todos concordaram.

–Tudo bem então, vou pegar a surpresa. –Violetta falou enquanto se levantava.

Todos naquela sala estavam roendo as unhas para saber o que era, bom, menos Violetta e Leon, claro!

Violetta subiu e andou até o quarto da filha, o quarto de Daniele era em um corredor assim como dos irmãos então não conseguiam ver para onde Violetta ia.

Violetta entrou no quarto da pequena e a encontrou adormecida.

–Vamos, querida, eles estão aí. –Violetta falou chamando a filha.

E menina acordou animada. Levantou da cama em um pulo e logo colocou seu vestido. Violetta penteou o cabelo da filha e segurou em sua mão.

–Vamos? –Violetta perguntou.

–Vamos! –A menina assentiu.

Elas saíram de mãos dadas do quarto.

Daniele estava com frio na barriga de emoção, e Violetta feliz ao lado da filha.

Quando elas começaram a descer as escadas todos os olhares voltaram-se a elas, mas principalmente Daniele. Lagrimas se formavam nos olhos de todos.

Ao Daniele chegar na sala logo soltou da mãe de sua mãe e correu até os braços de sua avó e logo depois de Francesca.

–Você nos deu um susto. –Disse Angie olhando a neta.

–Eu sei... –A menina falou.

–Mas é muito bom você estar aqui de volta. –Francesca complementou.

Germán foi o único a não receber um abraço, e não gostou disso, e Leon e Violetta perceberam.

–Filha, diga oi ao vovô. –Violetta falou.

Daniele hesitou e olhou o avô sem nem pensar em chegar perto. Ela o olhou e depois olhou a mãe negando com a cabeça timidamente.

–Daniele! –Leon advertiu.

A menina continuou no lugar.

Leon olhou duro para a filha.

A menina bufou, com relutância ela andou devagar até o avô e o abraçou, mas afastou a cabeça para tentar se afastar do avô.

A menina logo se afastou e correu para atrás da mãe.

Leon como sempre ficou bravo pelo comportamento da filha. Violetta tentava se conformar com isso.

Leon bufou insatisfeito com a atitude da filha e tentou esquecer.

O resto da noite ocorreu tranquila, sem confusões nenhuma, bom, Daniele não se aproximou novamente do avô.

...

Violetta e Leon já estavam deitados em sua cama e seus filhos dormindo.

Leon estava lendo um de seus livros sobre medicina, Violetta espiava de vez em quando, mas não entendia nada do que estava escrito então logo voltava a seu livro, um livro que qualquer um entenderia.

–Vilu. –Leon interrompeu a leitura dos dois.

–Oi?

–Você não me contou o que descobriu lá no orfanato.

–Eu sei –Ela concordou. –Esqueci.

–O que descobriu? –Ele perguntou.

–O bastante. –Violetta sorriu.

–O bastante para quê?

–Eu confirmar o que queria.

–Isso significa que você acha que ela está... Viva? –Ele perguntou nervoso.

–Acho que sim, preciso de uma única confirmação. –Falou.

–Qual?

–Do Paulo.

–Vai me contar qual é a confirmação?

–Não, só até eu ter certeza.

Antes que o Leon falasse algo o Pedro foi mais rápido e começou a chorar.

–Eu pego ele. –Leon deu um selinho em Violetta.

–Obrigada.

...

POV VIOLETTA

O dia começou bem, o Leon foi trabalhar e deixou as crianças na escola o que me deixa sem responsabilidades além de ir trabalhar.

No trabalho estava tudo normal. Estava na minha sala olhando e assinando uns papeis quando meu celular começou a tocar interrompendo meu trabalho.

#Ligação on#

–Oi, Vilu.

–Oi Paulo, recebeu minha mensagem?

–Sim, por isso te liguei. Qual o problema?

–Queria saber de uma coisa. Paulo, quantos partos você fez no dia do nascimento dos gêmeos?

–Só o seu, por quê?

Demorei uns segundos para responder.

–Nada, só queria saber.

–Tá, tenho que voltar ao trabalho agora. Tchau Vilu.

–Tchau.

#Ligação off#

Pronto, agora tinha certeza que minha filha estava viva, só precisava encontra-la.

POV NARRADOR

O que Violetta precisava ela já tinha, tinha certeza que sua filha estava viva. Ela precisava fazer algo, mas antes, precisava falar com seu marido.

Violetta pediu para Francesca fechar o Studio e foi o mais rápido possível para o consultório de Leon. Ela estava muito feliz e queria contar o marido a novidade.

Depois de um tempo chegou ao consultório saltitando e com um sorriso nos lábios.

–Ester, o Leon está com paciente? –Perguntou Violetta a secretaria.

–Não, Sra. Vargas.

–Obrigada.

Calmamente Violetta andou até a porta e a abriu. Logo viu e ouviu algo que não gostaria.

–Mas ela é sua filha também, Leon! –Geri gritou com a filha no colo.

–Sua filha?