O Choro dos Corvos escrita por The Dark One


Capítulo 6
O Aprendiz de Pássaro Negro


Notas iniciais do capítulo

Vou postar um Glossário, para aqueles que ainda não entenderam;

Kensakebi - Espada que Chora
Oniken - Demônio de Espada
Pássaro Negro - É um nome dado a uma espécie de raridade causada em alguns pássaros, eles nascem totalmente negros, até com seu bico dessa forma, há vários casos em galinhas também.



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A dama continuava em meio a floresta, seu olhar era fixo no local onde havia pela ultima vez visto o rosto de Pássaro Negro. O corvo já havia partido, ela esperava boas notícias dele. Não se assuste, nossa estória apenas mudou momentaneamente de perspectiva jovem. Por instantes ela sente uma brisa forte se aproximar por todos os lados, e o som, o maldito som. Uma flauta, o som melódico e aterrorizador daquela flauta. O chão parecia se mover pelos pés descalços dela, se assemelhava a um pequeno rio, como andar contra a correnteza mesmo parada, o vento tocava sua pele e ela sentia calafrios, era como sentir medo do próprio escuro, mas este escuro tinha nome.

— Fúria dos Ventos. - Pronuncia ela, lentamente como um sussurro, e ele aparece ao seu lado. - Não, não. É você Choro dos Deuses?

— Descobriu rápido, Irmã. - A Voz de Fúria dos Ventos era duplicada, a voz do próprio com outra voz, uma voz grossa e onipotente, um dos seus olhos estava azulado e ele era cercado por uma aura da mesma cor. - Senti seu sofrimento e decidi aparecer.

— Não estou sofrendo! - A Dama recua de Choro dos Deuses com certa relutância. - Só estou longe de meu portad...

— Não, você está longe de seu amado Pássaro - Interrompe ele, sorrindo. - Eu achei seu Fantoche estudando a fortaleza. Pássaro Negro está em uma cela normal, parece que os que estão lá desconhecem quem ele é. Será fácil invadir.

— Irmão! Não pode me ajudar, nós Kensakebi somos apenas observadores do destino que ocorre. - Profere ela, puxando Choro dos Deuses para sua frente, ambos se encaram, olhar fixos um no outro.

— Você já quebrou sua posição de Observadora enviando seu corvo, não está sozinha irmã. - Encerrando sua frase, ele desaparece junto com a brisa, teria fugido para longe, sua velocidade era tão grande que ninguém poderia acompanhá-lo, não normalmente.

Por instantes, naquele chão cheio de lama, naquele cheiro de morte que estava vindo de lá, ela se esgueira pelas copas das árvores, e consegue observar a grande muralha. Medo, ela poderia sentir medo vindo lá de dentro, seria o medo de seu portador? Seria o medo de Pássaro Negro? Ele não sentia tal coisa. Ele não temia nada, não era um simples homem. Então, seu peito se aperta, e ela sente que seu enviado estava lá, o seu corvo mais precioso, aquele que foi treinado pelo próprio Pássaro Negro.

Distante dali, o corvo estava passando por um corredor fechado, escuro e repleto de pedras, haviam tochas nas paredes para causar luz. Ele andava pelos corredores arrastando sua "Kensakebi", ele estava sem sua máscara, seu rosto lembrava vagamente Pássaro Negro, mas seus cabelos eram castanhos e arrepiados, e não eram enormes. Passo após passo, ele continuava seu caminho, o barulho do aço se chocando com a pedra irritava qualquer um que estava perto. Seu sorriso era amedrontado, de parecia vir de orelha a orelha, seu queixo pingava o sangue e sua Kensakebi também. Ele avançava lentamente, até onde o corredor encerrava, abria a um grande salão redondo, ele parecia muito com o corredor, porém era enorme, havia uma porta a cada dois metros, dez portas totalizando vinte metros de sala, apenas dezenove já que o Corvo estava em uma delas, o chão parecia ser coberto com areia, que iria por cima das pedras. Ele avança até o centro desse salão,mas de repente de todas as portas sai exatamente um homem, eles estavam totalmente sem roupas, apenas pequenos trapos para esconder algumas partes de seu corpo. Esses homens, puxando de dentro da areia correntes, uma cada um. Todas essas correntes fazem a sala começar a rodar, as pedras se moverem. As portas começam a se fechar, e uma outra porta se abre. Os vinte homens correm para essa porta, e depois do ultimo passar, ela se fecha com um enorme espelho, refletindo o Corvo.

Por instantes, ele observou atentamente o espelho, com um sorriso no rosto, em sua mente passava aquilo que sempre sonhou, a hora de se provar com um oponente a sua altura. Tinha treinado anos após anos para fazer seu mestre, Pássaro Negro se orgulhar, e essa era a hora. Ele sabia que o que iria sair daquele espelho, poderia matar até sua "mãe", aquele era um espelho sagrado, pois guardava o espírito do terceiro Oniken. Seus pensamentos são interrompidos com a imagem saindo do espelho, um homem, ele trajava uma armadura dos dedos dos pés, até a cintura, essa armadura parecia não ter sido feita de aço, e sim de um material orgânico, esta parte liberava uma aura vermelha. A pele do homem era negra, como se estivesse sujo de tinta, e seus olhos profundos e brancos, ele não possuía cabelo e levava sua Kensakebi presa as costas por uma bainha.

— Uma fortaleza em meio a um vale, que leva a uma masmorra e me trás aqui. Com um espelho que trás um guerreiro lendário, eu sabia que não estava lidando com apenas simples cavaleiros - O corvo avança, indagando, ele aponta sua cópia de Kensakebi para seu opoente e o sangue que estava em sua lâmina escorre caindo ao chão.

— O que um corvo de Choro dos Corvos faz aqui? Ah... espere! - O Oniken funga, sentindo o cheiro. - Você cheira igual ao seu pai, Ibuki Kouji.

— Como sabe meu nome? - Ibuki recua, levantando a espada, suas palavras saem lentas como um corte mortal. - Mas há algo que você esqueceu, eu não tenho pai! - Ele avança, com a espada a sua frente, ela se choca contra o corpo do Oniken.
Sangue escorre, e ele recua, o sangue havia vindo de sua mão. Ibuki havia acertado em cheio o ombro de seu oponente, mas sua mão estava sangrando. Seria a pele de um Oniken tão dura assim que ele não poderia feri-la? Ibuki era mais forte que isso e não iria morrer ali. Ele recua e avança de novo, usando a ponta da espada, para furar o seu adversário. Porém ele é interceptado com ataque de outra espada, uma verdadeira Kensakebi, a espada pega no cabo da espada de Ibuki, arrancando seu dedão. Ele cai ao chão. Ibuki recua, sua mão estava sangrando muito, ele muda a espada de mão, e foca sua visão no Oniken.

— Um Oniken só pode morrer por uma Lâmina verdadeira, não uma falsidade como a sua, você diz ser um guerreiro, Ibuki Kouji, mas na verdade é apenas uma versão falsificada de seu pai. - Agora, o Oniken estava ao lado de Ibuki, e sorria.

— CALE A BOCA! - Ibuki recua de novo, e agora impulsiona contra seu oponente, sua lâmina se choca contra as costas do seu adversário, mas a espada dele faz um pequeno corte, não tão pequeno.

Ibuki recua, seu braço que segurava a espada começa a sangrar muito, e logo ele cai ao chão, o seu braço estava separado do seu corpo, sua espada estava ao chão agora. Aqui encerraria, aqui morreria Ibuki Kouji, um simples corvo?


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Notas finais do capítulo

Obrigado aos que estão lendo e acompanhando.
Um grande abraço a todos, e que tenham boas festas.
Acho que este será o ultimo capítulo deste mês e estarei novamente deixando ela de lado para continuar outro projeto, mas poderei não fazer isso.
Um obrigado especial a todos que se forçam a ler essa tentativa minha de fazer algo bom.
Tudo de Melhor, sempre.