Flor de Lótus escrita por Claire


Capítulo 9
Sequestro


Notas iniciais do capítulo

Dobradinha, promoção de volta de fic hahahaha ♥



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A princípio o cheiro ruim não alertou Dayla nem um pouco. Estava ocupada demais contando a Logan tudo o que ele precisava saber sobre sua vida até aquele momento, porém logo uma densa fumaça branca tomou conta do quarto. Logan foi até a janela e a abriu mas só fez mais fumaça entrar, então ambos arrumaram suas coisas bem rápido e correram para a porta; ninguém queria ficar no meio de um incêndio mas era preciso pegar as mochilas antes.

A pressa de sair daquele lugar foi tanta que Dayla não pegou os tênis. Logan estava dois segundos atrás dela por causa da pasta que ele arrumava meticulosamente dentro da mochila, porém isso não o ajudou muito. Quando Dayla abriu a porta uma onda de calor a atingiu direto no rosto e cegou-a instantaneamente. Ela só conseguia enxergar borrões laranjados passando por sua visão branca, a fumaça fazia-a se engasgar e quando pensou que não podia piorar…

_ Dayla não…

Não ouve mais tempo. Os dois segundos que ela estava a frente dele foram cruciais naquele momento, pois quando a bomba extourou ele ainda estava na porta do quarto. O som de explosão a deixou com um barulho agudo preso na cabeça e a força do impacto a lançou para o lado ao mesmo tempo em que jogava Logan de volta para dentro. Ela bateu com a cabeça na parede e desceu rolando os degraus que levavam ao primeiro andar. Quando bateu com a cabeça no chão de cimento não conseguiu mais distinguir sons, cores ou formas, havia apenas um borrão difuso e a sensação de que alguma coisa queimava seus pés. Durante alguns segundos esse torpor a fez pensar que morreria ali mas aos poucos sua visão e audição foram voltando e ela pode ver perfeitamente a imagem do homem alto e cabelo castanho cortado ao estilo militar que lhe se prostou acima dela.

_ Boa noite “Ariel”

A próxima coisa que Dayla sentiu foi um forte soco no lado esquerdo da cabeça que a desmaiou na mesma hora.

(…)

Logan acordou sozinho em um apartamento tomado por algum tipo de gás branco que fazia tudo parecer um sonho. Ele se lembrava muito bem dos momentos antes de bater contra a parede e desmaiar mas demorou quase um minuto inteiro para assimilar as informações. A bomba… Ele ouvira o bipe quando Dayla abriu a porta. Sentiu o calor quando a primeira onda foi liberada e tentou tirar Dayla do corredor mas não dera tempo… Suas roupas estavam chamuscadas e suas mãos haviam sido queimadas na tentativa de chegar até a ruiva, mas não eram queimaduras sérias pelo que ele pôde avaliar. E tinha mais alguma coisa. Ele desmaiou de mochila, mas acordou sem ela.

Ter memória eidética era uma bênção no tipo de trabalho que ele tinha, porém também era perturbador as vezes. O problema começava com a mania de organização que tinha; ele sabia que fora por isso que chegara tarde demais para tirar Dayla do corredor, e agora não fazia ideia de onde ela estava. Ao se levantar ele ignorou os vários pontos doloridos de seu corpo e até mesmo examinou os locais mais críticos procurando ossos quebrados, coisa que para sua sorte não encontrou. Doze pares de costelas intactos era um milagre.

Ele saiu do quarto cambaleando e encontrou um verdadeiro pandemônio lá fora: os demais hóspedes do hotel estavam no estacionamento apontando e comentando sobre a explosão enquanto alguns pareciam ligar para os bombeiros e a simples aparição do rapaz provocou uma porção de gritos. Todos queriam saber se ele estava bem, alguns diziam que não faziam ideia de que o quarto estava ocupado, outros falavam sobre os dutos de gás serem velhos, coisas insignificantes. Logan desceu as escadas e um casal veio lhe ajudar a se sentar no estacionamento.

_ Vocês… A menina, eu entrei com uma menina, vocês a viram?

_ Nenhuma menina saiu do quarto, você está bem? - Era o homem quem falava enquanto a mulher só fazia reclamar do gerente que não apareceu.

_ Uma ruiva! Baixinha, olhos azuis, ela estava de blusa preta e jeans, não viram?

Ninguém respondeu mas era visível que todos pensavam a mesma coisa. Ninguém vira Dayla… E as chaves do carro estavam na mochila que sumiu. Ele não tinha nenhuma certeza sobre onde ela pudesse estar e menos ainda se ainda estava viva, mas sabia que o celular ainda estava em seu bolso. Sem pensar duas vezes ele entrou no conversível e puxou uma porção de fios por baixo do painel. Não demorou nem mesmo 5 minutos para o carro dar a partida e logo Logan deixava para trás uma multidão de hóspedes que só sabiam dizer que ele devia esperar a polícia chegar para receber tratamento médico.

(…)

O carro balançava muito, parecia que passavam por uma estrada de terra quando Dayla acordou. Estava com os braços amarrados para trás e tinha uma mordaça na boca mas seus olhos estavam descobertos. Não que isso ajudasse já que ela só enxergava o teto do carro e o banco da frente onde Paul estava, não dava para ver mais do que o céu escuro pelas janelas e ela não conseguia se levantar. Sentia dor em várias partes do corpo e era bem possível que algo estivesse quebrado mas o pânico estava grande demais para ter certeza. O choro pareceu inevitável naquele momento e mesmo fazendo pouco barulho por causa da mordaça Paul percebeu que ela estava acordada e olhou para trás com o maior e mais descarado sorriso que Dayla já vira.

_ Acordou ruiva? Que bom, é chato ter companhia e não poder conversar.

Paul voltou os olhos para a estrada por algum tempo e diminuiu a velocidade sem parar o carro. Dayla sentia as lágrimas empaparem a tira de pano que estava em sua boca e não conseguia pensar em nada além da morte eminente; foi quando Paul puxou com força a mordaça fazendo pressão na parte de trás da cabeça dela, exatamente onde ela havia batido durante a explosão.

_ Sabe você não é tão durona quanto parecia. Deve ter sido sorte. Foi isso. Sorte de ter um amiguinho dentro da Purple.

_ O que… - Dayla mal reconheceu a própria voz. Estava fraca e a garganta doía muito, isso junto com uma dor de cabeça insuportável fazia com que falar fosse muito difícil – O que é… Purple…?

_ Mas aquele traste não te explicou nada mesmo? Ah não importa. Você vai adorar saber sobre isso mais tarde!

Sem nenhum aviso Paul jogou o carro para a direita e por pouco Dayla não deu com a cara no banco do carona. Quando o carro finalmente tomou uma linha reta algo no bolso de Dayla vibrava. Foi quando ela se lembrou do telefone que recebera e percebeu que ao menos Paul não a revistara antes de levar. Com extrema dificuldade ela conseguiu tirar o celular do bolso mas sem conseguir ver a tela ela não sabia o que fazer com ele. Precisava ganhar tempo.

_ Por que a Isabela?

_ Não sei, pergunta pro padrasto dela. Eu só faço o trabalho.

_ Você deve saber… Ela era tão boa, tímida, nunca fez mal para ninguém e você… Você a matou!

_ Hey fica calma bonitinha eu também vou matar você e você não fez mal pra ninguém não é? São só negócios.

Ele era tão frio… Parecia até que estava falando sobre o clima ou sobre um passeio no parque. Dayla ficou apertando todas as teclas na tentativa de acontecer alguma coisa mas o telefone não parava de vibrar. E o pior… Haviam luzes do lado de fora da janela e Paul estava estacionando o carro.


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Notas finais do capítulo

Agora é sério, queria agradecer o Nick pelo comentário fofo no capítulo anterior e dizer o quanto gostei