4ª Lei de Newton escrita por Taikatalvi


Capítulo 5
Criminal


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente! Tudo bem?
Sim, sei que a última vez que atualizei a fic foi em julho do ano passado, mas passei por uns tempos conturbados e enfim, resolvi retomar a fic, espero que gostem e escutem essa música quando verem "xxx":
https://www.youtube.com/watch?v=1E-Hleh3UCE
Ela é a música tema da fic, se ela acabar da replay kkkkkkkkk
Leiam as notas finais!!!!



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Valentine acordou sentindo-se diferente no dia seguinte, não era uma sensação ruim, mas não podia dizer exatamente o que era. Olhou para o relógio ao lado da cama e deu um pulo ao ver que havia perdido a hora. Com medo de levar uma bronca do tio, trocou-se rapidamente com a primeira roupa que encontrou, escovou os dentes, calçou os tenis e saiu em passos apressados, se fosse rápida chegaria a tempo.

– Hey, Valentine! - Ouviu Joseph gritando do portão ao lado e olhou para ele dando-lhe um aceno. Ele, vendo que ela estava muito apressada, subiu em sua moto e a alcançou - Quer uma carona?

– Não precisa, não quero atrapalhá-lo.

– Não vai me atrapalhar.

– E eu não preciso, obrigada.

– Pare de ser teimosa e venha logo - Ela se deu por vencida e subiu na garupa da moto.

O caminho até a loja foi curto porém tenso, ambos não trocaram uma palavra sequer e algo estranho pairava sobre eles quando se encontravam. Ele era um homem de mistérios, ela uma mulher decidida e curiosa.

– Obrigada - Ela sorriu enquanto descia da moto. Olhou no relógio e viu que ainda faltavam cinco minutos para o seu expediente começar e suspirou aliviada.

– Até mais, Valentine - Joseph disse olhando fundo nos seus olhos e preparando-se para acelerar a moto.

– Espera - Ela segurou seu braço levemente e ele estranhou o gesto - Gosta de torta de maçã? - Ele, que tinha uma sobrancelha arqueada, assentiu à pergunta - Vai estar em casa hoje à noite?

– Depois das nove.

– Vai estar ocupado?

– Não.

– Posso ir te levar uma torta? Pode parecer estranho, mas quero retribuí-lo de alguma forma pelo o que fez por mim.

– Não precisa se preocupar com isso, mas sua ideia não é ruim - Ele deu um sorriso de canto fazendo o corpo inteiro de Valentine se arrepiar - Tenho que ir agora, estarei de esperando.

Joseph acelerou a moto e a garota o acompanhou com o olhar até ele sumir ao longe. Costurando pelos carros, ele ia apressado para o próximo local onde deveria executar um homem assim que ele saísse do hotel, ele era muito poderoso, estaria cercado de seguranças e sua chance de pegá-lo era única.

No meio do caminho, parou numa lavanderia, pegou um jornal e sentou-se num dos bancos disponíveis lá. Enquanto "lia" o famoso "The Sun", observava cada pessoa ali presente e as roupas que cada um trazia consigo. Poucos segundos depois, sua atenção se prendeu a um senhor que estava colocando na secadora alguns uniformes de zelador e que logo depois foi pegar um café na máquina que ficava na entrada da lavanderia.

Analisou o velho por alguns rápidos segundos, passos lentos, respiração pesada e visão debilitada pois estreitava os olhos para ler a máquina. Enquanto isso, um plano se montava em sua cabeça e sem que ninguém percebesse, ele já havia pego um dos uniformes, colocado numa sacola e saído dali.

Montou em sua moto rapidamente e seguiu para o local marcado, um estacionamento ao lado do hotel onde sua próxima vítima ficava. Deixou sua moto estacionada em um beco há três quadras dali e também vestiu a roupa de zelador que havia pego. Deu uma rápida olhada no latão de lixo ao lado à procura de algo que lhe fosse útil, até que encontrou um boné velho e resolveu pegá-lo. Faltando vinte minutos para a sua ação, ele estava pronto.

Com calma e naturalidade, andou até o estacionamento e usou dos caminhos secretos que havia encontrado quando estava ali no dia anterior para chegar a um lugar perfeito para sua ação. Nesse caminho, havia escondido também sua arma por entre as tubulações, um rifle com silenciador. Como um fantasma ele chegou a um local deserto e de difícil acesso no terceiro pavimento, onde tinha uma vista perfeita de onde o seu próximo serviço sairia. Faltando pouco tempo, apoiou a arma, colocou o olho na mira e o dedo no gatilho, totalmente preparado para qualquer movimentação.

Em questão de minutos, alguns seguranças saíram para grande porta de vidro e Joseph avistou seu alvo com uma camisa verde água que poucos segundos depois estava no chão, manchada na poça de sangue que se formava em volta do corpo.

Como sempre, após o serviço ele saiu rapidamente e procurando algo que leva-se até ele, mas tudo estava em ordem. Já um pouco longe dali, tirou a roupa de zelador e o boné que havia pego, os colocou no chão fazendo um pequeno monte e ateou fogo. Aquele havia sido o primeiro de uma longa lista.

xxx

Eram nove e quinze quando Valentine chegou na casa do vizinho e apertou a campainha, segurando nas mãos uma torta de maçã quentinha. Não ouve resposta, mas a luz da sala estava acesa, então decidiu tocar novamente a campainha, sendo então atendida algum tempo depois. O sorriso que tinha em seu rosto desapareceu assim que ela o viu, ele estava cheio de cortes e hematomas no rosto e nos braços expostos pela regata que vestia.

– Entre - Ele disse com a voz cansada.

– Meu Deus, Joseph! O que aconteceu? - Ela disse colocando a torta encima do balcão para dar atenção à ele - Você está bem? - Ele assentiu tentando esconder a feição de dor, mas não passou despercebido por ela.

Ele andou até a sala e se sentou no sofá, encostando a cabeça e fechando os olhos, dando um forte suspiro logo em seguida.

– Me desculpe por isso, Valentine, não estava em meus planos te receber nesse estado... Você não precisa ver isso, pode ir embora.

– Não vou sair daqui - Ele abriu os olhos surpreso e a encarou - Você não pode ficar sozinho desse jeito, vou cuidar de você.

– Não precisa, não é nada demais, consigo resolver sozinho.

– Você não vai me fazer mudar de ideia, já volto - Ela disse sumindo pela casa.

Joseph respirou fundo mais uma vez e tentou processar tudo o que tinha acontecido mais uma vez. Estava na área industrial da cidade para fazer seu último serviço do dia quando tudo virou de cabeça para baixo em questão de segundos, nada estava conforme haviam lhe passado. Era uma antiga fábrica de pólvora, estava vazia e abandonada, não teve tempo de ir lá antes e sentiu algo ruim ao perceber sua situação, algo ali estava muito errado. Continuou andando atento e silenciosamente, quando ouviu um bipe e deparou-se com uma bomba em um dos pilares do edifício, com apenas trinta segundos restantes antes de ser detonada. Ele era o serviço.

Saiu de seus devaneios quando viu Valentine novamente no mesmo cômodo e prestava atenção em cada movimento dela. Ela olhava cada machucado dele, não só os que havia visto no rosto e nos braços, mas também nas pernas, joelhos e na sua costela que, além de ralada, provavelmente estava quebrada.

– Posso? - Ela perguntou um pouco envergonhada fazendo menção de tirar sua camiseta. Ele apenas assentiu e ajudou-a. Assim que jogou a blusa num canto qualquer, não conseguiu disfarçar um riso ao ver as bochechas coradas da moça ao ver seu corpo.

Com calma e habilidade, Valentine começou a limpar e cuidar de cada machucado por seu corpo, ela não tinha pressa, nojo, nenhum sentimento negativo, fazia aquilo por carinho. Todo o processo foi em silêncio, eles não trocaram uma palavra sequer, apenas trocavam alguns olhares que pareciam durar uma eternidade, mas que logo eram quebrados por ela.

– Pronto... Tudo parece estar certo além dessa costela... Há grandes chances de estar quebrada, deveria ir ao médico.

– Estou bem, obrigado.

– O que aconteceu, Joseph?

– Eu caí de moto - Ela estreitou os olhos e se inclinou olhando ainda mais fundo as órbes âmbar.

– Por que está mentindo? - Ele permaneceu em silêncio - Sua moto está em perfeito estado lá fora, o que aconteceu de verdade?

– Como eu já disse, eu teria que te matar se contasse.

– Não me venha com esse papo de novo... - Ele a interrompeu.

– Não é papo, Valentine, é a verdade, essa é a minha vida.

– Me conta qual é a sua vida, Joseph? Que mau eu posso fazer para você se me contar?

– Você não entende. É apenas uma estranha curiosa.

– Acha que eu faria tudo o que fiz aqui hoje se te considerasse um estranho? Acredite, Joseph, eu tinha a festa de aniversário da minha irmã hoje, mas eu decidi estar aqui com você, não me trate como um nada.

– Não quero que você me odeie...

– Não vou te odiar...

– Você vai...

– Como sabe? Pode confiar em mim - Havia uma tensão muito grande no ar, eles se encaravam sem descolar o olhar um do outro, sem que percebessem estavam em pé ao lado da janela - Vamos, Joseph, confia em mim... - Ele sentia-se hipnotizado, jamais contara para ninguém, mas não conseguiria esconder por mais um minuto sequer.

– Eu sou um assassino - Ele sussurrou e esperou para ver a reação dela, esperava que ela risse pensando que era mentira, ou se assustaria e se afastaria dele se acreditasse, mas não, apenas sentiu a sua mão macia em seu rosto e logo depois percebeu o quão próximos estavam, conseguia sentir o hálito de hortelã dela perto de seu rosto. Valentine acariciava seu rosto quando o beijou timidamente, mas logo Joseph aprofundou o beijo puxando-a para mais perto de si.

Tudo havia sido muito rápido entre eles, haviam se conhecido mesmo há apenas um dia, mas já haviam se rendido de tal forma que ambos sabiam que não teria volta, Joseph era um caminho sem volta e ele temia que ela se envolvesse nisso. O homem frio tinha baixado a guarda, a força de Valentine sobre ele era tão grande que ele mal conseguia se conter, ela o fazia se sentir vivo, mas isso não era algo que ele queria admitir.

Ele encerrou o beijo e ela deu alguns passos para trás um pouco vacilante, os dois não sabiam o que fazer ou dizer naquele momento, além de que ele havia lhe revelado seu maior segredo.

– Me desculpe por isso, eu... - Joseph começou, mas ela o interrompeu.

– Joseph, não... Tenho que ir, a torta está encima do balcão da cozinha - Ela deu-lhe um sorriso tímido e andou até a porta - E sobre o que você me disse, não se preocupe, não vou contar para ninguém e nem te odiar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Devo continuar? Alguma crítica construtiva? Comentem!!!!!



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