O Livro de Feitiços escrita por Luna Kiara


Capítulo 6
Capítulo VI




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Capítulo VI – Um bebê abordo!


A manhã de terça-feira amanheceu particularmente fria. Karen teve que se esforçar para sair de baixo de sua cama quentinha e se vestir bem agasalhada. Ao sair do apartamento, falava com Stella ao telefone.

– Não posso ir ao shopping com você hoje – disse - ... – Ontem me ligaram de uma revista, me pediram para comparecer para uma reunião – explicou – ... o que eu vou fazer lá? Nem me pergunte...eles não me disseram porque me queriam... – suspirou – sim, eu posso almoçar com você... ok te encontro no restaurante da Mamma... beijos!

Respirou fundo descendo as escadas por não gostar de entrar sozinha em elevadores – apesar de serem mais rápidos – a demorada descida valeu a pena quando entrou em seu UNO e ligou o aquecedor. Ligou a ignição e antes de partir verificou uma última vez seus e-mails.

Se não estivesse sentada cairia para traz. Sua caixa de entrada estava lotada de e-mails enviados pelo Christian, todos com o mesmo assunto: VENHA PARA A TOWERPOINT!

– Que cara mais insistente – bufou rolando os olhos, finalmente saindo da garagem e ligando o som.

[...]

I don’t care

I love It!

Karen cantarolava enquanto dirigia para a sede da revista Stiles, sem imaginar o que encontraria. Depois de meia hora dirigindo, Karen estacionou em frente a um prédio novo todo espelhado.

– here Go! – Murmurou entrando no saguão chiquemente decorado com lustres de cristais – OW! – Exclamou surpresa e maravilhada com a decoração

– É todo mundo que entra aqui diz isso – uma voz suave e feminina soou atrás da ruiva, que se virou para a dona da voz – Karen...?

– Elisa – não foi uma pergunta

– O que está fazendo aqui? – Elisa perguntou nem um pouco feliz, na verdade parecia a ponto de chamar a segurança

– Eu é que pergunto isso – rebateu

– Eu trabalho aqui – Elisa disse a contragosto – O. que. Você. Faz. Aqui? – Repetiu pausadamente

– Eu também quero saber... – sussurrou pra si mesma – Mas, - disse antes que Elisa tivesse a chance de abrir a boca – fui convidada a encontrar com o senhor Martini – Karen não queria sorrir, mas não resistiu o impulso de fazer isso quando Elisa mostrava espanto e choque

– o-o senhor Martini...? – Repetiu gaguejando

– Sim – o sorriso de Karen ficou ainda maior – Onde posso encontra-lo?

– Não é possível! – Elisa quase berrou

– Porque não verifica? – Karen estava gostando cada vez mais daquela situação, e foi exatamente o Elisa fez, correu para o telefone mais próximo e voltar alguns minutos depois muito pálida – então...? – Indagou

– Ele a aguarda em seu escritório – murmurou – Vou.... – Elisa parecia estar em algum tipo de transe

– Vai? – Karen tentou incentiva-la a continuar

– ... acompanhá-la até a sala do senhor Martini - Sem dizer uma palavra durante todo o percurso, Elisa levou Karen ao decimo nono andar – A senhorita Stuart – anunciou ao entrar no escritório

[...]

Karen entrou no recinto sorrindo cordialmente para o homem de aproximadamente quarenta anos, achou bem estranho que o editor-chefe de uma revista de moda recém-criada fosse alguém... err... bem... velho. Percebendo a confusão de Karen o homem disse:

– Sou o CEO e editor chefe da Stiles, Igor Martini

– É um prazer, senhor – Karen estendeu a mão em forma de cumprimento – eu sou Karen Stuart

– Por favor sente-se – disse oferecendo uma das poltronas dispostas em frente a luxuosa mesa de mogno

– Obrigada – disse se sentando – Então... – hesitou um momento – Sobre o que quer conversar?

– Vou ser direto senhorita – O homem disse de forma muito profissional – Quero fazer uma reforma na minha cobertura

– Reforma? – Confusa Karen olhou para o homem engravatado

– O aniversário de vinte anos da minha filha está chegando – explicou – e quero dar a ela um lugar para morar e ser independente – disse

– Mas... – Karen começou – eu não sou uma engenheira – disse – posso fazer os desenhos do que quer fazer na cobertura, mas não posso “mexer” no projeto

– Sei muito bem disso é por isso que chamei um engenheiro confiável – o homem sorriu – ele já deveria estar aqui... – disse um minuto antes de um jovem entrar na sala

– Desculpe senhor Martini – pediu o rapaz – o transito está horrível

– Desculpas aceitas – Sr.Martini – Porque não se senta rapaz?

– Certo...obrigado – disse aceitando a sugestão – ahh...quem?

– Esta e Karen Stuart – Sr. Martine apresentou Karen – E este é Vinicius Mkenzie

– É um prazer – disseram juntos. Karen nunca tinha visto um rapaz mais bonito do que ele. Vinicius tinha a pele morena e um cabelo cor de ébano e os olhos tão límpidos como o mar

– Como eu já disse – Sr. Martini tornou a falar – quero uma reforma completa na cobertura, a senhorita Stuart ira cuida dos desenhos e você, senhor Mkenzie da estrutura.

– Mas é o orçamento? – Karen se atreveu a perguntar

– Façam como quiserem – disse abanando as mãos – irei cobrir todos os gastos da obra, mas deve ficar perfeito! – Avisou – Vou pagar-lhes metade do serviço agora e a outra metade no final

– ahh...certo – murmurou num suspiro. Deve ser ótimo ser poder de rico – pensou

[...]

Depois de mais algum tempo conversando com o senhor Martini, sobre o que ele queria que fosse feito na cobertura, Karen finalmente pode respirar ar livre.

Do lado de fora só teve tempo de pegar o telefone e e-mail do seu parceiro de projeto, antes de ser arrastada para um canto afastado do prédio.

– Quem é você é o que faz da vida, Karen Stuart? – Quem pergunta isso era Elisa com fogo no olhar – diga! – Mandou

– Primeiro: Me solta – Karen puxou o braço das garras de Elisa – Segundo: Você não manda em mim! E terceiro: porque quer saber?

– Porque?! – Repetiu rindo em escarnio – porque eu nunca falei direito com meu chefe e ai chega você e ele simplesmente te convida para entrar

– Talvez você não seja uma pessoa tão importante assim – insinuou Karen com um sorrisinho irritante

– Olha como fala!

– Epa! – Karen ergueu a mão em sinal de “pode parar por aí” – primeiro foi você que me arrastou até aqui e segundo eu falo como quiser com pessoas como você

– São mulheres como eu que os homens adoram – Elisa sibilou – Sabia que o Christian ainda sente algo por mim – proferiu fazendo beicinho

– Se ele ainda sente alguma coisa por você é por que ele realmente é um idiota – Karen apontou – e são mulheres como você que são chamas de qualquer

Karen saiu dali sem dar qualquer chance de Elisa revidar ou dizer alguma coisa, mais tarde quando chegou em casa, foi que se deu conta do que tinha dito. Riu tanto ao se lembrar da cara de Elisa que quase se mijou, quando contou isso a Stella, a loira chorou de tanto rir.

– Eu queria tanto estar lá para presenciar esse momento – Stella limpava as lagrimas

– O rosto dela foi impagável! – Karen ainda não conseguia parar de rir

– É uma pena que eu não vou poder ver o James hoje – disse depois de algumas tentativas de ficar seria – tenho uma reunião essa tarde

– Não se preocupe, a gente sai pra jantar depois – Garantiu Karen – acredita que ela ainda te chama de musa do verão?

– É por isso que eu amo ele! – Stella sorria

– Não diga isso na frente da Sarah – suplicou – Não queremos um show de ciúmes e drama.

[...]

Lá pelas duas horas da tardem James apareceu no apartamento de Karen. James era um homem de 26 anos alto e forte, tinha os canelos naturalmente revoltos e negros e os olhos era de um verde acinzentado que o deixavam bem charmoso.

– Yo! – disse com um sorriso de cortar o rosto assim que Karen abriu a porta

– Oi – a ruiva também sorria, apesar de estar desconfia da visita – Onde está Sarah?

– ÃH? Ahhh sim, ela preferiu ficar no hotel – falou de forma bem tensa para o gosto de Karen

– ... Entra... – Karen deu passagem para o irmão entrar e o conduziu até a cozinha – Pode ir abrindo o bico, James – Karen ordenou logo depois que o irmão sentou – você fez alguma coisa e eu quero saber o que é

– eu não fiz nada – James respondeu firme

– Então porque esta com essa cara?

– Que cara?

– A cara que você sempre faz quando aprontou alguma e não quer admitir que foi você – Karen apontou – brigou com a Sarah?

– Não.

– Assumiu que é gay?

– Não. – A pergunta quase o fez rir. Quase,

– Traiu a Sarah?

– Porra Claro que não! – Gritou – Da onde você tirou essa pergunta, Karen? Eu amo a Sarah?

– Então o que foi que você fez, cacete! – Xingou. Se era para descer o nível, então ela ia descer o nível

– A Sarah está gravida!

– Oi?

– A. Sarah. Está. Esperando. Um. Filho. Meu. Porra!

– É o que que tem?

– E o que que tem? – James se ergueu da cadeira raivoso – você pergunta “e o que que tem”?

– Pergunto – Karen afirmou – porque eu não estou te entendo!

– Eu não quero ser pai agora! – Gritou – Sarah e eu nem somos casados ainda!

– E porque raios vocês dois ainda não se casaram? – Karen resolveu gritar também – Hein?!

– EU NÃO SEI TÁ BOM???? – Gritou indo pra sala – Se eu pedi-la em casamento agora ela vai achar que é só por causa da criança e não porque a amo!

– Vocês dois estão juntos a três anos, não é possível que ela não perceba que você está pedindo a mão dela por amor, não pela responsabilidade! – Karen segui James de perto – Se ela não ver isso é porque vocês não se amam de verdade

– Você não sabe do que está falando Karen!

– Não sei?

– Não, não sabe, - James afirmou – o que você sabe sobre o amor, se nunca consegue segurar um namorado sequer

– Ora seu grande filho da mãe! – Karen enrubesceu de raiva – Que direito você tem de falar de mim? – gritou – Você é só mais um grande covarde!

– Covarde? O que você quer dizer com isso?

– Quero dizer que você está com medo! – Karen esbravejou – Com medo de se casar e criar uma rotina e com medo da Sarah amar mais a criança do que você! Não vire as costas pra mim James – Karen serrou os punhos com força – Você veio aqui para ouvir minha opinião, vai ter que terminar de ouvi-la.

Mas James não lhe deu atenção e continuou indo em direção a porta. Karen chiou com raiva do irmão e correu pulando em suas constas, aplicando socos em todas as partes que conseguia alcançar agarrada as costas do moreno.

Sem opção James tentou segura-la ao mesmo tempo em que tentava faze-la parar de lhe bater. Assim os dois rodopiaram na sala até caírem no sofá.

– Arreee – Karen gemeu de dor

– Ta vendo o que você fez! – James repreendeu a irmã ruiva – acabou se machucando

– Foi você que caiu em cima de mim

– Por sua culpa – James suspirou – onde dói?

Foi então que aconteceu. A porta do apartamento se escancarou e por ela entrou um Christian afoito que pregou os olhos na cena que se desenrolava no sofá: Uma Karen vermelha e ofegante em uma posição pouco confortável e um cara desconhecido em “cima” dela, tentando ajuda-la a se sentar. Tudo aconteceu muito rápido, Christian correu como um foguete para cima de James e saltou parando um segundo no ar – como um jogador de futebol americano faz para derrubar seu oponente – e lá estavam os dois homens se atracando em um bolo onde só era possível ver pernas e braços. Sem saber o que fazer para os dois pararam, Karen se jogou no meio daquele bolo de pernas e braços que rolava sobre seu tapete e entrou no meio da briga.

– Parem já com isso vocês dois! – Gritava – Christian você vai matar o James!!!

– James/Christian? – Perguntaram parando no meio de um soco – como assim?

[...]

Depois de se desculparem e se cumprimentarem devidamente, os dois homens riam da situação, Karen também riria se não fosse uma situação trágica. Sua sala estava uma completa bagunça e seu irmão com um olho roxo e Christian tinha os lábios sangrando.

– Eu mereço – suspirou tristemente

– Vê se não some de novo Chris, a gente se vê por ai – Depois se virou para Karen – Desculpa ruiva, eu sou um idiota, eu sei não precisa me dizer – James sorriu triste e beijou a testa da irmã e saiu deixando Karen e Christian sozinhos.

[...] Karen Pov’s ON [...]

– Seus lábios estão sangrando – falei me levantando do sofá

– Vai passar... – Christian passava os dedos no lábio tentando faze-lo parar de sangrar, não aguentei ver aquilo e busquei um copo de água, o babaca bebeu um pouco fazendo careta, depois bochechou com o restante

– Por que fez aquilo? – perguntei depois que ele cuspiu a agua de volta no copo

– Aquilo o que?

– Bater no James

– Eu ouvi seus gritos – Christian deu de ombros – e quando eu cheguei e vi você daquele jeito... achei que ele estava te fazendo mal... – murmurou sem jeito e seu lábio voltou a sangrar, me fazendo prestar mais atenção naquela região do que deveria

– Obrigada – sorri agradecida – Não são muitas pessoas que fariam isso – me abaixe para ficar na altura dele

– Porque elas são idiotas – disse aborrecido – Ai ixo doi! – Reclamou assim que encostei no machucado. Não sei o que aconteceu, mas naquele momento o tempo parou. Estávamos só nos dois ali na sala, mais próximos do que deveríamos, sentindo a respiração um do outro quando nossos lábios se encostaram formando um beijo maravilhoso e cheio de desejo refreado. Ficamos ali nos beijando até o ar de nossos pulmões acabar e me acordar para a realidade, me levantei de imediato e saiu dali batendo a porta do quarto – Karen! – Ainda consegui ouvi-lo me chamar antes dele ir em bora.

Droga!

O que foi que eu fiz?!

[...]

A semana foi passando rápido, eu tentava ao máximo ignorar meu vizinho, mas isso ficava difícil quando ele não estava disposto a aceitar meu gelo de boa vontade, ainda mais quando descobriu que eu havia assinado um contrato com Igor Martini, o cara que a TowerPoint queria como sócio e investidor.

Christian passou a me assediar ainda mais sobre a vaga na emprese, mesmo já cansado de receber meus “nãos” toda vez que ele se aproximava.

Durante as semanas que eu trabalhava com o Vinicius, fui o conhecendo ainda mais. Ele era um cara legal, me fazia rir e eu me sentia bem ao seu lado, e na sexta feira, duas semanas depois ele me chamou para jantar.

Stella me ajudou a me arrumar, como minha consultora de moda particular, me vestiu com um lindo vestido preto rendado que chegava até a metade das minhas coxas. Calcei meu salto predileto e para completar o visual escolhi um par de brincos longos um anel e algumas pulseiras douradas, de maquiagem só passei um batom e lápis de olho, não é como se eu fosse para o encontro da minha vida ou coisa do tipo...né?

– Então como estou? – Perguntei sorrindo

– Ihhh... eu não sei – O rosto angelical de Stella estava contorcido em uma careta – acho que deveríamos ter escolhido outro vestido...

– Não fala assim Stella! – Pedi – Não tenho tempo de escolher outro vestido, vou chegar atrasada

– Ok, Ok! – Suspirou convencida – você está perfeita assim

– Obrigada – agradeci sorrindo enquanto trancava o apartamento e íamos para o elevador

– Tomara que dê tudo certo – Stella desejou – porque convenhamos, amiga, você está precisando fazer sexo casual

– Stella, - tentei explicar pela milésima vez – eu não faço sexo casual, e você sabe disso.

– Eu sei disso, mas é bom experimentar coisas novas – argumentou – você devia tentar pelo menos

– Ok! – Falei só por falar, porque se continuássemos com essa conversa eu nunca chegaria ao restaurante.

Depois que me despedi da Stella, entrei no meu carro e dirigi até o restaurante no centro da cidade. O restaurante estava localizado no último andar do Hotel Plaza. Entreguei meu carro ao manobrista e entrei no hotel.


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Notas finais do capítulo

Hoje eu estou super inspirada não tô não?
hehehe e melhor se prepararem porque o próximo capitulo já esta a caminho e nele as coisas vão esquentar!

Visuais da Karen:
¹ - Roupa quente: http://www.polyvore.com/thursday/set?id=173508882
² - Encontro: http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=173526639



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