Bloody Orchid escrita por Viih Fandons


Capítulo 4
Capítulo 4 - Sair com ele não é uma boa


Notas iniciais do capítulo

Gente, se gostaram, comentem por favor!



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***

Leonard queria beijá-la, e se odiava por isso. Já passava das cinco da tarde e já estava chegando à noite de lua cheia. Podiam caçar humanos.

Ele não acreditava na pessoa que parara atrás da garota. Achava que ele estava morto. Todos achavam. Ele mentiu para todo mundo.

O garoto se afastou lentamente da menina, deixando-a confusa e frustrada. Ela pensou que ele sentia o mesmo que ela, que ele queria o que ela queria.

– O que foi?- Violetta perguntou muito confusa e desconfiada. A única coisa que escutou dele foi corre. Ela o fez olhando para trás, vendo o que ele via. A garota sabia que ele estava olhando além dela, então resolveu olhar também. Quase caiu de surpresa.

– Me siga, eu sei onde ficar. – Ele disse, correndo ao lado dela. Não dava tempo para brigar com o garoto, dizer que ele era insensível e outras coisas, porque sua adrenalina estava alta demais para se pensar em falar algo. Violetta só assentiu com a cabeça.

Correram tão rapidamente, que a garota achou que sua cabeça iria ser deixada para trás e seu corpo partiria sem ela. Violetta corria mais do que sua mente deixava, mais do que o permitido, só que era impossível evitar, pois os garotos tinham um treinamento mais pesado e rígido, isso conta na corrida também. Todos eles eram treinados para marcar territórios e guerrear, e ela ás vezes chega a pensar que só ela acha que isso é mais do que injustiça com as garotas como ela. Que preferem perder a vida numa guerra sangrenta, do que viver sangrando por qualquer motivo.

Leonard parou abruptamente, e Violetta concluiu que ele sabia onde estavam porque o mesmo entrou no alojamento, - ou uma casa de tijolos avermelhados, com uma aparência de não ser visitado há anos, muito menos cuidado - que aparecera em sua frente. Ela ficou insegura quanto a entrar lá. Será que é uma boa ideia, pensou ela, entrar nesse lugar sem saber o que ele pretende fazer? Claro, não estou com medo, nada disso, só acho que ele deve querer algo. Bem ele já queria, eu podia ver em seus olhos, mas se ele quiser além?

Seus pensamentos foram arrancados de repente quando Leonard a chamou quase gritando da porta do lugar.

– Ei, não me ouviu te chamando?- perguntou ele, indo novamente para o lado de Violetta.

– Não, estava pensando em algumas coisas. Onde estamos?

– Em um alojamento. É da minha família. Meio afastado da cidade, mas estamos seguros aqui. – Ele disse a observando.

– Ah, tá. – Ela disse, baixando a cabeça e automaticamente olhando para os doloridos e cansados próprios pés.

– O que foi?- Leonard perguntou num tom que nunca usara com ela, meio suave e meio preocupado, e ela percebeu que se fosse uma humana isso faria o coração da mesma bater mais forte.

– Nada só... Estou pensando. O que Nicolas estava fazendo ali? Bem, ele estava morto né? Ou é o que todos pensavam... - Ela disse com a voz baixinha, ainda olhando para os próprios pés.

– Sim todos pensavam que ele estava morto, principalmente eu, mas vimos que o mesmo foi mais esperto e se fingiu de morto ou fugiu. Mas o que eu também não entendo é o que ele estava fazendo ali? Naquela hora?- Ele perguntou, e acrescentou quando percebeu que ela não tinha nada para falar: Nossa, está sem nada pra falar... Que raridade! Mas pela primeira vez, seria muito bom se falasse.

– Estava me perguntando uma coisa. Só uma coisa. Tentando obter inutilmente uma resposta que só você pode dar. – Ela disse.

– O quê? Como meu cabelo é tão lindo? Bem, não vou te dizer meu segredo. É confidencial. – Ele disse sorrindo.

– Não, idiota. A pergunta, na verdade as perguntas são... – Nesse momento ela levantou a cabeça e encontrou seus olhos. Ele estava pedindo sem palavras para ela continuar, e num susto ela percebeu que entendia o mesmo. – Quer saber, deixa pra lá.

– Não, agora eu fiquei curioso. Diz. Espera, vamos entrar aí você fala. – Leonard disse. Os dois entraram no ambiente, e Violetta se espantou ao ver que estava errada. Pensava que seria igual á sua casa no interior, mas era totalmente diferente. As janelas eram guilhotinas de vidro, fotos por todos os lados enfeitavam a paredes brancas, os móveis eram de veludo, e tudo ali parecia feito á mão. Até a poltrona linda em que estava sentada parecia ter sido projetada para a Irmandade de tão perfeita que era.

– É lindo aqui, e saiba que eu odeio admitir isso. – Violetta disse, observando Leonard se jogar na poltrona ao seu lado. Ela percebeu que nessas últimas horas ele tem sido outro com ela. Mas a mesma acha que o pior de tudo é que ela gostou desse lado mais carinhoso dele.

– Obrigada, e mesmo que não dissesse, eu saberia por que os Castillo não são conhecidos por dizerem se gostam das coisas. Muito pelo contrário. – Ele disse a observando.

– Como assim?

– Ah, é que ninguém te diz isso, porque tem muito medo de você, mas os Castillo são “críticos natos”. Dizem que eles só falam mal das, por exemplo, festas que vão. Nunca dizem o que teve de bom. Exatamente nunca. – Ele disse fazendo gestos. Ela queria rir, mas seria inconveniente.

– Nossa, eu não sabia disso.

– É por que não existe essa de críticos natos. Eu inventei tudo. Bateu assim, na hora, tipo Bum. – Ele disse. Violetta pegou um travesseiro que estava praticamente ao seu lado no sofá, e jogou nele. O mesmo revidou, mas ela se esquivou e começou a rir. – Chata.

– Bom, eu queria te perguntar por que você me salvou dele. E queria que me respondesse por que nossas famílias se odeiam. – Ela disse se recompondo rapidamente, mas ciente de que dava para entender o que falava. Ele a observou hesitante por um breve momento, até que concordou. Decidiu responder todas as suas perguntas. Violetta ficou tão feliz, que deu um pulo da poltrona para a dele, abraçando o mesmo. Surpreso e relutante, ele retribuiu o abraço achando que era uma pegadinha da mesma. Quando percebeu que ela estava falando a verdade, Leonard relaxou e a abraçou mais forte, aprofundando-o.

Depois de algum tempo, Violetta voltou a si, se afastando lentamente dele e percebendo que estava literalmente montada em cima do garoto. O mesmo percebeu seu afastamento e fez o mesmo da mesma maneira.

Pararam um bem perto do outro, suas bocas a pouquíssimos centímetros de distância quase imperceptíveis, e os dois querendo o mesmo.

Logo, Violetta soube que não podia mais fingir que não queria. Leonard também demonstrava que não queria fingir que aquilo entre os dois não era somente um amor das férias de Julho, pois se fosse ele não seria um inimigo declarado de sua família. Sim, ela estava realmente admitindo que gostava dele, e ele concretizando que ela sentia o mesmo porque Leonard sempre soube como se sentia em relação a esta garota.

De repente, ela se pegou impulsionando a cabeça para começar um beijo. Ele fez o mesmo, e então os dois estavam entregues. Os dois nos braços um do outro. Mas havia um problema. Suas famílias.

***

Francesca tinha acabado de ultrapassar a ponte levadiça, quando outro Irmão foi recebê-los.

– Irmão Ichoe, pode deixar que eu assuma daqui. – Outra voz dizia na sua cabeça. – Prazer, sou o Irmão Zacharia, e a senhorita deve ser Francesca Reys, acertei?

– Prazer e sim. – Eu disse. Esse era diferente do Irmão Ichoe. Era mais simpático, e menos sinistro. Mas aquela sensação de náusea não passava. Devia ser porque ele, mesmo sendo bem legal com ela, ainda sim era um Irmão do Adamas.

– Bem, me acompanhe. Soube que a senhorita sabe coisa sobre nossa gloriosa Pedra, que nós da Irmandade não sabemos, estou certo?

– Sim está certo, mas, por favor, me chame de Francesca. – A garota disse sorrindo. Tolice, ele não podia retribuir. Ele aceitou chamá-la pelo nome, e a mesma começou a acompanhá-lo.

– Tudo bem. Olhe, sou eu quem vai fazer as perguntas, então quero que você fique calma, pois não será nada demais.

– Okay, eu sei que vai ser meio sinistro estar com uma pessoa que tem os olhos e a boca costurados, mas eu vou ficar bem, não vou vomitar.

– Na verdade, vão estar mais de 15 iguais a mim lá. – O Irmão disse, e ela parou abruptamente. Ele virou para ver o que havia acontecido, e por um breve instante ela pensou que ele podia enxerga-la.

– Como assim?

– Ficamos tão interessados sobre o assunto, que se reuniram todos os membros da Irmandade para ouvir o que tem a dizer. – Zacharia disse, e andando novamente, ela o seguiu. Ela não pronunciou mais nada até chegarem ao Limpier. Era um salão enorme, que tinha no centro uma enorme mesa de madeira polida retangular, que realmente cabiam mais de 15 pessoas sentadas ali. Elas ficariam bem espaçadas, com conforto até.

O Irmão Zacharia pediu que ela sentasse na cabeceira da mesa, e a mesma obedeceu. Logo apareceram vários membros daquela sociedade, um atrás do outro, causando uma náusea maior ainda. Eles iam se acomodando em torno da mesa, todos mergulhados em um silêncio profundo, esperando o interrogatório começar.

Um tempo depois, ela já estava quase levantando daquele lugar, desistindo de falar com esse pessoal, e voltando para casa. Mas não. Ela aguentou firme. Tinha que falar sobre sua descoberta com alguém que entendesse do assunto. O Irmão Zacharia se pronunciou, mas continuou de pé.

– Bom, dando início ao interrogatório, Francesca é verdade que a senhorita sabe das coisas sobre a gloriosa Orquídea Sangrenta que nós não sabemos?- Ele perguntou fazendo seu estômago de vampira de contrair.

– Sim, é verdade, e estou disposta a contar tudo. – Ela disse, surpreendendo a si mesma pelo tom de voz firme e forte que utilizou.

– Falará a verdade? Somente a verdade?

– Sim.

– Então, demos início ao papo. Não preciso lembrar que pesquisaremos todas as informações que nos der, e por qualquer mentira ou enganação de sua parte, sofrerá as consequências. Bem, a Orquídea pode fazer que nós não saibamos segundo você?

– Para começar, a única coisa que sabiam sobre a Pedra até agora era que ela podia salvar seu dono da morte. Mas saibam que ela pode reviver os mortos se usada corretamente, que toda lua cheia ela solta um líquido cor escarlate que é quase imperceptível e que tem um cheiro muito bom para os humanos e os atraem para seu dono, fazendo com que o mesmo tenha um número elevado de sangue tomado. Ou seja, usando-a corretamente ela pode: Fazer com que um Vampiro ou humano entre em combustão espontânea, fazer com que qualquer um dos dois congele até ficarem tão frios que morrerão. Ela pode simplesmente fazer com que uma pessoa entre em uma loucura insana e doentia, capaz de leva-la a loucura extrema com um simples toque. – Francesca disse um pouco rápido até, mas ciente de que eles podiam ouvi-la com clareza.

– Como teve acesso a todas essas informações? – O Irmão Zacharia disse seu tom no meio termo entre espantado e conformado de não terem descoberto tudo isso.

– Conhecendo a pessoa que criou a Pedra. Na verdade, conhecendo a árvore genealógica de pessoas que criaram e elaboraram essa preciosa. Todos os seus sucessores. – Francesca disse e os Irmãos se mexeram parecendo desconfortáveis na cadeira.

– Como assim a dinastia de quem criou a Orquídea? Você sabe quem foi? E foi com eles que você soube de tudo isso?- Ele perguntou-a de uma só vez, seu tom parecendo impressionado. Acho que ele não pensava que eu fosse capaz de tudo isso, pensou ela amargurada.

– Uma coisa de cada vez – Ela disse sorrindo com ironia – Sim eu os conheci, sim eu sei quem foram, quem são e o que planejam, e foi com eles que aprendi tudo sobre a Pedra e o porquê de ser muito ruim se cair em mãos erradas.

– Então nos conte. E diga-nos quem são.

– Não. Outro dia eu conto. – Francesca disse levantando. Todos os rostos paralisados se viraram para encará-la e por outro instante ela pensou que eles podiam vê-la. Burrice pensou ela se auto censurando. Todos eles têm os olhos e a boca costurados.

– Não, vai contar-nos agora. – O Irmão Zacharia disse seu tom de voz expressando pura impaciência.

– E se eu não quiser, vai fazer o quê? Mandar-me para a prisão? O faça, e você nunca vai obter a informação que quer, as pessoas que quer encontrar ficarão perdidas nos caminhos da vida, pois eu não direi uma palavra se quer. E se me torturar, nem adianta. Vou levar para o túmulo comigo, e se eu for para o inferno, tudo o que sei vai junto. – Francesca disse surpreendendo a si mesma pelo tom que usou. Baixo, mas firme.

– Tudo bem, tudo bem. Amanhã nos dirá tudo o que quisermos saber Okay? Em troca, quando formos a casa desses sujeitos, nós não vamos dizer nada sobre você, nem tocaremos no assunto de que nos conhecemos. Feito?- Ele disse indo até onde a garota estava, e foi assim que percebeu que seus pés não tocavam o chão. Calafrios percorreram seu corpo quando Zacharia esticou a mão para ela.

– Feito. – Francesca disse pegando a mão sem vida do cara.

Foi levada para fora do Castelo de Ferro Adamas por Ichoe, os dois sem dar nenhuma palavra. Foi no mesmo corredor em que ela achara que sua existência se destruiria enquanto estivesse girando no ar, que ele deu as primeiras palavras desde que saíram do Castelo.

– O que foi aquilo ali dentro?- Sua voz perguntou dentro da cabeça de Francesca. A mesma se assustou com o fato dele estar conversando com ela, já que seu tom não demonstrava que ela era bem-vinda ali.

– Só estava mostrando o que sou capaz de fazer por quem amo. – Disse ela observando-o.

– Eles poderiam ter te mandado para a tortura. – Disse Ichoe.

– Não me importo. É como eu disse, se me torturar, vou levar a informação para o túmulo comigo, e se for para o inferno, tudo o que sei vai junto. – Disse Francesca.

– Você é maluca.

– E você é bem normal não é, Richard?- Alfinetou Francesca. Suas palavras cessaram, e ele observou ela virar fumaça no corredor. Ela sabe de muita coisa, pensou ele voltando para onde os outros estavam. Como uma garota tem acesso a tantas informações?

***

Francesca voltou para a tal cabana sorrindo. Quando chegara, caíra de joelhos contra o chão de madeira polida, mas não esquecera a parte em que Ichoe ficara sem falas naquele corredor. Doeu um pouco à caída, mas valeu a pena e vampiros se recuperam rápido. Principalmente da espécie Moroi – Morois eram aqueles que possuíam o dom de dominar um elemento da natureza. Francesca dominava o ar. Vampiros deste tipo eram designados a um dampiro (a), pois os mesmos tinham mais forças. Exemplo: Ela e Violetta. Com certeza, numa queda de braço, Francesca quebraria o membro da amiga.

A garota saiu do lugar, tentando desamassar a roupa. Queria que eles usassem um meio de transporte que não danificasse as roupas, pensou ela ao ver um pequeno rasgo em sua vestimenta.

Francesca caminhara até o fim da rua escura, e ao ver Diego Vargas indo na direção dela, a mesma se escondera atrás de uma parede que ela começou a achar que estava ali de propósito.

– Achei que a tivesse visto. – Disse Diego passando pela parede, adentrando a rua que ela estava. No momento em que Francesca percebeu que ele não olharia para trás, ela agiu. Saiu correndo na direção da casa da Protegida, pois ninguém poderia saber que ela estivera com a Irmandade Adamas. Muito menos um Vargas.

***

Violetta não sabia ao certo o que estava fazendo. Começara a beijar Leonard – ainda estava o beijando – e organizara os sentimentos. Gostava dele, mas isso poderia ser um problema. Ambas as famílias não aceitariam e os afastariam. Esse pensamento fez com que ela interrompesse o que estavam fazendo.

– O que foi? Não gostou?- Ele perguntou a observando com certo desapontamento nos olhos sair de seu colo e sentar novamente na poltrona ao lado dele.

– Gostei só... Não acho que deveríamos fazer isso. – Disse Violetta baixando o olhar.

– Por que não?- Ele perguntou.

– Nossas famílias se odeiam. A minha nunca te aceitaria, e a sua não permitiria que você ficasse com uma Castillo. – Disse a garota e acrescentou quando percebeu que ele ficara desconfortável: E você ainda não me disse o por que.

– Concordo. E vou te dizer, mas bem é uma história que você não vai gostar muito. Está pronta?- Disse Leonard rezando para ela dizer que não. Pela primeira vez, ele não queria machuca-la e sabia que ia o fazer contando o que ela queria. Suas esperanças acabaram quando ela assentiu. – Então, okay. Mas não me bata quando eu acabar. É o seguinte: Quando eu tinha cinco dias de vida, minha mãe não podia cuidar de mim. Ela fora seduzida por um cara, mas não queria nada de sexo, por mais incrível que pareça. Ficara grávida de mim quando ele a estuprou, e quando o mesmo ameaçou mata-la pela mesma querer algo sério, ela ficou com medo de que ele fizesse algo contra mim. – Sua expressão ficou pura raiva e Violetta percebeu as juntas das mãos embranquecendo- Então me colocou num cesto e chorando ela saiu correndo após tocar a campainha da casa cuja porta de entrada eu fui deixado. Mas foi bobeira minha mãe ter feito isso. A mulher que abriu a porta estava grávida, e quando viu o que tinha no cestinho chamou o marido. Ele seguiu o olhar espantado da moça, mas quando viu do que se tratava não reagiu muito bem. Ele convenceu a mulher a não adotar aquele garotinho indefeso, e a arrastou para dentro de casa deixando-o lá fora. – Leonard baixou a cabeça e quando novamente levantou encontrou o olhar da garota que ouvia tudo aquilo embasbacada- Foi quando a Kate Vargas viu o pobre menino que chorava sem parar, por perda do leito de sua mãe, mas principalmente por ter sido rejeitado. Ela me adotou e desde então culpa os Castillo. Não entendo direito o porquê de tudo isso, mas dizia ela que eles desonraram o nome de sua família ao fazer isso comigo. Dizia Kate que eles eram mão-de-vaca. Não queriam gastar com mais um filho, palavras dela.

– Então quer dizer que o fato de nossas famílias se odiarem é que os Castillo te rejeitaram? Por sua causa? Mas por que eles o fizeram?- Perguntou Violetta que estava atordoada, com a cabeça cheia em um turbilhão.

– Não necessariamente por culpa minha. Eles fizeram isso por que naquela época não tinham condições de sustentar mais um filho. Ou seja, se eles não tivessem te tido, eu seria um Castillo. – Disse Leonard, fazendo com que ela olhasse em seus olhos. Era meio estranho, pensava ela, o fato de parecer que eles tinham meio que uma barreira em cada um. Uma proteção. Imagino que talvez seja um muro contra o amor. Uma barreira que estava prestes a ser rompida.

Ao olhar mais fundo nos olhos do garoto, ela percebeu que bizarramente, existiam sim duas barreiras tipo aquelas da Arca de Noé. E esse muro estava prestes a ser quebrados, pois seu nome estava sendo escrito nele com o que parecia ser vermelha cor de sangue. Ou seja, a causa do rompimento é ela. O amor que ele sente.

– Quer dizer que eu sou a causa de tudo isso? Que fui eu quem causou essa guerra entre famílias? Fui eu que causei a maior dor que você tem que é a rejeição de umas pessoas?- Perguntou Violetta com olhos marejados, se arrancando de seu próprio devaneio. Ali Leonard viu o que queria. Ali ele percebeu porque gostava dela. Aquela coisa que ela tinha de tentar saber o que acontece. Era especial. Ele sabia que era.

– Não Vilu, não. Não é culpa sua, nem de ninguém. Também não foi por causa dos seus pais; eles não tinham como saber que aquela crise financeira viria. Não é sua culpa por ter nascido; ninguém escolhe por qual barriga quer ser gerada. – Disse Leonard segurando seu rosto com as mãos. Ele passou os dedos pela maçã na bochecha dela enquanto a mesma tentava segurar o choro.

O rosto de Violetta parecia que ia explodir de tanto que ela tentava engolir as lágrimas. Ele puxou a cabeça dela para seu peito, e a mesma apoiou a mão nele. Ela sabia que isso não podia acontecer. Um Vargas gostar de uma Castillo e vice-versa. Mas a garota não ligava. Queria porque queria Leonard para si. E Violetta tinha a completa certeza de que ele sentia o mesmo dela.


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