~ Toby

Quando ela puxa meu cabelo, eu a aperto mais forte sentindo sua pele já que sua blusa levanta um pouco e gemo. Porra, se eu soubesse que beijar Spencer seria desse modo, a beijaria todos os dias.

Nem lembro de onde surgiu a ideia de beijá-la, só lembro que ela estava com raiva por algo que Mindy disse, e quando percebi que eram ciúmes fiquei doido, e só queria mostrar pra ela que não tinha necessidade daquilo. Apesar de que uma vozinha me avisava ela não é sua de verdade.

Nos separamos lentamente, e nos olhamos. Ela apenas balança a cabeça, e então ela olha pro lado e fica corada. Olho pra mesma direção que ela, e vejo suas amigas, Caleb e mais algumas pessoas nos encarando algumas chocadas e outras com sorrisinhos no rosto.

– Eu não acredito que me beijou na frente de todos. - ela diz sem graça.

– Não era você que queria que todos soubessem que estamos juntos, que forma melhor de mostrar isso a eles. - eu falo, mas sei que no fundo é apenas uma desculpa para mim mesmo. Então olho para onde Mindy estava, e ela está vermelha de raiva. - E atingimos nossa inimiga.

– Hum. - Spencer diz olhando pra Mindy, e então olha pra mim. - No caso ela é minha inimiga, já que com você ela quer ser outras coisas.

– Olha estou começando a pensar que isso é ciúmes de verdade, e que não tem fingimento nenhum. - eu digo, ela fica corada, me empurra e vai em direção a suas amigas de novo. Vou atrás dela com um sorriso bobo no rosto, ela para e eu me encaixo nela por trás e a abraço.

– Como assim, você tem uma namorada? E não me contou, seu traíra. - Caleb fala nos olhando.

– Que beijo foi aquele? Meu Deus. - Hanna diz se abanando, e vejo Emily e Aria a cutucar. - Nem adianta me cutucar meninas, vocês tão viram. Pensei que vocês iam arrancar suas roupas e fazer ali mesmo.

– Não é má ideia. E ai topa, Spencer? - pergunto, e ela me fuzila com os olhos. Então se vira e fica de frente pra mim.

– Vai sonhando. - então me dá um selinho, e sai andando. Mais para no caminho e me olha. - Vamos estudar depois da aula, então me espere lá fora.

– Meu Deus, ela é tão mandona. - eu reclamo, e me sento de novo.

– E parece que você gosta. - Emily diz, e sai andando com Aria.

– Foi muito bom te ver, Caleb. Já tem meu número, espero que o use. - Hanna fala, dá um beijo na bochecha do meu amigo e acompanha suas amigas.

– Porra, ela é muito gata. - Caleb se derrete no banco ao lado do meu. - Mas acho que você prefere as morenas. Que beijo foi aquele, cara?

– Para você ver. - apenas digo.

– Sua namorada é muito gata e tal. Mas nunca pensei em você namorando depois da sua irmã louca. - ele diz. E então eu lhe conto toda a história e em como Hanna sua nova obsessão, está envolvida nisso.

•

Estou encostado na minha moto, e terminando de mandar mensagem para o Caleb, avisando pra ele que estou indo pro motel e depois o encontro pra ver onde vamos morar. Levanto a cabeça e vejo Spencer descendo as escadas com as meninas, elas conversam algo e logo depois ela vem atravessando a rua. E só nesse momento presto atenção em que ela está vestindo. Spencer é linda, sempre foi, mas sempre usou umas roupas que eu nunca entendia. Só sei que ela de Jeans parece tão descolada e sexy.

– Por que está me olhando assim? - ela pergunta quando para na minha frente.

– Olhando como?

– Nada. Vamos? - ela faz um gesto com a mão. - Tenho que guardar esses livros, será que cabem na moto?

– Me dá eles ai. - digo, estendendo a mão e pegando uns cinco livros. Abro o banco, pego o capacete e dou na mão dela, e coloco os livros ali. Então coloco meu capacete e subo na moto. - Vai ficar ai? Sobe.

– Estou colocando o capacete, seu idiota. - ela diz, e então lentamente passou a perna pela moto, e se sentou atrás de mim. Sinto suas coxas e então seus braços me rodeiam e eu dou partida.

Quando paramos no motel e ela desceu, peguei seus livros e fomos andando ainda em silencio. Abro a porta e deixo que ela entre primeiro, e dou uma olhada em geral para ver se tem algo jogado.

– Que limpo! - ela exclama, e então senta na cama e tira o notebook da mochila e o abre. - Eu sei que você disse que estava com dificuldade em Física II e principalmente em Química. Isso mesmo né?

– Sim. E o que a minha namorada falsa vai fazer para que eu aprenda? - digo, pulando na cama e deitando.

– Primeiro, senta direito e. - ela diz, e dá um pausa. E pega algo na mochila. - Fichinhas! O melhor modo de aprender.

– Nossa que empolgante! - digo irônico, mas me sento normal e ela começa a falar.

Estudamos por horas, Spencer até que é paciente e me explica cada dúvida que tenho. Quando anoiteceu e ela não falava nada sobre ir embora peguei umas revistas de palavras cruzadas que o antigo hospede tinha deixado. E dei a ideia de jogarmos.

– Sério que quer jogar palavra cruzada comigo? - ela pergunta rindo.

– Por que você é algum tipo de especialista?

– Especialista não, mas quase. - ela responde e então senta de perna de índio no meio da cama.

– Vamos fazer o seguinte, cada um pega uma revista e quem acabar primeiro ganha e no final quem ganhar pode pedir qualquer coisa para outro. - digo, e vejo ela arregalar os olhos.

– Okay, qualquer coisa. - ela diz e então dá um sorrisinho prepotente.

Pegamos uma revista cada um, e ela freneticamente começa a anotar as coisas. É claro, que não disse para ela que eu fazia umas dez ou mais palavras cruzadas quando minha mãe estava doente, era nosso melhor programa juntos. Finjo que não estou conseguindo, mas já adivinho a maioria das palavras, quando vejo que ela já está quase acabando, eu rapidamente faço a minha e sorrio.

– Acabei. - digo e ela me fuzila com os olhos, e puxa a revistinha da minha mão.

– Deixa eu ver isso. - ela fica ali analisando e faz uma careta linda quando percebe que está certo.

– Um ponto pra mim. - eu comemoro, e ela joga a revista em mim.

Jogamos mais algumas vezes, mas acabamos empatando. Por fim, ficamos com fome e eu resolvi ir buscar algo pra gente comer.

– Quer algo especial? - pergunto.

– Qualquer coisa, mas traga um chocolate. - ela diz, e vejo pela terceira vez ela ignorando uma chamada no celular.

– Ta bom. Posso saber quem te liga tanto? - pergunto, curioso.

– Minha mãe descobriu que não estou na casa da Aria, então está me enchendo. - ela diz, e então pega a carteira e me estende o dinheiro.

– Não quero seu dinheiro. - respondo ríspido, e saio do quarto sem nem falar com ela.

Vou na lanchonete que tem perto dali, e pego hambúrgueres, refrigerantes e Kit-Kat. Quando volto Spencer está no quarto em pé discutindo com alguém no telefone.

– Não me importo, e isso é mentira. E outra, eu faço 18 anos em dois meses, pare de me controlar e me tratar feito criança. - ela se vira e me encara, abaixando a cabeça sem graça. - Eu não importo com o que acham ou deixam de achar. E não vou pra casa hoje, e se continuarem com essas ameaças, não volto ai nunca mais. - ela desliga e eu dou um sorriso amarelo.

– Pais difíceis? - eu pergunto, e ela apenas balança a cabeça.

– Acho que dormirei aqui. - ela diz.

– Por mim, tudo bem. - respondo, e coloco as coisas em cima da cama. - Vamos comer.

Conversamos um pouco enquanto comemos, e damos algumas risadas. Conversar com ela é fácil, e tranquilo, e eu nunca tinha imaginado que seria assim.

– Então como foi empate, e cada um pode pedir o que quiser. Eu já sei o que eu quero. - ela fala depois de um tempo.

– Por que você primeiro?

– Por que eu quero. - ela responde, e eu reviro os olhos.

– Manda. O que você quer? - pergunto.

– Eu quero saber o que realmente aconteceu entre você e Jenna. - ela afirma, e me encara. E eu sei que depois que contar, ela no acreditará em mim. Por que ninguém nunca o fez.