Safira: Carnificina Total escrita por Larenu
Notas iniciais do capítulo
Rumo ao fim, penúltimo capítulo!
Termino de falar com Fury e passo as mãos pelo rosto, enxugando lágrimas. Olho para ele, triste.
— E então, diretor?
— Acabamos por demorar bastante por aqui, portanto não devemos desperdiçar mais tempo. Você trabalhou com investigações por um tempo. Por onde devemos começar?
Tento não pensar muito e digo a primeira coisa que me vem à mente.
— O laboratório. Podemos começar por lá. É aqui mesmo no Triskelion, será mais rápido.
Fury concorda e pega um comunicador.
— Maria, quero agentes escoltando Jessica Jones até os laboratórios, acompanhada de quem ela precisar.
A voz de Maria Hill responde pelo rádio.
— Certo.
Logo vejo Maria e alguns agentes através da parede de vidro.
— Muito obrigada, diretor. Seu apoio e da S.H.I.E.L.D. vai me ajudar a pegar Cletus.
— Ótimo. Se precisar, estarei aqui. Ah, e retorne aqui quando tiver terminado. Precisamos tratar de um outro assunto.
Passo pela porta, assentindo para Fury. Chamo Victoria e John para perto de mim e nos aproximamos de Maria e da equipe.
— Jones, estes homens vão acompanhar você até o laboratório que você precisa; Ordens de Fury.
Concordo com a cabeça.
— Obrigada, Maria.
— Tanto faz. Estou apenas seguindo ordens, Jones.
Ignoro a grosseria e prossigo, seguindo em frente com soldados em volta.
— Aonde vamos? — pergunta John.
Eu ia responder grossa, mas paro para pensar. Ele foi arrastado até aqui por mim e por Victoria, e não tenho mais por que descontar nele. Afinal, já superei o que sofri nas mãos dele.
— Resolver alguns problemas.
Ele fica quieto, como que pensando.
— Cletus...
Olho para Victoria, espantada.
— Como? — ela pergunta.
— Estamos indo atrás dele, não é? Ele é o assassino.
Victoria e eu trocamos outro entreolhar, intrigadas.
— Como chegou a essa conclusão?
— Um assassinato na escola e Jessica Jones ajudando a S.H.I.E.L.D. a pegar o culpado. O que isso te faz pensar?
Dou de ombros, cedendo.
— Você não pode contar para ninguém — diz Victoria, apenas declarando o óbvio.
— Eu sei — ele responde. — E não vou fazer.
Penso em comentar algo, mas meu telefone toca. É Seth Horne.
— Jessica, ligue para Jasper. Agora.
Estranhando o pedido, questiono Seth.
— Ei, calma. O que houve?
— Acho que vão mata-lo.
Engulo em seco.
— Quem vai mata-lo?
— Você sabe muito bem quem vai mata-lo. Ligue para ele para confirmar. Tente rastrear o celular.
— Estou meio ocupada. Você não pode fazer isso sozinho?
— Jessica, caramba, é ur...
O telefone fica mudo, e a voz dele some. Ouço um grito, e então uma voz seca e selvagem começa a falar.
— Fique longe de Jasper Siitwell, minha querida Jessica.
Meu braço fica imóvel. É Cletus.
— Cletus...
Victoria e John olham para mim, espantados.
— Estou avisando, querida. VOCÊ NÃO VAI QUERER MEXER COMIGO! — grita ele.
E desliga. Sem conseguir mover o braço direito, começo a cerrar o punho de nervoso. Faíscas começam a sair, mas não sinto dor alguma. E então estilhaço o celular em vários pedaços.
— Jessica! — repreende Victoria.
John apenas observa, pasmo. Mas não tenho sequer tempo de me explicar, pois os agentes param. Chegamos ao laboratório. Eles, que usam roupas blindadas e capacetes, abrem caminho para a porta.
— Fiquem aqui na entrada — mando.
Eu, John e Victoria entramos e fechamos a porta.
— Procurem por algo que indique a próxima vítima e cena do crime.
Nos espalhamos pela sala, procurando por algo que nos guiasse para o lugar certo. Olho as várias assinaturas de CK na parede, que agora fazem sentido para mim. CK é Cletus Kasady. Analisando a sala, fica claro que Cletus é louco. Acho uma pasta com arquivos sob a lousa, mostrando que foi atirada. Ela está abeta e virada para baixo pego e me assusto.
Encontro fotos minhas e meu nome escrito com sangue.
Aquilo tudo indica que Cletus tinha algum tipo de obsessão por mim. Uma louca obsessão, é claro. Olhando agora, as crises de raiva que ele tinha, como na vez que tivemos de tira-lo de cima de Henry Hayes, pareciam se encaixar com o perfil de um assassino psicopata.
Meu olhar se ergue até o tanque onde outrora estivera o enorme monstro de gosma vermelho. Imagino que esteja sendo vestido por Cletus, como um uniforme de assassino. Me pego pensando no que era aquilo.
— Ei, Jessica, acho que achei algo! — anuncia John.
Antes que eu possa me virar, tiros começam a quebrar a porta. Victoria puxa John para trás de um balcão. Me abaixo também, e ouço o som da porta cair no chão. Espio discretamente e vejo um dos quatro agentes entrar, com a arma em mãos. Ele tira o capacete, revelando sua identidade.
— Grant Ward? — eu digo, atirando o arquivo longe e me levantando.
— Olá, Jessica Jones.
Meus cabelos começam a ficar roxos.
— Você vai se arrepender de lutar comigo, Ward.
Ele ri.
— Se eu derrubei os três caras lá fora, derrubo você rapidamente.
— Me subestimar foi um erro.
Avanço correndo até ele, me impulsionando com o pé. Começo a voar e atinjo ele, desviando as balas com meu próprio corpo. Ele é jogado pela porta e atinge a parede, caindo sentado. Me aproximo e o pego pela gola.
— Por que está nos atacando, Grant?
— Um serviço para um amigo.
— Cletus te pediu para fazer isso?
— Não. Apenas me pediu para proteger este laboratório para ele.
— E você concordou...?
— Por que ele possuía uma tecnologia que interessa para meus chefes.
— Seus... chefes?
Ele ri alto, como se achasse graça realmente.
— Heil Hidra! — ele diz.
Pego-o pela cabeça e bato com força na parede, nocauteando ele. Victoria se aproxima e me entrega uma algema. Prendo os braços de Ward e meus cabelos voltam ao normal. Então, chego perto de John.
— Você... tem poderes?
— Sim.
Abismado, ele me deixa passar.
— O que você achou? — pergunto.
Se recuperando, ele me mostra um bloco de notas.
— Anotações dele.
Pego e leio a primeira página. A letra é de Cletus.
— “Jasper Sitwell está sendo um empecilho. Nós... eu devo elimina-lo em breve. Será algo grande. Fara nós sermos... eu ser conhecido. A Time Square, é claro.”
— Time Square? Melhor irmos. Até chegarmos, temo que seja tarde.
— Ótimo. Eu aviso Fury do caminho — diz Victoria.
Saímos de lá correndo e vamos até o carro. Dirigimos em silêncio até a famosíssima Time Square de Nova York. Ninguém vai querer ver a escadaria vermelha com sangue escorrendo. A chuva dá m clima triste para a situação, cuja tensão é clara. Quando chegamos, Victoria manda um rápido aviso para o diretor Fury.
Antes de irmos, chamo John rapidamente.
— Se a coisa ficar feia, ligue para este homem. Diga que Jessica Jones precisa de um favor. Ele me deve uma.
— Jessica, tem certeza? Não acho que seja sensato envolver o exército nisto.
— Não é simplesmente o exército. É um esquadrão em específico. Já ouviu falar no Hulk? Bom, há um esquadrão inteiro para enfrenta-lo se for necessário.
Deixo ele com o nome do homem e sigo em frente. Lá, como esperado, encontro uma criatura vermelha no centro da Time Square. Ele está parado na escadaria vermelha, e a chuva atrapalha a visão de quem come nos restaurantes dali.
— Cletus — digo, ao me aproximar.
— Nós preferimos... Carnificina!
E ele avança sobre mim.
— Amamos você, Jessica. Mas vamos pintar o mundo de vermelho. E passaremos por cima de todos que quiserem nos impedir!
Ele dispara uma gosma vermelha, e eu desvio. Olho para Victoria, que observa tudo enquanto fala ao telefone. Ela acena com a cabeça. Olho para trás e vejo John desesperado ao telefone, achando as coisas já graves o suficiente.
Desvio de mais um disparo e meus cabelos ficam roxos. Arranco meu sobretudo, revelando o uniforme de Safira.
— Eu queria que pudéssemos ter conversado.
Avanço em Cletus, socando-o. Ele voa em um prédio e para de quatro. A língua da criatura em que ele se transformou sai para fora, sibilando.
— Que comece a batalha então, Jessica Jones!
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