Safira: Carnificina Total escrita por Larenu


Capítulo 9
Carnificina


Notas iniciais do capítulo

Rumo ao fim, penúltimo capítulo!



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Termino de falar com Fury e passo as mãos pelo rosto, enxugando lágrimas. Olho para ele, triste.

— E então, diretor?

— Acabamos por demorar bastante por aqui, portanto não devemos desperdiçar mais tempo. Você trabalhou com investigações por um tempo. Por onde devemos começar?

Tento não pensar muito e digo a primeira coisa que me vem à mente.

— O laboratório. Podemos começar por lá. É aqui mesmo no Triskelion, será mais rápido.

Fury concorda e pega um comunicador.

— Maria, quero agentes escoltando Jessica Jones até os laboratórios, acompanhada de quem ela precisar.

A voz de Maria Hill responde pelo rádio.

Certo.

Logo vejo Maria e alguns agentes através da parede de vidro.

— Muito obrigada, diretor. Seu apoio e da S.H.I.E.L.D. vai me ajudar a pegar Cletus.

— Ótimo. Se precisar, estarei aqui. Ah, e retorne aqui quando tiver terminado. Precisamos tratar de um outro assunto.

Passo pela porta, assentindo para Fury. Chamo Victoria e John para perto de mim e nos aproximamos de Maria e da equipe.

— Jones, estes homens vão acompanhar você até o laboratório que você precisa; Ordens de Fury.

Concordo com a cabeça.

— Obrigada, Maria.

— Tanto faz. Estou apenas seguindo ordens, Jones.

Ignoro a grosseria e prossigo, seguindo em frente com soldados em volta.

— Aonde vamos? — pergunta John.

Eu ia responder grossa, mas paro para pensar. Ele foi arrastado até aqui por mim e por Victoria, e não tenho mais por que descontar nele. Afinal, já superei o que sofri nas mãos dele.

— Resolver alguns problemas.

Ele fica quieto, como que pensando.

— Cletus...

Olho para Victoria, espantada.

— Como? — ela pergunta.

— Estamos indo atrás dele, não é? Ele é o assassino.

Victoria e eu trocamos outro entreolhar, intrigadas.

— Como chegou a essa conclusão?

— Um assassinato na escola e Jessica Jones ajudando a S.H.I.E.L.D. a pegar o culpado. O que isso te faz pensar?

Dou de ombros, cedendo.

— Você não pode contar para ninguém — diz Victoria, apenas declarando o óbvio.

— Eu sei — ele responde. — E não vou fazer.

Penso em comentar algo, mas meu telefone toca. É Seth Horne.

Jessica, ligue para Jasper. Agora.

­Estranhando o pedido, questiono Seth.

— Ei, calma. O que houve?

Acho que vão mata-lo.

­Engulo em seco.

— Quem vai mata-lo?

Você sabe muito bem quem vai mata-lo. Ligue para ele para confirmar. Tente rastrear o celular.

— Estou meio ocupada. Você não pode fazer isso sozinho?

Jessica, caramba, é ur...

O telefone fica mudo, e a voz dele some. Ouço um grito, e então uma voz seca e selvagem começa a falar.

­— Fique longe de Jasper Siitwell, minha querida Jessica.

Meu braço fica imóvel. É Cletus.

— Cletus...

Victoria e John olham para mim, espantados.

Estou avisando, querida. VOCÊ NÃO VAI QUERER MEXER COMIGO! — grita ele.

E desliga. Sem conseguir mover o braço direito, começo a cerrar o punho de nervoso. Faíscas começam a sair, mas não sinto dor alguma. E então estilhaço o celular em vários pedaços.

— Jessica! — repreende Victoria.

John apenas observa, pasmo. Mas não tenho sequer tempo de me explicar, pois os agentes param. Chegamos ao laboratório. Eles, que usam roupas blindadas e capacetes, abrem caminho para a porta.

— Fiquem aqui na entrada — mando.

Eu, John e Victoria entramos e fechamos a porta.

— Procurem por algo que indique a próxima vítima e cena do crime.

Nos espalhamos pela sala, procurando por algo que nos guiasse para o lugar certo. Olho as várias assinaturas de CK na parede, que agora fazem sentido para mim. CK é Cletus Kasady. Analisando a sala, fica claro que Cletus é louco. Acho uma pasta com arquivos sob a lousa, mostrando que foi atirada. Ela está abeta e virada para baixo pego e me assusto.
Encontro fotos minhas e meu nome escrito com sangue.

Aquilo tudo indica que Cletus tinha algum tipo de obsessão por mim. Uma louca obsessão, é claro. Olhando agora, as crises de raiva que ele tinha, como na vez que tivemos de tira-lo de cima de Henry Hayes, pareciam se encaixar com o perfil de um assassino psicopata.

Meu olhar se ergue até o tanque onde outrora estivera o enorme monstro de gosma vermelho. Imagino que esteja sendo vestido por Cletus, como um uniforme de assassino. Me pego pensando no que era aquilo.

— Ei, Jessica, acho que achei algo! — anuncia John.

Antes que eu possa me virar, tiros começam a quebrar a porta. Victoria puxa John para trás de um balcão. Me abaixo também, e ouço o som da porta cair no chão. Espio discretamente e vejo um dos quatro agentes entrar, com a arma em mãos. Ele tira o capacete, revelando sua identidade.

— Grant Ward? — eu digo, atirando o arquivo longe e me levantando.

— Olá, Jessica Jones.

Meus cabelos começam a ficar roxos.

— Você vai se arrepender de lutar comigo, Ward.

Ele ri.

— Se eu derrubei os três caras lá fora, derrubo você rapidamente.

— Me subestimar foi um erro.

Avanço correndo até ele, me impulsionando com o pé. Começo a voar e atinjo ele, desviando as balas com meu próprio corpo. Ele é jogado pela porta e atinge a parede, caindo sentado. Me aproximo e o pego pela gola.

— Por que está nos atacando, Grant?

— Um serviço para um amigo.

— Cletus te pediu para fazer isso?

— Não. Apenas me pediu para proteger este laboratório para ele.

— E você concordou...?

— Por que ele possuía uma tecnologia que interessa para meus chefes.

— Seus... chefes?

Ele ri alto, como se achasse graça realmente.

Heil Hidra! — ele diz.

Pego-o pela cabeça e bato com força na parede, nocauteando ele. Victoria se aproxima e me entrega uma algema. Prendo os braços de Ward e meus cabelos voltam ao normal. Então, chego perto de John.

­— Você... tem poderes?

— Sim.

Abismado, ele me deixa passar.

— O que você achou? — pergunto.

Se recuperando, ele me mostra um bloco de notas.

— Anotações dele.

Pego e leio a primeira página. A letra é de Cletus.

— “Jasper Sitwell está sendo um empecilho. Nós... eu devo elimina-lo em breve. Será algo grande. Fara nós sermos... eu ser conhecido. A Time Square, é claro.”

— Time Square? Melhor irmos. Até chegarmos, temo que seja tarde.

— Ótimo. Eu aviso Fury do caminho — diz Victoria.

Saímos de lá correndo e vamos até o carro. Dirigimos em silêncio até a famosíssima Time Square de Nova York. Ninguém vai querer ver a escadaria vermelha com sangue escorrendo. A chuva dá m clima triste para a situação, cuja tensão é clara. Quando chegamos, Victoria manda um rápido aviso para o diretor Fury.

Antes de irmos, chamo John rapidamente.

— Se a coisa ficar feia, ligue para este homem. Diga que Jessica Jones precisa de um favor. Ele me deve uma.

— Jessica, tem certeza? Não acho que seja sensato envolver o exército nisto.

— Não é simplesmente o exército. É um esquadrão em específico. Já ouviu falar no Hulk? Bom, há um esquadrão inteiro para enfrenta-lo se for necessário.

Deixo ele com o nome do homem e sigo em frente. Lá, como esperado, encontro uma criatura vermelha no centro da Time Square. Ele está parado na escadaria vermelha, e a chuva atrapalha a visão de quem come nos restaurantes dali.

— Cletus — digo, ao me aproximar.

Nós preferimos... Carnificina!

E ele avança sobre mim.

Amamos você, Jessica. Mas vamos pintar o mundo de vermelho. E passaremos por cima de todos que quiserem nos impedir!

Ele dispara uma gosma vermelha, e eu desvio. Olho para Victoria, que observa tudo enquanto fala ao telefone. Ela acena com a cabeça. Olho para trás e vejo John desesperado ao telefone, achando as coisas já graves o suficiente.

Desvio de mais um disparo e meus cabelos ficam roxos. Arranco meu sobretudo, revelando o uniforme de Safira.

— Eu queria que pudéssemos ter conversado.

Avanço em Cletus, socando-o. Ele voa em um prédio e para de quatro. A língua da criatura em que ele se transformou sai para fora, sibilando.

Que comece a batalha então, Jessica Jones!


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