Safira: Carnificina Total escrita por Larenu


Capítulo 3
Balsa


Notas iniciais do capítulo

Substituição do dia: QF por Safira.



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— Henry aterrissou mais para trás e ativou a invisibilidade do navio. Eu estava parada ao lado de Cletus, mexendo em meu cabelo roxo que brilhava. De repente, aquela luz começou a sumir. E a cor roxa também.

“’Jessica, seus cabelos estão mudando de cor!’ disse Cletus. ‘Mudando de cor?’ ‘Sim! Estão ficando marrom!’ Olhei para o cabelo. Estava realmente mudando de cor, de roxo para marrom, que era a cor original. ‘Isso é incrível, minha safira. Acho que você tem poderes!’ ‘Sim, o voo’ ‘Exato. O voo mostra que o acidente mudou mais que apenas seu cabelo’.

“Henry se aproximou de nós lentamente. Melinda, Ross, Coulson e Victoria olhavam para mim sem disfarçar. ‘Jessica, o chão’ disse Victoria. Olhei para baixo e vi que o lugar onde eu aterrissara estava quebrado. ‘Como eu fiz isso? Será que também tenho super-força?’ Cletus examinou bem com seus olhos atentos. ‘Provavelmente sim, Jessica’ ‘Bom, isso não interessa agora. Devemos ir para dentro da base da Hidra imediatamente’.

“Os outros desviaram o olhar, envergonhadas. ‘A Agente Jones está certa’ disse Ross. ‘Certo. Jones, Kassady, Hand e Hayes, quero que entrem pela frente. O resto deve me acompanhar por trás’ ordenou Coulson. Victoria e Henry se aproximaram de mim e de Cletus, enquanto Melinda, Coulson e Ross foram para a lateral da Balsa.

“Victoria se aproximou de mim por trás. ‘Ei, Jessica. Parece que estamos juntas nessa’ ‘É, verdade’. Cletus agarrou minha mão e cochichou ao meu ouvido: ‘Nós também’. Sorri. Estava sentindo que o Cletus que eu conheci estava de volta. Bom, agora sei que me enganei terrivelmente naquele dia.”

— Exato.

— Certo, diretor Fury, mas deixe-me prosseguir. Onde eu estava mesmo? Ah, lembrei. Eu e os outros três entramos pela frente em silêncio após atirar em dois sentinelas da Hidra que estavam nas torres de vigilância. Henry ia à frente, segurando sua arma como se estivesse com medo. Percebi que ele suava frio e me aproximei.

“’Ei, calma’ disse, preocupada com ele. ‘Ah, desculpe. É minha primeira missão oficial, pois sempre fiquei dentro do Ônibus nas missões de Ross’. Por algum motivo, eu ri. ‘Não precisa ter medo. É minha primeira missão, e a de Cletus também.’ ‘Ah, é? Vocês agem como profissionais.’ O comentário dele me fez feliz.

“Entramos pela frente e derrubamos alguns soldados da Hidra. Nos dividimos em duplas: eu e Cletus, Victoria e Henry. Escondidos pelas paredes, avistamos um grupo um pouco maior de soldados protegendo uma porta. Victoria tomou a liderança: ‘Henry, precisamos chegar aos outros. Cletus e Jessica, acham que podem dar conta deles?’. Assentimos positivamente. ‘Ótimo, agora vamos.’

“Ela e Henry saíram dali e nos deixaram a sós com os soldados. ‘Jessica, acho que é uma boa hora para seu cabelo brilhar’ disse Cletus, que olhava para os soldados. ‘Por quê?’ ‘Porque fomos vistos!’. Assustada, tentei mentalizar meus cabelos roxos brilhando. Então, senti minha força aumentando. ‘Jessica, está dando certo!’.

“Enrolei um cacho de meus cabelos no meu dedo. Vi que estava roxo novamente e me senti completamente revigorada. Então, me revelei para os agentes da Hidra. Soquei o mais próximo e o agarrei pela gola, jogando-o em cima de outro. ‘Quem é você?’ ele perguntou antes de eu o arremessar. Pensei um pouco. ‘Eu sou a Safira!’.

“Aquele codinome inventado na hora apavorou os soldados. Alguns deles deixaram cair, mas Cletus, com uma fúria colossal, disparou em todos com sua arma. ‘Cletus’ chamei. Ele se voltou para mim, com aquele ódio cego e psicopático nos olhos. ‘Cletus? Ei, calma’ ‘Vamos entrar. Agora’.

“Reuni minha força e chutei a porta, que tombou para trás. Com um estalo ensurdecedor, o caminho estava livre. Lá dentro, um homem de terno conversava com um calvo e de monóculo que estava em uma tela. ‘Parados! Somos da S.H.I.E.L.D.!’. O homem no monitor nos olhou. ‘Daniel, cuide deles e depois me ligue novamente’ ‘Sim, Herr Strucker’.

“Strucker, o homem do monitor, desapareceu. Daniel, o de terno, se virou para nós. ‘Agentes, meu nome é Daniel Whitehall’. Ele mexeu atrás em um teclado, e uma nova porta surgiu para bloquear nossa saída. Andei um pouco e analisei a sala: na parede, um homem estava acorrentado; em uma mesa, um cadáver jazia, bem, morto; um bebê estava enrolado em um pano sobre uma mesa; ao lado dela havia um estranho capacete; e então um pote com gosma preta dentro.

“Cletus mirou Whitehall. ‘Que tipo de experimentos está fazendo aqui?’. Daniel sorriu. ‘É pura ciência, não precisa falar com desprezo. Olhando para você, vejo que tem certa atração pelos itens desta sala. Especialmente um’ ‘Mentira’ respondeu Cletus, soando desesperado. ‘Verdade’ disse Daniel.

“Nervoso, Cletus disparou. Daniel rolou para o lado e pegou em suas mãos o estranho capacete. Eu estava parada, observando as veias ressaltadas de Cletus, que apertava a arma com força. Daniel Whitehall colocou o capacete em sua cabeça e gritou. Uma espécie de gosma escorreu do capacete e cobriu o corpo de Whitehall. Por onde a gosma passara, um uniforme apareceu.

“O novo Daniel andou para frente. ‘Eu sou Kraken!’ ele disse, apontando suas mãos para nós. Ele disparou delas pequenos projéteis finos, que não causaram dano nenhum em mim. Cletus atirou nele, que permaneceu ileso. ‘Sou invencível!’. O Kraken caminhou para frente.

“Cletus indicou-o com a cabeça. ‘Jessica, use seus poderes’. Decolei e voei na direção de Daniel, estendendo meu braço com o punho cerrado. Soquei-o no peito, de forma que foi jogado no monitor e quebrou-o. O Kraken continuou ileso e se pôs de pé a analisar Cletus. ‘Você tem sede de sangue, meu jovem. Não é uma pessoa boa como diz ser, e já se apercebeu disso’.

“’Pare de falar mentiras!’ gritou Cletus, novamente desesperado. ‘Isso explica seu interesse pelo simbionte, uma criatura tão desprezível quanto você!’ prosseguiu Kraken. Percebi que Cletus estava prestes a explodir. ‘Cletus, calma’ ‘Não, minha safira. Por favor, não olhe. Farei coisas terríveis com esse ser desumano’.

“Assustada, eu desviei o olhar. Escutei gritos masculinos, que imaginei serem de Cletus. Ouvi barulhos de corpos se chocando, e então o de uma lâmina. Tiros se sucederam, e então um grito cortante. Em seguida, choro de bebê. Espantada, me virei. Me deparei com um corpo aberto e uma cena de Carnificina. Cletus estava coberto de sangue e com uma arma e uma faca nas mãos. O corpo pertencia a Daniel Whitehall.

“Olhei em volta e vi o bebê chorando. Provavelmente acordara com os tiros e começara a chorar, e não fora ferida. Me aproximei dela. De repente, tudo começou a tremer. A princípio não entendi. ‘Cletus, é você?’. Ele estava distante e não me respondeu. Obviamente, não era ele.

“Continuei analisando e cheguei a uma conclusão óbvia: o choro do bebê ou o esperneio com as pernas estava ocasionando aqueles tremores. Peguei aquela pessoinha no colo e balancei. Era uma menina. Comecei a cantarolar uma canção de ninar, a Brahms’ Lullaby. Conforme ela se acalmou, os tremores cessaram. ‘Ótimo’ sussurrei, deixando-a de volta na mesa. Corri até Cletus, sem dar falta de nenhum dos itens da mesa.

“Ele estava com os punhos cerrados, a respiração acelerada e os olhos fechados. A arma e a faca já haviam sido largadas no chão. ‘Cletus?’ ‘Fala, Jessica’ ele respondeu ríspido. ‘Vamos, precisamos sair daqui’. Peguei o bebê no colo e entreguei para Cletus. Soquei a porta para derruba-la e peguei a pequena no colo.

“Pensei um pouco. ‘Vou chamar você de Skye, pequenina’. Nos deparamos com todos os outros da equipe, exceto os agentes May e Hayes. ‘General Ross, acho que o Coronel Talbot está amarrado lá dentro’. Ross assentiu e correu para lá com Coulson. ‘Victoria, onde estão Melinda e Henry?’ ‘Henry foi ferido, ela está cuidando dele’.

“Naquela hora, me lembrei da curta conversa com Henry Hayes. Entreguei Skye para Victoria e corri em busca de Henry eu o encontrei no chão com Melinda May. Um dos braços e uma das pernas dele estavam parcialmente queimados. ‘O que houve?’ perguntei. ‘Parece que a Hidra tem lança-chamas’ respondeu Melinda.

“De repente, ouvimos Coulson nos chamando. Deixamos Henry ali por um momento e corremos para a sala onde Daniel morrera. A carnificina continuava lá, mas parecia ter sido ignorada por Coulson e Ross. O homem outrora acorrentado estava ao lado de Ross. Provavelmente era ele o Coronel Glenn Talbot.

“O item que prendia a atenção de Phil Coulson e o Velho Trovão era o cadáver. Me aproximei mais e vi que a cabeça daquele corpo lembrava uma caveira e era vermelha. ‘Quem é esse?’ ‘O nome dele em vida foi Johan Shmidt. Ele foi o Caveira Vermelha original’ contou Coulson.

“Analisei atentamente o corpo dele e vi que havia um dispositivo em cima dele com uma luz piscando. ‘Coulson, não toque no corpo’ ‘Por quê?’ ‘Algo me diz que aquele dispositivo pode te ferir’. Phil olhou para cima. ‘Bom, preciso tira-lo daqui’. Ele estendeu o braço e tocou no corpo.

“Imediatamente, uma luz vermelha foi liberada e analisou a mão dele. ‘Acesso negado’ disse uma voz robótica. A luz ficou azul e cobriu toda a mesa. Coulson gritou. Quando a luz se apagou e pudemos ver, o corpo sumira, e a mão de Coulson também. Sangue escorreu do lugar onde outrora estivera a mão esquerda dele. ‘Minha mão!’.

“Fiquei tentada a gritar que eu o avisara, mas deixei quieto. ‘Esse negócio arrancou minha mão!’. Íamos ajuda-lo, mas ouvimos os gritos de Henry lá fora. Cletus estranhamente não estava mais conosco. Quando saímos, vimos Cletus curvado sobre Henry. ‘Silêncio!’ gritava para o ferido.

“Henry chorava. ‘Está bem, está bem!’. Ross e Talbot correram e tiraram-no de cima de Henry. ‘O que deu em você, soldado?’. Cletus manteve silêncio. Hoje temos uma noção do que ele estava fazendo ali, mas ainda não sabemos completamente. Puxei-o pela mão.

“Com um gesto brusco, Cletus se afastou. Fitei-o assustada mas logo me virei para Coulson, que falava com Fury (você, no caso) sobre o ocorrido. ‘Positivo, Coulson. Já estou enviando reforços’.”

— Me lembro disso. Me tornei diretor após isso.

— Sim, pois a diretora Carter fora ver o descongelamento do Capitão América e depois acabara por ter uma recaída grave no seu problema.

— Alzeimer.

— Isso mesmo. Bom, voltamos para o Triskelion naquele mesmo dia.


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