Lost and found escrita por Capitã Flame


Capítulo 3
III - O achado, o perdido e o reencontrado


Notas iniciais do capítulo

Ultimo capitulo :( Segunda fic que eu termino, dá uma dorzinha no coração. Eu nem revisei, tenho outra fanfic (que é de outro fandom) para postar, então to correndo com tudo aqui, por isso desculpem qualquer erro.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/626401/chapter/3

Passado o choque, Yuu conseguiu colocar os pensamentos em ordem

– O que você quer? – Foi a primeira pergunta que fez, simplesmente por que não conseguia imaginar uma melhor.

– Devo ter ligado para o numero errado...

– Então desligue por que eu estou esperando uma ligação mais importante que um engano – Irritou-se, não tinha tempo para ficar perdendo com ele.

– Eu só estava ligando para o dono de um gato que encontrei outro dia no parque, devo ter clicado no número errado ou coisa assim – Por que Mika sentiu a necessidade de se explicar é um mistério, mas Yuu reagiu a palavra “gato” quase que instantaneamente.

– Você achou o Pocchi?!

– Não liguei para o numero errado, então...

Por um momento, não soube exatamente como agir. Ele estava desconcertado, devia ir até Mika buscar o gato? Ou deixar que ele voltasse para a casa que costumava ser dos dois em um tempo que parecia mais outra vida.

– Me encontre na escadaria do meu prédio, você sabe o endereço – Bufou resolvendo ficar entre o fogo e o gelo, já que obviamente era o melhor a se fazer.

Desligou sem esperar que ele falasse nada, a voz de Mika parecia perfurar seu cérebro como se estivesse sendo torturado. Era engraçado por que costumava ser seu som favorito.

Sentou-se na escadaria com o notebook na mão, não queria ficar de mãos vazias e sem saber o que fazer com elas.

...

O gato Pocchi estava seguindo Mika de modo descompromissado enquanto ele atravessava o parque e começar a avistar o prédio de Yuu.

Estava com o sensação de ter uma bola de golfe presa na garganta, como quando observava seu duble pular de um trem em movimento ou ficar pendurado em um edifício sendo segurado por cabos. A diferença era que Mika preferia saltar de um prédio em chamas do que estar prestes a encontrar a pessoa que ele mais prejudicou, ainda mais percebendo o quanto Yuu tinha sido frio e incisivo consigo.

“E ainda desligou na minha cara” Pensou, sabendo que não estava no direito de ficar irritado, mas estava mesmo assim.

Segurou o gato colocando a mão em sua barriga para atravessar a rua e chegou à frente do que costumava ser seu lar.

O porteiro pareceu surpreso em vê-lo ali, fazendo a mesma expressão que suas fãs faziam quando o viam andando pelas ruas nos estados unidos.

– Ohayo, Kazuho-san - Disse, acostumado com os olhares chocados – Eu preciso falar com Yuu.

– É... Claro – Ele falou parecendo sair de um transe e abrir o portão.

Assim que adentrou o prédio avistou Yuu sentado na escada digitando algo em seu notebook e parecendo nervoso.

O gato saltou de suas mãos indo de modo lento até o dono e saltando por cima do aparelho expondo a barriga.

– Pocchi – Yuu exclamou parecendo mais feliz e esfregando o felino – Nunca mais faça isso, você sabe o susto que me deu?

Mika não sabia se devia ir embora ou ficar parado ali esperando que o escritor falasse consigo.

– Onde você achou ele? – Ele perguntou de repente, o ator sentiu o coração acelerando ao encarar os olhos esmeraldas pela primeira vez depois desse tempo todo.

– No parque – Murmurou – Estava saindo de uma gravação.

Não soube se estava tentando prolongar a conversa, ou apenas estava sem ter coisa melhor para dizer. Pela a expressão no rosto de Yuu, aquela foi a pior coisa para se dizer.

– Claro, seus preciosos filmes. Eu deveria ter imaginado que você não estaria a menos que fosse por isso – Alfinetou, o gato sentou-se por cima do teclado lambendo a pata de forma distraída como se aquela discussão fosse tediosa demais para tirar sua atenção.

– O que eu poderia fazer? Dizer não? – Bufou irritado com a meia acusação – É minha carreira, é normal que eu me preocupe.

– Tanto faz, Mika – Rebateu – Nem sei por que disse isso, não é minha conta o que faz da sua vida. Pelo menos, não mais.

– Ainda poderia ser, mas foi você que fez escolher.

– E você escolheu, não é? Espero que não tenha se arrependido, odiaria saber que alguém está tão afundando na merda quanto eu estou.

– Você parece ótimo para mim, não seja uma rainha do drama – Talvez todo o estresse das gravações estivesse subindo a cabeça, mas a raiva não permitiu que Mika pensasse muito sobre isso.

– Acho que o único “rei” aqui é você, american idol – Disse irônico, Pocchi saltou para escada quando seu dono se levantou bruscamente largando o notebook ali mesmo.

– Isso é ridículo – Por mais que fosse verdade, o comportamento de Yuu era inaceitável – Não dá pra ter uma conversa com você, é como tentar argumentar com uma parede.

– E você conversa com muitas paredes?

Eles nem notaram o porteiro olhando de um para outro sem saber se devia interromper antes que a briga ficasse pior ou filmar tudo e mandar para o sites de fofocas. Acabou não fazendo nenhum dos dois.

– É sério que isso é melhor que você tem? Me surpreende que tenha conseguido publicar um livro.

– Bom, graças a você não vou escrever nada tão cedo – Os olhos de Yuu estavam ardendo, como acontecia quando estava prestes a chorar. Fungou respirando fundo e pegando o notebook da escada – Mas isso nem é da sua conta, então vai se foder.

E subiu as escadas, Mika pareceu ter recobrado o juízo, então. Colocando a mão no rosto e suspirando, chocado com sua própria estupidez. Sabia que era melhor deixa-lo em paz e voltar para o hotel, nenhum dos dois tinha condições de conversar com pessoas normais.

– Ei, espera – Yuu parou no corredor em frente a seu apartamento, mas não se virou para ele não querendo que visse suas lagrimas – Desculpe, eu sei que isso é culpa minha, fui eu quem escolhi, não devia ter despejado as coisas em você.

– Você não precisava ter ido embora, existiam oportunidades aqui – Disse o que estava realmente entalado em sua garganta desde o dia em que Mika arrumou as malas e se foi deixando apenas um bilhete.

– Eu... Acho que estava deslumbrado, não achei que fosse acabar fazendo filmes de ação para pré-adolescentes.

– Você nem mesmo espero que eu voltasse.

– Achei que ia me fazer mudar de ideia, você sempre foi bom nisso – Sorriu melancólico, esticando a mão para tocar o braço dele – Eu tenho certeza que faria tudo diferente se fosse hoje.

– Mas agora é tarde, não é? Você virou o queridinho de todos os diretores americanos. Agem como se fosse um deles.

– Não sou.

– Acho que sua opinião não conta muito no momento – Enxugou as lagrimas usando as mangas da blusa.

– Desculpe – Segurou o pulso direito de Yuu hesitante, mas não foi repelido.

– Eu só... Queria que você não tivesse voltado – Confessou.

Seu corpo pareceu ter se movido sozinho, segurando o corpo do menor e envolvendo-o em um abraço. Pocchi observava tudo sentado na escada.

– Eu amo você – Murmurou – E sinto muito, sinto mesmo.

Antes que Yuu tivesse a chance de responder, o toque do celular de Mika preencheu o ambiente. Suspirou exausto de tudo aquilo e soltou, não sem muita força de vontade, o garoto.

– Onde diabos você está? A gravação começa daqui a meia hora, Carmem está impaciente – Era Ferid.

– Eu estou resolvendo uma coisa – Yuu tinha se virado, os braços segurando o notebook como se não soubesse o que fazer com eles.

– A menos que você sido atropelado por um caminhão, é melhor aparecer aqui – Ralhou.

– Ferid...

– Atrasos são quebra de contrato, Mika – Ele continuou - Sabe quanto dinheiro você vai ter que pagar a eles? Não seja estupido.

– Acho que essa é a atitude menos estupida que eu já tomei.

– Você enlouqueceu.

Tchau, Ferid. – Revirou os olhos, desligando o aparelho e colocando de volta no bolso da jaqueta.

– Acho que você acabou de fazer uma merda muito grande – Yuu disse, mas não parecia muito preocupado. Mika sorriu, estranhamente se sentiu com a alma lavada.

– Só vai ser se você me chutar.

O gato andou até o dono se enroscando nas pernas dele, Yuu se abaixou para pegar o bichano. As lágrimas já tinham secado.

– É, acho que você tem razão...

– Então...

– Pode entrar, mas isso não muda nada. Ainda estou puto com você.

– Eu não poderia esperar nada diferente – Riu bagunçando os cabelos do escritor afetuosamente, quase recebendo um sorriso em troca

...

(Duas semanas depois)

Mika encarou a destruição que a guerra havia causado, as perdas e morte de pessoas inocentes. Mas teve esperanças, esperanças de um amanhecer menos sangrento, onde talvez a paz pudesse reinar.

Fim.

Yuu suspirou juntando todas as dezesseis páginas e colocando-as dentro do envelope. Anotou “Versão original” nele com uma caneta preta e o deixou sobre a mesa ao lado de seu notebook.

Estava acabado, seu último livro seria publicado no próximo mês. Deveria se sentir triste, era o fim de uma era, mas por incrível que parecesse sentia como se, na verdade, fosse apenas o começo.

– Fez um bom trabalho, mas ainda acho que exagerou no meu suporto heroísmo – As mãos de Mika se enrolaram sobre seu pescoço, o queixo apoiado em sua cabeça, Yuu corou.

– Não era para você estar lendo – Fechou a o notebook – Compre o livro como tudo mundo.

– Achei que dividir a cama com o autor me desse privilégios – Ele mordeu a bochecha do namorado de leve, brincando.

Ninguém acabou morto que foi planejo desde o começo, no fim até que foi tudo monotonamente otimista e talvez o Mika original de fabrica tivesse algo a ver com isso.

– Eu devia te fazer dormir no sofá por essa audácia – Acariciou as orelhas de Pocchi, decidindo que o gato só pode ser alguma espécie de anjo da guarda, afinal em menos de dois dias acabou por eliminar todos os seus problemas, arrancando as ervas daninhas que estavam crescendo cada vez mais em sua mente e havia levado Mika pelo caminho de volta para si.

– Tenho que ver meu advogado – Resmungou – Essas coisas de leis são tão chatas.

– Você merece passar por isso – Se virou minimamente para dirigir um olhar debochado a ele, logo depois beijando seu pescoço já que era a única parte a seu alcance.

– Tem que conversar com Dr. Lacus sobre sua personalidade vingativa – Ele se abaixou finalmente juntando os lábios, acariciou o queixo do escritor, Yuu se arrepiou sentindo a língua dele tocar a sua – Eu volto depois.

– Não se apresse por minha causa – Brincou – E tenhas excelentes dores de cabeça com os gritos do Ferid.

– Eu te amo.

– Também te amo, agora vai logo ou vai se atrasar.

Mika saiu pela porta deixando ali com seus pensamentos e um gato milagroso.

– Acho que você merece um petisco, não? – Murmurou para o felino, que miou – Vou tomar isso com um sim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu não me acho muito boa em romance, mas fiz o meu melhor por que né... Não dá pra viver só de mãos dadas (ou será que dá? hmm)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lost and found" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.