Do Seu Jeito escrita por Anita


Capítulo 7
Envolto em um Mar Negro


Notas iniciais do capítulo

Após muitos anos sem lançar, eu decidi comemorar a mudança do Olho Azul lançando um capítulo novo exclusivamente pro site. Um dia ele também será disponibilizado lá fora, assim que eu conseguir retomar esta fic!

Lembrem-se de que Rayearth não é criação minha e sim da Clamp e de quem mais for. Não ganho dinheiro com isto. Nenhum dinheiro... Há, no entanto, personagens originais como a Liana os quais foram criados por mim. Aliás, se realmente gostaram da Lianinha, são encorajados a lerem outras histórias minhas das quais ela faz parte como E Se Eu Te Deixar Ir? e Ainda Estarei Esperando, não tem nenhum spoiler lá, são panos de fundo bem diferentes deste aqui. E não se esqueçam de comentar, comentários fazem o autor feliz! Agora, vamos ao novo capítulo *_*



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Marine prendeu os longos cabelos em um rabo de cavalo e voltou-se para a pessoa que a treinava. Clef era muito mais rígido que imaginava e ela sabia ainda menos sobre magias também, o que só dificultava seus treinos. Adicionando-se à indisponibilidade do outro, não tinha certeza se poderia progredir tanto quanto gostaria.


Então, ele sorriu e um brilho veio do nada em sua direção. Hora de fazer seu escudo. Preferia já tê-lo ativado, mas não lhe fora permitido por lhe gastar muita energia e lhe roubar a concentração. O importante, segundo Clef, era poder usá-lo assim que precisasse.

– Consegui! – gritou Marine, tomando conta para o ataque bloqueado quicar na esfera invisível que imaginava estar a seu redor.

– Muito grande. – Clef ergueu a mão.

A descarga elétrica do ataque era tanta que Marine acabou arremessada contra uma árvore próxima da clareira onde estavam. Sentiu suas costas rasgarem contra o tronco antes de cair sentada.

– Já te disse que se fizer escudos grandes, estará usando energia demais ao mesmo tempo. É pior que ficar por muito tempo com o feitiço.

– Mas não precisava me machucar, né!? Quer me matar!? – Levantou-se, quase voando em cima do homem.

– Dificilmente algo assim a mataria. E não é nada que eu não possa curar ao fim da aula.

– Podia fazê-lo agora. – Virou-se para olhar para trás de si e mesmo não podendo realmente enxergar, suas mãos sentiam o rasgado em sua roupa.

– É mais econômico curar tudo de uma vez ao final.

– Quero ver se vai pensar o mesmo quando eu te jogar longe. E escute aqui, seu baixinho, se isto fosse uma briga de espada, eu já teria te pendurado em alguma árvore bem alta e te esquecido lá. – Marine limpou as mãos, como se houvesse acabado de executar os planos.

O outro caiu na gargalhada.

– Acho que agora sei por que não gosto de espadas. – Então, olhou para o céu. – Continuemos logo, pois ainda tenho bastante o que fazer hoje.

A guerreira mágica suspirou.

Todos os dias ele dizia o mesmo, a ponto de várias vezes não marcar aula alguma. Noutros, como naquele, era evidente seu cansaço. Sabia que todos estavam se esforçando e tanto Ferio quanto Caldina já haviam feito comentários que lhe deram a entender que Clef usava mais energia do que realmente tinha, ao contrário do que parecia ser a base de sua doutrina naquela clareira.

Ela mesma já lhe havia pedido para não trabalhar tanto. Algumas vezes, Marine cancelara aulas por não ter certeza da condição real de seu mestre. E era óbvio que se sentia mal por fazê-lo treiná-la em dias tão duros como os últimos pareciam ser aos administradores de Zefir.

Aliás, fazia quanto tempo que estava em Zefir? Melhor, fazia quanto tempo desde a última vez em que estivera ali? Uns bons anos, com certeza. E em todos esses anos, Clef vinha trabalhando tanto assim? Ninguém podia culpá-lo pelo erro de julgamento no caso dos ataques. Não havia como alguém tão atarefado pensar claramente, certo?

Todavia, Clef errara de fato. Depois que Marine soubera sobre o fenômeno da esfera negra, esta havia atacado Lucy mais duas vezes sem ferir ninguém realmente, apesar de ela estar completamente só na terceira aparição e apenas com uns soldados que mais soavam como vítimas que como seus defensores na quarta vez. Mas e na próxima? E dali a quinhentos anos quando ela ressurgisse sem aviso?

A guerreira mágica pôs-se em posição de defesa, pronta para montar seu escudo assim que o ataque de Clef fosse disparado. E assim gostaria de estar da próxima vez que essa esfera surgisse.

Não podia mudar o propósito de seu treino; seus sentimentos não importavam. Precisava ficar forte e precisava que Clef lhe ensinasse como. Sentir pena dele estava em segundo plano. Querer reconfortá-lo? Era uma prioridade ainda mais longínqua. Não, não era prioridade alguma. Assim como querer... Não. Nada. Queria apenas defender aquilo com quem se importava. Suas amigas, as pessoas de Zefir. Clef estava incluído ali em igual posição que Lucy e os demais.

Era inútil pensar de outra forma. Como seu mestre dizia, era perda de energia e concentração. Pena que não podia contar a ele sobre essa analogia...

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Lucy sentou-se à mesa junto com Mokona onde Liana se encontrava já comendo. A mais velha lhe acenara assim que a jovem entrou na sala e até parara sua comida, esperando que se servisse.

– Está animada para a excursão? – perguntou-lhe com um sorriso, observando-a sentar-se.

A ruiva pensou um pouco antes de responder ouvindo “pu-pu” de Mokona, que queria um pouco de sua comida.

Fazia mais de duas semanas que a mulher vinha chamando suas amigas e ela para conhecerem uma região pouco habitada de Zefir, mas supostamente interessante. Primeiro, um ataque da esfera negra ocorreu justo no dia em que ela as convidara, deixando todos alerta. Marine fora a primeira a mudar de ideia e dizer que preferia não ir, pois perderia tempo de treino, o que desencorajou Anne.

Na segunda vez, Ferio, Lantis e Priscila estavam a seu lado naquela mesma mesa de refeições. Esta fora a primeira a opinar contra o passeio, ainda que Lucy realmente quisesse ir e Ferio parecesse haver convencido a namorada também. Em seguida, Lantis comentara que havia passeios para lugares mais próximos. Ferio acabara por concordar e até fizera um pequeno roteiro, o qual as guerreiras mágicas haviam seguido com Priscila e Ferio no final de semana anterior.

Naquela semana, dois dias antes, Liana a abordara perguntando se ela já não havia cansado de ver os lugares tão próximos e Lucy acabara por concordar. Também gostava da ideia de passar a noite em uma pousada zefiriana. Mas rejeitara inicialmente, percebendo que ficaria vários dias sem ver Lantis. Apesar de este trabalhar bastante, sempre acabavam se encontrando uma vez por dia ao menos e ele lhe contava sobre casos novos que via sem eu trabalho. Era um momento pelo qual andava ansiando e pensar que ficaria sem ele no pouco tempo que ainda teriam não lhe deixava tão feliz. No momento que dissera não à mais velha, esta fez um beiço e abriu um sorriso, adivinhando sem dificuldade o motivo da recusa.

No dia seguinte, Liana anunciou-lhe que Lantis os acompanharia.

– Está ansiosa ou não, Lucy? Com essa carinha aí me faz pensar que tô é te forçando! – A moça gargalhou um pouco. – Que é um imenso sacrifício passar cinco longos dias com meu filho inteirinho para você no meio de uma paisagem maravilhosa cheia de bichinhos fofinhos e comidas que você nunca encontrará trancada aqui neste palácio fedido!

Lucy acabou acompanhando a gargalhada com o rosto levemente vermelho. Não havia parado para pensar que Lantis provavelmente não estaria tão ocupado nessa pousada quanto no palácio. Sua face estava para fazer fumaça.

– Seria bom se o lindinho também aceitasse ir... – Liana pôs a mão no queixo, batendo os dedos indicador e médio ritmicamente em seu rosto.

– Está falando do Guru Clef? – perguntou Lucy, que já a ouvira chamá-lo assim.

– Pois é. Nem ele, nem Rafaga... Até a Caldina recusou, pois o grandão lá enfim voltou da missão em que estava.

– É uma pena mesmo. Mas se todos fossem, o palácio acabaria sozinho, né?

– Tem razão! Prefiro meu filho fofinho a qualquer outra pessoa.

A guerreira mágica sorriu, mas, involuntariamente, lembrou-se das desconfianças de Lantis.

– Ouvi da Caldina que está planejando visitar uma vila amanhã... – Liana havia mudado o tom para o de uma conversa mais banal. Já terminara sua sobremesa e parecia apenas estar batendo papo com Lucy enquanto esta comia.

– Não é muito longe daqui, segundo ela. O Rafaga vai me ceder um soldado para eu não me perder também.

– Um soldado? Lantis sabe disso? Aposto que vai morrer de ciúmes.

Lucy queimou novamente de vergonha. Ainda não se acostumara com o fato de realmente ser a namorada de Lantis.

– Não que meu filho mande na sua vida, claro! – Liana balançou a mão, como que para afastar o duplo sentido.

– Eu havia comentado que queria ir lá, mas a Caldina tinha me pedido para esperar o Rafaga voltar, que ele poderia me confirmar direito o lugar da vila. Achei que ele tinha entendido que era para depois da sua excursão, mas aí o Rafaga marcou tudo para amanhã e eu de fato estava livre, então...

– Calma, Lucy! Eu acredito, não precisa explicar tanto. É melhor que ir sozinha. Pena que é amanhã. Tenho várias coisas para arrumar para a nossa viagem, senão eu mesma te acompanharia. Conheço bastante de Zefir, não precisaríamos de soldados! E seria uma linda viagem para que nos conhecêssemos melhor, né?

– Outra viagem? – A voz atrás vinda de trás de Lucy a tomou de surpresa.

Mokona gritou feliz ao avistar o recém-chegado.

Enfim, havia chegado seu momento preferido do dia.

Sentiu o calor de Lantis preencher o espaço bem a seu lado, onde Mokona estivera antes, e olhou para o próprio prato já limpo. Não tinha desculpa para continuar naquele refeitório, mas não queria sair logo. Por sorte, Liana estava ali também apesar de já haver terminado.

– Uma vila? – Ele lhe perguntou com a testa franzida, após ouvir o resumo de Liana.

– Eu te disse, não?

– Pu... – disse Mokona, como que para enfatizar as palavras da ruiva.

– Eu tenho uma ideia melhor, Lucy. Se não se importar com a minha intervenção... – Lantis começou a dizer.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Rafaga entrou no quarto que dividia com Caldina e começou a tirar a roupa antes mesmo de ir para o banheiro. Depois arrumaria tudo. Sua vida como militar lhe ensinara que não deveria deixar para depois, mas sentia-se exausto. Fora um longo dia pondo tudo em ordem; o palácio simplesmente ficara largado enquanto ele estivera fora visitando vilas mais distantes e conversando com seus líderes.

Fora ideia de Lantis aquele passeio. Ele mapeara as regiões que mais reclamavam mesmo após haver cedido ajuda do palácio e pedira que Rafaga checasse a situação pessoalmente.

“Ora, por que aquele moleque mesmo não o faz?” Não gostava do irmão mais novo de Zagato achando que podia mandar nele só por ser seu antecessor no posto.

No entanto, havia algum mérito na ideia, e várias daquelas vilas estavam com problemas mais sérios do que os descritos nos relatórios enviados ao palácio. Algumas estavam incomodadas com o grande número de soldados para lá direcionados. Outras com faltas destes, o caso mais frequente. Havia, era claro, aquelas com problemas que ele mesmo não conseguira nomear. Para estas, havia já feito a convocação de pessoas capazes que lá ficariam um tempo, aconselhando a administração.

– Querido... – Caldina o acordou.

– Ah, já estou indo pro banho. – Havia começado de novo a fazer relatórios mentais. E ela odiava essa mania. Por isso, fugiu o mais rápido possível.

– Sabe, o pessoal estava pensando em sair num passeio.

– Pessoal? – respondeu já debaixo da ducha de água fria.

– É, a Liana está organizando.

– Não tenho tempo pra essas bobagens. Por que você não vai? Ou tem mais eventos no palácio?

– Tem dois! Não tem vaga na agenda nem pra algum deles? Eu podia usar alguma ajuda... Acho que a Marine vai nessa tal excursão. Ela que tem me ajudado apesar de quase sempre acabar é divertindo as crianças com o temperamento dela em vez de ensinar truques de espada ou contar histórias.

– Soa divertido mesmo. Mas creio que conhecer Zefir seja mais, né? Por que acha que ela não iria? Marine continua implicando com a Liana?

– Não, é só que as amigas dela vão todas com o par delas e tal; a Marine me soou um pouco desconfortável, apesar de ter me dito que estava bem. Eu até a acompanharia, mas até eu acabei preferindo meu amorzinho!

– Disse “par delas”? – Rafaga saiu do banheiro ainda se enxugando com a toalha. – Do que está falando?
– Ora, só você pode ser feliz por aqui? Anne e Ferio, Lucy e Lantis, é disso que estou falando, bobinho! – Caldina estava deitada na cama de maneira despojada.

– Mas... Clef sabe disso!? Caldina, isso é inconsequência deles!

– Hã?

Caldina observou Rafaga pegar outra roupa e sair do quarto apressado, sem nem parecer haver se dado conta da roupa sensual que a mulher usava.

– Por que acho que falei besteira? – perguntou-se a dançarina, levando um dedo ao queixo.

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Lucy pegou a mão de Lantis e logo estavam no corcel negro. Da última vez que andaram nele, seu relacionamento era incerto e por isso ela se sentira insegura a todo tempo. Hoje, ainda não sabia ao certo como agir. Mesmo que estivessem juntos oficialmente havia algumas semanas, viam-se tão pouco que não havia qualquer intimidade.

– Segure-se firme, ou pode cair. – Sua voz grave dava as instruções óbvias.

Todavia, aquilo a deixara mais à vontade para pôr os braços na cintura de Lantis e segurá-lo pelo abdômen. Era impossível ignorar a fragrância amadeirada com almiscar. Lucy nunca se importara com perfumes antes e justo em Zefir pegava-se imaginando se aquele cheiro seria de algum parecido na Terra. Gostaria de comprar apenas para senti-lo todas as noites.

– Tem certeza de que sabe onde é? – perguntou ao rapaz, não querendo ficar pensando em coisas embaraçosas, apesar de somente suas costas e o vento da manhã em seus cabelos poderem testemunhar o vermelho de sua bochecha.

– Estaremos lá em poucos minutos desta maneira.

– E suas costas? Tudo bem eu me apoiar assim?

– Meu ombro já está melhor.

– Fico feliz que o remédio daquele curandeiro está fazendo efeito...

– Não fale como se a culpa fosse sua, Lucy.

A guerreira mágica anuiu lentamente e decidiu mexer um pouco os próprios ombros para se assegurar de que a bolsa continuava nas suas costas. Era pesada, por isso deveria ser capaz de sentir se acabasse caindo. Trazia consigo bastante comida do palácio, naquele dia poderia almoçar com Lantis calmamente em vez de fazer hora vendo-o comer sua janta, como na noite anterior quando ele se oferecera para levá-la.

De início, havia recusado a gentileza, não queria atrapalhar seu último dia de trabalho antes da excursão. Quando lhe respondera que não atrapalharia por ser um lugar bastante próximo, Lucy tivera a certeza de que seria apenas deixada na vila para que depois ele viesse lhe buscar. Não era um plano de passar um dia com ele, era claro, mas também não gostava da ideia de ser tratada como uma criança largada em um parque de diversões com o dinheiro da merenda.

Enfim, Lantis declarara sua intenção de acompanhá-la. Com um sorriso acanhado, a ruiva acabara por aceitar antes de lembrar o motivo principal de sua recusa, mas o jovem já lhe passava todos os horários melhores para a visita. Sairiam um pouco depois do café da manhã e almoçariam por lá.

Mesmo agora, quando já avistava um conjunto de pequenas casas que a faziam pensar na sua primeira visita àquele mundo, ainda parecia irreal aquele dia a sós com Lantis. Um dia inteiro...

Sua grande viagem chegara mais cedo, aparentemente.

O corcel pousou próximo à entrada da vila e esperou até seus ocupantes estarem seguros no chão. Com um relincho de despedida, ele desapareceu.

– É aqui? – Lucy olhou espantada para sua frente.

Lantis assentiu.

De fato, parecia bastante perto em oposição às três horas de caminhada que enfrentaria se viesse com o soldado de Rafaga.

Observou melhor as pequenas casas, eram iguais às que vira em sua viagem por Zefir em busca dos gênios e da princesa Esmeralda. Não entendia muito de materiais para precisar cada detalhe, de qualquer forma ou que chama sua atenção era exatamente nenhuma chamar a atenção em especial. Não havia um casarão ostentando poder nem nada parecido. Como fariam para indicar onde cada um morava?

Olhando mais de perto, na medida em que caminhava com Lantis, começou a perceber pequenas diferenças. Uma era mais branca, outra levemente amarelada. Umas até eram feitas de materiais diferentes também. Então, não devia ter nenhuma ordem para que fizessem as casas com algum padrão, apenas o costume, fora o que Lucy concluíra.

– Sabe qual delas é? – perguntou a seu acompanhante, que lhe assentiu prontamente.

Lantis virou por algumas casas até parar em frente a uma levemente avermelhada e seguir até sua porta, onde bateu levemente.

– Nossa, tem certeza de que é aqui?

– Sim, venho sempre a esta vila.

– Sério? – Lucy olhou de volta para a porta que abria.

No interior, estava uma menina que aparentava a mesma idade que a guerreira mágica possuía quando chegara a Zefir pela primeira vez. Ela tinha olhos esverdeados, cabelos castanhos bem longos presos em uma jeitosa trança e usava um vestido cinza por cima de um blusão rosa de mangas bastante compridas.

Lucy voltou-se para o rapaz a seu lado, pela primeira vez duvidando de sua capacidade. Aquilo não parecia ser o que tinha em mente quando lhe descrevera na noite anterior o que pretendia com aquela visita à vila. Olhou de novo para a bela moça à sua frente e franziu a testa ao perceber que Lantis não parecia perceber o erro.

E quem seria aquela menina?

*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*

Anne havia acabado de acordar com incessantes batidas à sua porta. Levantou-se para abrir. Estivera tendo um sonho importante, mas já não se lembrava muito mais dele, apenas que já o havia tido antes sem ter certeza de quando fora isso. Devia ser alguma lembrança, era a sensação mais forte dentro de si.

Abriu a porta e corou imediatamente ao ver Ferio, com o rosto também vermelho, mas por ter acabado de correr até ali provavelmente, pois também parecia esbaforido.

– Clef quer nos ver imediatamente, - disse, com os olhos fixos na camisola da namorada. - Uau, preciso acordá-la mais vezes.

– O que ele quer? Aconteceu alguma coisa com a Lucy? – A notícia a deixara tão preocupada que até ignorara os olhares furtivos de Ferio para o que não seu rosto.

– Hm, não faço ideia. Mas troque-se logo, esta visão é privativa minha!

– Ferio! Informe-se antes de me deixar preocupada.

– Apresse-se e descobriremos bem rápido.

Anne assentiu.

Imagens do sonho de que acordara surgiram à sua cabeça. Um senhor idoso. Muito idoso. Ele se contorcia em um chão encharcado com um líquido negro viscoso que saía junto com sangue de seu corpo enquanto sua mão tentava segurar algo invisível e provavelmente inexistente. O anel em seu dedo brilhava.

Ela deu um grito e abriu os olhos para ver que Ferio escancarara a porta e agora a abraçava firmemente, dizendo que estava tudo bem. Mas era só uma mentirinha. Anne o sentia. Lembrou-se de novo da imagem que vira enquanto Ferio tentava fazer com que a cabeça loura relaxasse sobre seu peito. Afastou-o bruscamente.

Havia percebido um báculo muito parecido com o de Clef caído em meio ao mar negro que envolvia o senhor. O que aquilo significava? E por que justo ela estava tendo aquela visão?

Continuará...

Anita


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Notas finais do capítulo

Como vão todos!? Como podem ver, todos meus personagens estão bem! Até o machucado do Lantis parece melhor, caso vocês tenham se preocupado.

Agora, quem é essa garota? E o que exatamente a Lucy queria na vila? Oooh, é bem óbvio, eu sei. Essa cena não era para terminar assim, mas foi ficando longa e longa e mais longa... Tive que cortar ao meio e puxar a cena da Anne pra este capítulo! Espero que não se incomodem, eu pessoalmente me apaixonei por escrever esse final!

Próximo capítulo, teremos uma longa continuação da cena na vila e mais a conversa com o Clef. O que diabos ele quer da Anne e do Ferio!? Err, eu também imagino que isso seja óbvio, né? Realmente preciso aprender a fazer mistérios melhores. Acho que a única forma de eu fazer suspense com os leitores é quando eu mesma não sei a resposta, hehehe.

De qualquer forma, agradecimentos, como sempre, a todos os que leram até aqui. É o sétimo capítulo! E são as notas dele! Ou seja, já é praticamente o oitavo o.O Que coisa, não? A previsão era de uns dez capítulos, agora deve ser de uns doze, graças a essas cenas gigantescas hehehe.

E lá vamos nós, ao capítulo oito!!! Faz algum tempo que não escrevo um capítulo oito, acho... Desde a minha original dos dois irmãos, se não me engano o.O e antes disso tinha sido naquela fic de Evangelion e antes acho que foi em Tenshi no Tatakai, outra original. É, faz bastantes anos que não -publico- um oitavo capítulo!
Até lá!



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