A vingança da Hamster escrita por Scarlet Rain


Capítulo 6
Meu nome é A-B-B-E-Y!




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Danielle entrou disfarçadamente pela porta da mansão e agiu como uma aluna que foi liberada para ir ao banheiro, mas na verdade ela era liberada, não para ir ao banheiro, mas sim para respirar um ar puro. Enfim ela continuou o caminho até chegar a cozinha, entrou nela e se aproximou da porta da área restrita para cozinheiras; olhou o buraco da fechadura para ver se realmente as cozinheiras estavam lá, estavam, entrou com tudo e fez uma cara de responsável super calma.
— Moni está chamando vocês.

Rapidamente as cozinheiras saíram em disparada, talvez por medo de Moni, ou outra coisa. Danielle foi até a porta da área de serviço, virou a maçaneta e entrou. A sala era repleta de produtos de limpeza: rodo, vassoura, cloro e outros; porém também mantinha lá dentro outras variedades como: britadeira, cortador de grama, aspirador, etc. Danielle procurou com os olhos a grande escada que supostamente estava lá, após alguns minutos olhando achou ela e caminhou para pegar. Ela tentou segurar sozinha e andar alguns passos, mas era muito pesada para ela. Queria ir embora dali e falar que não tinha escada, entretanto seria muito ruim voltar para lá sem nada, sem pelo menos se esforçar para conseguir levar o objeto que elas tanto precisavam naquele momento. Decidida a levar a escada, a garota pensou rápido e encarou o cortador de grama, tinha um plano muito bom e ia tentar usar.
Primeiro Danielle uniu o cortador e a escada por meio da corda que estava no canto, depois saiu daquele local. Colocou a engenhoca maluca dela na área restrita e finalmente ligou o motor do cortador de grama; começaram a andar em uma velocidade média pela mansão, porém não foi tão fácil quanto pensava, pois quando desviava de objetos a escada acabava batendo no fim. Acabou destruindo quase tudo, mas chegou com a escada inteira ao local onde as garotas estavam.
— Cheguei - disse desligando o motor e desamarrando a escada.
— Uau - disse Aiyra - Que modo estranho de chegar - olhou o cortador de grama e fez uma cara estranha.
— Foi um dois jeitos que achei de transportar uma escada pesada até aqui - disse Danielle rindo.
— Vamos logo colocar esta escada na parede - Mella disse já tentando pegar ela.
Todas ajudaram Mella à levantar a escada até o lugar onde desejavam e logo depois posicionaram ela.
— É o seguinte - foi dizendo Maky. - Três pessoas vão segurar a escada e três vão subir para vigiar Moni, depois que ela sair as duas que estão segurando subirão e nós todas entraremos.
— Certo! - disse Nicolline. - Vou ficar segurando junto com Danielle e Penélope.

Nicolline, Danielle e Penélope ficaram aos seus postos de segurar a escada, seguraram firmemente para não correr risco de tombar para trás. Maky, Mella e Aiyra subiram, estavam com muito medo e seus corações batiam forte no peito, estavam tão nervosas que subiam as escadas com as mãos tremendo. Mella, cuja estava na frente, que ficou encarregada de vigiar, já que as outras não podiam; ficou observando Moni atentamente, cada movimento sendo visto e analisado, ao que parecia ela estava no celular. Mella não conseguia ouvir e isto estava matando ela de curiosidade.
— Ela está falando no telefone - disse vendo. - Eu quero escutar! Ò-ó
— Coloque por um tempo o ouvido na janela, por um tempo! Se ficar demais talvez ela te veja - disse Maky.

Mella rapidamente colocou o ouvido na janela, porém só metade porque caso Moni fizesse algum movimento que ameaçasse descobrir ela, rapidamente se abaixaria. A jovem estava ouvindo tudo e em certo momento abriu a boca de tanto espanto; Moni dizia:
— É óbvio que não chamei polícias! - dizia Moni um pouco alto no telefone, praticamente gritando. - Eu disse para elas que chamei quem precisava e ninguém achou o corpo, acreditaram facilmente, mas também, com aquela ingenuidade delas.
Ela foi até um armário cheio de gavetas, abriu umas duas e tirou dois documentos.
— Vou desligar, preciso falar com outra pessoa - disse e desligou o telefone. - Aqui está! A ficha de Kelly Villo - pegou novamente o telefone e discou um número.

Enquanto esperava chamar Moni ficou batendo os pés no chão, talvez fosse algum tipo de mania de pessoa impaciente.
— Alô! - a pessoa do outro lado da linha falava tão alto que era possível ouvir ela através do telefone e do vidro.
— Alô, eu sou Moni Sunm, você recentemente veio aqui em uma limousine me entregar um currículo - disse em um tom sério - Admiro sua ficha, muito boa, porém se contratar você como professora de literatura terei que demitir a outra.
— Demita - disse a voz seca e fria do outro lado. - Serei melhor que esta Ana que você fala, confie!
— Então você foi contratada, não vejo mais motivos para não te aceitar - disse Moni com um meio sorriso na boca. - Comece amanhã as seis e quinze, sem atrasos.
— Pode contar comigo - disse e desligou o telefone.

Mella rapidamente se vira para as amigas e conta tudo, desde a não investigação policial até o acordo com uma nova professora de literatura.
— Sabia que tinha caroço no angu! - disse Aiyra. - Porém estas informações só geram mais perguntas.
— Ela tem razão, só geram perguntas, principalmente a do caso de não chamar os políciais - disse Maky se ajeitando na escada.
— Dã! Por isto vinhemos investigar, para descobrirmos mais informações - disse Mella só olhando novamente.

A escada deu uma brusca sacudida e Maky olhou feio para baixo como quem diz "Segurem direito", mas o que não sabia é que as meninas balançaram o dito cujo para chamar atenção e saber das notícias, porém falharam nesta missão.
— Não acredito que vamos ficar sem saber nada - disse Nicolline indignada. - Eu sou tão gentil! Quer dizer me ofereço para segurar a escada e depois não recebo as novidades - passou a mão na testa para limpar o suor que estava escorrendo.
— Calma Nicolline - disse Penélope com a mão suada já escorregando pelas barras da escada. - Elas irão contar tudo!
— Quem garante - disse pouco confiante.
— Olá! - Danielle, Nicolline e Penélope ouviram uma voz desconhecida.
Olharam aquela silhueta olhando para elas, era uma garota alta com cabelos ondulados curtos e olhos negros. Ela usava uma camisa cor tangerina, macacão jeans folgado e um sapato all star preto; nada combinativo, mas muito bonito nela.
— O que faz aqui? - perguntou Danielle já ciente do plano secreto.
— Eu estava passeando para pegar inspiração - disse como alguém que sonha alto.
— Você não devia estar na aula? - perguntou Nicolline.
— Deveria, mas não estou, eu precisava mesmo de inspiração para o meu novo poema, chuva de verão - fez uma pausa. - Querem ouvir?
— Não, não queremos - disse Penélope.
— Então eu te falo como é! - disse a menina. - Ó chuva que cai! Sopro quente de verão, folhas quentes queimando o chão...
— Amei! De verdade - disse Nicolline interrompendo ela. - Já pode ir ^^
— Para que é esta escada que vocês estão segurando? - perguntou.
— É que temos vício em segurar escada, sabe como é! Segurar está escada, tão linda, tão, tão escadal! - disse Penélope.
— Segurar escada? - ficou espantada. - Que estranho!
— Muito! - disse Nicolline soltando a escada. - Então tchau - tentou empurrar a menina.
— Calma - falou sorridente. - Quero me apresentar, sou Abbey Roth! Meu hobbie é escrever poemas, gosto de ver chuva caindo e vim para a instituição com apenas cinco anos, conheço todo mundo, menos vocês - sorriu alegremente.
— Prazer em conhecer você Abbay - disse Danielle tentando pronunciar o nome dela.
— Não é Abbay, muito menos Abay, Abon, você entendeu! É Abbey! A-B-B-E-Y!
— A-B-B-E-Y! - pronunciou Danielle.
— Então, vocês não vão se apresentar? - perguntou curiosa.
— Sou Nicolline - disse. - Não é Nicoline, Nicole, Nicolayne! É Nicolline, N-I-C-O-L-L-I-N-E!
— Me chamo Penélope - disse tentando manter a atenção total na escada.
— Sou Danielle Bitencurt - disse e checou se estava segurando a escada com força.
— Vou indo, mas antes... - ela tirou do bolso uma folha de papel mal cortada e entregou à Nicolline. - Meu cartão! Abbey poemas e simulações de chuva, faço isto no meu quarto, visitem um dia - disse já se afastando delas. - Muito bom conhecer vocês - saiu correndo.

As três olharam ela com caras de espanto, Abbey Roth era uma garota estranha, principalmente por não notar Maky, Mella e Aiyra no topo da escada.
— Ei! - gritou Aiyra para Nicolline, Penélope e Danielle. - A diretora está quase saindo da sala pelo que parece, se preparem para subir a escada e entrar conosco!
— Certo - disse Nicolline guardando o cartão que ela havia dado no bolso. - Se preparem garotas - disse voltando ao seu posto de segurar a escada.

Mella viu Moni sair da sala e fechar a porta. Rapidamente viu que tudo estava limpo. Abriu a janela por fora com muita dificuldade e entrou na sala.
— Venham! - disse chamando as amigas.

Logo todas já estavam na sala de Moni. Era um tipo de escritório meio rústico, perto da janela havia uma mesa preta com uma cadeira posta e sobre a mesa havia um monte de papéis e um telefone antigo. Já ao lado se encontrava um lindo e grande armário cheio de gavetas com arquivos de meninas e profissionais.
— Bem, Danielle você vigia nossa escada para que não seja pega, Penélope fica de guarda no buraco da porta para ver se alguém vem e Maky, Nicolline, Aiyra e eu procuramos pistas - disse Mella bem determinada.

Elas começaram a revirar o lugar com muito cuidado enquanto Penélope e Danielle vigiavam. Em certo momento Mella foi para o armário de gavetas procurar algo, acabou achando dois arquivos de alunas novas fora de época e um currículo de professora. Pegou-os e mostrou para as amigas.
— Olha que incomum - disse mostrando o que achou. - Moni pretende aceitar garotas fora de época.
— Não é possível - Maky tomou os papéis da mão de Mella. - Marie Cahill e Madelyn Lee - disse lendo os nomes das garotas nas respectivas fichas.
— Deixa eu ver - Aiyra pegou os documentos da mão de Maky. - Olha, aqui tem uma foto das duas - mostrou para as amigas.

Marie Cahill tinha cabelos pretos brilhantes lisos e longos, olhos castanhos misteriosos e uma boca rosada seca; na foto não apresentou sorriso nenhum, estava simplesmente séria e com um olhar de pessoa muito calma. Madelyn Lee era praticamente o oposto de Marie, na imagem ela esboçava um sorriso caloroso que mostrava seus dentes brilhantes e sua boca miúda, seus cabelos eram ruivos, lisos e meio longos com uma franja que combinava perfeitamente com a cor dos olhos mel. Não que sejam da mesma cor, mas entravam em sintonia. Parecia ser uma pessoa tímida e inteligente, porém meio brincalhona.
— Olha que olhos matadores - Nicolline observou os olhos de Marie.
— Será que ela é uma assassina? - Penélope perguntou tentando ver da porta a foto da garota.
— Tenho certeza que não - disse Mella pegando somente o currículo das mãos de Aiyra. - Kelly Villo, professora de literatura - viu a ficha e se lembrou da tal Kelly com quem Moni falava. - Acho que é a mesma Kelly do telefonema de Moni. Tem o mesmo sobrenome, então há grandes chances de ser uma e não duas.
— Vão trocar a professora Ana por esta Kelly? - perguntou Danielle da janela com um tom confuso.
— Acho que não - Maky disse com um ar de dúvida. - O que mais diz sobre ela Mella? - perguntou.
— Diz que ela já... - um barulho de tiro cortou a fala dela.
— O que foi isso? - Penélope gelou.
— Nada, eu acho - disse Aiyra muita calma, calma até ouvirem outro tiro.
— Tiroteio - Danielle se jogou no chão. - Joguem-se se quiserem viver!

Com medo e aflitas todas se jogaram no chão com tudo, estavam uma em cima da outra e tinham expressões de susto. Após um tempo o barulho parou um pouco, não ouviu-se nada, isto até o tiroteio realmente começar, ouviram se vozes, tiros e gritos histéricos; as meninas ficaram desesperadas, queriam correr dali a toda velocidade. Ouviram passos no corredor e logo em seguida vozes de dois homens, não poderiam ficar lá jogadas no chão sem fazer nada; se levantaram cautelosamente e ficaram atrás da mesa de Moni. O plano era jogar coisas neles, as probabilidades de dar certo eram bem pequenas, mas tentar sempre é bom. Viram a maçaneta girar e a porta ser empurrada; respiraram fundo e finalmente...


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