School Days escrita por Isa


Capítulo 63
Capítulo 63: Conclusões




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Rony soltou um suspiro cansado, logo percebendo o quão errado estava ao pensar que garotos eram mais fáceis de entender e lidar que garotas. Não, ainda continuava com esse mesmo pensamento, na verdade. Só que havia encontra uma exceção à regra. Exceção essa que era, por acaso, o seu namorado.

– Foi só um abraço, Josh. - Tentou explicar pela enésima vez.

– Então quer dizer que quando eu te abraço não significa nada também? - Pela enésima primeira vez rebateu, de bico e braços cruzados. - Não foi diferente do que eu faço, Rony.

– Foi sim, porque você é meu namorado e o Dave meu amigo.

Estavam no banheiro masculino, discutindo sobre o acontecimento de vinte minutos atrás.

Josh simplesmente não tinha gostado nada de ver o quão íntimo David parecia do seu namorado. Ainda mais por saber que o "Abercrombie" - como Frannie o chamava - também era gay, além de bonito e relativamente simpático.

– Um amigo? Eu nunca te vi abraçando o Noah ou o Isaac por aí.

– Não somos amigos próximos. - Deu de ombros.

– Oh, então você e David são "amigos próximos". Bom saber.

– Meu Deus, Josh! O que deu em você? - Perguntou, frustrado.

Em vez de responder, o irmão "mais novo" de Matt apenas se virou e caminhou até a porta, saindo de uma forma que Rony só conseguia descrever como sendo exageradamente dramática.

Toda aquela briga era, na verdade. Sequer conseguia entender o porquê do namorado estar tão irritado. Agora ele não podia ter amigos que também fossem gays? Qual o problema nisso, afinal?

(...)

Como se ser péssima em Filosofia não fosse o bastante, o professor substituto conseguia deixá-la ainda mais entediante. Pelo menos a senhorita Vives não saía recolhendo os celulares dos alunos e consequentemente a impedindo de trocar mensagens com Claire. Brittney apoiou os cotovelos na mesa, estava quase dormindo. Sacudiu a cabeça de leve e fez o seu melhor para prestar atenção na aula, quem sabe assim ela poderia acabar passando mais rápido. "Doce ilusão..." Pensou, pouco antes de decidir desenhar na última folha do caderno. Foi então que o professor o punho no quadro negro com força, chamando a atenção de todos, inclusive a dela.

– Acho bom que estejam prestando atenção. Isso estará na prova que farão essa sexta-feira. - Advertiu, irritado pelo desinteresse dos alunos.

Mesmo com o aviso, após alguns instantes todos estavam concentrados em outras coisas novamente. Como não fazia mesmo ideia do que desenhar, Britt correu os olhos pela sala. Becky estava escrevendo algo em uma folha de papel solta, Isaac jogava em seu PSP, Matt e Frannie trocavam bilhetes e Becky cantarolava baixinho uma música da Demi Lovato. Com certeza, dos seus amigos Terry era a única que prestava atenção na aula.

Voltou sua atenção para a ex namorada e atual melhor amiga, pensando em como as coisas pareciam estar funcionando bem entre elas agora que haviam decidido manter uma relação de amizade. A melhor parte: ela e Claire estavam se dando bem. Quer dizer, às vezes o desconforto das outras duas garotas ficava evidente, mas mesmo assim eram quase que "amigas". Bom, no mínimo podia dizer que elas suportavam ficar na presença uma da outra sem briguinhas infantis.

O sinal finalmente tocou. Os alunos pegaram seus livros e saíram correndo feito loucos em direção à porta. Quando saiu - alguns minutos após o fim de toda a confusão -, avistou Rebecca indo em direção ao pátio então a seguiu.

– Becky! - Chamou, enquanto se aproximava.

A amiga se virou quase que imediatamente e sorriu.

– Oi, Britt.

(...)

Certo, aquilo estava começando a ficar insuportável. Susan não aguentava mais aquela criatura irritante de 1, 85m de altura que ela chamava - felizmente - de ex namorado reclamando da vida. Sério, em que momento Sebastian tinha começado a achar que eles eram amigos e que ela tinha interesse em ouvir sobre os problemas amorosos dele?

Por Deus! Estava chegando ao ponto de querer ir conversar com Cindy e ouvir as fofocas da semana, de tão entediante estava sua "conversa" - porque apenas ele falava e parecia ter uma dificuldade imensa em perceber que ela não queria ouvir - com o rapaz.

–... E então, eu descubro que ela está ficando com essa mesma garota que costumava atormentá-la. Acredita nisso?

– Já acabou? - Questionou, apenas para garantir. Ele assentiu, parecendo não perceber seu tom entediado. - Acho que não entendeu da primeira vez que eu disse, então vou dizer de novo e dessa vez sendo o mais clara possível: não quero saber de nada disso. Agora se sair da minha frente e me deixar pegar os meus livros, eu agradeço.

(...)

Uma das coisas boas da aula de Artes era ter bastante tempo livre para pensar. Pelo menos para Gwen, que nunca fazia nada. Não que não gostasse de desenhar, na verdade ela amava, mas o problema estava na professora e seus temas extremamente chatos e específicos.

De qualquer forma, dos seus pensamentos nessas aulas nunca acabava saindo nada muito interessante ou produtivo. Entretanto, naquele dia as coisas estavam bastante diferentes. Observar - infelizmente à distância, já que os lugares também eram escolhidos pela professora - Liz concentrada em seu desenho a estava fazendo ter certas... Conclusões.

Seus relacionamentos anteriores haviam sido curtos e com términos relativamente tranquilos. Jane sendo, obviamente, a única exceção. Afinal, descobrir que sua namorada a estava traindo com sua suposta melhor amiga definitivamente não tinha sido uma experiência agradável. De qualquer modo, as coisas com ela funcionavam de forma bem simples. Entretanto, com a capitã das líderes de torcida as coisas nem de longe foram assim.

Mesmo após o fim de toda aquela "perseguição" sem sentido, Gwen jamais pensou em ter algo com Liz. Quer dizer, tinha dias em que se imaginava beijando-a ou se perguntando como seria fazer isso, mas nunca pensava nisso como uma possibilidade real. Afinal, sua regra número um era não se interessar por garotas héteros e até então a loira parecia ser 100% "beija rapazes". Mas felizmente sua fracassada tentativa de beijá-la "no calor do momento" acabou resultando em alguns beijos e uma descoberta mais do que interessante: Liz Harrison gostava dela e ela retribuía esses sentimentos há algum tempo.

E naquela sala de aula, chegou a uma nova conclusão: o verbo "gostar" já não era o suficiente para definir seus sentimentos pela bela líder de torcida. Queria que ficassem juntas oficialmente, mas tinha medo de pedi-la em namoro e levar um fora.


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