Sete dias com Leo escrita por Dama Magno


Capítulo 3
Dia 2


Notas iniciais do capítulo

Pinguinmeus, não sei se alguém notou, mas eu não estou focando nos encontros em si, mas sim em como eles afetam o Jason. Bem, eu faço isso porque não tenho experiência em encontros XD

Ok, esse capítulo vai ser meio... Conturbado, então não irei tomar o tempo de vocês, vão ler!



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Jason acordou com o celular vibrando. Olhou a hora na tela e suspirou, ainda era cedo e já estava cheio de mensagens.

Duas delas eram de sua irmã pedindo para que ligasse para ela e outras seis de Leo.

"Já sei oq podemos faze hj"

"BOLICJE o/"

"BOLICHE*"

"Tá acordado?"

"Jay?"

"Ok, saquei. Cê tá dormindo"

Aquilo seria interessante, poucas vezes havia ido a um boliche e sabia que o amigo nunca fora. Rapidamente concordou e marcou a hora.

Deixando o celular carregando no quarto, Jason foi tomar café e encontrou o pai se preparando para sair.

— Vai trabalhar em pleno domingo? – perguntou sem real interesse, abriu a geladeira e pegou tudo o que queria.

— Se quer algo bem feito, faça você mesmo – respondeu. — Alguns idiotas fizeram uma confusão e eu terei que viajar para a França, ficarei uma semana lá.

— Vou precisar de dinheiro – falou depois tomou o suco direto na garrafa, o pai o olhou enojado.

— Você sabe onde pegar. – E sem dizer mais nada, saiu.

Quando Jason ligou para Thalia, já era mais de uma hora. O telefone tocou umas cinco vezes antes de a mulher atender.

— Finalmente! – Jason comemorou.

Essa é a minha fala, maninho. Tava esperando você me ligar há horas.

— Eu tinha esquecido – resmungou.

De qualquer forma... Como foi? – perguntou animada, fazendo o irmão grunhir.

— Você é idêntica ao Percy, essa animação com a minha vida particular é preocupante – reclamou. — O que me lembra, você é uma fofoqueira.

Para de enrolar!

— Tirando o beijo que ele me deu no rosto – frisou. — Foi normal, eu até havia me esquecido que aquilo era pra ser um encontro.

Como se esquece que está em um?

Você já tentou sair com sua melhor amiga? Não tem jeito de ver aquilo como algo minimante romântico, foi igual a todas as vezes que saímos.

Eu namoro o meu melhor amigo – disse lembrando o irmão. — Mas entendi o que quis dizer, com o Luke foi a mesma coisa.

— Não é a mesma coisa, pra começar nós dois somos homens – pontuou.

Vamos ser sinceros, Jason, isso realmente importa?

— Um pouco, eu acho – respondeu inseguro. — Quero dizer, eu nunca tive interesse em outros caras e Leo é meu melhor amigo!

Falou certo, maninho, você nunca teve interesse em "outros caras". — Jason franziu o cenho sem entender. — Você sempre demonstrou sentir algo a mais pelo Valdez! – afirmou.

— O quê?! – Jason ficara tão indignado, que levantou da cama com um pulo. — Eu nunca tive interesse por ele!

Como não? Jason, todos seus namoros terminaram por causa do Leo! exclamou irritada.

Jason ficou sem palavras. Aquilo poderia ser verdade?

"Você me troca por aquele seu amiguinho todas às vezes!", Drew – sua primeira namorada – não cansava de repitir isso. No fim, Jason ficara tão irritado por como ela implicava com o amigo que mandou a garota pastar.

Mas ele estava certo nessa, não podia abandonar o melhor amigo por conta de uma garotinha mimada.

"Eu adoro você, Jason, e amo o Leo como um irmão, mas eu não posso ficar entre vocês. Quando saímos, parece que eu fico de vela para os dois", disse Piper quando terminaram dois anos atrás.

Ele nunca entendeu aquelas palavras e elas continuavam a não fazer sentido.

"Você está em um relacionamento com alguém, mas eu não estou nele.", Ele nem precisava dizer que Reyna fora a mais confusa, certo?

— Não é verdade – negou, ouviu Thalia grunhir do outro lado da linha. — Você tá doida, Thalia! Eu nunca vou ver o Leo de outro jeito – disse convicto.

Então por que aceitou sair com ele?! – gritou irritada. — Se você não tem intenção de dar uma oportunidade a ele, não dê esperanças! Isso é crueldade, Jason.

— Não seja dramática – retrucou, porém sua voz falhando diante da possibilidade de estar fazendo algo errado. — Tenho certeza de que ele não está levando a sério.

Deixe de ser babaca, vou meter a mão nessa sua cara de paspalho – ameaçou. — Mas não vou ficar discutindo isso com você, tenho que encontrar com Luke para procuramos um apartamento.

Antes que Jason pudesse se despedir, a irmã desligou o telefone. Jason, que ainda estava de pé, sentou no chão e suspirou pesadamente.

Ele estava mesmo sendo um babaca, certo? Sua irmã estava certa, ele não podia fazer algo assim com Leo. Era como brincar com os sentimentos dele, não queria acabar magoando amigo.

Nervoso, Jason pegou o travesseiro e afundou a cara nele, o usando para abafar um grito.

Π

Quando saiu de casa para se encontrar com Leo, já não estava tão animado com a ideia de ir jogar boliche.

Iria dizer para o amigo que aquela ideia de ter uma semana de encontros estava acabada, ele não podia magoa-lo. Contudo, ao chegar e dar de cara com o rosto animado do outro, não conseguiu falar o que queria.

Leo parecia uma criança quando entraram no lugar. Ficou falando de todos os filmes que viu e que tinham cenas em um boliche, sorria grandiosamente e parecia um pequeno elfo saltitante.

— Strike! – gritou surpreso, pois Jason fizera um logo de primeira. — Cara, você tem que me ensinar a fazer isso.

— Primeiro aprenda a segurar a bola – zombou apontando para o modo como Leo a sustentava.

Jason colocou-se atrás do moreno, ajustou a posição dele e o ensinou como jogar de forma correta.

— Viu, é assim que se faz. – Sorriu.

— O-ok. – Leo gaguejou e pigarreou, sua face corando.

Só então o loiro notou que acabara de recriar uma cena clichê de filmes românticos. Deu dois tapinhas no ombro do mais baixo e foi se sentar, constrangido.

No geral a noite foi bem divertida, com comemorações exageradas – dança da vitória inclusa – e muitas risadas. Como sempre, Leo Valdez era um poço de alegria.

Entretanto, Jason ainda estava pensativo. Leo havia notado, mas preferiu não falar nada.

— Eu te acompanho até o ponto – disse Jason, já havia deixado o amigo sozinho na noite anterior e ainda tinha que conversar com ele.

— Claro.

Enquanto andavam, sem pressa, Leo falava sobre o que havia acontecido naquele dia mais cedo.

— Me ligaram do asilo hoje, avisaram que meu avô tentou desmontar a cadeira de rodas de um amigo dele, mas foi pego antes de conseguir. – Riu. — Sério, eu ainda não sei como não o expulsaram de lá.

Jason balançou a cabeça, não prestando atenção de fato ao que o latino dizia.

— Você vai voltar pra casa como? – perguntou Leo, chamando a atenção do amigo.

— De carro, deixei ele lá perto – respondeu, o outro fez careta. — Eu não entendo como consegue ajudar o seu tio na mecânica, sendo que odeia carros.

— Enquanto eu não estiver dentro de um e em movimento. – Deu de ombros.

Então nenhum dos dois tinha mais o que dizer, já estavam perto do ponto e Jason não tivera coragem de dar um fim naquilo.

— Te mando uma mensagem sobre amanhã. – Leo avisou assim que chegaram ao ponto. — Obrigado por ter aceitado, sair contigo é sempre bom – disse abrindo um sorriso genuinamente lindo.

O que foi a gota d'água para o loiro, que sentiu o coração falhar uma batida.

— Nós não podemos continuar com isso – falou de uma vez.

— O quê? Por quê? – perguntou sem esconder o desapontamento.

— Leo, eu não quero que acabe ferido por minha causa. – Jason o segurou pelos ombros. — Eu não acho que posso te ver com outros olhos, você é meu melhor amigo.

Leo franziu o cenho e afastou as mãos do loiro bruscamente.

— E por um caso você se deu a oportunidade? – indagou irritado. — Tentou me ver como alguém que você pode gostar como amigo e algo mais?

— Leo eu–

— Eu não acordei e, de uma hora pra outra, pensei "vou me apaixonar por meu melhor amigo" – interrompeu. — Eu já estava, só me custou ver que eu queria algo além da sua amizade Jason.

— Mas eu não quero! – afirmou.

— Como pode saber se nem pensou no assunto? – retrucou.

— Não tem o que pensar! Leo gosto de você, mas só como amigo. – Suspirou. — Sinto muito.

Leo escondeu o rosto com as mãos, respirava pesadamente. Jason ficou o olhando preocupado, com medo de ter perdido o amigo por conta do que dissera.

— Esquece. – O mais baixo murmurou, tirou as mãos da cara e continuou: — Eu não deveria ter pressionado, não precisa se desculpar.

— Então está tudo bem? Digo, continuamos amigos? – perguntou hesitante.

— Qual é, acha que eu iria te deixar em paz só porque me deu um fora? Não vai se livrar de mim, Grace – brincou, fazendo o loiro rir.

— Como se eu quisesse isso – disse sorrindo.

— Acho melhor você ir, não precisa esperar o ônibus comigo. – Empurrou o amigo.

— Certeza?

— Eu não preciso de um guarda-costas, Grace. É claro que tenho certeza – respondeu ainda o empurrando.

— Ok, não precisa me expulsar. – Riu. — Até mais.

— Até – despediu-se sorridente.

Então Jason se afastou, aliviado por ter conseguido esclarecer as coisas e não ter perdido a amizade de Leo.

Já estava longe quando colocou a mão no bolso da calça e lembrou que havia levado as balas do dia anterior, mas esquecera de entrega-las de novo.

Dando meia volta, Jason correu para ponto esperando que o amigo ainda estivesse lá.

— Leo! – chamou quando o viu parado, mas ainda estava afastado demais para ser ouvido.

Correu mais rápido, porém parou abruptamente ao ver o baixinho esconder os olhos com uma mão e seus ombros sacudirem levemente.

Leo estava chorando? Impossível, pensou. Porém, era isso mesmo que estava vendo e não dava para duvidar.

Leo estava chorando por culpa dele.

Atordoado, Jason voltou a correr. Dessa vez para longe daquela cena.

Π

Correr para a casa estava começando a se tornar um hábito, mas não foi o que aconteceu dessa vez.

Jason, por mais que quisesse se trancar em seu quarto, acabou indo para o lugar onde Thalia trabalhava.

O Pinheiro era um bar com aparência de antigo, todo feito de madeira e que rangia mais que seus clientes falavam. O dono, doido que só ele, obrigava aos funcionários a usar coroas feitas com agulhas de pinheiro.

— Quando eu falei que era para me visitar, estava falando para ir no meu AP. – Thalia disse quando o viu sentar em frente ao balcão.

— Eu fiz merda – resmungou batendo a testa na madeira.

Thalia suspirou e estendeu um copo para o irmão.

— Você vai deixar seu irmão, menor de idade, beber? – Ela deu de ombros.

— Sinto que precisa de um desinibidor – respondeu, Jason deu um gole na bebida e fez careta. — Conte-me o que fez.

— Falei pro Leo que eu nunca o veria de outra forma e que não queria nada além da amizade dele – desabafou.

— Ouch! – Jason a olhou feio. — O que ele disse?

— Perguntou como eu podia saber se nem havia me dado a oportunidade de pensar nele como alguém que eu poderia namorar.

— O garoto está certo, Jason. – A irmã encheu um copo para ela mesma e o tomou.

— Mas ele é meu melhor amigo, nos conhecemos desde os quinze e eu não tenho interesse em garotos.

— Pense além disso, Jay! – exclamou. — Um relacionamento com alguém que você conhece há anos e já compartilha boa parte de sua vida, cara, é perfeito.

— Eu não sei...

— Sei que pensa que deve separar a amizade do amor, mas para um namoro dar certo é preciso ter os dois. – Colocou a mão sobre a do irmão. — Eu demorei pra ver que Luke era o cara certo pra mim, achava que ele sempre seria apenas o garoto que cresceu comigo...

— Mas então você deu uma chance e viu que era justamente por ele ser seu melhor amigo, que ele era perfeito pra você – falou cansando, já conhecendo aquela história.

— Exato! Quem disse que com você não pode ser igual?

— Mas somos dois caras! – disse frustrado, recebendo um tapa na testa.

— Ambos têm pênis e bolas, e daí?! – Thalia se irritou. — Jason, amar alguém deveria ser mais importante que isso.

— Eu sempre gostei de garotas, Thalia!

— E também sempre sentiu algo por Leo! – gritou, se controlando quando viu que chamou atenção das outras pessoas n'O Pinheiro.

— Por que insiste nisso? – indagou irritado.

— Porque é óbvio! Você sempre se preocupa com o estado dele, está sempre pedindo para que ele vá em seus encontros e, pelo amor, você passou um mês inteiro afundado em Doctor Who só para ter assunto com ele!

— Eu já expliquei que foi porque achei que seria bom termos algo em comum – reclamou. — Ele era novo na escola e quase ninguém falava com ele, assim seria mais fácil de me aproximar.

— Claro, muito mais fácil do que chegar e dizer "Oi, sou Jason Grace, quer ser meu amigo?" – debochou.

— Enfim, eu não gosto de garotos – afirmou resoluto.

— Leo não é um simples garoto, é o Leo! Aceita de uma vez. – insistiu.

— Meu Deus! Você e Percy com essa história de aceitar! – Quase gritou, ambos já estavam perdendo a linha. — Me ilumine e diga o que eu deveria aceitar!

— Que gosta do Leo! – Jason bufou. — Todo mundo já notou isso, até o nosso pai!

— Nosso pai? – Franziu o cenho.

— Por que você acha que ele não gosta do garoto?

Isso bastou para Jason ficar emputecido. Bateu as mãos no balcão e se levantou bruscamente, o rosto vermelho de raiva.

— Isso é ridículo! – gritou. — Como ele pode não gostar do Leo por algo assim?! E nem é verdade!

— Por que te incomoda tanto que aquele homem não goste dele? Digo, ele nem ao menos gosta de mim e você não fica assim.

— É porque... – Mas ele não tinha uma resposta, o que fez Thalia sorrir presunçosa. — Isso é ridículo! – Então saiu do bar irritado.

Deveria ter ido direto pra casa!


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Notas finais do capítulo

Ye! É isso ai, esse foi o 2º dia dos dois e... Por favor, não me matem 'u'

Um cheiro especial Hitsuji, que notou que as balas azedas haviam sido esquecidas XD

Comentários são bem-vindos, mas mantenham-se longe de objetos que podem machucar a autora