Sete dias com Leo escrita por Dama Magno


Capítulo 2
Dia 1


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que iria postar nesse fim de semana, cá estou! Queria agradecer a todos que comentaram, favoritaram, estão acompanhando e lendo! Povo lindu



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Leo disse que queria ir ao cinema – ele adorava as pipocas de lá – e para um programa de um sábado à noite, Jason não poderia estar mais satisfeito.

Decidira que não veria aquilo tudo como um encontro, afinal, eles sempre saíram somente os dois, então não seria muito diferente disso. Mas apesar de ficar repetindo isso para si o tempo inteiro, ele ainda estava muito ansioso.

Havia demorado a escolher uma roupa – quando notara isso, acabou escolhendo a que havia comprado na semana passada. Também ficara na frente do espelho tempo demais, só para tentar arrumar o cabelo. Agora ele estava pronto, mas ainda faltava uma hora até ele poder sair para se encontrar com o amigo.

Jason não queria estar tão ansioso assim, o frio em sua barriga era um incômodo enorme. Suas mãos até estavam geladas.

— Tudo bem, Jason, você só precisa se acalmar – falou para si.

Então tirou o celular do bolso da calça e ligou para a irmã, que àquela hora deveria estar a caminho do trabalho.

Hey, Jay! – A voz da mulher soou como uma distração bem-vinda.

— Thalia, tudo bem?

O que houve? – perguntou já sabendo que Jason estava incomodado com algo.

Ele não sabia como ela conseguia fazer aquilo, a mais mínima mudança no humor dele era sempre visível aos olhos – ou ouvidos – da irmã.

— Leo me chamou para sair. – Suspirou.

Oh, entendo. – Foi a resposta que recebeu, algo dito em um tom neutro que o incomodou.

— Você não parece estar tão surpresa. – Franziu o cenho.

Olha, Jay. Ela parou para cumprimentar alguém, então voltou a dizer: — Eu estou surpresa, mas com o fato dele ter tido coragem para fazer isso.

— Explica.

Você sabe que eu não o vi tantas vezes assim o que me lembra, você está me devendo uma visita.

— Thalia!

Enfim, o fato é que: estava na cara que ele gostava de você.

Não, não estava! – afirmou exaltado.

Vamos combinar que você é um tapado – rebateu. — Ele é seu melhor amigo, sempre foi. Claro que você não conseguiria ver isso acho até que ele não sabia que gostava de você.

— Como se gosta de alguém sem saber?

Negando até para si mesmo – respondeu simplista. — Não me admira você estar perguntando isso. – Jason não soube se aquilo era para fazer sentindo, ou apenas um pensamento alto da irmã.

— Como é?

Nada, eu tenho que desligar. Até mais, Jay! – E desligou sem dar tempo do irmão dizer qualquer coisa.

Jason encarou a tela do celular sem entender o que havia acontecido. O que ela quis dizer com aquilo?

Decido a não dar atenção às palavras da mais velha, achou que já estava num bom horário para sair de casa. Iria chegar alguns minutos mais cedo, mas isso nunca era um problema.

Acabou indo a pé, andando vagarosamente para não chegar adiantado demais e ter que ficar esperando o amigo – que sempre se atrasava.

Qual não foi sua surpresa ao ver Leo em frente ao cinema o esperando.

— Hey! – O latino cumprimentou sorrindo. Jason não pode deixar de notar que ele estava bem vestido, sem manchas de graxa nas roupas.

— Chegou cedo – constatou o óbvio.

— Eu não queria me atrasar dessa vez – falou levemente envergonhado, esfregando a mão na nunca. — O bom é que temos mais tempo para comprar os ingressos.

— Que filme você quer ver? – perguntou olhando para os filmes em cartaz.

— Aquele. – Apontou para o que mostrava uma cidade destruída e um super-herói qualquer.

— Deveria ter imaginado. – Riu caminhando até a fila dos ingressos.

Leo sempre fora um adorador de quadrinhos e tudo o que envolvia a cultura nerd. Podia ficar falando horas sobre teorias e universos que Jason desconhecia, mas que ouvia atentamente só para não deixar o moreno falar sozinho.

— Eu pago. – Leo se adiantou com o dinheiro, após Jason falar ao cara da bilheteira o nome do filme.

— Eu posso pagar pelo meu ingresso – falou, mas foi empurrado para fora da fila pelo amigo.

— Se quer gastar dinheiro, compre as coisas pra gente comer. – Deu uma cotovelada de leve no mais alto.

— Claro, eu fico com o que vai sair mais caro – brincou.

— A gente pode dividir a pipoca – sugeriu. — E eu nem vou querer os doces.

Jason revirou os olhos e riu. Mandou Leo ficar na fila para entrar na sala – que começava a crescer –, enquanto ele ia comprar as guloseimas.

Esperando chegar sua vez, o loiro começou a olhar em volta vendo quem estava lá àquela noite. Vários casais, grupos de amigos e até pessoas sozinhas. Não pode deixar de notar um casal de garotos que estava alguns passos mais à frente dele.

Os dois tinham a mesma altura que ele, deveriam até ter a mesma idade. Ambos sorriam e conversavam animadamente, então um deles passou o braço pelo pescoço do outro e o beijou.

Jason corou fortemente. Era aquilo que Leo queria que fizessem? Na frente de tantas pessoas, com algumas até olhando torto?

— O que vai querer? – Uma garota, com maquiagem escura e cara emburrada perguntou ao que chegou a vez dele, o tirando dos próprios pensamentos.

— Uma pipoca grande e dois refrigerantes – pediu, então parou para pensar e acrescentou: — E um saco daquelas balas azedas.

Ele não sabia por que, mas Leo amava aquelas balas. Guardou o saco no bolso da calça, pagou e voltou até o amigo tentando não derrubar o que tinha comprado.

Leo pegou um dos copos de refrigerante e começou a comer a pipoca. Jason o repreendeu e afastou o pote, dizendo que não ia sobrar nada na hora do filme e que se ele quisesse mais depois teria que sair pra comprar. O moreno revirou os olhos e não discutiu, logo começando a falar sobre o filme e os detalhes da produção.

— Eu realmente espero que a atuação desse cara não estrague o personagem – falou indignado. — Digo, não sei por que escolheram ele, não tem nada a ver.

— Eu gosto dos filmes que ele fez – rebateu.

— Isso não quer dizer muita coisa, não é mesmo? – brincou. — Seu gosto para filmes é péssimo, Jay.

— Você diz isso só porque eu não gostei de Star Wars. – Leo fez uma careta.

— Você disse que a história era tediosa e previsível. – Ignorou o "porque é" que o amigo soltou. — É uma das maiores obras cinematográficas!

— A ordem dos filmes é toda confusa! – argumentou, fazendo Leo grunhir frustrado.

— Eu me pergunto o que vi em você. – Pensou alto, logo em seguida corando junto a Jason.

— A fila começou a andar – alertou.

Após aquele momento constrangedor, as coisas voltaram a ficar mais leves. Leo atacava a pipoca e fazia seus costumeiros comentários inconvenientes.

Jason sempre se divertia mais com o que ele falava do que com o filme propriamente dito.

— Isso, se apaixone por ela, babaca! – Riu alto. — Ela vai morrer por sua culpa!

O loiro segurou o riso quando alguém murmurou um "idiota" atrás deles e Leo virou dizendo:

— Não é mesmo?! Ele não deveria ficar com ela.

Quando a sessão acabou e eles saíram da sala, Jason não se aguentava de tanto rir. Já Leo estava emburrado e tirando pipoca do cabelo.

— Quem manda soltar spoiler – zombou.

— Eu não tenho culpa se a maioria nem ao menos lê os quadrinhos. – Balançou a cabeça fervorosamente, fazendo várias pipocas caírem.

— Nem todo mundo é igual a você.

— Inteligente? – Sorriu presunçoso.

— Nerd sem vida social – respondeu brincando.

— E isso não é ser inteligente?! – perguntou com falsa indignação.

Jason riu mais, então olhou a hora no celular e suspirou pesadamente.

— Tenho que ir.

— Quer que eu te escolte até seu castelo, donzela? – gracejou recebendo um soco no ombro.

— Eu é que pergunto, está muito tarde pra você ficar andando sozinho – falou realmente preocupado. — A gente pode ir até em casa e eu te levo de carro.

— Você sabe que eu não gosto disso. – Fez careta, Jason assentiu.

— Certo.

— Então até amanhã. – Sorrindo, deu dois passos para perto do loiro.

— Até – respondeu também sorridente.

O que aconteceu no momento seguinte quase fizera Jason enfartar. Leo se esticou para cima dele e tocou os lábios finos e secos, em sua bochecha.

— Eu te mando uma mensagem depois! – gritou se afastando correndo.

Dizer que Jason ficara vermelho seria eufemismo. Ele havia se esquecido, no meio tempo em que passará descontraído, que tinham saído porque Leo queria que tivessem sete dias de encontros.

Meio abalado, ele voltou para casa tão rápido que, quando deu por si, já estava levando bronca do pai por ficar até tão tarde na rua. Algo que ele nem deu importância, diga-se de passagem.

Desnorteado ainda resolveu ligar para Percy.

É o Jason, mãe, com certeza é urgente. Ouviu o amigo dizer. — Me diz que é algo de vida ou morte – implorou aos sussurros.

— Acho que pode se dizer que sim – respondeu de forma um pouco mecânica.

Ele disse que é algo mega importante e nunca, nunca conseguiria resolver sem mim! Percy gritou, Jason ainda pode ouvir um resmungo da mãe dele, Sally, sobre lição de casa. — Pronto, desembucha, bro.

— Leo me beijou – desabafou as palavras ditas em voz alta o deixando com vergonha.

O que piorou quando ouviu Percy gargalhar.

— Eu tô falando sério, Percy! – Irritou-se.

E como foi? – perguntou depois de conter a risada.

— Você tá falando sério? – Ficou indignado.

Claro que estou! Vamos, conta logo. – Percy praticamente implorou.

— Foi... Estranho – respondeu incerto.

Pra bom ou pra ruim?

Você tá parecendo uma garota querendo saber sobre o novo namorado da melhor amiga – debochou, tentando desviar o assunto.

Vocês estão namorando?! gritou.

— O quê? Não! – exaltou-se. Ouviu o pai reclamar por silêncio. — Não estamos namorando – falou em um tom baixo e injuriado.

Mas vocês foram em um encontro e ele te beijou.

— Espera, como você soube do encontro?!

Thalia. – Riu, Jason suspirou.

— Claro, ela sempre fazendo fofoca. – Deitou-se na cama e guardou silêncio.

Mas então... Percy começou hesitante. — Foi de língua?

O loiro engasgou com a própria saliva, o que fez o outro voltar a gargalhar.

— Foi na bochecha! – gritou, mais uma vez ouviu o pai reclamar.

Você tá brincando com a minha cara, bro? – indagou, se Jason pudesse vê-lo saberia que seu rosto estava escondido pela mão. — Todo esse drama por um beijo no rosto?!

— Mas foi o Leo! Como você ficaria se eu te desse um beijo, mesmo que na cara?

Eu sei como você ficaria: sem os dentes – zombou. — Mas é diferente!

— Por quê?

Pra começar você não está apaixonado por mim – pontuou. — E você aceitou sair com ele, deveria esperar por algo do tipo.

Alguém me mostre onde está escrito que beijos devem acontecer em encontros! – Tentou argumentar.

Mesmo? Você tá realmente tentando negar isso? Suspirou. — Olha, eu tenho que desligar.

Jason gemeu agoniado, querendo que Percy continuasse a conversa.

Eu sei que é ótimo ouvir minha voz, mas minha mãe vai me esfolar se não fizer as lições de férias agora e reprovar depois. – explicou. — Uma última coisa, bro: desencana! Aceita de uma vez.

Espera Percy! – Tarde demais, ele já havia desligado.

Aceitar o quê?, se perguntou frustrado. Será que todos aqueles, arg, encontros iriam terminariam daquele jeito?

Ou pior?

Deus, o que eu fui fazer?!


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Notas finais do capítulo

Vou tentar fazer as atualizações a cada dois/três dias, ok? Ainda to terminando de escrever, faltam uns dois capítulos e meio - comecei a travar, então mandem energias positivas para mim o/
Sintam-se à vontade para me dizer o que acharam do capítulo e o que estão esperando para o futuro