Mi Corazón Es Tuyo escrita por Laryssa


Capítulo 30
"Sempre houve chance"


Notas iniciais do capítulo

Hey hey my babys! Adivinha só quem voltou? Euzinha mesmo! E já vou indo para que vocês tenham uma leitura maravilhosa!



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A Fran e o Maxi estranharam a demora e ficaram comentando por um bom tempo, criando suposições. Por isso que eu e o León não queremos contar nada. Se eles já falam, imagina quando souberem? Não tem ser humano que aguente!

Depois que eles terminaram a lista das coisas que poderíamos ter feito, León disse que tentou me convencer a vir porque eu estava muito brava com o que tinha visto e que só conseguiu quando me disse que tinha comida. “Hey!” foi o que eu quis passar com meu olhar. Os três riram e eu fiz cara de emburrada. Eu tinha me esquecido dessa raiva até ele inventar isso.

Sentei-me ao lado do Maxi, o León estalou um beijo na minha bochecha, sussurrando um pedido de desculpas e foi para o lado da Fran.

— Era para ter sido uma surpresa – a Fran começou a explicar –, mas o Maxi não faz nada direito.

— Isso é preconceito porque eu sou alto! – Ele se defendeu ou tentou ao menos.

— Não mexe com meu baixinho! – abracei-o como forma de proteção. – E a culpa não foi dele. Vocês deviam contar com o óbvio, mas eu fugi dele e acabei nem vindo aqui.

— Vai deixar ela defender o Maxi, León?

— Mas não foi assim que tudo aconteceu? – León já estava atacando a comida. A Fran deu uma tapa no braço dele, deve ter sido forte pela careta que ele fez.

Soltei o Maxi e peguei um cookie, apesar de não gostar muito. O León disse que eu vim pela comida, então precisava agir de modo que parecesse isso (o que não é tão difícil). Havia muita opção. Duvido que nós quatro consigamos comer tudo isso nessa tarde. E o cookie que eu peguei era completamente delicioso, me obrigando a pegar mais. O Maxi riu e pegou um bolinho. Já estávamos os três comendo, só a Francesca que estava fazendo cara feia. Ela abriu a boca para falar algo, mas eu fui mais rápida e não deixei.

— Reclama menos, come mais!

Ela ainda se fez de difícil, mas não resistiu à tentação que era esse piquenique. Começou pelos pães de queijo (fiquei com raiva dela porque não comi nenhum), depois estava com uma torta e só para dizer que é saudável comeu uma maçã.

— A propósito, a minha mãe quem fez os cookies – disse ao perceber que era tudo o que eu comia.

Meus olhos brilharam. A Olga ajudou a preparar tudo isso pra mim. Bem que eu podia ter desconfiado. Só ela sabe fazer um cookie do jeito que gosto.

Ainda brincamos durante a tarde para gastar energia e comer mais, sem contar com as brincadeiras que envolviam comida. Uma delas era o chantilly na cara. Até questionei o nome, mas me contaram que a Fran ia fazer as tortas e esqueceu. Daí os meninos fizeram-na ir comprar o chantilly. Ela foi, mas voltou com as mãos vazias dizendo que não sabia comprar essas coisas.

Eu sabia que ela estava arrumando uma desculpa para que outra pessoa fosse no lugar dela, aliás, todo mundo sabia. Então o Maxi se levantou e a puxou para a saída do bosque. Observei-os até que saíssem do meu campo de visão.

Assim que sumiram, León veio para o meu lado e eu deitei minha cabeça no seu ombro, enquanto ele me abraçava e acariciava meu cabelo.

— Está gostando, boneca? – Ele perguntou.

— Mais do que imaginava. Obrigada por tudo!

Ele não respondeu, pegou um pedaço da mesma torta que a Fran estava provando e me deu, um pouco cismado pela última vez que colocou algo na minha boca. O sabor caseiro da torta é completamente delicioso, nunca senti nada igual.

— Eu quem fiz – falou com serenidade do tamanho do mundo. – Não é nada comparado a torta que você faz, mas ao menos eu me esforcei pra te dar algo.

Beijei-lhe a bochecha e vi um sorriso se formar no seu rosto, meio envergonhado. Peguei outra fatia da torta e coloquei um pedaço na boca dele com um pouco de dificuldade porque ele sempre queria morder meus dedos. Depois que finalmente consegui, ele me roubou um selinho que eu não tive como rejeitar.

Até parece que a gente tava se importando com a Fran e o Maxi que podiam chegar e nos ver.  Claro que sim, mas parece que estávamos preocupados com outra coisa.

— A minha nota para essa torta é 10 de 10 – eu disse quando separamos nossos lábios.

— Para essa torta ou para esse beijo?

— Bobo – dei-lhe outro selinho e ele me devolveu vários outros. – É real ou estou apenas sonhando?

— Se é um sonho, estamos sonhando juntos e nem tão cedo quero acordar.

Senti minhas bochechas corarem e ele as acariciou, mas eu só olhava pra baixo para não ter que olhar diretamente pra ele.

Nunca pensei na possibilidade de ele sentir o mesmo, pelo contrário já estava completamente acostumada a tê-lo só como amigo. Mesmo que o Jonas tenha dito, mesmo que eu tenha o escutado falar com todas as letras, ainda não dá pra acreditar que isso é real.

Estava prestes a falar sobre isso, mas percebi que alguém se aproximava e abracei León. Se fosse a Fran e/ou o Maxi, pelo menos poderíamos dizer que só estávamos nos abraçando. Acabou que nem era e o León nem percebeu a minha atitude, mas isso foi suficiente para evitar qualquer gesto suspeito.

As pessoas mais maravilhosas desse mundo chegaram com duas latas de spray de Chantilly. Vão passar isso na cara de quem?

Quando eles sentaram, resolvi perguntar:

— Como vamos fazer?

— Nos dividimos em duas equipes, na vez de uma a outra faz a pergunta e vice versa.

— Eu vou com a Violetta – decidiu León.

Olhei para a Francesca, desesperada. O León vai fazer questão de espalhar Chantilly até no meu cabelo. Se fossem as duas meninas, ao menos elas teriam compaixão.

Ela percebeu meu desespero.

— Uma equipe de meninas e a outra de meninos? – sugeriu.

— Não – Eles falaram em uníssono.

— Podemos fazer três rodadas com as equipes, vão ser eliminada duas pessoas e em seguida tem a final com mais duas rodadas que serão com os caras limpas.

— E se der empate? Tipo, todo mundo ficar com a cara suja? – perguntou Maxi.

— Não vai dar, Maxi. Relaxa. A Violetta nos salva.

— Não exagera, Fran!

— Eu quem vou sair com a cara limpa! – disse León, convencido.

Ficou decidido. As meninas jogavam e os meninos perguntavam, depois trocava. Para responder a pergunta,tinha que pegar a lata do Chantilly. Eu fui classificada para a final. Agora era só saber qual dos meninos seria. Estava torcendo para que fosse o León, só para ele não sair com a cara limpa hoje.

E realmente foi ele.

Ele já se sente vitorioso. Coitado.

— Qual dos dois ganha? – sussurrou no meu ouvido.

— Eu, óbvio!

— E se eu ganhar?

— Você quer fazer uma aposta, é isso? Ok.

— Quero um beijo.

— Agora?

— Não, quando você tiver com a cara toda suja de chantilly.

— Isso não vai acontecer! Quando eu ganhar, vou querer que me leve ao cinema porque você já levou até a Francesca, menos eu.

Ele me abraçou por trás e beijou minha bochecha.

— Mesmo se eu ganhar, você quer ir ao cinema comigo?

— Mesmo se eu ganhar, você me dá um beijo?

Ele sorriu e foi para o lado oposto ao meu, ficando frente a frente. A Fran e o Maxi iam fazer a pergunta e foram para um lugar não muito longe para escolher. León só saiu daqui quando viu que eles estavam voltando.

— Estão preparados? – Maxi perguntou.

 

+++

 

Advinha só quem ganhou? Eu! Por muito pouco quase ganhei os meus prêmios, mas a Cecília ligou e disse que eu devia ir imediatamente para casa. Fiquei preocupada, é claro. Não podia deixar de pensar se alguma coisa tinha acontecido com os meus pais já que até agora não recebi nem uma mensagem deles. Senti um calafrio. Ela não me ligaria se não fosse sério.

Esperei que o León limpasse o rosto da bela tortada que eu dei. Ele parecia animado conversando com a Fran e o Maxi ou talvez fosse só impressão minha. Acho que falavam sobre o jogo, não sei, não dá pra entender. Apesar disso, ele foi o primeiro a perceber a minha preocupação.

— Está tudo bem? – perguntou.

Assenti e disse que tinha que voltar logo porque meu pai me ligaria, mas eu não sabia se era isso e muito menos ele acreditou em mim. Era para eu estar ansiosa, não aflita.

Tentei não dizer nada durante o caminho todo e ainda bem que ele soube respeitar isso. Se ele puxasse assunto, eu não saberia responder. Minha mente está em outro lugar agora.

Na casa dos Vargas estava tudo absolutamente normal. Normal até demais. Jonas no videogame, Luna brincando com o Carlos… Mas a Cecília não estava. Assim que me viram, eles sorriram.

— Finalmente – disse Jonas. O quê? – Pela demora, vocês estavam se agarrando por aí.

— Deixa de coisa, Jonas. – o Carlos repreendeu.

— Uau, como você adivinhou? – brincou León.

Carlos arregalou os olhos, mas riu em seguida por acreditar que tenha sido uma brincadeira. Mas não era brincadeira, só a expressão “se agarrando” que me deixa intrigada.

— Onde está a mamãe? – León perguntou, sentando-se ao lado do Jonas que não gostou nadinha quando ele pegou o outro controle do video-game.

— Saiu para resolver umas coisas – Carlos respondeu, pegando a Luna no colo.

— Ela não estava em casa quando ligou pra Violetta?

— Ela ligou pra Violetta? – Jonas falou, confuso.

— Sim, disse que o Germán ia ligar pra ela e por isso ela tinha que vir pra casa.

— Qual é o problema do Germán ligar quando ela não tiver aqui? – Jonas se fez reflexivo. – Ah, entendi. Para ele não saber dos beijos que vocês dão escondidos.

Nesse momento, León deu um beliscão nele e murmurou algo como “cale sua boca”. Jonas soltou um grunhido.

— Você não estava de castigo, Jonas?

— Você também não, León?

Vi que León revirou os olhos. Carlos completou:

— E se continuar assim, nem tão cedo vocês vão sair dele. Inclusive, Jonas nem deveria estar jogando.

— Mas hoje é o aniversário da Violetta! – justificou.

— É da Violetta, não seu!

Jonas suspirou, vencido e soltou o controle do videogame. Ao ver isso, León sorriu vitorioso.

— Você também, León! – eu disse.

Ele me olhou, surpreso. Era justo. Os dois estão de castigo.

— Não, Vilu. Por favor – implorou. Mas eu fui até ele e tomei o controle da sua mão.

— Pelo menos alguém é justo nessa casa! – Carlos comemorou sozinho.

Dei o controle ao Carlos. Os meninos não falaram mais nada. Então eu subi para o meu quarto. Precisava tomar um banho. Embora não tivesse me sujado de torta, eu estava cheirando a chantilly.

Antes de entrar no banheiro, deixei meu celular no volume máximo do toque. Caso meu pai ligasse, eu escutaria.

Tomei banho e vesti uma roupa arrumadinha, pois ainda tinha o jantar e é necessário estar bem apresentável.

Eu nem queria descer agora. Ficava o tempo inteiro olhando para o meu celular, esperando um sinal do meu pai, mas até agora nada. Só tenho certeza que ele não esqueceu porque a Cecília mesmo disse que ele me ligaria. O que me resta agora é esperar.

Alguém bateu à porta. Deduzi que fosse o Carlos, o León ou até mesmo a Cecília me chamando para jantar. Deixei entrar. Nunca dou um tiro certo. Era o Jonas para minha supresa. Poucas vezes ele vinha ou ele nunca veio, sei lá.

— Eu preciso falar com você – disse sério e me custava acreditar nisso.

— Aconteceu alguma coisa?

— Não sei ao certo, mas preciso te contar.

Consenti sua entrada e deixei a porta aberta.

— Eu queria me desculpar por ontem e te explicar tudo o que aconteceu.

— Jonas, eu escutei a conversa ou só uma parte dela, eu acho.

— Então você me entende, não é? Eu tentei de todas as formas fazer com que ele te notasse, mas ele acha que é coisa da minha cabeça. Você sempre quis que ele te visse como mais que uma amiga e quando ele finalmente percebeu que também queria, acontece isso. O León gosta de você, Vilu, só não admite por medo. E por ciúmes também. Acho que quando ele soube do que rolou entre você e o Tomás lá em Madri, ele se sentiu ameaçado ou perdido porque não havia chances.

— Sempre houveram chances.

— Para o León, né? Para mim nunca teve!

— É diferente!
— Antes eu não conseguia, mas quando vi vocês dois abraçados lá no meu quarto naquela tarde eu pude compreender o quanto se dariam bem juntos porque se gostam e se querem. Já está na hora de aceitar isso, não é mesmo? A Francesca me pediu ajuda para fazer vocês dois a ficarem juntos e eu vou fazer isso.

Eu tinha vontade de rir por três motivos.

A Francesca pediu ajuda logo a quem? Ao Jonas!Eu e o León já conversamos sobre isso só que ninguém sabe.De nervoso. O que eu ia responder para ele?

— Acho que já progredimos bastante porque hoje de manhã vocês saíram juntos e agora também. Rolou alguma coisa?

— Nós conversamos e fizemos as pazes. Só isso.

— É só uma questão de tempo até dar certo.

— É só uma questão de tempo para servir o jantar, então vamos descer.

Eu não precisava de mais alguém que falasse como a Francesca e certamente ele falava igualzinho a ela. Não me surpreenderia se ela tivesse ido falar com ele sobre isso. Se ficasse calada, com certeza não era a Francesca.

Nós descemos e nos preparamos para o jantar.  O Jonas se sentou na cadeira ao meu lado, onde tem ficado nos últimos dias.  Quando o León chegou, o expulsou de lá. Ele reclamou ainda que o León é indeciso, não sabe o que quer. No fim, ele voltou para o canto de sempre.

Olhei para o León e ele sorriu para mim. Inevitável não sorrir também.

O Carlos chegou em seguida com a Luna no carrinho. Antes de se sentar, ele ficou confuso. Olhou para toda a mesa várias vezes. Até nós três ficamos confusos. Muito tempo depois que ele olhou para mim e para o Léon e perguntou se nós tínhamos feito as pazes. Respondemos que sim, claro, mesmo que tenhamos feito mais que as pazes.

Nós não estamos namorando (não lembro do León me pedindo em namoro), mas de qualquer forma eu pedi para não contar a ninguém sobre o que aconteceu hoje até o meu pai chegar. Ele deve ser o primeiro a saber.

A Cecília quando chegou também se surpreendeu, mas comemorou logo.

Durante o jantar, tudo ocorreu bem como sempre costumava ocorrer. Sem troca de lugares, sem briga de irmãos… Não, briga de irmãos sempre vai ter em algum momento.

Inclusive, eles teriam que cuidar da louça juntos. A cena foi tão linda que deu até vontade de filmar. Pena que eu não estava com o celular por perto.

Do nada o Jonas parou e disse que queria ir ao banheiro, mas não voltou.

No período que eu e o León ficamos sozinhos na cozinha, ele ficava jogando água em mim e eu nem tinha como correr, pois, como o Jonas tinha saído, estava enxugando os pratos.

Fiquei toda encharcada e o desgraçado ainda ria de mim.

Assim que pude, dei-lhe umas tapas no braço, mas ele não pareceu se importar. Aproveitou que eu estava perto dele e me puxou para um beijo. Ainda me diz de difícil e tentei não retribuir. Tentei e fracassei.

Da mesma forma que esse dia começou, eu pretendia terminá-lo.

Só havia um porém. Jonas ainda podia voltar.


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Notas finais do capítulo

Fui e já voltei de novo, rs
Queria saber de vocês o que posso melhorar na história. Tipo, quando eu comecei a escrevê-la, eu seguia uma linha de raciocínio e já sabia qual seria o final (um drama bem pesado). Aliás, a fanfic teria duas temporadas e eu atrasei tudo.
Como vocês esperam que seja esse final? E se eu tentasse retomar minha linha de raciocínio para essa segunda temporada?

Beijinhos, próximo capítulo tem mais Leonetta, juro ♥



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