Mi Corazón Es Tuyo escrita por Laryssa


Capítulo 10
"São as situações decisivas que traçam o destino."


Notas iniciais do capítulo

Heey, boa noite! Como estão?
Aqui está mais um capítulo para vocês depois de séculos ^^
Desculpem a demora, tenho notícias para dar em breve! Acredito que não vai demorar, haha.
Fiz o capítulo baseado em um comentário e é por isso que agradeço a Letta, acho que se não fosse pela curiosidade nela eu teria demorado mais a publicar (foi o que me ajudou a iniciar). Sim, Gabi você foi mencionada nas notas iniciais do capítulo anterior e o León e a Violetta nunca deixaram de ser amigos e torçam para que não deixem de ser (mesmo que tenha algo mais :v). Daniii, finalmente um novo capítulo! ♥
Estou só confirmando o calendário de 2016 para poder dizer os dias da semana que vou publicar.
Beijão, boa leitura!



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Entrei em um acordo com o Pablo e a Ludmila. O tal aluno era o León e mesmo que a Ludmila o quisesse em seu grupo, eu teria que colocá-lo no meu. Não foi muito difícil pensar em uma ideia. No meu grupo estavam a Francesca, o Maxi e a Camila – eu não sabia quem era Camila. O meu acordo trocava o León por ela e aí morava o problema. Seja lá quem fosse essa Camila, Ludmila não a colocaria em seu grupo. Seria bom conhecê-la, mas essa não era a ocasião. Queria, antes disso, estar com meus amigos. Fui até o León e o abracei de lado, logo ele me envolveu com seus braços. Não sei se ele viu, mas a Ludmila não gostou nem um pouco e isso me fez rir baixinho.

Pablo explicou sobre os grupos e principalmente sobre o tema do trabalho: cantores latino-americanos. Era perfeito. Agora só tínhamos que juntar nossas ideias...

Depois de mais três aulas, fomos liberados. León ainda não havia me soltado e por isso eu sorria boba. Quando passamos juntos pelo corredor principal, ouvi alguns murmúrios, até porque era estranho ver a menina que entrou para a turma há dois dias abraçada com um menino. Não queria ser mal vista. Eu e León saímos, rindo. Gostaria de passar mais um momento a sós com ele, mas dessa vez sem tensões, sem segredos, sem planos... Apenas eu e ele. Mas a minha ideia foi por água baixo quando vi a Francesca e o Maxi se aproximando.

— São só amigos? – brincou a Francesca.

Eu no lugar dela teria feito essa pergunta sem brincar. Estávamos bem abraçados e sorriamos quando falávamos alguma coisa. Não que isso fosse uma característica de um casal. Olhei para León como se fosse uma maneira de torcer para ele dizer que não. Seria um sonho se tornando real... Seríamos o casal perfeito! Mas não era assim, ele me via apenas como uma amiga, pelo menos foi o que ele me disse anteontem.

— Claro que sim, né? – respondeu León, como se fosse óbvio. E me puxou mais contra ele.

Sorri fraco.

— Ficam andando abraçadinhos, dando risadas fofas, falando coisas bonitas de um lado para o outro no Studio como se estivessem juntos. – Fran comentou.

— Não estamos juntos... – falou León, sorrindo.

— Nós sabemos que é o que você quer León! – suspirou Francesca.

Revirei os olhos, mas não pude esconder o sorriso. Eu esperava ansiosamente para ele dizer “Como você sabe disso?” ou “Não era para ter dito assim tão alto, Fran!”.

— Fran... – Maxi foi interrompido.

— O que foi Maxi? Você não se lembra de quando a Vilu estava em Madri? Todas as horas León escrevia uma carta, um e-mail, um SMS ou até mesmo ligava para a Violetta. Sem contar que ele vivia me dizendo o quanto sentia saudade dela e de alguma coisa que ele disse que era segredo deles.

Sorri ao lembrar-se do que era, mas de qualquer forma, só aconteceu uma vez. Se ele estava com saudades disso porque não teve atitude em deixar acontecer outra vez? Ele estava “apaixonado” pela Ludmila.

— Fran, o León tem namorada. – concluiu o Maxi.

— A tarântula da Ludmila? León, você ainda a chama de namorada? – aumentou o tom de voz.

León engoliu em seco.

— Fran, você sabe que eles estão sim namorando e acredito que não é hora para falar disso. – intervi.

Francesca me olhou séria, mas depois sua expressão ficou como estava antes.

— Bem – falou León – podemos combinar logo alguma data para adiantar o trabalho?

— Melhor que seja logo. – palpitei.

— Pode ser hoje? – sugeriu Maxi.

+++

Estava ajudando a Cecília com o almoço. Sentia falta disso. Tudo o que sei sobre culinária aprendi com ela. Cecília é a minha segunda mãe, cuida de mim desde que me entendo por gente – quem sabe até de antes -, espero um dia retribuir tudo o que ela tem feito por mim.

— O que fez tanto na Espanha? – perguntou, enquanto cortava cebolas e tomates.

— Comecei a estudar música.

Ela me olhou como que não estivesse compreendendo.

— Por livre e espontânea vontade? – franziu a testa.

Antes que eu pudesse abrir a boca para falar algo, ela continuou:

— Achei que sua mãe não quisesse que você continuasse com essa história! Ela mesma me disse isso!

Se minha mãe não queria que eu seguisse com a tradição, porque me obrigou a fazê-lo? Talvez eu tenha entendido tudo errado. Será que ela me deu escolha e eu estava tão perdida que acabei por entender como uma obrigação?

— Estou estudando música porque quero. – menti.

— Me disseram que você pretende continuar na música, mas não precisa mentir para mim. Sei que por trás disso tudo, você está sendo obrigada a fazer algo que você nunca pensou em fazer. Eu te conheço o bastante para saber que a música nunca foi o seu sonho. Você sonhava mais alto que isso, literalmente. Também conheço sua família...

— Meu sonho estava nas estrelas. – murmurei.

— Você vai ser uma. – garantiu.

— Esse mundo não tem estrelas com brilho, eu não gostaria de ser mais uma delas. – desabafei.

— Então, nosso mundo não tem estrelas. – organizou minhas palavras.

— As estrelas são responsáveis pelo seu brilho e por isso não há estrelas brilhantes no nosso mundo, pois se tivessem brilho próprio, uma faísca qualquer não as apagaria.

— Se não quer ser um estrela, o que você quer então?

— Estudá-las ou então trabalhar na engenharia aeroespacial. – fechei os olhos pensando nessa possibilidade e sorri.

Era o meu sonho distante e alto. O meu sonho estava fora dos limites da atmosfera. Queria que não fosse só um sonho. Gosto de pensar que estou sendo motivada a seguir essa profissão e não a ser artista. Meu pai, com certeza, está decepcionado. Uma das poucas certezas que tenho é que ele não me obrigou a pensar que eu queria ser engenheira. Foi aí que me veio uma luz:

— Disse que conhece minha família, então deve conhecer uma maneira de acabar com essa tolice de tradição!

Ela olhou para o chão, pensativa. Depois de alguns minutos, ela respondeu:

— Nunca aconteceu isso e acho que não seria possível...

— Como não?

— Eu entendo que seja complicado para você. É uma mudança que, talvez, tenha transformado sua vida em um caos, mas não dá para voltar atrás com a tradição pois você já está cumprindo com ela, conforme o costume. É o destino e você tem que aceitá-lo.

O destino não foi bom comigo. Eu só queria ter herdado a voz da minha mãe, não o oficio.

— O destino está ligado com as suas origens. Ele é uma folha que determina a vida. Escute Violetta. Você está sendo levada ao seu destino e agora não adianta fugir dele. Você vai esbarrar com ele por qualquer caminho. O aceite!

— Tenho que desistir de ser engenheira, definitivamente?

— Ora, quem disse que você não vai ser engenheira?

Sorri.

— Violetta Castillo, a engenheira do próprio destino! É isso que você vai ser, minha querida. É um momento decisivo para você, para os outros não. Acredite, são as situações decisivas que traçam o destino.

 - Estou ficando cada vez mais confusa – brinquei. – Eu devo continuar com a tradição, mas tenho que fazer com que ela possa se encaixar no meu modo de ser?

— Fico feliz por ter entendido, minha filha!

E realmente entendi, mas ainda não consegui aceitar. Sabia que a Cecília estava certa, afinal, ela sempre dá conselhos sinceros. Agora, tomarei isso para o resto de minha vida. Ser a engenheira do próprio destino. Não é bem a engenharia que queria atuar, porque essa é de cara a mais complicada. E agora? O que fazer? O costume não pode ser quebrado e porque comecei tenho que terminar. Sou “certinha” de mais para deixar as coisas pela metade. Cumprirei a tradição, mas não me apegarei a ela. Depois que tudo se resolver, escreverei um ponto final nessa história.

— Há algo mais da tradição que eu tenho que saber?


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Notas finais do capítulo

A tradição foi o tema desse capítulo, sim. Uma hora ou outra eu precisaria escrever um capítulo baseado somente nela, e ainda há muuuuita coisa para se esclarecer sobre essa tradição. Se você estivesse no lugar da Violetta e tivesse que escolher entre ser celebridade ou engenheira, o que escolheria?

Vão descobrir mais da tradição nos próximos capítulos! Há algo que vocês gostariam que acontecesse?

Beijãaaao da Lary - outra vez-, até a próxima!