A jovem tomava banho tranquilamente após ter voltado de uma balada com seu melhor amigo. Seus cabelos curtos caíam, molhados, sobre o pescoço e ela esfregava o sabão pelo corpo como se não fosse tomar banho nunca mais. Estava feliz e descontava a emoção em sua pele. Tomar banho, para ela, sempre fora bom e, após uma noite magnífica, em que encontrara o amor de sua vida e passara com o amigo, ela queria comemorar com a água em suas costas.

Pegou sua toalha e esfregou-se, conferindo as mensagens em seu celular. Era impossível alguém mandar-lhe mensagem quatro horas da manhã, todavia encontrou uma. O texto era de Ed Sheeran, o amigo com quem passara a noite, agradecendo pela incrível festa que foram e dizendo que não foi com a cara do novo ficante dela. Taylor suspirou e respondeu o whatsapp com toda a boa vontade que poderia. Sabia que Edward só queria seu bem, porém já estava ficando irritadiça. Toda vez que a garota conseguia alguém que a fizesse feliz, o ruivo dava um jeito de atrapalhar tudo.

Agora, o alvo era Calvin Harris, o baladeiro sexy. Taylor conheceu o homem algumas semanas antes e, desde então, vinha ficando com ele. Com o passar do tempo, o rolo foi assumindo um formato mais sério e, naquela noite, Calvin a pediu em namoro. Ed, que nunca gostara do ficante da amiga, não levou aquela notícia bem. Ficou isolado no bar da boate, enquanto bebia algumas cervejas e trocava palavras com mulheres que tentavam algo com ele, para, no minuto seguinte, trocar amassos com elas. A loira logo estranhou o comportamento do ruivo, quem nunca gostara de ficar com mais de uma garota em uma festa, todavia não conseguiu ficar preocupada no momento; não com Calvin beijando seu pescoço daquele jeito.

— Swift, — sussurrara o namorado no pé de seu ouvido, mordendo sua orelha logo em seguida — não se preocupe com o Sheeran, ele está aproveitando as vantagens de se ser um homem.

A garota derreteu-se por inteiro e não percebeu quando Edward saiu do salão rumo aos quartos com uma morena bem distribuída.

O ruivo, decepcionado com o namoro da amiga, não se importou em ser delicado com Amber, como descobrira que a mulher se chamava. Ele queria descontar sua raiva. Sua tristeza. Seu ciúme. Fez tudo de qualquer jeito e, mesmo com a jovem atingindo seu clímax, continuou. As estocadas eram violentas, assim como os tapas na bunda que dava na outra e os palavrões que soltava. Nem se importou quando soltou o nome da loira na hora de seu orgasmo. Ele, simplesmente, não se importava com Amber.

— Ruivinho, meu nome não é Tay... — comentara a morena, fazendo massagem nos pés do homem.

— Eu não me importo. Agora, suma daqui, antes que eu tente fazer o que não quero. — Sua voz elevara-se ao extremo, todavia ele não quis se conter. Apontou para a porta e expulsou a menina dali.

Saiu também do quarto, arrumando sua camiseta preta polo e sua calça jeans. Caminhou até Taylor e Calvin e anunciou que queria ir embora, pois estava tarde e no dia seguinte tinha de trabalhar. O casal tentou fazê-lo ficar mais, mas Ed estava decidido e, apenas, seguiu até seu carro e levou-os para casa.

Desde então, não pronunciou mais nenhuma palavra.

[...]

A loira acordou ao som de um telefonema e atendeu-o de boa vontade, pensando ser Cal, o ‘amor de sua vida’. Ao ouvir a voz bêbada do outro lado da linha, Taylor teve vontade de rir. Edward sempre fazia aquilo quando bebia e, mesmo sendo oito horas da manhã, a Swift não se surpreendeu ao ver que o melhor amigo havia enchido a cara ao chegar em casa. Piscou algumas vezes antes de responder ao “Taylor” arrastado que ouvira no telefonema.

— Diga, Edzinho. — Suspirou e ajeitou-se em sua cama, encarando o teto e pronta para, qualquer coisa, levantar-se e arrumar-se para encontrar o outro.

— Desde que nos conhecemos, com oito anos, nós fomos ligados, né? — Edward fez a pergunta, mas não esperou uma resposta. Continuou a falar, com a voz confusa e bêbada. — Eu... Edward Christopher SHEERAN... sempre te contei tudo o que vivi, meus segredos mais profundos, porém tem uma coisa que eu nunca, nunquinha, nunquíssima, na vida contei a você. — Ed conseguiu ouvir a respiração presa da amiga e soltou um riso debochado. — Sou um filho da puta veado que é apaixonado pela melhor amiga. Eu sempre te quis, sempre quis foder contigo, ter filhos contigo e foder de novo contigo.

“Infelizmente, você tem namorado e sempre arranja outro quando termina com um. Eu sempre quis ser um deles; poder sentir sua boca de morango, deve ser morango, né? Poder envolver-te e te foder inteira até você gozar. Droga! Eu não sei ser romântico, mas dane-se. Sei que você nunca vai me querer e, por isso, decidi te esquecer. Todavia, eu não conseguiria esquecer alguém que amo há vinte anos. Para isso, tenho de recomeçar e é o que farei. Agradeço por todos os momentos juntos e até uma próxima vez. ”

Taylor não entendeu o que o amigo quis dizer e preferiria não ter entendido, pois, a partir daquele telefonema, sua vida não foi a mesma. Toda vez que olha para algum lugar bonito, lembra-se de seu Eddie, lembra-se de como ele gostaria de estar ali.

[...]

“Darlin' I will be lovin' you
Till we're seventy
Baby my heart could still fall as hard
At twenty three

I'm thinkin' bout how
People fall in love in mysterious ways
Maybe just the touch of a hand
Me, I fall in love with you every single day
I just wanna tell you I am

So honey now
Take me into your lovin' arms
Kiss me under the light of a thousand stars
Place your head on my beating heart
I'm thinking out loud
Maybe we found love right where we are

Querida Taylor,

Sei que, provavelmente, eu não estarei aqui quando você receber esta mensagem e sei que mudarei sua vida inteira com o que fiz. Tem muitas chances de você passar a me odiar pelo que fiz, mas, infelizmente, eu não aguentaria mais ser tratado como somente um amigo. Não aguentaria ser tratado como uma pessoa que você fofoca sobre garotos e pede conselhos de relacionamentos.

Eu escrevi músicas sobre você, escrevi poemas e enviei em anônimo, entretanto você nunca reconheceu minha letra. Não fazia diferença para você o que eu dizia sobre os cafajestes que você namorava, como, por exemplo, Harry, que, mesmo sendo meu melhor amigo, é um filho da...

Conhece fanfics? Escrevi originais sobre você e eu, mas, sempre que as mostrava, você não nos reconhecia nas linhas, nos capítulos. Dei uma de criança e mandei indiretas no facebook para você, mas você, simplesmente, ignorou-me. Pensou que eu estava a fim de outra? Haha! Eu amo você e, se existe vida após a morte, amarei a eternidade inteira.

Desculpe-me por ferir seus sentimentos alguma vez. Desculpe-me por ter tirado minha vida, mas não era mais possível. Eu te amo desde que tínhamos 18.

Um grande abraço,

Edward Sheeran.”