Acordei com o toque do meu celular as 08:00 e percebi que dormi encostada na penteadeira enquanto abraçava o coberto que era pra ser de Henry. Peguei o celular que não parava de vibrar junto com o toque da minha música preferida, Assim que vi quem era no identificador lembrei do meu compromisso.

– Boooom dia bela adormecidaaaa! - Regina cantarolou pra mim

– Bom dia! Eu não devia ser acordada por um príncipe? - brinquei

– Posso chamar meu irmão?

– Eu disse Príncipe não sapo!

– Ta ta, Hey a gente ta te esperando no Porto as 09:00, vê se levantar logo!

– Ta bom, to levantando da cama, tchau! -resmunguei

Ta certo que não era a cama mas eu ia comentar que eu dormi na penteadeira porque estava chorando pelos erros do passado. Assim que desliguei o telefone toquei no cobertor branco que era pra estar com meu filho, lembro do dia em que o entreguei, vesti ele com um conjunto Verde, na camisa estava bordado o nome dele em preto, o gordinho branco o deixou mais inocente do que já era. Ele era lindo, mas eu não tive coragem para tomar minhas decisões, meu medo era que meus pais quisessem que eu me casasse com Neal por causa dele, é depois do episódio do jantar de negócios que virou de noivado, Eu tenho certeza que ele faria isso. Mas isso não justifica a besteira que eu fiz, abandonar uma criança a própria sorte em um orfanato sem esperança e sem sonhos, eu realmente me superei nas burradas da vida. Finalmente me levantei, guardei o cobertor e fui tomar um banho. Coloquei um biquíni branco e preto, um vestido de tecido leve azul celeste e calcei minhas sapatilhas douradas. Escovei meus longos cabelos loiros e prendi em um rabo de cavalo. Peguei minha bolsa e coloquei tudo que precisava dentro. Quando desci pra tomar café encontrei meus pais sentados a mesa e percebi que ainda estavam brigados porque todos os dois estavam em silêncio, dei bom dia e me sentei ao lado deles. Assim que terminou seu café meu pai foi embora pro trabalho deixando apenas eu e minha mãe na mesa e ela não estava com uma das melhores caras.

– Emma! - minha mãe chamou minha atenção.

– mãe! - respondi

– Quem é Henry?

Paralisei assim que ela concluiu a pergunta, como ela podia saber do Henry? Mas lembrei que não me lembrava de ter trancado a porta do meu quarto ontem o que significa que minha mãe deve ter ido fazer uma visitinha pra mim querendo conversar, toda vez que ela briga com o papai ela usa meus "ouvidos". Eu não sabia o que responder então fui salva pelo toque do meu celular.

– Oi Regina? - atendi o celular e minha mãe continuava exigindo explicações com olhar - Posso, posso sim... Ta ok, beijos tchau!

– Então?

– A Regina pediu que eu buscasse a Ariel e Eric! - falei enquanto me levantava da mesa e pegava minha bolsa.

– Emma, não mude de assunto! - minha mãe falou em tom alto depois de levantar da mesa e me seguir

– Mãe quando eu voltar a gente conversa, eu realmente tenho que ir! - bati a porta e fui pegar meu carro, eu não estou criativa pra inventar histórias agora, se não fosse Regina eu estava ferrada.

Fui no supermercado e comprei as bebidas e aproveitei pra comprar um pote de sorvete, eu realmente pareço uma criança, gosto de afogar as mágoas em um bom sorvete de chocolate. Em seguida peguei Ariel e Eric em casa, eles não queriam dirigir porque iriam beber hoje, então sobra pra mim, já que raramente bebo. Chegamos no Porto e logo avistamos Regina e o Irmão encostados no carro conversando, com certeza estavam a nossa espera.

– Até que enfim! São nove e cinco já! - Regina brincou e eu comecei a rir.

– As bebidas estão na mala - Eu disse entregando a chave pra que Killian pudesse pega-las - Ah também tem peixe lá dentro então não estranhe se estiver cheirando mal - avisei e no mesmo momento Regina me puxou pra mais longe do pessoal.

– Hey como você tá? Killian disse que você não estava muito bem ontem! - ela perguntou preocupada.

– Estou bem, Eu só tive um dia cheio ontem! - expliquei - Regina eu não vou mais esconder isso de você, somos amigas e eu sei que posso confiar em você.

– Sempre Emma! - sorriu - me conta!

– Regina lembra daquela época em que eu fui fazer intercâmbio de 1 ano na França? - perguntei e ela fez que sim com a cabeça - eu menti, eu estava indo pra Inglaterra pra poder ter meu filho.

Os olhos arregalados da minha amiga mostrava o quão surpresa e confusa ela estava.

– Na verdade eu ia abortar mas não tive coragem, até cheguei a ir no dia mas não fui adiante.- Evitei olhar pra Regina enquanto falava, queria evitar olhares de julgamento - Ninguém sabe que eu tive a criança, a não ser a Zelena, minha parteira, paguei pra ela ficar calada sobre isso.

– Neal descobriu como? - perguntou confusa

– Não descobriu- pausei e ela me olhou mais confusa ainda - tudo não! Ele pensa que eu abortei!

– Emma? - ela me repreendeu

– Que foi? Qual a diferença?

– A diferença que ele é o pai, e tem que saber!

– Eu sei mas...Eu não tive coragem! Olha só Regina o fato é que ele ainda ta vivo e eu vou encontra-lo, o problema que é que minha mãe ta meio desconfiada de mim e eu tô muito confusa, não sei o que fazer ainda - falei determinada mas confusa

– Ei, pro que você precisar você me chama, estamos juntas nessa ok! - não consigo descrever a felicidade que senti ao ouvir as palavras dela, sem julgamentos apenas palavras de apoio, senti as lágrimas descendo pelo meu rosto enquanto a abraçava.

– Obrigada por não me julgar! - falei em meio as lágrimas

– Nunca amiga, ninguém é perfeito, todos nós já fizemos coisas erradas, mas poucos tem coragem de crescer e assumir! - assim que ela disse isso lembrei do Killian havia me dito na praia, tudo que sei é que essa sabedoria é de família.

– Swan? Porque está chorando? - killian se aproximou de nós

– Nada não! - respondi e segurei a mão de Regina e a dele - Obrigada pela força que vocês estão me dando! Vocês são os melhores amigos do mundo - sorrimos um para outro - Onde estão Ariel e Eric? - perguntei mais animada

– estão nos esperando no barco, vim chamar vocês - killian respondeu e Regina soltou minha mão é saiu correndo em direção ao carro dizendo:

– Vou buscar o resto da comida que está carro! Tentem não se matar.

Rimos da piada e depois percbi que Killian e eu permaneciamos de mãos dadas. No mesmo momento soltei mas posso dizer que senti um coisa estranha não sei explicar o que, talvez fosse fome. sorrimos meio sem graça um pro outro até que ele perguntou:

– Descansou?

– Descansei, só to meio triste mesmo, ta acontecendo muita desde o jantar!

– Jantar? - me olhou confuso

– É! Meu jantar de noivado, que na verdade era pra ser um jantar de negócios, mas era de noivado, só que eu não sabia que era noivado, porque me disseram que era de negócios e aí eu descobri que era de noivado e... Eu to falando muito rápido né? - fiquei meio sem graça, eu comecei a falar que nem um papagaio e não sei porque mas fiquei nervosa, por sorte Killian apenas riu.

– Me divirto com você Swan! - ele disse rindo

– Não vai me chamar de cabeça quente? - brinquei e em seguida cruzei os braços

– Acho que o dia nublado ta mantendo ela fria!

– Deve ser, acho melhor irmos pro barco - comecei a andar em direção ao barco e killian veio me acompanhando.

– Então - falei - Onde estamos indo?

– Vou levar vocês em uma ilha onde eu e Regina costumávamos brincar quando eramos crianças!

– Qual o nome da Ilha?

– Não tem nome que eu saiba, mas a Regina chama de ilha do pozinho mágico! - nesse momento comecei a rir

– Ilha do.. porque? - perguntei em meio as pequenas risadas

– Ela acreditava em fadas, dizia que elas moravam ali porque era tudo muito bonito, a areia brilha por causa da Luz do Sol dando a impressão de ser brilhante igual na água - explicou com um leve riso no tom de voz

– interessante, ela ainda chama assim?

– Não sei, vou descobrir agora! E você Swan? - ele olhou pra mim - chegou a acredita em fadas?

– Ah claro - respondi - e no papai Noel também! - falei rindo

– Todo mundo quando criança já chegou a acreditar em coisas impossíveis!

– A realidade veio cedo demais pra mim, meus pais na maioria das vezes não estavam sempre presentes pra incentivar minha crença em fantasias, além do mais meu pai não sabia tirar meu dente de leite debaixo do travesseiro sem me acordar antes! - comecei a rir por dentro, mas me bateu imã leve tristeza, eu vi a realidade mais cedo por causa da falta de atenção dos meus pais, sem falar nos compromissos desde cedo. Mas pensei em Henry, será que ele tinha alguém pra mostrar algo mágico na vida, duvido que tivesse, ele devia estar em um orfanato contando os dias pra ser adotado, ou pensando em porque alguém o abandonaria. Procurei manter meus pensamentos longe, entrei no barco e encontrei Eric e Ariel sentados no sofá comendo uns sanduíches.

– Hey Emma ta com fome? - Ariel perguntou estendo um sanduíche

– Você não tem noção! - falei e peguei o sanduíche da mão dela e comecei a devora-lo.

– Vai com calma Emma? - Eric disse rindo

– Não dá, é comida! - eu disse com a boca cheia de pão com geléia.

– Pronto - Regina entrou no barco - quase esqueço a lasanha no carro! - ela colocou a lasanha em cima da mesa e eu logo disse:

– Olha esse pão ta uma maravilha, mas o cheiro da lasanha é um concorrente forte, alguém traz uma faca!

–Ta aqui Emma - Regina estendeu a pequena faca e uma espátula - sirva-se

– Acho que podemos ir Capitão - Eric disse e Killian assentiu e ligou o barco, pude sentir o barco se movendo em cima da água que o sustentava. Fui pra um lugar mais isolado do barco e observei o Porto sumindo aos poucos e então pude sentir, mesmo que por um minuto, o resto do mundo não existia mais, junto com meus problemas.