Capítulo Vinte e dois – Amor e Ódio

"A pior coisa que existe é pegar todo o amor que sente por alguém e transformá-lo e em perda."

(Anônimo)

[Narrado em 3ª pessoa]

“- Jessica você não vai gostar do que eu vi – informava Clair ainda aturdida com a cena que presenciara.”

- Clair! – a voz de Jessica soava autoritária. - Quero você aqui agora, traga tudo o que preciso saber – disse Jessica visivelmente irritada.

Clair saiu da festa esbaforida, como se sua vida dependesse disso ou como se algum parente seu tivesse sofrido um acidente grave. Pegou o telefone e ligou para Leah não ia conseguir ficar a sós com Jessica depois de tudo que a contaria.

(...)

Alguns minuto depois... Lá estava ela em frente à casa de Jessica dentro do seu carro. Respirava fortemente como se tivesse corrido de Sealtte a Forks. O nervosismo também a acompanhava. Um carro parou atrás do seu e pelo retrovisor pode ver que era Leah, sentiu-se mais aliviada, como se a amiga de alguma forma fosse um porto, mas este não tão seguro, pois sabia que Jessica podia virar um Tsunami.

- Qual o motivo da minha vinda aqui? – perguntou Leah ao ver Clair com sua grande bolsa na mão e com o olhar desfocado como se tivesse visto um fantasma.

- Preciso de você, Jessica não vai suportar isso - respondeu Clair com um bolo já em formação na sua garganta.

- O que ela não vai suportar? – inquiriu Leah serrando os olhos.

Clair se pôs então a contar tudo o que foi fazer na festa de Aleka Masenhp, desde seu plano para entrar sorrateiramente em uma festa que não foi convidada ao que presenciou lá dentro.

- OH MEU DEUS! OH MEU DEUS! Eu não acredito? – Leah se sacudia como se tivesse escapando de um bicho que pousara sem sua permissão no seu corpo.

- Pode acreditar – asseverou Clair encarando-a.

- Olha só... – Leah fez uma pausa longa, respirou fundo e apontou o dedo indicador para Clair. -... eu sai correndo de casa, não estou arrumada sabe? Olha a minha roupa, se o esquadrão da moda passar por aqui eu vou presa e meu cabelo...

- Leah – agora Clair gritava para a amiga que falava coisas sem sentindo. – Eu vou entrar e você vai comigo – ordenou Clair séria.

- Você que deve enfrentá-la e não eu – Leah caminhava até seu carro balançando a cabeça.

- Leah Clearwater! – Clair puxou fortemente o braço da morena. – Você vai entrar comigo e não se fala mais nisso. E, aliás, ela vai perguntar por você mais cedo ou mais tarde – Leah estava com a boca aberta. - Conseguiu o que ela te pediu?

- Sim – a voz de Leah saiu num leve sussurro quase inaudível.

- Vamos logo, não devemos deixá-la mais nervosa do que já deve estar – comunicou Clair sendo seguida por Leah até a porta da casa de Jessica.

(...)

Dentro do seu quarto, Jessica não parava de andar de um lado pro outro, o que Clair tenha descoberto na festa a tinha deixado incomodada, mesmo sem saber o que era.

- Não deve ser coisa boa – disse ela se olhando no grande espelho. – E onde Clair está? – bufou pegando seu telefone em cima da cômoda quando este começou a tocar.

- Jessica estou aqui embaixo e Leah também – informou Clair forçando a voz para que parecesse calma.

Ela jogou o telefone em algum canto do quarto e desceu correndo as escadas ascendendo todas as luzes que via no caminho, seu coração saltitava no peito e uma névoa pesada pairava sobre o seu corpo tenso e rígido.

- Entrem – pediu ela a Clair e Leah que se encontravam a porta de sua casa. Leah tinha a feição cansada como se tivesse dias sem dormir, de alguma forma o que Clair lhe contara a deixou assim e Clair... Bem Clair estava com a aparência assustada, como se tivesse visto algo sobrenatural.

- Desembucha – mandou Jessica já no seu quarto, a Clair.

- Antes disso Leah queria te contar algo – comentou Clair fugindo do assunto.

- Eu? – perguntou a morena sem saber como tinha ido parar na conversa.

- Sim, você Leah – afirmou Clair arqueando uma das sobrancelhas – Você comentou comigo lá em baixo, lembra? - disparou Clair tentando tomar tempo.

- Não! Eu não me lembro de ter comentado nada com você e...- Leah estava confusa. - ... eu só vim aqui...

- Você veio aqui, por que conseguiu algo sobre o que Jessica te pediu – disse Clair firmemente. – Sobre o Cullen, lembra? – ela estava torcendo para que a amiga tivesse algo interessante que entretece Jessica e acalmasse seus ânimos.

- Eu descobri algo sobre o Cullen – alegou Leah fitando ainda Clair. – Digo Edward – começou Leah ainda encarando Clair.

- Então... – Jessica sibilou para que a morena continuasse.

- Bem... descobri que ele anda muito amigo de Alice e Ângela – Jessica a encarou séria, pois isso ela já sabia. – Digo... não...que eles já não fossem – Leah tentava ao máximo não gaguejar. – Agora elas não saem da casa dele e também tem outra garota que anda com elas, o nome dela é Isabella. Ah. que mora na casa da Eliza.

- Então o nome da vaca é Isabella – Jessica não perguntou e sim afirmou apertando fortemente os lábios.

- Sim, ela se chama Isabella. Isabella Marie Swan na verdade. Ela é prima de segundo grau da falecida Eliza. A mãe dela Esme herdou a casa – explanou Leah sentando na cama de Jessica.

- Por isso que ela veio pra cá! Tem algo mais? – inquiriu Jessica a fitando com intensa raiva.

- Também descobri que ela está trabalhando em Sealtte em uma livraria – disse Leah temendo qualquer reação de Jessica. - Quem em sã consciência trabalharia em uma livraria?! – ralhou – as meninas rolaram os olhos ao mesmo tempo. – E ah, eu também descobri que ela tem uma irmã que mora na Europa e que o pai faleceu. – concluiu a morena.

- Você então nessas semanas todas descobriu coisas desnecessárias – gritou Jessica no rosto da amiga.

- Não Jessica, eu não... – ela calou-se quando Jessica lhe apontou o dedo.

- Leah você já foi mais eficiente, ultimamente anda meio relapsa e olha que não é loira – ironizou Jessica.

- Descobri também que o Edward não sai da casa dela – disse Leah baixinho.

- Como é que é? – Jessica que estava agora de costas se olhando no espelho a encarava sombriamente.

- O Edward não sai da casa dela, ele meio que passa as noites lá, dorme com ela, eu não sei o que eles têm, sabe? – inquiriu retoricamente. - Eles se tratam como amigos quando estão perto dos outros, mas o jeito que ele olha pra ela, é tão... tão apaixonado, com ternura e carinho – Leah se limitou a falar o que falou sem ao menos olhar para a cara da Jessica.

- Apaixonado? Dorme na casa dela? – Jessica se perguntou aturdida. “Isso não pode estar acontecendo comigo, eu Jessica Stanley a garota mais popular do colégio, estou sendo trocada por uma vadia como aquela?” – pensou Jessica boquiaberta.

- Ele sai da casa dele a noite e entra pela janela dela... - continuou Leah ignorando o olhar vil de Jessica.

- Eu já entendi! – gritou histérica jogando uma escova de cabelo na direção de Leah que fugiu por pouco. - E você Clair?

- Eu? O que tenho eu? – Clair estava assustada com a reação de Jessica se já com isso que Leah a contou ela ficou assim, imagine com o que ela contaria.

- O que você descobriu na festa da Aleka? – Jessica respirava fortemente, seus olhos então sobressaltados e suas mãos trêmulas.

- Jessica eu não sei nem por onde começar – alegou Clair.

- Pelo começo – irritou-se Jessica.

- Pois bem... – Clair respirou fundo. – Pelo começo.

(...)

- Você quer ir embora? – perguntou Edward a Bella ainda no terraço.

- Eu vim com a Alice e você trouxe seus irmãos – alegou Bella.

- Não se importe com isso, eles sabem se virar – informou Edward passando de leve a mão na bochecha de Bella.

- Pelo menos os avise – pediu Bella.

- Tudo bem, eu avisarei – Edward se levantou do banco sendo seguido por Bella.

(...)

- Vou levar Bella pra casa vocês se importam? Amanhã ela trabalha – comentou Edward a Jasper e Alice que dançavam na pista.

- Tudo bem Ed, estou de carro ai fora. Eu dou carona a Jazz e os outros – respondeu Alice sorridente.

- Então boa festa pra vocês – disse Edward rindo e seguindo para fora da pista com Bella.

(...)

- Amanhã você quer carona para ir trabalhar? – perguntou Edward a Bella já dentro do carro.

- Não preciso, eu vou com o meu – respondeu.

- Olha Bella, eu só queria que você soubesse que gosto muito de você – disse ele fitando a estrada. – Eu nunca faria nada para te magoar e eu te amo muito.

- Edward não vamos falar sobre isso? – implorou Bella.

- Por que não?

- Você sabe por que, eu não sou sua namorada e tenho muito medo do que possa acontecer com a gente – alegou tristemente.

- Nada vai acontecer, entendeu? – inquiriu sem esperar resposta. - Eu estou aqui e sempre te amarei, na verdade acho que só faltava você vir morar nesta cidade para eu sentir isso – confessou Edward. – As aulas começam daqui a seis dias e eu logo vou por meu plano em prática – comunicou a Bella que encarava a estrada calada.

Edward já estava entrando na sua rua, quando sente que Bella está muito calada, ela o estava evitando, isso ele não gostava. As aulas começariam em breve e tudo ficaria resolvido entre eles. Ele não entendia o porquê desse pessimismo todo dela.

- Bella você não quer me namorar? – indagou Edward já estacionando o carro na porta da casa dela.

- Como? – Bella foi pega de surpresa.

- Você não pretende ser minha namorada, depois que eu terminar com a Jessica? – ele refez a pergunta.

- Edward é claro que quero ser sua namorada, você não sabe o quanto eu gosto de você – respondeu ela com os olhos marejados.

- O quanto você gosta de mim?

- Muito.

- Muito quanto? – ele riu torto segurando seu rosto.

- Tanto quanto você – ela afirmou corando de leve.

- Bella eu prometo te fazer a namorada mais feliz do mundo – sussurrou ele tocando de leve nos lábios dela para depois a tomar em seus braços para um beijo terno.

- Tenho que ir – Bella se afastou ainda perdida no olhar verde esmeralda dele.

- Boa noite minha Bella – murmurou dando-lhe um selinho.

- Boa noite Edward – ela saiu do carro correndo até sua porta e entrando.

Ele acompanhou as luzes da sala se acender e se apagar, ai então ele se foi. Já em casa, estacionou seu carro na garagem e subiu para tomar um bom banho.

A festa tinha sido boa, até a briga com Bella tinha sido e a reconciliação melhor ainda. Saiu do banho se enxugando para depois, por sua calça de moletom e uma blusa de malha e se jogou na cama, pensando em Bella, em como ela se mexia a luz bruxelante da festa. Os seus movimentos sincronizados, seus corpo perfeito e sua...

- Tatuagem – suspirou passando a mão pelos cabelos desgrenhados. - Eu não sabia que ela tinha uma – riu lembrando-se dela rebolando na sua cara. – Deus essa garota me deixa louco, até quando eu vou ter que desvendar seus mistérios? – abraçou o travesseiro cuidadosamente como se fosse Bella que abraçasse e suspirou. – Eu te amo Isabella Swan, eu te amo – sibilou já grogue pegando no sono.

(...)

Por que você não disse que o ama?

Uma voz irritante martelava a cabeça de Bella.

– Não é bem assim... – ela respondeu para si. - E como seria? – perguntou-se.

Depois de tomar banho, lá estava ela fitando o teto, tentando dormir. Amanhã era quarta-feira e tinha que trabalhar e o sono tinha que chegar logo, não queria acordar com olheiras horrendas. Ajeitou o cobertor, virando para o lado fitando agora a parede.

- Isso vai me fazer dormir – desligou o abajur e fechou olhos esperando o sono tomar-lhe.

Meia hora depois...

- Eu preciso dormir – resmungou se levantando e começou a caminhar no quarto. - Eu tenho que dormir!

Ela fitou o celular na mesinha de cabeceira e balançou negativamente a cabeça.

- Eu não vou ligar pra ele, isso é demais – disse a si. - Tá eu vou ligar.