Após a Era de Ultron ter chegado ao fim e os homens de metal finalmente serem derrotados, o mundo precisava ser reconstruído. Alguns Vingadores já não estavam mais presentes para ajudar nessa tarefa, mas alguns haviam sobrado. Mesmo com alguns Vingadores por aí, o crime ao redor do mundo não havia cessado. Jamais cessaria. E naquela noite, havia uma besta à solta. Uma besta de forma humanóide, porém com garras e enormes presas, correndo entre os becos em ruínas do que antigamente costumava se chamar Sokovia.

Mesmo após o fim da guerra contra os homens de metal de Ultron e de o Homem de Ferro ter destruído grande parte de Sokovia enquanto esta caía dos céus destinada a destruir a Terra, a outra parte da cidade permanecia de pé, e haviam também, ruínas e era por entre essas ruínas que a besta se escondia.

Andando silenciosamente sob as patas traseiras, a besta ia em direção à cidade inclinando o semblante à frente, parecendo estar farejando algo ou alguém.

Enquanto corria e pulava entre as pedras de Sokovia, a besta inclinou-se para frente apoiando-se também em suas mãos, usando-as como patas dianteiras para ganhar velocidade. Mais à frente havia um beco, por onde entrou e escondeu-se por alguns minutos, aguardando sua presa.

Uma mulher jovem andava com seus dois filhos às pressas. Já era tarde e o toque de recolher já havia soado faz tempo. A mãe dos meninos quase arrastava os dois, que devido às pernas curtas, não conseguiam acompanhar o ritmo de sua protetora. Os dos meninos acabou tropeçando.

– Vamos, Troy! Não podemos ficar essas horas nas ruas. Deviamos ter ficado na casa de seu avô – Dizia a mãe, voltando para buscar o menino.

– Mamãe, o que é isso? – Disse o outro menino com os olhos já lacrimejando.

– Calleb, fique perto!

Antes que a mãe dos meninos pudesse fazer qualquer movimento uma sombra sob quatro patas avançou contra a criança. Calleb caiu de costas com uma criatura com a pata sob seu pequeno pescoço e as garras levemente fincadas na pele clara enquanto rosnava para a criança.

A mãe dos rapazes puxou Troy para trás enquanto encarava a besta, que agora, inclinara sua cabeça em direção à mulher. Três caudas apareceu rasgando a bermuda imunda. Os pêlos castanhos do rosto meio humano, meio cachorro estava mais do que visível agora. Apesar de curvado e apresentar garras, os membros dianteiros eram humanos e os traseiros eram caninos. A criatura vestia uma bermuda escura, porém parecia um pano de chão mais do que velho e em seu dorso dançavam o restante de seus pêlos castanhos como os do rosto devido ao vento frio daquela noite.

A besta encarou a mãe e pareceu sorrir. Uivou para a Lua e avançou contra a mulher, jogando-a no chão. O sangue jorrava para todos os lados enquanto as duas crianças gritavam pela mãe que era dilacerada na frente dos pequenos.

No dia seguinte... Wanda caminhava apressadamente no quartel general do Vingadores, havia sido chamada por Steve Rogers. “Ele parecia sério ao telefone”, ela pensou. Wanda ainda não havia superado a morte do irmão, mas seus companheiros a estavam ajudando. Principalmente o Capitão e Visão. Os dois eram os mais atenciosos. Nenhum pegava leve com ela, claro, mas eram bem gentis.

A feiticeira levou um susto, quase tropeçando e caindo para frente com Visão atravesando o chão, voando para cima.

– Você parece preocupada – Disse o amigo inclinando o pescoço para o lado tentando entender a expressão no rosto de Wanda.

– Oi, pra você também... E eu estou preocupada. Steve me chamou.

– Você também, é?

– Você foi convocado? – Wanda pareceu surpresa

– Sim. Posso acompanhá-la?

Visão sorria com uma elegância exagerada, o que fez a moça sorrir. Os dois então foram caminhando juntos até a sala de reunião. Não foi uma caminhada longa. Quando Wanda menos percebeu, encontrou-se com Steve.

– Wanda... Visão... – Steven suspirou profundamente – Fico feliz que tenham vindo. O que não me faz feliz é o motivo de eu tê-los chamado. Venham...

Os três entraram numa sala enorme, passando por uma porta dupla que deslizou para os lados, quando estes entraram. Havia uma enorme mesa oval com vários assentos vazios e logo à frente um telão. Maria Hill já os aguardavam com alguns papéis em mãos.

– Está tudo aqui, Capitão!

– Obrigado, Hill. Você poderia... – Steven apontou para o telão, como um modo de pedir para que ela apresentasse o caso junto com ele, visto que ele ainda não havia (queria) se acostumado com toda a mudança na tecnologia – Obrigado – Ele respondeu quando um vídeo foi exibido no telão.

Havia uma enorme parede de um prédio demolido no meio de ruínas, com sangue para todos os lados e três corpos, dois de crianças e um adulto.

– Isso é Sokovia? – Wanda perguntou imediatamente.

– Sim – o Capitão respondeu sem hesitar – Aparentemente foi um lobisomen com forma de raposa e três caudas fez isso, de acordo com os locais.

– Não pode ser... – Wanda tremia da cabeça aos pés. Pela horrível descrição que o Capitão havia acabado de dar, conhecia o inimigo – Achei que ele tinha morrido após a névoa...

– Ele participou dos experimentos da HIDRA assim como você e seu irmão. – Visão falou sem um pingo de emoção na voz – Os Maximoffs não foram os únicos a participarem dos experimentos da HIDRA com o divinador.

– Divinador? – Perguntou Steve – Alguém pode me explicar o que está acontecendo?

– É como eles chamam o artefato que usaram em mim e no meu irmão. – Wanda começou a explicar – Algumas pessoas tocavam nesse dispositivo e morriam. Viravam pó, mas alguns... Se você estiver no lugar certo com o Divinador e alguém que pode tocá-lo, esse alguém se transforma. Como você acha que ficamos poderosos?

– Nós confiscamos um objeto assim. – Hill comentou – Kevin morreu assim, Capitão. Transformou-se em pó.

Capitão então lembrou-se de que semana passada, acontecera uma morte estranha relacionada a um objetvo obtido da HIDRA que estava em Sokovia antes de Tony criar Ultron.

– Você conhece o cara que fez isso? Por que ele nos deixou uma mensagem.

O Capitão falou e, em seguida, pediu à Hill que avançasse com o vídeo no telão. Numa outra parede, em partes destruídas, estava uma escrita com sangue. Um nome. Provavelmente das crianças e da mulher que os acompanhava.

– “Wanda Maximoff” – Leu Hill – A mulher era mãe dos dois meninos. Ela estava na casa do pai, mas teve que voltar para casa para buscar o remédio das crianças e achou que não teria problema em levá-los com ela e no meio do caminho...

– O que é essa fera? – Perguntou Visão – Vejo marcas de garras e pegadas animais, juntas com pegadas humanas. Como é que eles diziam? – Visão procurou em arquivos eletrônicos por toda a internet, porém, achou nada, visto que Ultron havia apagado todos os dados da HIDRA para dificultar o trabalho dos Vingadores.

– Inumanos. É como alguns nos chamam. – Wanda disse com convicção – Ele é um Inumano. Nós fomos levados até esse templo subterrâneo... Eu achei que ele tinha morrido após tocar o Divinador. Eu, Pietro e ele... Nós três petrificamos, literalmente. Depois tudo explodiu. Quando vi, só tinha pó no local. Algumas horas depois eu podia entrar na mente dos homens e Pietro era tão rápido quanto uma bala.

– Ele deve ter saído dessa Névoa antes de vocês e fugido. – Concluiu o Capitão

– O cristal terrígeno deve ter modificado seu DNA também – Visão disse, e pelos olhares curiosos, logo tratou de explicar – É o que tem dentro do dispositivo. É o que deu à Wanda e ao Pietro, seus poderes. Acredito que tenha alterado a forma desse outro indivíduo.

– Gabriel – Wanda respondeu – O nome dele é Gabriel.

– Bom... Agora ele é todo nosso. Iremos trazê-lo para cá e ver se podemos ajudá-lo de alguma forma.

– E se não pudermos? – Wanda perguntou preocupada.

– Então lidaremos com isso – Steve falou e deu as costas para os que estavam ficando – Hill... Visão e Wanda irão comigo.

– É pra já, capitão!